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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Começa o Conexões Globais 2.0 no FST


Está tudo pronto na Casa de Cultura Mario Quintana e nesta quarta-feira (25) começa o Conexões Globais 2.0. Webconferências, paineis, oficinas e shows incrementam a programação desse encontro de ativistas e organizações que defendem a liberdade na internet e utilizam a rede como plataforma de mobilização para suas lutas. Todas a tividades serão transmitidas ao vivo! Acompanhe e divulgue!

A programação inicia às 14h, com uma série de oficinas práticas voltadas para o uso de novas tecnologias e estratégias de comunicação. A tarde avança com os Diálogos Globais: a partir das 16h, a Travessa dos Cataventos na CCMQ receberá o público para debater sobre “A internet como direito humano”. Direto da Espanha, o advogado especialista em direitos digitais, Javier de la Cueva - participará do evento via webconferência. Do lado de cá estarão a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário; o cientista político e professor da UFRJ Giuseppe Cocco e o especialista em Gerência em Engenharia de Software Rogério Santanna.

Na sequência, a partir das 18h15, começa o segundo Diálogo Global do dia, com o tema “Da Primavera Árabe à Internet na Construção da Democracia 2.0. O cantor e compositor Gilberto Gil estará lá para conversar sobre as manifestações que marcaram 2011 como o ano das manifestações que questionam os limites da democracia representativa. Além do Gil, participam do debate o jornalista Antônio Martins e o coordenador-geral do Gabinete Digital do Governo do RS, Vinicius Wu. Via webconferência, a jornalista e escritora especializada em Oriente Médio Olga Rodriguez também estará no bate-papo.

Oficinas

Todas as oficinas funcionarão no 5º andar na CCMQ, em quatro espaços: a Sala de Leitura, a Sala Sapato Florido, a Sala de Vidro e o Hall do Jardim. As inscrições estão encerradas, mas se você estiver realmente interessado, pode vir até o evento e aguardar pela chance de alguém desistir e uma vaga aparecer na hora. Isso não é certo, mas você pode contar com a sorte.

Conexões culturais

Entre um debate e outro, às 17h30, quem sobre ao Palco é o músico Cláudio Levitan. À noite, após um dia intenso de bate-papo, trocas e vivências multimídias e multiculturais, é hora de relaxar um pouco e entrar no embalo show do cantor Lirinha. A apresentação está marcada para às 20h, quando ele lançará seu primeiro CD solo, denominado LIRA.

No repertório, Lirinha promete animar o público com faixas inéditas e músicas de sua autoria, registradas quando integrava o grupo Cordel do Fogo Encantado. Acompanham Lirinha os músicos Neilton (guitarras), Ângelo Medrado (bateria), Astronauta Pinguim (teclado),Hugo Carranca (percussão) e Igor Medeiros (sintetizador).

Confira aqui toda a programação de cada oficina em cada dia.

Fonte: Conexões Globais 2.0

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Imagens da Marcha de Abertura do FST 2012

FST 2012: Boaventura de Sousa Santos analisa o processo do Fórum Social Mundial

Fórum Mundial de Educação abre atividades discutindo a crise capitalista


 Texto: Ane Nunes / Comunicação FST2012

O Salão de Eventos da Reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul recebeu nesta terça-feira, 24, mais de 300 pessoas para a abertura do Forum Mundial de Educação (FME), evento que integra a programação do Fórum Social Temático. Além dos representantes de movimentos ligados à educação de diversos estados brasileiros, participaram também educadores de Portugal, Peru, Chile, Bélgica, Espanha, Itália, África, Haiti, Uruguai, Bolívia e Argentina. Sob a coordenação de Leslie Campaner de Toledo a primeira atividade do FME contou com a participação de educadores ligados a atividades alternativas de educação.

Sérgio Haddad, do movimento Ação Educativa (Brasil), abriu a primeira mesa de debates, cujo eixo central tratou da crise capitalista, suas causas, impactos e conseqüências para o mundo da educação. Haddad contextualizou a evolução histórica do sistema capitalista e destacou a importância de analisar com calma a crise e como os movimentos sociais que estão em constante organização tem ocupado papel importante no processo de identificação de soluções potenciais.
Ele disse, ainda, que essa crise converge num momento muito particular e que seus reflexos ainda não chegaram aos países emergentes como Brasil, China, África do Sul e Índia porque esses povos estão buscando mecanismos econômicos que permitem sua colocação no mercado internacional. Entretanto, alguns sinais da crise já podem ser observados nesse cenário, como a onda de imigração de haitianos para o Brasil que está se formando devido à intensa redução da qualidade de vida no Haiti. “Sem serviços públicos adequados a distância de cada país é maior a cada ano e as diferenças entre os indivíduos também aumentam. A mídia internacional tem mostrado o aumento do número de pobres e de milionários, o que cria um espaço muito grande entre esses dois tipos de indivíduos. Além disso, com a qualidade e o nível de consumo que a população realiza hoje não há bens naturais suficientes de maneira sustentável”.
Haddad criticou ainda o quanto o modelo capitalista tem criado também uma crise de natureza conceitual onde o valor das pessoas se dá pelo consumo e sua relação com o mercado, que por sua vez produz bens para satisfazer cada vez mais essa falsa necessidade. “O valor está naquilo que indivíduo tem, aquilo que ele usa, quanto ele tem no banco e não no que ele realmente é. Esse modelo está criando uma crise civilizatória”, completa.

Haddad chamou a atenção também que o sistema capitalista é insustentável em relação à questão ambiental, social e econômica por se pautar na separação dos povos entre os países e entre indivíduos do mesmo país. Sobre o modelo de “esverdear”a economia, Haddad colocou que há um grande avanço no movimento que é válido, mas que a profundidade da crise exige que se pense em outro modelo com outros valores alternativos . “Ações individuais são importantes, mas as grandes corporações devem assumir suas responsabilidades sócio-ambientais. Não podemos nos satisfazer apenas com uma roupagem ambiental. Temos que trabalhar para que o ser humano e o ambiente existam em harmonia para um modelo realmente sustentável”.

Nélida Cespedes (CEAAL, Perú), iniciou sua participação focando na preocupação que os educadores devem ter para não formarem apenas consumidores. Ela reforçou a idéia de que a crise civilizatória se expressa em todos os aspectos da vida, em todo o planeta e conseqüentemente será também percebida na educação. Nélida compartilhou experiências com o público e questionou “Que articulações estamos fazendo ou propondo no âmbito local ou nacional em termos de justiça, democracia e justiça ambiental?”. Além disso, comentou que são muitas perguntas e que devemos seguir formulando novas perguntas para que mais respostas surjam e cada vez mais se criem políticas que sustentem outra forma de educação. “Precisamos conjugar eu, tu e nós com um único sonho social e com a mesma intensidade”, destacou a educadora peruana.
Finalizando a primeira mesa de debates a educadora das Filipinas Gigi Francisco, destacou que o modelo capitalista de educação que é baseado em acúmulo financeiro e contratos sociais voltados para o consumo está se quebrando em diversos lugares do mundo. O modelo de educação atual ainda está voltado apenas para a formação de indivíduos em áreas que contemplem essa necessidade de consumo e isso tem criado níveis intermediários de trabalho. “Outro modelo de educação que valorize mais cursos com questões mais humanas seria uma forma mais produtiva de formação”, ressaltou Gigi Francisco.
O FME segue nesta quarta-feira, 25, com a mesa “Justiça ambiental: práticas educativaspara a construção de um outro mundo possível”. Confira a programação completa aqui.

Assista a marcha de Abertura do FST ao vivo....

Fórum Social num mundo de incertezas

Por Altamiro Borges

Teve início hoje, em Porto Alegre (RS), o Fórum Social Temático-2012. O evento, que faz parte do Fórum Social Mundial inaugurado nesta mesma cidade em 2001, deve reunir cerca de 40 mil ativistas de várias partes do planeta. Eles participarão de cerca de 900 oficinas, debates, marchas e shows, num rico processo de reflexão sobre os desafios dos movimentos sociais na atualidade.



O debate de abertura, realizado no Palácio Piratini, contou com as presenças de José Graziano, recém-empossado diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alberto Broch, entre outros convidados.

Três temas centrais

Ainda na manhã desta terça-feira, teve início o Fórum Mundial da Educação, que ocorre paralelamente ao Fórum Temático. Já no período da tarde, acontece a tradicional marcha de abertura do evento. Ativistas sociais, intelectuais de renome e governantes de vários países participarão da rica programação do FST. A presidente Dilma Rousseff, num gesto positivo, confirmou a sua participação.

Entre outros temas, três deverão concentrar as atenções dos participantes: a crise mundial do capitalismo, as novas ameaças de guerra e a defesa do meio ambiente. Inaugurado em janeiro de 2001, o Fórum Social Mundial já deu importantes contribuições às lutas dos povos no planeta. Ele serviu como plataforma programática para a vitória de vários governos progressistas na América Latina.

Crise capitalista e risco de guerra

Estes onze anos, porém, não verificaram apenas avanços da humanidade. Muito pelo contrário. O mundo hoje está mais perigoso e carregado de incertezas. Nos EUA e Europa, os trabalhadores são as principais vítimas da prolongada e sistêmica crise capitalista, com a explosão do desemprego, a regressão de direitos e a ascensão de governos dos banqueiros, num novo tipo de fascismo.

Na crise, as potências capitalistas se tornam mais agressivas. Barack Obama frustrou todas as expectativas de mudança e aguçou a política belicista e expansionista dos EUA. Na Europa, os governos de direita também acionam a Otan na carnificina imperialista. Há fortes indícios de que está em curso uma nova guerra de rapina, desta vez no Irã, com efeitos imprevisíveis.

Nesta semana, de 24 a 29 de janeiro, os lutadores sociais que tomam Porto Alegre e outras cidades da região metropolitana serão chamados a refletir sobre estes enormes desafios e a adotar plataformas e planos de ação contra esta onda regressiva e destrutiva do capitalismo. A unidade e ousadia nas respostas serão decisivas para concretizar o lema de que “Outro mundo é possível”.