terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

My name is Panamá


Um país sob o jugo da dominante cultura americana, o Panamá vive intensa crise de identidade e assiste à economia ficar cada vez mais atrelada aos EUA com a assinatura do TLC.



Sétimo país do qual os Latinautas mandam relatos, o Panamá vive uma profunda crise de identidade após um século de domínio dos EUA. Mesmo com o canal, principal fonte de divisas do país, tendo já passado ao controle panamenho desde 1999, a cultura e a economia do país continuam sob forte jugo americano.

O relato que segue apresenta um pouco daquilo que, na História do Panamá, serve de indícios para a descaracterização da cultura local, além de apresentar o papel da Teologia da Libertação que, a exemplo de outros países da América Central, mostra-se como uma das principais referências de lutas sociais. O controverso tema da assinatura do Tratado de Livre Comércio com os EUA é avaliado sob a ótica de economistas locais. Há ainda, o registro do lançamento do Partido dos Trabalhadores Panamenhos, que aconteceu durante a estada dos Latinautas no país.

Canal do Panamá; invasão dos Estados Unidos
O desejo de construir um canal na região da América Central, que ligasse os Oceanos Pacífico e Atlântico, sempre esteve presente nas mentes dos comerciantes europeus e norte-americanos. Diversos projetos surgiram ao final do século XIX. O que obteve maior destaque foi o dos Franceses, os quais, por já possuírem a experiência de terem construído o canal de Suez, ganharam a concessão e escolheram o Panamá como local ideal para sua construção.

Entretanto, a construção do canal começou a apresentar diversos problemas, os gastos eram muito maiores do que o orçamento inicial e milhares de homens perderam suas vidas por causa de doenças tropicais. A idéia inicial era a de construir um canal em linha reta, ao nível do mar. Aos poucos, os franceses demonstraram-se inaptos para dar seqüência à construção do canal do Panamá e, então, passaram seus direitos sobre a área para os Estados Unidos.

O Canal foi administrado pelos Estados Unidos durante o século XX. Toda a área que a eles “pertencia” funcionava como um país diferente do Panamá. Os panamenhos não podiam freqüentar os espaços norte-americanos, sendo privados do direito de circular dentro de sua própria nação.

Em 1989, os Estados Unidos invadiram oficialmente o Panamá com a justificativa de retirar o ditador Noriega do poder. Entretanto, a luta contra a ditadura deveria ser do povo panamenho e a invasão foi vista com bons olhos apenas pelos setores de elite da população, os quais teriam seus ganhos econômicos garantidos. Vale lembrar que o ditador Noriega sempre foi um fiel amigo estadunidense e trabalhou durante anos para a CIA. Quando seus serviços não mais contavam, os EUA decidiram então “proteger seus interesses”.

Em 1999, o Canal do Panamá passou, finalemnte, para as mãos panamenhas. Entretanto, muita pouca coisa mudou, pois o Canal segue operando voltado para os interesses de uma pequena elite local.

Identidade Panamenha
A moeda corrente panamenha é o Balboa. O Balboa é uma moeda fictícia. Existe somente como um nome, pois, na realidade, é sinônimo de dólar. Sim, o dinheiro que circula no país não se chama dólar, mas é o dólar. “Estranho” pensamos. Descobrindo isso, estávamos prontos para presenciar outros indícios de colonização norte-americana na região.

Os outdoors nas avenidas mais importantes da capital, Cidade do Panamá, são todos escritos em inglês. A grande maioria dos anúncios imobiliários também. Até mesmo a seção de oferta de emprego no jornal é em inglês, ou quem sabe, bilíngüe. Mas qual seria a língua oficial do país?

Demoramos um pouco para entender o que acontecia naquela nação. Durante os primeiros dias não sabíamos exatamente o que ocorria. Procurávamos manifestações da identidade local, mas era difícil encontrar algo autêntico. A população justificava-se dizendo que a Cidade do Panamá é uma capital moderna, onde vivem pessoas de diversas nacionalidades. Mas e o povo panamenho, onde se encontrava?

Tratado de Livre Comércio sob a ótica de um economista
Nossa primeira entrevista em solo panamenho foi com o economista Aléxis Sotto, representante da organização nacional de agricultores e produtores (ONAGRO). Sotto é também analista econômico de diversos setores do governo e de empresas privadas. Aléxis Sotto foi muito atencioso, dirimiu nossas duvidas e interou-nos da situação econômica do país, mais precisamente sobre a assinatura do Tratado de Livre Comercio (TLC) com os Estados Unidos.

Para Sotto, o TLC pode representar vantagens e desvantagens. Entretanto, o que mais preocupa o economista é que o Panamá possa, em algum ponto, perder sua soberania. “O país deve produzir seus produtos básicos, ou, ao final, ficaremos nas mãos dos Estados Unidos e teremos que comprar todos os produtos deles, com o preço que eles desejarem”.

Aléxis Sotto repetiu-se diversas vezes sobre a questão da soberania econômica. Disse também que um país deve sim participar de acordos econômicos desde que os mesmos beneficiem sua própria economia. Ao perguntarmos sobre a questão da moeda nacional, o economista respondeu que foi algo “natural” uma vez que, pelo país, passe carga de diversas procedências e a moeda corrente entre os negociantes sempre foi o dólar.

Saímos da entrevista com algumas dúvidas respondidas, mas a questão da identidade nacional ainda estava longe de ser resolvida e, para nós, era difícil aceitar que as coisas naquele nação acontecessem assim, tão “naturalmente”.

Igreja Católica
Assim como nos demais países da América Central, a Teologia da Libertação foi bastante difundida no Panamá. Atualmente, um dos principais representantes da mesma é a Fundação Pastoral Cáritas. Ainda que menos “radical” do que nos anos anteriores, a Pastoral segue com a filosofia de que a Igreja é para todos, as pessoas possuem os mesmos direitos independente de cor, gênero e/ou situação econômica.

O Panamá é o segundo país da América Latina com a pior distribuição de renda, perdendo apenas para o Brasil. A linha divisória entre ricos e pobres vem aumentando ao longo dos anos, fator que assusta muitos e é uma das principais preocupações do grupo Cáritas.

Conversamos com o Diácono César Carraquilla Vasquez, coordenador da Fundação. Segundo ele, diversos projetos de “desenvolvimento” presentes atualmente no Panamá possuem características neoliberais.

“Qualquer projeto que não leve em conta as pessoas que estão ao redor possuem uma característica neoliberal (...) as pessoas devem tomar consciência de que devem lutar por uma melhor qualidade de vida. Isso não surgirá de maneira espontânea. Nós temos que lutar pela vida, a vida que nos deu Deus. Uma vida em que todas as pessoas tenham direito a um pão, à assistência medica, à educação e à recreação. Se tivermos isso claro, concluímos que qualquer projeto deve promover o desenvolvimento integral do ser humano”, concluiu o diácono.

Um Canal ao serviço de um país ou um país ao serviço de um canal?
O encontro com o professor universitário e radialista Miguel Antonio Bernal foi, sem dúvida alguma, o mais esclarecedor de todos. Bernal demonstrou-se muito direto e claro em suas palavras, trazendo-nos a compreensão da atual situação do país num contexto amplo.

Para ele, a crise de identidade que o país enfrenta é tão séria que o Panamá encontra-se em um momento decisivo dentro do qual terá que decidir se será um país ou apenas um Canal. Leia a entrevista na íntegra com Miguel Antonio Bernal (leia aqui).

(*) Latinautas é o apelido dado pela Carta Maior à equipe da expedição "Da América para as Américas", formada por Milena Costa de Souza, Pedro José Sorroche Vieira, Thiago Costa de Souza e Ligia Cavagnari. Eles atravessam as Américas, passando por 17 países, percorrendo mais de 25 mil km em busca de uma identidade de resistência à hegemonia política, econômica e cultural exercida pelos EUA.
Fonte : cartamaior

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

O que é a globalização...boa reflexão!!


Sob o título “O mercado contra o Estado", Ignacio Ramonet – editor do Le Monde Diplomatique e autor de “Biografia a duas vozes”, entrevista de cem horas com Fidel Castro (Boitempo Editorial) – dá uma sintética e competente definição da globalização neoliberal.

Usemos este texto como tema de discussão, para entender melhor os problemas do nosso tempo, do mundo e do Brasil. É um bom texto para ser reproduzido e utilizado em seminários de debate.

"O que é a globalização? O enfrentamento central do nosso tempo. Aquele do mercado contra o Estado, do steor privado contra os serviços púiblicos, do indivíduo contra a coletividade, dos egoísmos contra as solidariedades.

Por todos os meios, o mercado procura ampliar sua área de intervenção em detrimento do Estado. É por isso que as privatizações se mutliplicam em todos os lados. Elas são, de fato, simplesmente tranferências para os setor privado de fragmentos (empresas, serviços) do patrimônio público. O que era gratuito (ou mais ou menos barato) e à disposiçáo de todos os cidadãos sem distitnção se torna pago ou mais caro. Esta grande regressão social tem sobretudo relação com as camadas mais pobres da população. Porque os serviços públicos são o patrimònio dos que não têm patrimônio.

A globalização é também, pelo mecanismo das trocas comerciais, a interdependência cada vez mais estreita das economias de numersos países. O fluxo das exportações e das importações aumenta regularmente. Mas a globalização das trocas se refere sobretudo ao setor financeiro, porque a liberdade de circulação dos fluxos de dinheiro é total. E isto faz com que este setor domine, com grande vantagem a esfera da economia.

As pessoas que detêm fortunas se encontram, para mutliplicar seu capital, diante da seguinte alternativa: seja investir seu dinheiro na Bolsa (não importa em que Bolsa do mundo, pois os capitais circulam sem entraves), seja investi-lo em um projeto industrial (criação de uma empresa de fabricação de produtos de consumo). Neste caso, a rentabilidade média é de entre 6 e 8% na Europa. Em compensação, no caso de um investimento na Bolsa, a rentabilidade pode chegar a níveis muito mais altos (na França, em 2006, os mercados bursateis conheceram uma alta de 17,5%, na Alemanha de 22% e na Espanha de 33,6%!)

Diane de diferenças tão grandes, os proprietários de capitais só aceitam investir na indústria (onde são criados empregos) com a condição de que isso lhes renda cerca de 15% ao ano. Mas vimos como a rentabiliade média para esse tipo de investimento na Europa é de entre 6 e 8%. O que fazer? Pois bem, investir na China ou na Tailândia, por exemplo, países nos quais, em razão dos custos muito baixos da mão de obra, o retorno sobre o investimento pode chegar e até superar os 15%. É por isso que tantos investimentos são feitos atualmente, principalmente na China.

E como a finalidade do exercício consiste em fabricar com baixos custos nos países pobres para vender a preços muito altos nos Estados ricos, isso leva a uma avalanche de produtos importador dos países-fábricas e vendidos, por exemplo, na Europa. Aqui eles competem deslealmente com os mesmos produtos fabricados no Velho Continente com custos de mão de obra mais altos porque os direitos sociais dos trabalhadores são aqui – felizmente – mais importantes. Em conseqüência as empresas européias vão à falência e numerosos outras são obrigadas a fechar as portas e a licenciar seus trabalhadores.

Para sobreviver, alguns capitalistas optam por “deslocalizar”, isto é, transferir seu centro de produção para um país com mão de obra barata. O que se traduz, também nesse caso, nos países ricos, em fechamento de empresas e em desemprego.

A globalização atua assim como uma mecânica de triagem permanente sob o efeito de uma concorrência generalizada. Há concorrência entre o capital e o trabalho. E, como os capitais circulam livremente, enquanto os homens são muito menos móveis, quem ganha é o capital.

Da mesma forma que oa grandes bancos ditaram, no século XIX, sua atitude para numerosos países, ou como as empresas multinacionais o fizeram entre os anos 1960 e 1980, os fundos privados dos mercados financeiros têm agora em seu poder o destino de muitos países. E, em certa medida, o destino econômico do mundo.

Os mercados financeiros estão em condições de ditar suas leis aos Estados. Nessa nova paisagem político-econömica, o global se impõe sobre o nacional, a empresa privada sobre o Estado. Náo há praticamente mais distribuição de renda e o único ator do desenvolvimento – nos dizem – é a empresa privada, o único reconhecido como competente em escala internacional. E assim o único motor em torno do qual – nos dizem – é preciso reorganizar tudo.

Em uma economia globalizada, nem o capital, nem o trabalho, nem as matérias primas constituem, em si, o fator econômico determinante. O importante, é a relação ótima entre esses três fatores. Para estabelecer essa relação, uma emrpesa não leva em conta nem as fronteiras, nem as regulamentações, mas apenas a exploração mais rentável que ela possa fazer da informação, da organização do trabalho e da revolução da gestão. Isso produz sistematicamente uma fratura das solidariedades dentro de um mesmo país. Ocorre assim um divórcio entre o interesse das empresas e os interesses da coletividade nacional, entre a lógica do mercado e a lógica da democracia.

As empresas globais fingem que não têm nada com isso: elas sub-contratam e vendem no mundo inteiro; e reivindicam um caráter supra-nacional que lhes permita atuar com uma grande liberdade porque não existe, para dizê-lo de alguma maneira, instituições internacionais com caráter político, econômico ou jurídico em condições de regulamentar eficazmente seu comportamento.

A globalização constitui assim uma imensa ruptura econômica, política e cultural. Ela submete os cidadãos a uma regra única: “adaptar-se”. Abdicar de qualquer vontade, para obedecer mais às injunções anônimas dos mercados. Ela constitui o ponto de chegada final do economicismo: construir um homem “mundial”, esvaziado de cultura, de sentido e de consciência do outro. E impor a ideologia neoliberal em todo o planeta".

(Publicado em “Les dossiers de la mondialisation”, Manière de voir de Le Monde Diplomatique – janeiro-fevereiro de 1007-
(Tradução de Emir Sader)

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Campanha distribui livros a 10 mil presos palestinos em Israel


"Um preso, um livro" é uma iniciativa da Campanha pela Libertação de Maruan Barguti e Todos os Presos, movimento palestino contrário às prisões políticas promovidas por Israel. O objetivo é promover a distribuição de livros entre os 11 mil presos palestinos em 20 prisões militares israelenses.


Os 10 mil exemplares obtidos inicialmente vieram de doações de 35 ONGs e diversas personalidades palestinas. Desde setembro 2000, o início da Segunda Intifada, são estimadas em 50 mil as prisões de palestinos, incluindo 4 mil crianças (10% delas permanecem detidas). Dos parlamentares palestinos, 40 são mantidos presos. Os dados são da própria Campanha, e dizem respeito a janeiro de 2007.

Parte dos presos fica permenece presa em detenção administrativa, mecanismo legal israelense que permite a reclusão, por até seis meses, sem julgamento nem informação do motivo da detenção. A entidade, no entanto, denuncia casos em que palestinos permaneceram até sete anos presos.

Maruan Barguti

Aos 46 anos, o ativista palestino Maruan Barguti é mantido preso desde 15 de abril de 2002, quando era parlamentar palestino eleito pelo Fatá, pertido de Iasser Arafat e Mahmoud Abbas. É apontado como fundador da Brigada dos Mártires de Al-Aqsa, braço armado do partido político. Condenado em dezembro de 2002, cumpre cinco prisões perpétuas por assassinato e tentativa de assassinato. É apontado como "terrorista" pelo governo israelense.

A Campanha pela Libertação de Maruan Barguti e Todos os Presos foi criada como uma rede que reúne organizações em defesa dos direitos dos presos políticos. Barghouti, visto como preso político pela entidade, chegou a lançar-se à presidência da Autoridade Palestina em 2004 como candidato independente, mas retirou-se da disputa para apoiar Mahmoud Abbas. Em dezembro de 2005, de dentro da cadeia, rompeu com o grupo para criar o partido al-Mustaqbal (O Futuro).

Barghouti era um dos presos cuja libertação era reivindicada pelo Comitê de Resistência Popular, responsável pelo sequestro do soldado Gilad Shalit, detido em junho de 2006. A prisão dele e de outros dois soldados israelenses serviram de pretexto para a agressão ao Líbano. O trabalhista Shomn Perez, ex-premier e postulante a candidato à presidência de Israel, defende o perdão a Barguti.

Fonte: vermelho

sábado, 3 de fevereiro de 2007

UNE de volta pra casa: estudantes retomam terreno histórico


Depois de um ato com ex-presidentes da União Nacional dos Estudantes (UNE), cerca de cinco mil pessoas marcharam nesta sexta-feira (01/02) na Culturata rumo ao terreno na Praia do Flamengo que pertencia ás entidades estudantis até o Golpe de 64. Com muita irreverência, música e emoção os manifestantes derrubaram o portão do estacionamento irregular, que até então funcionava no terreno, e tomaram de volta o que a ditadura lhes tirou.



Estudantes derrubam portão de terreno, onde ficava antiga sede da UNE

A Culturata, que saiu dos Arcos da Lapa na cidade do Rio de Janeiro por volta das 16 horas, teve na sua linha de frente ex-presidentes da UNE como Aldo Arantes, Ricardo Capelli, Wadson Ribeiro e Felipe Maia. Entre os ex-presidentes da velha guarda estavam José Frejat, Genival Barbosa e Irum Santana, que presenciou a Fundação da UNE em 1.937. O autor da chamada “bíblia do movimento estudantil” – O Poder Jovem – Arthur Poerner também se somou á primeira fileira.

Artistas participantes da 5º Bienal de Arte, Ciência e Cultura da UNE, evento do qual a manifestação fez parte, apresentaram uma esquete ao longo da caminhada lembrando os principais fatos que marcaram a história da entidade. Em frente ao Hotel Glória um grupo de manifestantes vestidos de preto deitou no asfalto com bandeiras da UNE, simbolizando o assassinato ocorrido no dia 28 de março de 1.968, no então Restaurante Calabouço, do jovem secundarista Edson Luís.


Com um clima tenso e entusiasmado os estudantes, assim que chegaram ao estacionamento, forçaram o único portão de acesso até que o mesmo tombasse no chão. Dentro do Estacionamento se encontrava apenas dois funcionários que não apresentaram resistência à manifestação. Em poucos minutos centenas de jovens ocupavam o terreno prometendo sair somente depois que a Justiça lhes desse definitivamente a posse do mesmo.

Segundo o Presidente da UNE, Gustavo Petta, “esta não é uma ocupação momentânea; a sede política da UNE a partir de agora funciona aqui [no terreno] e todos os dias teremos conosco artistas e personalidades que apóiam a nossa campanha ‘UNE de volta pra casa”. A UNE entrou com uma liminar na Justiça nesta sexta (01/02) para apressar a tomada de posse do local. Cerca de cem estudantes deverão ficar permanentemente acampados no terreno.


A atriz Vera Holtz ouviu pelo rádio a notícia da ocupação e veio ao ato manifestar sua solidariedade e apoio, “eu ensaiava no CPC da UNE com amigas no dia que a ditadura incendiou a nossa casa e não poderia faltar no dia que a tomamos de volta”, declarou. Além da atriz está programado para os próximos dias a presença de Lenini e Popó.


Do Rio de Janeiro,
Carla Santos

Fonte: vermelho

Aprendendo mais sobre o ISLÃ...

'A Mulher Muçulmana'

Aprendemos que, por mais que o Islam seja denegrido e mau visto, Deus faz a verdade prevalecer e aqueles que a procuram a encontram. Porém, como isto acontece? Acontece quando o Muçulmano esclarece sua religião, mesmo no auge da difamação, e faz desta difamação uma propaganda a seu favor, não se importando com o que dizem ou pensam os malfeitores. Com boa conduta, educação e sua paciência no esclarecimento e propagação da religião, como fizeram o Profeta(S) e seus companheiros, podemos ser seus sucessores e ter a honra e virtude de ensinar o bem à humanidade, apagando tais conceitos irreais.

Ontem, Abu Jahl atacou o Profeta e quis impedir a propagação e manifestação da Fé Islâmica. Hoje atacam os Muçulmanos e os taxam de atrasados, terroristas, extremistas, fundamentalistas, etc, temendo a propagação do Islam e uma derrota midiática.

Citação:
"Ó humanos, temei a vosso Senhor, que vos criou de um só ser, do qual criou a sua companheira e, de ambos, fez descender inúmeros homens e mulheres. Temei a Allah, em nome do Qual exigis os vossos direitos mútuos e reverenciai os laços de parentesco, porque Allah é vosso Observador." { Alcorão Sagrado, 4ª:1}


De fato, uma das maiores críticas ao Islam nos dias de hoje se refere aos direitos da mulher, e a sua posição dentro da religião islâmica. Porém, após anos de preconceito baseado em nada além do medo do crescimento da fé muçulmana por todo o mundo, o Ocidente obteve uma visão distorcida sobre a mulher islâmica - uma visão que não reflete a realidade.

O Ocidente sempre vê a mulher islâmica como inferior e submissa, mas o Islam sempre foi uma religião que inovou no direito das mulheres, não só no contexto da cultura árabe, mas relativo a todo o mundo.

Falando da questão no Brasil, esse fato também não deixou de seguir o mesmo caminho das infundadas críticas ocidentais ao Islam. A Rede Globo, principal rede de comunicação do Brasil (e terceira maior rede de televisão do mundo), trouxe a 'vida muçulmana' para dentro das casas dos brasileiros, uma novidade para muitos, com a novela 'O Clone'.

Como qualquer novela, ela é fantasiosa, tem coisas que não correspondem à realidade - isso é mais do que óbvio. A violência do homem e submissão da mulher ficam claros na novela, como no caso em que um personagem - o tio - dá um tapa na cara da menina - a sobrinha. Uma pessoa religiosa, que vive sua vida sob a fé islâmica, jamais teria uma atitude como aquela, muito menos lidando com um familiar, por uma questão tão simples. Quando falam da mulher, na novela, perguntam se ela é 'prometida'. Novamente, está explícito esse contexto da 'mulher submissa', escolhida pelo homem, sem direito sequer se escolher com quem passará o resto da sua vida.

Para começar, não existe 'a mulher muçulmana'. Existem as mulheres muçulmanas. Isso depende de vários fatores, como condição social e país de origem. A mulher muçulmana reza cinco vezes por dia, mas não são todas que cumprem, como em qualquer mandamento religioso. No Brasil, usam o véu num país onde quase não se conhece a religião. Praticam as orações, fazem jejum no mês de Ramadã. As meninas trabalham, estudam, outras são donas de casa, tem de tudo - como qualquer outra religião ou sociedade atual.

Porque a mulher muçulmana é vista pelo Ocidente como uma mulher que tem menos direitos, inferiorizada, submissa? Até pela própria vestimenta se associa a isso. Para o Ocidente, o fato da mulher usar o véu é sempre associado à submissão e ignorância. Já para a mulher muçulmana, o véu é entendido como algo que a dignifica, dá valor, que impõe respeito. É uma idéia diametralmente oposta à que o Ocidente faz do véu, e da própria mulher. Quanto aos direitos e deveres, o Alcorão é bem claro quando diz que a mulher tem direitos sobre o marido e o marido sobre a mulher. O Islam foi uma religião que inovou nos direitos da mulher em coisas que a Europa só conseguiu há pouco tempo. A mulher no Ocidente não votava. A muçulmana tem esse direito desde o surgimento do Islam. A mulher tem o direito ao divórcio e à herança, o que é bem mais recente do que na Europa.

Está no Alcorão que toda mulher muçulmana deveria se cobrir com seus véus porque é mais conveniente para que não sejam molestadas. Isso tem uma finalidade. O significado do véu é esconder das vistas do homem tudo aquilo que desperta o desejo. Toda a sensualidade, toda a beleza, a mulher esconde isso dos homens e restringe isso ao seu marido e ao ambiente familiar. Na presença dos pais, avós, tios, sogros, a mulher pode se produzir da maneira que quiser, pode se maquiar, fazer o cabelo e se vestir da maneira que quiser. O objetivo é não despertar o desejo carnal de outros homens. Sendo assim, muito do que é usado no Ocidente como um ataque aos 'direitos da mulher' não passa de uma proteção à mulher.

Os Direitos da Mulher no Islam

1. No decorrer da história, a mulher sempre foi considerada a culpada pelas desgraças que assolavam o mundo. Já no Islam, a mulher não é responsável pelo pecado original de Adão, porém ambos erraram e ambos se arrependeram e foram perdoados e a descendência de Adão e Eva nada têm a expiar senão pelos próprios erros, e também afirmamos que, se um dos dois tem uma parcela maior de culpa, esse é Adão.

2. Ainda chegaram a ponto de especular se a mulher tinha ou não uma alma. A taxaram de demônio e lhe foi negado o direito de pensar, de herdar, de ser responsável pelos próprios bens e de sentir prazer sexual. Deus confirmou que a mulher é um ser humano completo, dotada de corpo e alma, e a igualou ao homem na prática religiosa e na recompensa da outra vida... *A quem praticar o bem, seja homem ou mulher, e for fiel, conceder-lhe-emos uma vida agradável e o premiaremos com uma recompensa superior ao que houver feito* (Alcorão Sagrado 16:97)

3. A mulher muçulmana não só tem o direito, mas também o dever de estudar e procurar o conhecimento, porque essa é a melhor forma de se aproximar de Deus. Ela passa a ter os seus horizontes abertos, e a sua fé passa a ser uma fé consciente, enraizada na mente e no coração. A mulher é a base da sociedade, pois ela é a mãe e a "é a melhor das escolas"; é com ela que aprendemos tudo o que se refere aos princípios morais e boas maneiras. Logo, se a mãe é sábia e virtuosa, seus filhos assim crescerão, e a sociedade será consolidada na verdade e na virtude.

4. A mulher no Islam têm direito a herança e de dispor dos seus bens como quiser. Diz Allah, o Altíssimo: *Não ambicioneis aquilo com que Deus agraciou uns, mais do que aquilo com que (agraciou) outros, porque aos homens lhes corresponderá aquilo que ganharem assim, também as mulheres terão aquilo que ganharem. Rogai a Deus que vos conceda a Sua graça, porque Deus é Onisciente.* (Alcorão Sagrado 4:32). Este direito dado a mulher no estatuto muçulmano a 1400 anos atrás, só foi conquistado pela mulher no Brasil em 1962, quando teve os direitos de assinar contratos e receber herança se a autorização do marido. Na Inglaterra, só em 1882 lhe foi assegurado o direito de dispor do seu dinheiro.

5. Quanto ao casamento, a mulher tem o direito de escolher com quem irá casar e também manter o seu nome de solteira após o casamento, pois o nome é parte da identidade e da personalidade da pessoa e, uma das formas de aprisionar a mulher e colocá-la sob o domínio do homem, foi fazê-la adotar o nome do marido após o casamento, como um objeto que é passado de uma pessoa para a outra. A primeira mulher a ir contra essa agressão foi Lucy Stones, em 1885.

6. O Islam garantiu ą mulher o direito ao prazer sexual, direito que a ocidental só conquistou após a revolução sexual, pois antes a mulher que demonstrava sentir prazer era considerada prostituta. No Islam é diferente, é estabelecido o casamento como único entre homem e mulher e, dentro das regras do casamento o profeta Muhammad disse: "Não tenhais relações com vossas esposas como os animais. Que haja entre vós uma ligação! Perguntaram-lhe: Que ligação é essa? Então disse: O beijo e a conversa”.

7. A mulher muçulmana foi privilegiada por Deus em relação aos pais, pois a posição da mãe é três vezes superior à do pai. O profeta disse: " O paraíso jaz aos pés das mães ". Portanto, a obediência aos pais é uma obrigação do muçulmano, principalmente à mãe, pois ela é a base da família e ela sofreu as dores do nosso parto, de nos educar e sofrer para o nosso bem. Assim também, o Islam respeita a mulher como filha e ordena que pai e mãe zelem pela educação das meninas e prometeu o paraíso para o muçulmano que educar uma filha e a ensinar os bons modos islâmicos após terem difundido na Arábia pré-islâmica que ter uma filha era motivo de vergonha e desonra. Diz o Alcorão Sagrado: *E atribuem filhas a Deus! Glorificado seja! E anseiam, para si, somente o que desejam. Quando a algum deles é anunciado o nascimento de uma filha, o seu semblante se entristece e fica angustiado. Oculta-se do seu povo, pela má notícia que lhe foi anunciada: deixa-la-á viver, envergonhado, ou a enterrará viva? Quem péssimo é o que julgam!* (Alcorão Sagrado 16:57-59)

8. O uso do véu não é uma invenção do Islam, como muitos podem imaginar. Faz parte da religião cristã que a mulher traje o véu, de acordo com a própria bíblia. Já no Islam a muçulmana cobre todo o corpo com exceção do rosto e mãos, vestindo uma roupa não apertada e não transparente. Deus, ao estabelecer o uso do véu, conscientizou a mulher de que este véu é um sinal de libertação para ela, tem o seu corpo e sua honra protegidos, e não será molestada pelos olhares pecaminosos dos homens: *Ó profeta, dize a tuas esposas, a tuas filhas e as mulheres dos crentes que (quando saírem) se cubram com suas mantas; isso é mais conveniente para que sejam reconhecidas e não sejam molestadas; Allah é Indulgente, Misericordioso* (Alcorão Sagrado 33:59)

9. A mulher muçulmana também pode votar. Enquanto ela teve este direito há 1400 anos, nos Estados Unidos, a mulher só conseguiu esse direito em 1916, e no Brasil, em 1932.

10. A mulher pode exercer qualquer função que não vá contra os princípios do Islam, que não agrida a sua natureza feminina e que não a ocupe totalmente, fazendo com que descuide da família, pois isso causa sérios prejuízos ą sociedade, pois acarreta na não educação materna, no abandono dos filhos que serão entregues as "mães artificiais". No Islam, a mulher tem o direito de ser sustentada pelo pai, irmão ou marido, visto ser uma injustiça querer que ela trabalhe dentro e fora de casa.

A mulher tem grande importância dentro do Islam, pois Deus é justo e distribui os direitos e deveres de acordo com sua plena justiça.

Atualmente, as reivindicações e movimentos pela garantia dos direitos da mulher são assuntos prioritários nas sociedades que injustiça à mulher. Os direitos da mulher e a libertação da mulher são assunto prioritário, prioridade que se deve ao fato de a mulher estar aprisionada e injustiçada. Não é dado ą mulher o valor que ela tem mesmo sendo o alicerce da família, da sociedade e do mundo e sendo a metade da sociedade humana. Antigamente, a posição social da mulher era praticamente nula; em alguns códigos, a mulher contava-se propriedade do homem; em outras civilizações não tinha o direito ą herança ou a propriedade; na Índia, ela não tinha direitos independentes do pai, marido ou filho, e se o marido morresse era condenada a morrer no dia da morte do marido dela; alguns consideram a mulher uma maldição; até pouco tempo atrás pesquisavam se a mulher é obra de Deus ou do diabo, se a mulher tem alma ou não tem!

Esqueceram de todos estes crimes que eram e são cometidos contra a mulher e só se lembraram de acusar os muçulmanos de oprimirem a mulher e não darem a ela os direitos que ela merece. E por incrível que pareça, o Islam cresce mais entre as mulheres, e as novas muçulmanas alegam ter encontrado no Islam o respeito que procuravam e os seus direitos garantidos sem segundas intenções.

Os direitos conquistados pela mulher têm custado para a mulher ocidental o que não custou para a mulher muçulmana. A mulher no ocidente está a cair numa verdadeira armadilha. Dizem a ela: "Nós vamos te libertar, você vai ser livre e ter os seus direitos". Porém, estes direitos não garantem o principal direito: o respeito ą mulher como ser humano, como mãe, como esposa , como irmã, como filha, como educadora.

Em nome da liberdade, a mulher é usada e manipulada na sociedade. Seu corpo é vendido; é usado como uma estátua para enfeitar os programas de auditório; a mulher é comparada a objetos em comerciais, por acaso não lembram dos comerciais de cerveja na TV, em um deles perguntam: O que o brasileiro mais gosta, mulher, cerveja, praia ou futebol? Em outra propaganda aparece um senhor ao lado de duas moças com o seguinte slogan: "troquei" uma de 51 por duas de 21. Comparar a mulher a futebol e cerveja e trocá-la faz parte dos seus direitos?! Se a mulher tem um corpo formoso e belo é valorizada e considerada, se não é mais uma! A moda que difundem na sociedade tende a expor cada vez mais o corpo da mulher, e a convenceram de que isto é liberdade, está sendo usada e assediada e acredita que isto lhe trará respeito e dignidade, não percebe que assim ela está sendo submissa ao homem e está a atender aos seus desejos e impulsos ilimitados.

Ao garantir os direitos da mulher devemos nos preocupar em não prejudicá-la em nome deste direito, a sobrecarregando e impondo a ela junto com estes direitos deveres que não fazem parte de sua natureza.

O Papel Da Mulher No Islam

Influenciada pela campanha anti-islâmica orquestrada pelos agentes do imperialismo atuante inclusive no Brasil, resultou em uma impressão da mulher muçulmana que era carregada de submissão irracional, escravidão e enclausuramento forçado.

Impressão está que tem boa parte de suas ocas fundações ou nas fantasias hollywodianas carregadas de erotismo, luxuria e mercantilização da mulher como por exemplo a visão dos haréns recheados de beldades irracionais e subumanas fornecida pela grande farsa da leitura oriental chamada de As Mil e Uma Noites.

Vamos apresentar de uma forma sucinta o verdadeiro valor da mulher dentro da sociedade Islâmica, nos utilizaremos para satisfazer tal intento as únicas e aceitáveis fontes de informações fidedignas, que são o Alcorão Sagrado e a Sunnah do profeta Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), que foi narrada por seus companheiros e que é chamada de Hadith.

A Condição da Mulher No Islam

Com a forma como a qual o Cristianismo, no geral, idealiza a mulher, idealização está que abortou a imagem feminina como sendo fonte de todo o pecado ligado a sensualidade, o Islam, por sua vez, instituiu a co-responsabilidade nestas questões. Por outro lado, o Alcorão Sagrado exemplifica em mais de uma passagem que a relação dos humanos com Deus se constitui na fé e nos atos realizados neste plano existencial.

Transmitindo uma mensagem de equitatividade nunca antes presente em nenhum outro livro Sagrado (Bíblia ou Torah), diz Deus no Alcorão Sagrado:

Citação:
''A quem praticar o bem, seja homem ou mulher, e for fiel, concederemos uma vida agradável e premiaremos com uma recompensa, de acordo com a melhor das ações.'' (Alcorão Sagrado 16:97)


Citação:
''Quanto aos muçulmanos e às muçulmanas, aos fiéis e às fiéis, aos consagrados e às consagradas, aos verazes e às verazes, aos perseverantes e às perseverantes, aos humildes e às humildes, aos caritativos e às caritativas, aos jejuadores e às jejuadoras, aos recatados e às recatadas, aos que se recordam muito de Deus e às que se recordam d’Ele, saibam que Deus lhes tem destinado a indulgência e uma magnífica recompensa.'' (Alcorão Sagrado 33:35)


Seja homem ou mulher que cumprir os cinco pilares - ''práticas'' - do Islam terá a sua recompensa como diz Deus no Alcorão Sagrado:

Citação:
''Ó humanos, em verdade, Nós vos criamos de macho e fêmea e vos dividimos em povos e tribos, para reconhecerdes uns aos outros. Sabei que o mais honrado, dentre vós, ante Deus, é o mais temente. Sabei que Deus é Sapientíssimo e está bem inteirado.'' (Alcorão Sagrado 49:13)


Pode se deduzir portanto que o Alcorão Sagrado tenciona estabelecer o equilíbrio entre o homem e a mulher, nunca precedendo um em detrimento do outro. Invariavelmente para cada homem piedoso o Alcorão Sagrado cita com igual estima uma mulher piedosa.

Os casos das esposas de Abraão e Adão e das mães de Jesus e Moisés (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre eles), exemplificam está tendência.

O Aspecto Intelectual Da Mulher

O profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), disse aos seus contemporâneos:

Citação:
''A procura do conhecimento é um dever para todos os muçulmanos''


E ainda acrescentou:

Citação:
''Procurem a sabedoria do berço até o túmulo.''
Citação:


E disse também:

''Procurai o conhecimento nem que para isso tenham que ir a China."


Está preciosa herança do profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), nos indica claramente que a percepção dos bens materiais ou imateriais que estão a nossa volta e a conseqüentemente transformação dele em benefícios para os mesmos ou para outros constituem em uma ''razão de vida'', para todos os muçulmanos independente do sexo, idade ou condição social.

O Alcorão Sagrado convida a homens e mulheres para que observem o universo, as plantas os animais, a chuva e etc, com a finalidade de desenvolver a inteligência e a percepção da existência de Deus.

Uma das mais nobres figuras da história do Islam é uma mulher, Aisha (que Deus esteja satisfeito com ela) conhecida por sua inteligência privilegiada e uma ótima memória.

Ela debatia freqüentemente com o profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), seu marido, os assuntos pertinentes à comunidade Islâmica, desde o mais simples até aos mais complexos e delicados.

Ela foi também, após o falecimento do profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), ativa preservadora, organizadora, e divulgadora das tradições do profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), para as gerações futuras.

Outro exemplo temos em Nafissah, descendente do Khalifa Ali e Shaikh Shuhda de Bagdá, que adquiriram fama por terem conhecimento das ciências e da literatura. O Iman Shafii, o grande teólogo do Islam, recorria a Nafissah quando lhe assolava a duvida em qualquer aspecto do Islam, literário, sociólogo, jurídico, etc.

Relação Entre Os Sexos

O Alcorão Sagrado descreve a relação entre o homem e a mulher como sendo de natureza interdependente e não independente para ambos, diz Deus no Alcorão Sagrado:

Citação:
''Entre os Seus sinais está o de haver-vos criado companheiras da vossa mesma espécie, para que com elas convivais; e colocou amor e piedade entre vós. Por certo que nisto há sinais para os sensatos.'' (Alcorão Sagrado 30:21)


Se por um lado o Islam garante as mulheres o acesso a educação e lhes assegura uma participação digna dentro da sociedade, Por outro determina a necessidade da união com o homem por meio lícito ou seja o matrimonio, e não concebe nenhuma união independência de um conjugue em relação ao outro.

Assim a relação entre o casal não pode ser sorteada somente por atração e compatibilidade sexual, mas sim com base em outros valores morais como amor, respeito, compreensão mutua e misericórdia.

Em outra surata o Alcorão Sagrado fala sobre a tônica da relação a dois:

Citação:
''Acercar-vos de vossas mulheres, porque elas são vossas vestimentas e vós o sois delas.'' (Alcorão Sagrado 2:187)


A expectativa do Islam, com relação a participação das mulheres não só no casamento como também na vida em comunidade, é criar u, elo deste ultimo com ''o todo social'' resguardando uma participação vital do casal como elemento formador de um núcleo familiar sadio, base da sociedade harmônica.

Direitos e Deveres Das Mulheres

Para entender com mais clareza o papel da mulher na sociedade islâmica precisamos saber seus direitos e deveres na comunidade, diz Deus Louvado Seja, no Alcorão Sagrado:

Citação:
''Os homens são os protetores das mulheres, porque Deus dotou uns com mais (força) do que as outras, e pelo o seu sustento do seu pecúlio.'' (Alcorão Sagrado 4:34)


Em uma sociedade muçulmana, o marido tem a completa responsabilidade de sustento de sua família, o que a esposa ganha ou possui ficam com ela.

O profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), disse:

Citação:
''A melhor esposa é aquela, que quando você a olha sente-se feliz, quando você pede algo ela obedece, ela protege seus direitos e guarda sua castidade quando o marido está ausente.''


O papel da mulher muçulmana no lar tem muita importância para a felicidade do marido e o bem estar e desenvolvimento físico e espiritual das crianças.

Ela é poupada da luta cotidiana do trabalho e sobrevivência no ambiente competitivo dos homens para que ela mantenha a sua saúde mental e equilíbrio necessário para educar e formar o caráter das crianças, deste tratamento depende o comportamento da sociedade das próximas gerações.

As mulheres são predispostas geneticamente a reagirem a estímulos de maneira diferente do ser masculino.

As que protestam pela emancipação feminina, alegam que o equilíbrio nas relações entre os sexos é sinônimo de repressão e dependência das mulheres.

O Islam, ao contrário, testa que este equilíbrio tem sua origem em fatos imutáveis, e que ele não pode ser alterado, porque neste caso, surgiria uma quebra na lógica dos relacionamentos entre o homem e a mulher.

Se uma criança do sexo feminino prefere uma boneca ou outros brinquedos representem ternura, carinho ou delicadeza, não é por imposição machista mas sim por pré disposição instintiva que se originou em sua formação da identidade intelectual.

Seria violentar a sua natureza, que tenta-se em nome da ''igualdade dos sexos'', presenteá-la com um par de luvas de boxe?

Da mesma maneira seria desastroso para a natureza da mulher tentar impor-lhe em uma sociedade as mesmas atribuições que se impõe á um homem.

Infelizmente, está prática é comum nas sociedades que se auto denominam ''progressivas'' acarretando a elas, as conseqüências dos malefícios tão conhecidos; degradação da família, delinqüência juvenil, toxicomania, alcoolismo, distúrbio da personalidade, etc.

Somente através de uma ação conjunta entre célula familiar, escola, entre outros, podemos estabelecer iniciativas de reeducação para compor um equilíbrio entre os sexos.

Particularmente o núcleo familiar assume um papel de especial importância nesta tarefa, pois é o primeiro grupo de influência com o qual as crianças tem contato.

É a obrigação dos pais informarem-se a respeito das diferenças que existem entre igualdade e equitatividade.

Estes dois princípios, cuja a compreensão faz-se necessária para que possamos por de um lado as falsas noções de igualdade, nos permite estabelecer a justiça entre os sexos como parâmetro na educação familiar.

O Casamento e a Família

A união das células dá origem ao corpo humano. Cérebro, nervos, são partes do corpo humano - organismos - altamente organizados, e administrados por uma disciplina rigorosa.

Guardando as devidas proporções, podemos traçar um paralelo de composição com os seres humanos, cuja sobrevivência também depende da submissão a determinadas leis e do nível de organização com que elas são cumpridas.

Sociologicamente falando, uma família é definida como uma estrutura especial cujos elementos principais são ligados uns aos outros através dos laços sangüíneos estabelecidos pelo casamento, que para se concretizarem precisam satisfazer exigências mutuas, definido pela religião, reforçado pela lei e institucionalizado pelos indivíduos.

No Islam, os pais desempenham um papel importante na escolha do futuro esposo da filha, para que possa se concretizar esta união é necessário o seu consentimento.

O homem tem que tratar a sua esposa com gentileza mesmo que o seu casamento não esteja indo muito bem com ela, como diz Deus o Altíssimo no Alcorão Sagrado:

Citação:
''Ó fiéis, não vos é permitido herdar as mulheres, contra a vontade delas, nem as atormentar, com os fim de vos apoderardes de uma parte daquilo que as tenhais dotado, a menos que elas tenham cometido comprovada obscenidade. E harmonizai-vos entre elas, pois se as menosprezardes, podereis estar depreciando seres que Deus dotou de muitas virtudes.'' (Alcorão Sagrado 4:19)


No Islam não existe duplo padrão moral; o que não é bom para mulher não é considerado bom para o homem. Os castigos por violar a lei é igual para ambos.

Citação:
''Dize aos fiéis que recatem os seus olhares e conservem seus pudores, porque isso é mais benéfico para eles; Deus está bem inteirado de tudo quanto fazem. Dize às fiéis que recatem os seus olhares, conservem os seus pudores e não mostrem os seus atrativos, além dos que (normalmente) aparecem. Ó fiéis, voltai-vos todos, arrependidos, a Deus, a fim de que vos salveis!'' (Alcorão Sagrado 24:30-31)


Citação:
Conceito Ocidental


Nas sociedades adeptos do capitalismo materialista e da ''emancipação'', ou pseudo liberação, da mulher a mesma está condicionada ao poder aquisitivo que ela possui. As mulheres de pouco poder aquisitivo foram concedidas a liberdade de cometer atos de obscenidades, degradando desta maneira a si própria.

Em síntese foi criado um conceito falso de liberdade, e através dos meios de comunicação ele é propagado. A mulher entorpecida pela perspectiva ilusória de ''gozar a vida sem culpas'' consomem-na avidamente sem que se apercebam que a sua verdadeira liberdade lhe é pouco a pouco retirada; principalmente a sua dignidade enquanto ser humano.

Se considerarmos o conceito que se apresenta da figura feminina fora dos limites da influência do pensamento Islâmico, constatamos que existem prismas de entendimentos diametricamente opostos porem com pontos de origem semelhantes.

Um que é dos ''liberais assumidos'', apresenta a mulher como mercadoria a ser consumida e mero objeto de prazer, sem nenhuma função na sociedade que não seja está.

A outra entende que a mulher de uma forma neurótica, de um lado declara-se partidário da forma moralista cristã de viver, por outro comete secretamente as maiores obscenidades para imediatamente em seguida arrepender-se.

Por ser portador de um egoísmo típico dos ocidentais, prefere culpar a mulher pela suas reações doentias e passa pouco a pouco a odiar a figura feminina, e na verdade este é o ''obsceno enrustido''.

Analisando com algum senso de humor, representaríamos estes dois prismas de entendimento de uma forma alegórica como dois macacos atados pelos respectivos rabos, e cada um tentando ir em direção diferente.

Citação:
Comércio e Trabalho


O exercício da atividade fora do lar não e proibido entretanto a sua permissibilidade é acatada a medida em que não comprometa a instituição familiar, e a educação dos filhos, e depende da aceitação ou não do marido.

A Figura Materna No Islam

A figura da mãe é considerada sagrada no Islam. Há uma das tradições do profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), em que ele diz:

Citação:
''O paraíso encontra-se abaixo dos pés das mães''


Isto significa que a bem-aventurança neste plano e no outro, depende da maneira como nos relacionamos com nossas mães.

O Alcorão Sagrado em inúmeras passagens, que são de uma responsabilidade ímpar, exortou ao ser humano que respeitem, amem e amparem a suas mães:

Citação:
''E recomendamos ao homem benevolência para com os seus pais. Sua mãe o suporta, entre dores e dores, e sua desmama é aos dois anos. (E lhe dizemos): Agradece a Mim e aos teus pais, porque retorno será a Mim.'' (Alcorão Sagrado 31:14)


Citação:
''E recomendamos ao homem benevolência para com os seus pais. Com dores, sua mãe o carrega durante a sua gestação e, posteriormente, sofre as dores do seu parto. E de sua concepção até à sua ablactação há um espaço de trinta meses, quando alcança a puberdade e, depois, ao atingir quarenta anos, diz: Ó Senhor meu, inspira-me, para praticar o bem que Te compraz, e faze com que minha prole seja virtuosa. Em verdade, converto-me a Ti, e me conto entre os muçulmanos.'' (Alcorão Sagrado 46:15)


Em outra tradição do profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), fala-se de um homem que se aproximou dele e perguntou:

Citação:
''Qual a pessoa que mais merece os meus cuidados ?''


O profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), respondeu:

Citação:
''Sua mãe !''


O homem repetiu está mesma pergunta ao profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), mais três vezes, e o profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), sempre respondia a mesma coisa, na quarta vez o profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), respondeu:

Citação:
''O teu pai''


E desta maneira o Islam dignifica a mulher não só no aspecto maternal, mas em todos os aspectos, enaltece a figura da mulher e dignifica a sua moral, mostrando a ela realmente qual é o seu verdadeiro papel dentro de uma sociedade.

Enfim, através de fontes do próprio Alcorão e da Hadith, procuramos explicar um pouco mais sobre 'A Mulher Muçulmana'. Informações como essas, tão básicas para o Islam, são raramente divulgadas pela mídia ocidental, pois não se encaixam no 'perfil ideológico' dos mesmos.


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Humam al-Hamzah
Oriente Médio Vivo
www.orientemediovivo.com.br

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Um pouco de poesia...erótica

Língua...
(Andrea Lucia)

Adoro sua língua safada,
assanhada e afiada
a me devorar e me adorar.
Língua que envolve meus dedos,
que me usa feito brinquedo,
que lambe meus pés delicadamente,
que molha minhas pernas sabidamente,
que me explora sem medo.
Língua que é curiosa,
é suave e saliente,
é serpente e sedosa.
Língua que vai subindo alucinada
frenética e ritmada,
rumo ao meu sexo ardente,
rumo à gruta molhada.
Língua que saboreia
cada passo desse caminho
explorando cada recôndito,
degustando cada cantinho.
Língua que me percorre com carinho
com avidez, com rapidez
deixando-me em desalinho.
Língua que me penetra com paixão
que não tem limitação
que me mata de tesão
que é pura emoção!
Língua que me xinga,
língua que me lambe
que me marca e me consome.
Língua que não é minha,
língua que é sua
mas, que já faz parte de mim.
Língua que me ama sem fim.
Língua que pertence a nós dois,
que participa do sexo
antes, durante e depois.
Língua única que me leva à lua...
língua única a me reconhecer nua!!

Chávez nega que Venezuela se tornará uma ditadura



O presidente venezuelano Hugo Chávez promulgou nesta quinta-feira (1º/2) a lei que lhe concede poderes especiais para legislar por decreto durante 18 meses, e negou que com a medida esteja encaminhando o país em direção a uma ditadura, como afirmam setores da oposição e a mídia mundial.



Em entrevista coletiva no Palácio de Miraflores, sede do governo, Chávez argumentou que a Constituição Bolivariana de 1999 prevê a possibilidade de outorgar poderes especiais ao presidente e também a ativação de referendos para que a população anule as leis que considere inconvenientes.


A Assembléia Nacional (AN), de 167 membros, outorgou na segunda-feira os poderes especiais a Chávez através de uma "lei habilitante", que o faculta para decretar leis em 11 âmbitos, entre eles o energético, motor do país.


Poder popular e referendo
O presidente, durante a entrevista, rejeitou a acusação de que vai utilizar os poderes especiais para encaminhar o país em direção a uma ditadura, e ressaltou que a Constituição prevê em seu artigo 74 que o povo mediante referendo pode anular leis.


Nesse sentido, Chávez lembrou que bastam as assinaturas de 5% dos inscritos no registro eleitoral para solicitar ao Poder Eleitoral um referendo sobre algumas das leis que decretará.


Hugo Chávez afirmou, em várias ocasiões, que tanto os poderes especiais como a reforma integral à Constituição que promove são mecanismos que requer para acelerar a instauração do socialismo na Venezuela.


O líder reiterou que nacionalizará a principal empresa de telefonia venezuelana, a Companhia Anônima Nacional Telefones da Venezuela (CANTV), e a mais importante empresa elétrica, a Eletricidade de Caracas, e disse que para isso deve ainda se fixar uma "lei especial" e uma reforma à norma vigente desses setores que, presumivelmente, ditará por decreto.


A CANTV e a Eletricidade de Caracas têm como principais acionistas as norte-americanas Verizon e AES, respectivamente.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

As trapalhadas de Bush


Frei Betto



Joseph Stiglitz ganhou o Prêmio Nobel de Economia e foi economista-chefe do Banco Mundial. Linda Bilmes ensina finanças públicas em Harvard. Juntas, as duas cabeças calculam que Bush já gastou US$ 2,2 trilhões na guerra do Iraque. O orçamento real é 22 vezes maior que o oficialmente declarado. Isso é mais de duas vezes o PIB do Brasil, orçado hoje em R$ 1,9 trilhão.

Bush demitiu, em 2003, seu mais alto assessor econômico, Larry Lindsey, por ter ousado sugerir que o custo da guerra podia chegar a US$ 200 bilhões. A Casa Branca irritou-se na época e se desdobrou no Congresso para acalmar os parlamentares. Despachou Paul Wolfowitz (era o número 2 do Pentágono e é, hoje, presidente do Banco Mundial) para ir lá e jurar a deputados e senadores que o próprio Iraque financiaria tudo com o petróleo que jorra de seu solo...

A intervenção dos EUA no Iraque resulta de uma seqüência de mentiras. Primeiro, Bush alardeou que o governo de Saddam estaria envolvido no 11 de setembro. A acusação jamais foi comprovada. Depois, acusou-o de estocar armas de destruição em massa. Saddam abriu as portas do país e permitiu que peritos da CIA o revirassem de cabeça para baixo. Após um ano de investigações, nada foi encontrado. Os grandes jornais dos EUA chegaram a pedir desculpas aos leitores por terem acreditado no engodo. Enfim, Bush tentou justificar o atoleiro em que se meteu prometendo fazer do Iraque uma democracia capaz de disseminar-se pelo mundo árabe. Forjou eleições, dividiu a nação e aprofundou a mortandade.

Saddam Hussein foi enforcado sob acusação de matar 104 xiitas. Na época, o Iraque estava em guerra com o Irã e o ditador era um títere em mãos de Tio Sam. O apoio foi levado a Bagdá por Donald Rumsfeld, que até há pouco monitorava o Pentágono e a guerra no Iraque.

Bush está desesperado. Com a aprovação popular em míseros 27%, e as derrotas nas eleições da Câmara e do Senado, tenta convencer os estadunidenses de que vale a pena enviar, nos próximos 5 anos, mais 92 mil soldados para o Iraque (estão lá 150 mil das tropas de intervenção). Pesquisas apontam que 61% da população dos EUA são contra o envio de mais tropas.

Já morreram no Iraque 3 mil soldados made in USA e 700 mil iraquianos. Como cota de urgência estão seguindo mais 20.000 soldados – número insignificante numa Bagdá com 5 milhões de habitantes hostis à presença dos EUA.

Ao se referir ao custo da guerra, Bush omite os gastos com cerca de 20 mil militares feridos. Hoje, as máquinas de guerra oferecem blindagens mais resistentes. Diminuem o total de mortos, mas produzem mais feridos: daí os enormes gastos com amputações, internações, indenizações, aparelhos ortopédicos etc. Calcula-se que só os danos cerebrais consomem US$ 35 bilhões.

Com a invasão do Iraque, Bush concedeu ao terrorismo status de guerra, ampliou o poder de recrutamento de suas organizações e ofereceu-lhes objetivos e alvos concretos. No Iraque, o terror sabe onde e em quem atirar, enquanto as tropas de ocupação miram em alvos imprecisos e penalizam a população civil.

O que fará Bush? Se correr, o bicho pega; se ficar, o bicho come. Nem pode retirar as tropas do Iraque, exceto admitindo a derrota, nem sabe como, por que e até quando mantê-las ali. Além da guerra coordenada pelo Pentágono, há também uma guerra civil que cindiu a unidade nacional iraquiana. Os EUA não podem apoiar os sunitas, seus inimigos históricos. Não podem apoiar os xiitas, aliados do Irã. Não podem apoiar os curdos, porque a Turquia não toleraria.

A milícia xiita, conhecida como Exército do Mahdi, liderada pelo clérigo Moqtada al-Sadr, conta com 60 mil combatentes, taticamente apoiados por 2 milhões de xiitas que habitam o leste de Bagdá. O Exército e a polícia iraquianos são constituídos predominantemente por xiitas. Como oferecer segurança aos bairros habitados por sunitas, que apóiam seus rebeldes?

Bush, considerado o homem mais bem assessorado do mundo, comprovou a lei de Murphy: “Se tudo pode dar errado, dará”. O grave é que o move a sede de vingança. Não se conforma de seu pai ter fracassado na tentativa de derrubar Saddam Hussein, em 1991, e de sua família ter sido sócia dos Bin Laden em negócios de petróleo. Como bem escreve Herman Melville em Moby Dick: “Ah, Deus! Que tormentos sofre o homem que se consome com seu desejo de vingança. Dorme de mãos cerradas e acorda com as unhas ensangüentadas cravadas nas palmas.”

quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Um balanço do Fórum Social no Quênia


Roberto Malvezzi


1. Ele não pode ser comparado aos Fóruns acontecidos em Porto Alegre. A distância, os custos, a fragilidade organizativa da sociedade civil africana, certa precariedade da infra-estrutura, a presença oficial de 50 mil pessoas – que a gente não via na realidade – tornaram o Fórum bem mais enfraquecido. Entretanto, essas dificuldades eram esperadas e a intenção era tornar a África mais visível nas suas potencialidades e limites.

2. Aos menos nos corredores, nos eventos preliminares, pudemos ver e conhecer melhor a realidade africana. Países que têm muito potencial mineral, por isso sempre objeto de disputas entre transnacionais da mineração e da indústria de armas, que sempre atuam no sentido de dividir e provocar guerras fratricidas para facilitar seu acesso às riquezas africanas. A África continua sendo um continente saqueado.

3. Para mim foi válido ter participado do evento da CIDSE – pool de entidades católicas européias que atua em todo o mundo –, que debateu o impacto da indústria mineira em todo o mundo, particularmente na África. Quase cem pessoas participaram do evento.

4. Segundo o pessoal da Misereor que trabalha na África, lá não se pode pensar em movimentos organizados, muitas ONGs, assim por diante. Tudo lá acontece pelo viés das famílias, das tribos, dos clãs. Por isso as entidades têm muitas dificuldades de fazer uma atuação mais consistente.

5. Quando entramos em Nairóbi estamos diante de uma cidade irreal. Casas sofisticadas, avenidas apinhadas de carros novos japoneses, trânsito insuportável. Quando fomos à favela, vimos que ali não existe classe média. Ou se é rico, ou se é miserável. Quase 400 mil pessoas estão confinadas na favela de Kibera, num espaço onde parece não caberem 400 pessoas.

6. Aí se coloca a questão das classes e das etnias. O rosto brasileiro da miséria é negro. Na África também. Mas a cara da riqueza concentrada na África também é negra. Enfim, a questão étnica sozinha não resolve o problema das injustiças sociais. Quando se fala em criar uma elite negra nesse país, podemos nos perguntar onde é que queremos mesmo chegar, isto é, queremos superar as injustiças sociais ou apenas promover parte dos negros, para depois também oprimirem seus irmãos de cor que continuam na miséria?

7. As Igrejas marcaram muito mais presença, principalmente a católica. A insistência das organizações africanas para que a Igreja Católica esteja mais presente na realidade do povo era uma súplica emocionada. Mas os presentes eram os lutadores da base, não a hierarquia. Muito diferente a presença efusiva e marcante de Desmond Tutu.

8. O Fórum precisa ser repensado. Parece que os organizadores já estão fazendo essa reflexão. Edições automáticas poderão esvaziá-lo. Foi notória a ausência do rosto popular no evento.

Fonte: www.correiocidadania.com.br

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Líder do Hezbolá acusa Bush de fomentar o caos no Líbano



Hassan Nasralá, dirigente do Hezbolá, acusou o presidente dos EUA de "fomentar o caos no Líbano" e rejeitou os recentes ataques de George W. Bush ao Partido de Deus. Falando em Beirute, nas cerimônias que marcaram o clímax do Destival Muçulmano de Ashura, nesta terça-feira (30), Nasralá acusou os EUA de ordenar o mal-sucedido ataque de Israel ao Sul do Líbano, em julho-agosto do ano passado.

"Quem fomentou o caos no Líbano, quem destruiu o Líbano, quem matou mulheres e crianças, anciãos e jovens no Líbano foram George Bush e (a secretária de Estado) Condoleezza Rice. Foram eles que ordenaram aos sionistas que levassem a guerra ao Líbano", disse o líder do mais forte partido da coalizão oposicionista.


"Ele quer castigar vocês porque vocês venceram"


Na segunda-feira (30) o presidente americano acusou o Hezbolá e seus aliados iranianos e sírios de instigarem as recentes violências no Lìbano, na tentativa de derrubar o governo pró-ocidental de Fuad Siniora. "Aqueles que são responsáveis por criar o caos devem ser chamados a pagar por ele", afirmou.
Nasralá contestou Bush. "Quem deve ser punido, quem deve ser julgado, é aquele que levou a guerra ao Líbano", declarou. A guerra de julho-agosto matou cerca de 1.200 libaneses, principalmente civis, e 157 israelenses, na maioria soldados.
"George Bush quer castigar vocês porque vocês resistiram. Quer castigar vocês porque vocês venceram", disse Nasralá.


Religião e antiimperialismo


O público era formado por milhares de muçulanos xiitas dos subúrbios ao sul de Beirute, que rememoravam a morte em combate do imã Hussein, filho mais velho do profeta Maomé, no ano 680.
Antes, a multidão marchara pelo reduto do Hezbolá na capital, golpeando ritmicamente o peito com o punho, em sinal de pesar pelo martírio de Hussein e gritando "Morte aos EUA, morte a Israel!". Alguns carregavam bandeiras negras e amarelas com lemas religiosos. Outros usavam bandanas verdes. Um dos lemas era "Nunca seremos humilhados".
"George Bush sabe. E reiteramos a ele e o mundo inteiro deve ouvir, que somos uma nação que não vai sucumbir e não pode ser humilhada", disse Nasralá.
Conflitos entre libaneses favoráveis e contrários ao governo, na semana passada, resultaram em sete mortos. O Hezbolá e os demais membros da cligação oposicionista exigem um veto ao governo Siniora e a realização de eleições antecipadas. Com este objetivo eles realizaram desde dezembro uma série de protestos e também uma greve geral, na terça-feira passada (23).