sábado, 14 de abril de 2007

Ainda somos os Campeões da America....VAMO, VAMO INTER!!!!

É de arrepiar!!!!!!NÃO TÁ MORTO QUEM PELEIA....

Para lembrar sempre...DALE, DALE, INTER!!!!!

Agronegócio multiplica favelas e prisões

Em Ribeirão Preto, a população carcerária é maior que a população rural, enquanto o número de favelas aumenta.

Eduardo Sales de Lima

Ribeirão Preto (SP), a “Califórnia brasileira”, capital nacional do agronegócio, tornou-se exemplo de organização e empenho dos grandes empresários da cana-de-açúcar. Pena que todo esse lucro seja resultado da superexploração dos camponeses, da expulsão do homem do campo e do desmatamento ambiental.
Dados da Associação Brasileira do Agronegócio de Ribeirão Preto (ABAG–RP) mostram que, entre 1982 e 2001, pequenas cidades da região revelaram crescimento superior a 100% na participação no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS): Colina (113,47%), Pedregulho (162,17%), Rifaina (252,59%) e Luís Antônio (1.106,4%).
Os produtos oriundos da cana-de-açúcar são a principal referência do agronegócio na região. Sendo assim, projeções do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), divulgadas em dezembro de 2006, provavelmente irão aumentar a sanha dos empresários locais. A produção de etanol projetada para 2007 é de 38,6 bilhões de litros, mais que o dobro da produção de 2005.
O aumento dos negócios da elite local, nacional e das transnacionais contrasta com números surpreendentes. Hoje, a população carcerária da região soma 3.813 pessoas, segundo dados da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (SAP). A quantidade é muito superior a da população rural, em torno de dois mil habitantes.
MAIS FAVELAS
A taxa da população rural de Ribeirão Preto é um irrisório 0,03%. O slogan da ABAG–RP é “Agronegócio, sua vida depende dele”. Logo se observa o que essa dependência tem causado. No final de 2005, eram 31 favelas com 18 mil moradores. Já em 2006, 34 favelas, com 20 mil habitantes (números da Folha de Ribeirão, de 4 de março).
Edivar Lavratti, diretor regional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de Ribeirão Preto, conta que, na época dos barões do café, algumas pessoas ainda eram mantidas no campo como pequenos arrendatários que cuidavam da lavoura. “A partir do Programa Brasileiro de Álcool (PROÁLCOOL) essa realidade se transformou por duas vias: uma foi a retirada das colônias das fazendas e outra a migração de nordestinos. Ribeirão Preto sofreu um impacto muito grande na década de 1980. Houve uma enxurrada de pessoas para cá em busca de serviço. Atualmente, não só houve um aumento do número de favelas, mas também das agrovilas do agronegócio”, denuncia.
Segundo Lavratti, essas agrovilas são espaços de miséria absoluta nas cidades satélites de Ribeirão Preto. Nelas, as pessoas dependem diretamente do corte da cana e convivem com o desemprego por conta da mecanização e do caráter sazonal desse tipo de trabalho. Isso contribui para a ociosidade de uma quantia considerável de homens e mulheres, acarretando problemas sérios relacionados ao alcoolismo.
MAIS CONDOMÍNIOS DE LUXO
A quase extinção da população rural, hoje comprovadamente menor que a carcerária, revela, além de um distanciamento entre a zona urbana e o campo, a dependência do abastecimento de produtos primários relacionados à alimentação. Para a professora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP-USP), Lucília Maria Sousa Romão, o que existe nos arredores da cidade atualmente são os condomínios de luxo. “Os camponeses que vivem no campo não existem no sentido de fixarem suas raízes na área rural”, afirma. Ela completa que os cortadores de cana moram e vivem nas cidades em moradias provisórias e são transportados de ônibus para as lavouras.
Por outro lado, os que realmente vivem no campo e contemplam a função social da terra estão nos assentamentos de reforma agrária, que são fruto do movimento sindical rural da região.
Segundo Lavratti, além dos condomínios e dos assentamentos, existem algumas poucas chácaras utilizadas para o lazer e também minifúndios que produzem hortaliças ou criam pequenos animais para o comércio local. “Os últimos dados de 2004 mostram que mais de 80% do que se consome de alimentos em Ribeirão vem de Minas Gerais, de Campinas (SP) e do Nordeste. Praticamente, não existe produção de alimentos”, ressalta o coordenador do MST.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Sugadores e Sugados


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A cada dia novas surpresas, novas decepções! É isto o que ouço da boca dos meus vizinhos, cada vez mais descrentes na ação dos políticos, desses que deveriam cuidar dos interesses do povo a quem dizem representar. Mas não é apenas de decepções a manifestação dos meus amigos, é de descrença nas instituições públicas, de desprezo e de revolta.


A última reação que senti se deu em face das informações de que os vereadores paulistanos decidiram por criar mais uma fonte de sugação do orçamento municipal da capital paulista. Trata-se de mais uma “gratificação” para gastos de cada vereador e que pode chegar – vejam só o disparate – a R$ 12.488,00 mensais, reembolsados mediante notas comprobatórias... Tais gastos vão além ao serem acrescidos em até R$ 3.800,00 para funcionários de carreira daquela Câmara Municipal. Trata-se de mais um “trem da alegria” dos nossos “nobres” vereadores.


No mesmo dia, mais uma informação, agora da outra câmara, a Câmara de Deputados Federais, presidida pelo “ilustre” petista, Arlindo Chinaglia. Em reunião das lideranças daquela Câmara, decidiu-se que os também “nobres” deputados não mais “trabalharão” às segundas-feiras! Como já não “trabalham” parte de dezembro, não trabalham em janeiro, fevereiro e julho, assim como não trabalham às sextas feiras e feriados prolongados, restarão alguns dias por semana para debaterem questões extremamente importantes para o povo, como, por exemplo, um novo aumento dos seus modestos salários mensais, que deverão passar de minguados R$ 12.488,00 para R$ 16.250,00! Isto, falando somente do ganho fixo, porque, se somarmos tudo o que recebe cada deputado federal com os chamados benefícios e despesas com gabinete, essa remuneração beira os R$ 100.000,00 mensais (sim senhor/a, beira os CEM MIL REAIS MENSAIS).


Enquanto isso...., o ministério da Previdência, comandado pelo ex-presidente da CUT Nacional, Luiz Marinho, anuncia que mais de oito milhões de aposentados irão receber um reajuste de.... 3,3%. Assim, enquanto um vereador vai ser beneficiado com mais de R$ 12 mil mensais e um deputado federal com mais R$ 4 mil, um trabalhador que se ralou por várias dezenas de anos produzindo coisas úteis, e que hoje recebe em troca R$ 400,00, terá um acréscimo de fabulosos R$ 13,20. Outro com ganhos previdenciários de R$ 700,00 terá um reajuste de R$ 23,07! Dá pra entender essa lógica? Claro que essa turma de “vampiros dos cofres públicos” tem como lógica de que “todos são iguais perante a lei”, mas, como nos informa a “Revolução dos Bichos”, de George Orwel, nesta Terra de Santa Cruz alguns são mais iguais que os outros.


Se já é vergonhoso ver tanta desfaçatez, mais degradante ainda é ver um ex-dirigente máximo da Central sindical criada pelos trabalhadores, o senhor Luiz Marinho, determinar que os aposentados devem viver como esmoleres e não como seres humanos (deve-se sempre ter em mente que aposentado não é vagabundo, como disse o prefeito Kassab, e sim um TRABALHADOR que produziu riquezas e contribuiu com a mesma Previdência Social, compulsoriamente, por mais de 35 anos), enquanto que os “nobres” deputados e vereadores nada mais fazem que ter vida de nababos com o que é surrupiado do orçamento público - dinheiro que sai dos muitos e elevados impostos pagos pelo povo, ao qual deveriam defender.


Entre tantas outras, essas são razões que devem contribuir para que se intensifique a organização das forças populares, a fim de se exigirem mudanças radicais nas estruturas políticas, sociais e econômicas brasileiras. E os sugados da história acima devem estar entre os mais interessados.

Waldemar Rossi é metalúrgico aposentado e coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Chico Buarque - O meu guri

Marisa Monte - Diariamente

Dale! Dale! Inter...

mais uma noite de sofrimento...
faz parte, afinal fomos campeões do mundo...
mas que dói, dói...
eles bem que se esforçaram...jogaram como gigantes....dando duro, dando "pau"....aliviando a bola quando necessário....
mas....que saudades....
daquele time...que fazia gols....daquele time que tu sabia, a qualquer momento vinha um gol....hoje é tudo sofrido.....é na "chiripa", é no detalhe....é no erro do adversário....são as nossa inseguranças....são os nosssos erros, que no passado até existiam, mas ignorávamos...enfim...é o nosso COLORADO...de novo vivo.....até a próxima partida...sem terra arrazada.....sem crítica....vamos colorado....dale!!!!!dalke!!!!inter....hasta a vitória siempre!!!!
Ah...ganhamos de 2x1 do Emelec do Equador.....isso importa????sei lá....mas que tamo vivos, tamos....DALE INTER!!!!!!!!

terça-feira, 10 de abril de 2007

Inter pronto para o desafio no Equador





Depois de se preparar intensamente durante o feriado de Páscoa, o Internacional partiu para Guayaquil ao meio-dia desta segunda-feira com apenas um objetivo: conquistar os três pontos no estádio George Capwell. Guayaquil é umas das cidades mais populosas do Equador (cerca de 2 milhões de habitantes) e fica situada ao nível do mar, na margem ocidental do rio de Guayas, que desemboca no golfo de Guayaquil, no Oceano Pacífico.

Para seguir com chances de obter uma vaga na próxima fase da Libertadores, a equipe colorada precisa vencer os dois jogos restantes (contra Emelec, no Equador, e Nacional de Montevidéu, no Beira-Rio) na fase classificatória. Atualmente, o Inter ocupa a terceira posição do Grupo 4 com quatro pontos. O Vélez Sarsfield lidera com oito pontos e o Nacional do Uruguai é o segundo com sete. O Emelec está na quarta colocação com três pontos. Os dois primeiros de cada grupo avançam às oitavas.

Abel terá reforços contra o Emelec. O meia-atacante Fernandão volta ao time depois de quase duas semanas de afastamento dos gramados em virtude da fratura no nariz sofrida na partida contra o Vélez Sarsfield. O capitão colorado participou normalmente das atividades durante o feriado e está liberado para atuar. “Precisamos vencer de qualquer maneira. É o tipo da vitória que dará força para o grupo reagir na competição”, projeta Fernandão.

O volante Wellington Monteiro e o lateral Elder Granja estão recuperados de lesão e também ficam à disposição de Abel no Equador. O atacante Alexandre Pato, que sofreu uma pancada na partida contra o Veranópolis, realizou tratamento durante o feriado e integra a delegação que viajou para Guayaquil. Christian, expulso contra o Vélez, e Alex, lesionado, são os desfalques.
Um treino fechado realizado na manhã de domingo no Beira-Rio encaminhou a equipe que enfrentará o Emelec. No entanto, a escalação será divulgada somente instantes antes do confronto.

Confira os jogadores que viajaram para o Equador: Adriano (meia-atacante), Alexandre Pato (atacante), Clemer (goleiro), Ceará (lateral), Ediglê (zagueiro), Edinho (volante), Elder Granja (lateral), Fernandão (meia-atacante), Martín Hidalgo (lateral), Iarley (atacante), Índio (zagueiro), Jean (atacante), Maycon (volante), Michel (meia-atacante), Perdigão (volante), Renan (goleiro), Rubens Cardoso (lateral), Vargas (meio-campista), Wellington Monteiro (volante) e Wilson (zagueiro).

Arbitragem

O peruano Victor Hugo Rivera será o árbitro de Emelec x Inter. Rivera será auxiliado pelos também peruanos Percy Rojas e César Escano.

Fonte:futebol na rede


Primeiro balanço de um choque de gestão


Dizendo-se inspirada em Anita Garibaldi, a governadora Yeda Crusius (PSDB), aplica um "choque de gestão" no RS. Cortes atingem pesadamente serviços públicos, chegando a deixar escolas sem giz e papel higiênico. Em janeiro, Yeda avisou em uma entrevista: “Fui malvada na eleição e serei dura no governo”.

A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), completa cem dias de governo no dia 10 de abril. Segundo ela, a data marca o fim da primeira fase do “novo jeito de governar”, caracterizada por cortes de custeio. Os cortes foram drásticos e chegaram a deixar escolas públicas sem giz e papel higiênico. Motoristas da Secretaria Estadual da Saúde estão pagando pedágio e outras despesas do próprio bolso, mesmo sem receber diárias nem salários. Policiais também já denunciaram a falta de pagamento de diárias.

Para a governadora, “os cortes resultaram em mais serviços de várias áreas, com diálogo interno”. Várias categorias de servidores, especialmente nas áreas de saúde, educação e segurança, discordam da opinião da tucana. No dia 28 de março, eles lotaram a Praça da Matriz para protestar contra o sucateamento dos serviços públicos e o atraso do pagamento da totalidade dos salários. Oficiais da Brigada Militar e delegados de polícia, entre outros setores, entraram na Justiça contra o parcelamento de salários. Perderam. Diálogo interno? Não perguntem a eles.

Ao falar do balanço de 100 dias, Yeda Crusius antecipou também qual será a marca da segunda etapa do governo: mais cortes. Vem aí a “redução de despesas por processos de gestão”. Para tanto, ela firmou um convênio com o Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGPQ). Ao assinar a parceria com o presidente do Conselho Superior do PGPQ, o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, Yeda anunciou que o programa vai oferecer, até 31 de dezembro de 2010, “consultoria técnica à administração estadual, com enfoque na eficiência e melhoria dos serviços públicos, na redução de despesas e no aumento de receita”. A governadora é uma entusiasta dos métodos privados de gerenciamento e, inspirada neles, pretende resolver a crise financeira do Estado com um “choque de gestão”. Ela acredita que, assim, resolverá em três anos uma crise construída ao longo dos últimos 30 anos.

Mas o choque de gestão de Yeda começa a assustar. Em uma pequena nota de opinião, o jornal Zero Hora advertiu: “A crise financeira do Estado, que se reflete sobre todo o serviço público e tem desdobramentos que afetam a própria capacidade do governo para cumprir o calendário de pagamentos da folha, chegou a extremos que não podem ser admitidos. A carência de materiais básicos para o funcionamento das escolas é um exemplo disso. Por mais rígido que seja qualquer esquema de contenção de custos, ele não pode chegar ao cúmulo de cortar giz ou de deixar faltar papel higiênico. As autoridades escolares, os professores, os funcionários e os alunos têm razão quando se insurgem contra uma situação como essa. Já não é apenas a falta de professores para determinadas disciplinas (...) A falta de giz, por seu caráter simbólico, é algo não apenas incompreensível, mas intolerável” (ZH, 04/04/2007).

Uma Anita Garibaldi malvada?
Em uma entrevista publicada na revista Isto É (17/01/2007), Yeda Crusius admitiu: “Fui malvada na eleição e serei dura no governo”. Dizendo-se inspirada em Anita Garibaldi (ela não chegou a mencionar a relação entre Anita e a idéia de choque de gestão), a governadora prometeu tirar o Rio Grande do Sul da crise. No texto de introdução à entrevista, a revista afirma: “Yeda diz que foi malvada na campanha, ao mostrar que os gaúchos só irão resgatar empregos industriais e relançar a produção agrícola por meio de cortes drásticos em despesas públicas. Agora, depois de ter um pacote de aumento de impostos rejeitado pelos deputados estaduais, Yeda afirma que terá de ser ainda mais dura do que imaginava”. A Isto É não chegou a mencionar que Yeda “foi malvada” também ao prometer, durante a campanha, que não aumentaria impostos e que esse era o estilo do “velho jeito de governar”. Eleita, mesmo antes de tomar posse, propôs aumento de impostos, sendo derrotada na Assembléia Legislativa.

Nessa entrevista, ela afirmou: “Fui uma malvada na campanha. Isso gerou um grau de confiança muito grande. A população entendeu porque sentia que as coisas estavam piorando. Minha proposta era parar de ficar reclamando do governo federal e assumir a responsabilidade, fazer com coragem o que poderíamos fazer”. Mas logo após afirmar que não ficaria reclamando do governo federal, ela...reclama do governo federal: “a política agrícola do governo foi inexistente. Então, houve uma quebra generalizada do setor agrícola e do agronegócio (...) Temos a penalização do ICMS sobre as exportações. A Lei Kandir veio para compensar os exportadores, mas o governo Lula jamais ressarciu o que deve aos Estados”. Ao ser indagada sobre como resolver a crise, ela disparou: "o que vai acontecer no decorrer do ano eu não sei. O que eu sei dizer é que nós vamos fazer os cortes que havíamos proposto”.

A tesoura como política central
E os cortes vieram. No dia 17 de janeiro, Yeda anunciou o que considerou uma das grandes inovações de seu governo: a implantação do regime de caixa. Esse regime, centralizado pela Secretaria da Fazenda, só libera recursos para órgãos do Estado de acordo com o ingresso de receitas. Além disso, foram suspensos por 100 dias os gastos ordinários, o que inclui celebração e renovação de contratos, convênios, diárias, aquisição de passagens, abertura de concursos e contratação de pessoal. Também foram cortados 30% das despesas de custeio das secretarias e reduzidos em 20% os cargos de confiança. Segundo Yeda, o RS passaria a ser governado com realismo orçamentário, o que não teria acontecido nos últimos governos, incluindo aí o governo Rigotto (PMDB), do qual o PSDB fez parte. Na época, secretários de Rigotto duvidaram que tais metas fossem atingidas, pois os órgãos do Estado já estariam operando sob limite máximo de arrocho.

A implantação do regime de caixa estava comprometida com uma decisão de não utilizar o caixa único do Estado (uma conta que concentra recursos de todas as secretarias, fundações, autarquias e empresas estatais). Durante a campanha, Yeda identificou o aumento de impostos e a utilização do caixa único como decisões típicas do “velho jeito de governar”. A primeira promessa foi descumprida mesmo ainda antes da governadora tomar posse (em dezembro de 2006). A segunda não resistiu a três meses de governo. Entre fevereiro e março, o governo Yeda sacou R$ 233 milhões do caixa único. O secretário da Fazenda, Aod Cunha, admitiu que a decisão contraria o princípio do regime de caixa (que só autoriza despesas de acordo com as receitas do Estado). Não havia outra alternativa, disse Aod. Resta ainda uma promessa de campanha que não foi descumprida: a de não privatizar nenhuma empresa pública.

O uso das privatizações como política para enfrentar a crise financeira do Estado também foi um tema central na campanha eleitoral. Na época, Yeda Crusius garantiu enfaticamente que não privatizaria nenhuma empresa pública, o que gerou um bate-boca público entre ela e seu vice, o empresário Paulo Feijó (PFL), um entusiasta do Estado mínimo. Depois da campanha, Feijó chegou a dizer que havia sido censurado pela coordenação da campanha para não falar abertamente no assunto. Agora, considerando as promessas descumpridas nos temas de aumento de impostos, pagamento do salário do funcionalismo e de uso do caixa único, ninguém ficaria surpreso se o assunto voltasse à agenda de governo com a mesma justificativa usada até aqui: “dissemos que não iríamos fazer, mas não há alternativa”. A governadora já anunciou que pretende vender ações do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul). Garante que o Estado manterá o controle acionário. Mas a lógica do “não há alternativa” permanece como uma nuvem a sobrevoar também essa promessa.



Marco Aurélio Weissheimer é jornalista da Agência Carta Maior (correio eletrônico: gamarra@hotmail.com)