domingo, 27 de maio de 2007

Bush à espera de um estrondo

Fidel Castro

Era a palavra que me vinha à mente. Procurei num dicionário e ali estava de origem onomatopéica e de conotação trágica: estrondo. Talvez jamais a tenha usado na minha vida.

Bush é uma pessoa apocalíptica. Observo seus olhos, seu rosto e sua obsessiva preocupação por simular que tudo aquilo que vê nas "telas invisíveis" são raciocínios espontâneos. Percebi que sua voz se quebrava quando respondeu as críticas de seu próprio pai à política que põe em prática no Iraque. Apenas expressa emoções e sempre finge racionalidade. Contudo, conhece o valor de cada frase e de cada palavra no público ao qual se dirige.

O dramático é que aquilo que ele espera que aconteça custe muitas vidas ao povo norte-americano.

Jamais se pode concordar, em qualquer tipo de guerra, com fatos que sacrificam civis inocentes. Ninguém poderia justificar os ataques da aviação alemã contra as cidades britânicas durante a Segunda Guerra Mundial, nem os mil bombardeiros que no mais álgido da contenda destruíam sistematicamente cidades alemãs, nem as duas bombas atômicas que num ato de puro terrorismo contra anciãos, mulheres e crianças os Estados Unidos fizeram explodir sobre Hiroshima e Nagasaki.

Bush expressou seu ódio contra o mundo pobre quando, no dia 1º de junho de 2002, em West Point, falou de atacar preventiva e inesperadamente "60 ou mais obscuros cantos do mundo".

Quem vai acreditar agora que os milhares de armas nucleares que possuem, os sistemas de mísseis, os sistemas de direção precisos e exatos que têm desenvolvido, são para combater o terrorismo? Será que servirão para isso os submarinos sofisticados que constroem seus aliados britânicos, capazes de circunavegar a Terra sem saírem à superfície e reprogramar seus mísseis nucleares em pleno vôo? Jamais imaginei que algum dia qualquer seriam apresentadas tais justificativas. Com essas armas o imperialismo tenta institucionalizar uma tirania mundial. Com elas aponta para outras grandes nações que surgem não como adversários militares capazes de superá-lo no tocante à tecnologia de armas de destruição em massa, mas sim como potências econômicas que rivalizarão com os Estados Unidos, cujo sistema econômico e social consumista, caótico e esbanjador, é absolutamente vulnerável.

O pior do estrondo no qual agora descansam as esperanças de Bush é o antecedente de sua maneira de atuar na altura dos acontecimentos de 11 de setembro, onde, tendo conhecimento de um iminente golpe sangrento ao povo norte-americano, podendo prevê-lo e até inclusive evitá-lo, entrou de férias com seu aparelho administrativo completo. Desde o dia em que foi eleito presidente — graças à fraude que, mesmo como numa república bananeira, levaram a cabo seus amigos da máfia de Miami —, e antes da sua tomada de pose, Bush recebia informação detalhada com os mesmos dados e pela mesma via que os recebia o então presidente dos Estados Unidos. Nesse momento ainda faltavam nove meses para os trágicos acontecimentos simbolizados no derrubamento das Torres Gêmeas.

Se novamente acontecesse algo igual com material explosivo de qualquer tipo, ou de caráter nuclear, visto que existe urânio enriquecido espalhado a granel pelo mundo desde a época da guerra fria, qual o destino provável da humanidade? Tento lembrar, examino muitos momentos de sua marcha através dos milênios, e pergunto-me: por acaso são subjetivos meus pontos de vista?

Ontem mesmo Bush gabava-se de ter ganho a guerra a seus adversários no Congresso. Tem US$ 100 bilhões, todo o dinheiro que necessita para duplicar, como o deseja, o envio de soldados norte-americanos ao Iraque e continuar a matança. Os problemas na região agravam-se.

Qualquer opinião sobre as últimas proezas do presidente dos Estados Unidos vira fiambre em questão de horas. Será que o povo norte-americano também não pode apanhar pelos cornos este pequeno miúra moral?


O anarco-trotskismo da LIT-PSTU

Altamiro Borges *

O jornal Opinião Socialista, órgão oficial do PSTU, festejou recentemente a fusão da Liga Internacional dos Trabalhadores - Quarta Internacional (LIT-QI), a qual este partido é a sua principal seção nacional, com o minúsculo Centro Internacional do Trotskismo Ortodoxo (CITO), que aparentemente inexiste no Brasil. Caso não ocorra nenhum novo racha, estas duas organizações, que se separaram há mais de uma década, deverão formalizar sua unificação no congresso mundial da LIT previsto para março de 2008. A notícia, que não teve maior impacto na luta de classes real do país, merece menção apenas porque atesta, mais uma vez, o sectarismo e o principismo que norteiam a atual política do PSTU.

O documento da fusão coloca sob suspeição os recentes "acenos" unitários do PSTU, que tenta evitar seu isolamento. Na sua obsessão pela demarcação de campos, não perdoa nem sequer outros partidos que se reivindicam herdeiros de Leon Trotsky. "Unem as duas organizações acordos básicos hoje questionados ou abandonados por grande quantidade de organizações mal denominadas revolucionárias e ‘trotskistas’, que sucumbiram ao vendaval oportunista", inicia o texto. A eterna cisão entre as correntes trotskistas já é bem conhecida pela esquerda mundial, sendo até motivo de chacota. O que importa no documento é a sua abordagem sobre a situação da América Latina, no qual fica patente que para o PSTU ninguém presta.

"Todos esses governos são burgueses"

"Somos contra todos os governos de Frente Popular, como os de Lula, Evo Morales e Tabaré Vasquez. Todos esses governos são da burguesia e aplicam os planos do imperialismo e das burguesias nacionais. Estamos igualmente contra governos nacionalistas burgueses, como o de Chávez na Venezuela, Correa no Equador e Ortega na Nicarágua, que, sob o falso disfarce de enfrentamento ao imperialismo e defesa do ‘socialismo do século XXI’, não têm outro objetivo a não ser preservar a exploração capitalista e desviar a mobilização da classe operária", afirma o texto, que menospreza os recentes avanços eleitorais das forças populares na região e subestima as ações golpistas da burguesia, como na Venezuela, Bolívia e Equador.

"Na luta contra esses governos combatemos as políticas de todas as organizações que se reivindicam do movimento operário, mas que, de fato, colocam-se ao lado da burguesia, capitulando a ela. Combatemos, portanto, as políticas da social-democracia e dos velhos partidos comunistas stalinistas que a sustentam. Combatemos igualmente as correntes que, como o lambertismo [O Trabalho] e o madelismo [Democracia Socialista], renunciaram à tradição leninista e trotskista ao se integrar ao governo burguês de Lula", ataca o arrogante texto. Na prática, com sua fraseologia esquerdista, sobram apenas os seguidores da LIT como os legítimos defensores da "revolução socialista mundial" e da "ditadura revolucionária do proletariado".

Ao se colocar frontalmente contra "todas as expressões da democracia burguesa e o seu parlamentarismo formal, que desvia os trabalhadores da luta contra o capitalismo imperialista" - o que, por pura coerência, deveria levar o PSTU e seus irmãos a não participarem mais das eleições -, o documento insiste na tese de que a revolução está caindo de madura, bem na próxima esquina. No final, ele conclama: "Chamamos os trabalhadores e os povos da Venezuela, Brasil, Bolívia, Uruguai, Equador, Nicarágua e Argentina a abandonarem toda a ilusão nos governos de seus países e a enfrentarem seus planos com a mobilização. Todos esses governos são burgueses. Devem ser derrotados para acabar com a exploração capitalista".

Sinais da "imaturidade política"

A leitura do documento da LIT faz lembrar um texto do intelectual português Miguel Urbano Rodrigues, publicado no início deste ano. Apesar de bastante crítico das políticas conciliatórias dos presidentes Lula, Kirchner, Ortega e outros, "que não honraram os compromissos assumidos", ele polemiza com os setores esquerdistas, batizados de "anarco-trotskistas", que não percebem as transformações em curso na América Latina. "Hoje, quando a humanidade enfrenta uma perigosa crise de civilização [e a vitória eleitoral do fascista Sarkosy na França nem havia ocorrido], a América Latina emerge como cenário de rejeição dos povos ao neoliberalismo globalizado que lhes é imposto por um sistema imperial monstruoso".

Ao mesmo tempo em que ataca os "marxistas arrependidos", que se "instalaram nas prateleiras do poder" e hoje negam a necessidade do socialismo, Urbano condena os esquerdistas que pregam que a região "está madura para uma revolução de proporções continentais". Tendo residido por vários anos no Brasil, ele até entende certas desilusões. "Na complexa situação existente no Brasil, o apodrecimento do PT e a covardia de Lula desencadearam uma justa vaga de indignação. Mas daí a colocar o rótulo de traidores a quantos ainda não romperam publicamente com o governo vai uma distância para mim intransponível. Desaprovo concretamente os anátemas lançados por esquerdistas contra o MST, acusado de ser colaboracionista".

"Ilusões que favorecem os inimigos"

Para ele, a maior prova da miopia sectária surge na oposição frontal a Evo Morales, Rafael Correa e Hugo Chávez. "Sobre eles chovem criticas reveladoras da imaturidade política. Evo não desiludiu até agora os que identificaram na sua vitória a esperança de libertar a Bolívia da humilhante opressão colonial... É, portanto, romântica e pouco sensata a atitude dos intelectuais que, semana após semana, criticam Evo por ele não optar por uma estratégia revolucionária orientada para a proclamação do socialismo a curto prazo. Simulam ignorar a existência de uma poderosa burguesia e de forças armadas nas quais a maioria dos altos comandos é conservadora. Com seus apelos às massas, esses esquerdistas contribuem para dividir a classe operária e o campesinato, semeando ilusões que favorecem os inimigos do povo boliviano".

Já no caso de Rafael Correa, o intelectual português lembra que as críticas começaram antes mesmo dele tomar posse no Equador. "Mas o jovem presidente iniciou o seu mandato com coragem e determinação... Correa proclama o seu respeito pela revolução cubana, expressa sua admiração pela revolução em curso na Venezuela bolivariana, responsabiliza o imperialismo norte-americano pela situação semi-colonial de seu país, condena a Alca e defende uma integração solidária dos latino-americanos... Esclareceu que não renovará o acordo que permite o funcionamento no país da gigantesca base militar dos EUA em Manta e lamentou não ter condições no momento para por fim à dolarização".

"Detentores da sabedoria universal"

"Não obstante todas as iniciativas tomadas por Rafael Correa serem positivas, já está a ser alvo de ataques insistentes de personalidades e jornalistas de esquerda que levantam dúvidas sobre a sinceridade das suas opções progressistas. Tal como a Evo Morales, pedem-lhe o impossível, como se o Equador estivesse no limiar de uma situação revolucionária. Ora, Rafael Correa enfrenta um Poder Judiciário hostil e corrupto e no Legislativo a maioria tudo fará para sabotar a execução do seus programa". Por último, Miguel Urbano critica acidamente as "atitudes irresponsáveis" de setores esquerdistas contra o governo de Hugo Chávez.

"Nos últimos meses, à medida que este processo avança, cientistas políticos, escritores e jornalistas de diferentes quadrantes ideológicos do ultra-esquerdismo tornam públicas teses, análises e exegeses que pretendem ser uma contribuição para que a revolução bolivariana passe a um patamar superior. À falta de melhor, identifico-os como anarco-trotskistas porque fundem características do moderno anarquismo e do trotskismo latino-americano... A reflexão crítica séria sobre o que se fez e não se fez na Venezuela é não apenas útil, como indispensável. Mas parece-me muito negativa a tempestade de conselhos que desaba todas as semanas sobre Chávez, vindos precisamente de esquerdistas ‘revolucionários’ que se expressam como se fossem tutores do presidente e detentores da sabedoria universal".

O desabafo do renomado intelectual português ajuda a compreender os efeitos negativos de certas leituras voluntaristas e sectárias sobre a atual correlação de forças no continente e sobre a natureza contraditória dos governos oriundos das lutas sociais. E nem havia sido editado o documento da fusão da LIT-CITO, que só confirma os estragos e as confusões causadas pelo velho-novo "anarco-trotskismo".


* Jornalista, editor da revista Debate Sindical
Fonte: Adital

sábado, 26 de maio de 2007

Repostando a não concessão da RCTV da Venezuela

As motivações de Chávez para não renovar a concessão da RCTV venezuelana


Na Venezuela, 78% das estações de televisão estão nas mãos privadas, contra 22% do setor público; seis grandes grupos tomam conta de quase tudo o que o venezuelano vê e ouve


Elaine Tavares

Quem já esteve na Venezuela sabe muito bem: liberdade de opinião é tudo o que há. Nas rádios e emissoras de televisão comerciais, o presidente Hugo Chávez é xingado, humilhado, destratado e desmoralizado. As palavras usadas pelos jornalistas são de uma violência sem par. E ainda assim, ali estão, eles e elas, a disseminar suas diatribes, sem que ninguém lhes impeça. Não há censura de nenhuma espécie. Também os grandes jornais fazem oposição ao governo, ou melhor, a Chávez, usando argumentos que muito mais ofendem a pessoa do presidente do que ao governo em si. É um negócio inimaginável em qualquer outro país do mundo. Se isso acontecesse nos Estados Unidos, por exemplo, duvido que os jornalistas não fossem presos ou banidos para sempre. Pois na Venezuela eles estão livres para falar.

Agora, o governo decidiu uma coisa que também acontece no chamado “mundo livre”, todos os dias. Não vai mais renovar a concessão de uma rede de televisão do país, a Radio Caracas Televisión, alegando que a mesma não cumpre a lei. E o que diz a lei? Que as redes de televisão, assim como as de rádio, são um serviço público e como tal, devem servir à população com informações de interesse de todos e não só de alguns. É uma lei muito parecida com as leis dos demais países do mundo, inclusive do Brasil. Pois a RCTV é uma rede de televisão que existe há mais de 50 anos, sempre na linha da desinformação, tal e qual qualquer outra emissora de TV alinhada com os interesses do grande capital. A RCTV, assim como a Venevisión, é uma rede que muito mais funciona como uma corrente de transmissão da ideologia do “american way of life” do que qualquer outra coisa. Uma máquina de propaganda, como muito bem já analisou o teórico Noam Chomski. Aqui no Brasil poderíamos colocar como análoga, a rede Globo, por exemplo.


Mas os motivos que levam o presidente Hugo Chávez a não renovar a concessão vão muito além do que uma possível represália, como dizem os parceiros da mídia-irmã, como o Jornal Nacional, da Globo, ou a CNN, braço armado da informação estadunidense. Num extenso documento chamado ‘Libro Blanco sobre RCTV”, o Ministério do Poder Popular para a Comunicação e Informação da Venezuela explica em detalhes os porquês da não-renovação da concessão. Além de mostrar como se conforma o sistema comunicacional no país, monopólico, anti-democrático, concentrador, o documento esmiúça todas as ilegalidades que a RCTV vem cometendo desde há tempos.

Na Venezuela, 78% das estações de televisão estão nas mãos privadas, contra 22% do setor público. Na banda de UHF, o número sobe para 82% no setor privado, 11% no comunitário e 7% no setor público. Seis grandes grupos tomam conta de quase tudo o que o venezuelano vê e ouve, e isso mesmo depois da promulgação da nova lei que regula os meios de comunicação, buscando mais participação comunitária. Os mais poderosos são os da RCTV e o da Venevisión. Juntos, controlam 85% das verbas publicitárias e têm 66% do poder de transmissão. O grupo que controla a RCTV é o das empresas 1BC, nascida em 1920 e incrementada em 1930 com verbas e tecnologia da RCA. A TV existe desde o início dos anos 50 e tem, hoje, entre seus acionistas, uma empresa com sede em Miami, EUA, a Coral Pictures. Não é sem razão que, segundo estudos do Instituto Nacional del Menor, 67% dos programas transmitidos sejam de produção estrangeira e que a metade da programação – cerca de 52% - seja de anúncios publicitários. Da programação local, muito pouco representa a vida real do país. Os programas de auditório, as telenovelas e outras produções representam, no mais das vezes, a Venezuela branca e rica. A massa de trabalhadores, os indígenas, os negros, geralmente só aparecem em programas policiais. Qualquer semelhança com o Brasil não é mera coincidência.

As concessões

A idéia de concessões públicas começa a ganhar corpo na Venezuela no final de 1875, quando o governo se viu diante da necessidade de controlar as riquezas naturais, mais particularmente o petróleo. Depois, essas concessões foram se espraiando para o campo da mineração e das comunicações. Quando nasce a primeira rádio, em 1923, é o estado quem outorga a permissão. Desde então, o governo vem ditando leis para regular o setor. A última delas, antes da lei RESORTE, promulgada no governo Chávez, datava de 1941 e dizia que uma concessão não podia durar mais que um ano, sendo renovada apenas se o interessado cumprisse com todas as leis. Essa lei só veio a ser atualizada em 1986, através de um decreto presidencial que esticou para 20 anos o tempo da concessão. Passado esse tempo, o estado pode então revisar o contrato e decidir se a emissora continua com a permissão.

Com a Lei Orgânica de Telecomunicações, aprovada em 2000, já no governo Chávez, nasce um novo regime de concessões. Mas, essa nova lei garantiu que as autorizações estabelecidas pelo decreto de 1986 e suas respectivas regras fossem mantidas, com os prazos sendo respeitados. Isso significa que todas as emissoras que tiveram concessão naqueles dias puderam continuar operando, contando, a partir dali, o prazo de 20 anos. Agora, em 2007, este prazo está esgotado, daí a revisão de cada uma delas, já dentro dos critérios da nova lei. Até aí, nada de ilegal ou de falta de liberdade de expressão. Apenas a correta adequação a uma nova situação, fruto de uma mudança significativa no conteúdo do que seja um serviço público, capaz de “permitir o acesso universal da informação”.

O dono da empresa não é o dono da informação

Na nova lógica da lei das comunicações venezuelanas, aquele que detém o controle da empresa não é o dono da mensagem. Ele tem, por obrigação, garantir a pluralidade das vozes, a democratização das idéias e a participação popular. Portanto, na avaliação do governo da Venezuela, a RCTV, terminado o seu prazo de concessão, não atende aos requisitos básicos para continuar gerindo um bem público. E por quê? Porque desde sempre a emissora manteve a política de informar apenas um lado da questão: o que interessa ao grande capital. Segundo o relatório governamental – disponível na Internet – a RCTV, durante o golpe que tentou tirar Hugo Chávez do poder, difundiu notícias falsas, impediu a fala de pessoas do governo, fomentou a violência, negou-se a divulgar as opiniões que eram favoráveis ao governo e não mostrou qualquer ato de mobilização dos partidários de Chávez.

Também no episódio da paralisação dos petroleiros, organizada pela Fédecamara (instituição empresarial) e a Confederación de Trabajadores de Venezuela, a RCTV usou atores profissionais e fabricou imagens visando falsear a realidade e incitar o terror. Naqueles dias, a emissora foi alvo de investigações por parte do governo e todas estas questões foram comprovadas. Não bastasse isso, também foi detectada a evasão de tributos por parte da rede, débitos com funcionários e o uso de imagens de crianças para disseminar o ódio ao governo de Chávez. Todo o dossiê com essas informações está disponível na rede mundial de computadores (clique aqui).

E por que o mundo não grita por liberdade?...

O fato é que todos esses argumentos não estão sendo divulgados nas reportagens que são feitas sobre a não-renovação da concessão. Tudo o que se diz é que o governo Chávez está censurando, reprimindo e impedindo a livre expressão. Estes fatos citados acima mostram que a coisa não é bem assim. Há que observar todos os pesos da balança.

O pensador estadunidense Noam Chomski há muito tempo prega que as pessoas do chamado “mundo livre” deveriam ter à disposição um curso de autodefesa intelectual. E ele não diz isso à toa. É porque é um estudioso sistemático do modelo de comunicação estadunidense, o maior criador de ilusões que já se viu e que, não por acaso, estende seus tentáculos por toda a América Latina. Segundo Chomski, quando o governo dos Estados Unidos fala em democratização da comunicação, esse discurso está totalmente desprovido de significado, porque, lá, o cidadão comum não tem qualquer possibilidade de controle sobre o que é divulgado. Os únicos interesses que importam são os do governo e o das grandes corporações. Eles controlam tudo. Quando, por algum motivo, as redes de TV ou jornais, principiam a falar de algum tema que seja contra as políticas governamentais, esses meios são “censurados” pelo imediato corte de verbas. E, ao que parece, não há ninguém na CNN ou na Globo gritando contra isso.

Nos Estados Unidos, denuncia Chomski, os interesses das maiorias sempre foram considerados uma “ameaça à democracia” e quem os divulga está marcado para sempre. Na “terra da liberdade” só têm curso livre as informações que dizem respeito aos interesses nacionais, e aí leia-se: dos bancos, das grandes empresas, do governo. Nada a ver com o povo. A desinformação é o prato do dia, servido sem que nenhum organismo de imprensa se levante em repúdio. Mentiras são divulgadas à exaustão, como a das armas químicas no Iraque, e ninguém pede provas. Pelo contrário. A notícia é disseminada por todos os países e as redes de imprensa reproduzem como se fosse a verdade absoluta. “Para os EUA, quando as grandes empresas perdem o controle da comunicação, então aí está uma violação da democracia”, diz o teórico estadunidense. E conta ainda sobre uma rede de TV daquele país que, por ter divulgado uma reportagem sobre a compra de terras por transnacionais nos países do terceiro mundo, teve toda a verba publicitária cortada. Motivo: a notícia era anti-estadunidense, o que mostra muito bem que as transnacionais têm pátria sim. Mas, estas informações não chegam ao grande público e ninguém parece enquadrá-las como anti-democráticas ou como uma barreira à liberdade de expressão.

Os novos tempos

O certo é que aquilo que ameaça ter um cheiro de povo, de participação protagônica das gentes, acaba tornando-se altamente incomodativo. As grandes redes na Venezuela, acostumadas a colonizar as mentes da população com um mundo alienígena, começam a perceber que os ventos estão soprando de outra direção. Enquanto os apoiadores da RCTV aparecem nas telas da CNN clamando pelo direito de verem suas novelas e programas de entretenimento, os que ajudaram a escrever a nova lei de comunicação querem ver brotar uma nova televisão. Que seja capaz de dar conta da pluralidade das gentes venezuelanas, que abrigue produções nacionais, comunitárias, que informe com o maior número de lados da verdade, que forme, que traga os aspectos culturais do seu povo, que assegure a participação popular.

De qualquer modo, essa é só mais uma batalha da luta de classe que se explicita no processo bolivariano. O poder de “los de abajo” contra as grandes corporações. Um capítulo paradigmático, visto que serve de exemplo para as demais emissoras com concessão a vencer. Na Venezuela, a iniciativa privada pode expressar-se e viver em paz, desde que cumprindo com o que diz a lei soberana, fruto da vontade do povo, pois como se sabe, lá, qualquer lei pode ser alterada pelo poder popular. Assim, o que se vê nas telas das televisões dos países amigos dos EUA nada mais é do que a velha jogada ideológica de tirar por diabo toda e qualquer pessoa que não diga amém ao capital. Mas, quem pensa por si mesmo, pode chegar a outras conclusões...

O OLA é um projeto de observação e análise das lutas populares na América Latina.

Relíquia da Bossa Nova

Os 7 Velhinhos - Bossa Nova



Personagens:

Maestro Carioca
Abel Ferreira
Jose Meneses
Maestro Nelsinho
Orlando Trinca
Maestro Formiga
Pedro Vidal
Jose Americo
Chiquinho do Acordeon



01 - Garota de Ipanema (Tom Jobim / Vinicius de Moraes) Garota Moderna (Jair Amorim / Evaldo Gouveia)
02 - Gente (Marcos Valle / Paulo Sergio Valle) Opinião (Zé Keti)
03 - Preciso Aprender a Ser Só (Marcos Valle / Paulo Sergio Valle) Vivo Sonhando (Tom Jobim)
04 - Aruanda (Carlos Lyra / Geraldo Vandré) Berimbau (Baden Powell / Vinicius de Moraes)
05 - Samba de Verão (Marcos Valle / Paulo Sergio Valle) Corcovado (Tom Jobim)
06 - Influência do Jazz (Carlos Lyra) Só Danço Samba (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
07 - Arrastão (Edu Lobo / Vinicius de Moraes) Borandá (Edu Lobo)
08 - Sambou Sambou (João Mello / João Donato) Gostoso É Sambar (João Mello)
09 - Nanã (Moacir Santos / Mário Telles) Minha Namorada (Carlos Lyra / Vinicius de Moraes)
10 - Reza (Edu Lobo / Ruy Guerra) Quem Quiser Encontrar o Amor (Carlos Lyra / Geraldo Vandré)

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Copiado de: Loronix

Relíquia do Samba

Os Originais do Samba - Pra que Tristeza (1976)


01 - Saudade e Flores (Adeílton Alves / Nilton Pereira de Castro)
02 - Samba do "Arnesto" (Adoniran Barbosa / Alocin)
03 - Cabeça Que Não Tem Juízo (Aloísio)
04 - Tragédia no Fundo do Mar (Assassinato do Camarão) (Zeré / Ibrain)
05 - Pra Que Tristeza (Delcio Carvalho)
06 - Mulata Faceira (Martinho da Vila)
07 - Boato (Carlos Geraldo / B. J. Aroldo / Netinho)
08 - Canto de Amor (Delcio Carvalho / Barbosa da Silva)
09 - Buchicho (Luis Carlos / Murilo Penha "Bidi")
10 - Complicação (Murilo Penha "Bidi" / Mussum / Luis Carlos)
11 - Quem Me Dera (Beto Scala / São Beto)
12 - Não Sei de Nada (Wando)

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Copiado de: Loronix

Utilitário...

ELPRIME MEDIA RECOVERY Elprime Media Recovery é o software de recuperação de dados de CDs e DVDs riscados, danificados ou com defeito e ainda de drives flash USB, cartões de memória, disquetes e outros dispositivos de armazenamento de dados.

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Copiado de:Acidez Mental

Isso é Israel...

A verdadeira face de Israel




É sempre assim. Basta que uma personalidade não americana visite a Palestina para que Israel mostre sua verdadeira face. Foi isso que aconteceu e continuará acontecendo hoje devido à visita do alto representante da Comunidade Européia, Javier Solana. O recado a Solana é claro: Israel respeita apenas os Estados Unidos.E numa demonstração de arrogância sem paralelo na História, prendeu ministros, prefeitos e parlamentares palestinos. Entre os detidos, que tiveram suas casas invadidas, estão o ministro da Educação Nasser Shaer e o ex-ministro e diretor da principal instituição de caridade islâmica da cidade de Nablus, Abdel Rahman Zaidan. Vários prefeitos também foram presos, entre os quais Adili Jaish, da cidade de Nablus; Uaji Qawas, de Kalkilia; Arab Sharufa, de Beita, além dos prefeitos das cidades de Al-Bireh, de Bidia e três parlamentares do Hamas. Isso tudo durante a visita do representante da União Européia. Nem nos piores momentos das ditaduras latinoamericanas se viu tamanha brutalidade. E depois Israel, com apoio dos pilantras da mídia, diz que é uma democracia.
Em anexo, um vídeo de pouco mais de nove minutos que apresenta a verdadeira face do Estado racista de Israel.

http://www.youtube.com/watch?v=GzNPZf-5aO4
Copiado de:Blog de Bourdokan
Liberdade de imprensa? Onde?


O Parlamento Europeu e a Comissão de Relações Exteriores do Senado americano criticaram a decisão do governo do presidente venezuelano, Hugo Chávez, de não renovar a concessão do canal de televisão RCTV, cujas transmissões devem se encerrar às 23h59 deste domingo.Uns e outros acusam o presidente Chávez de ditador. Não sei não, mas acho que esses uns e outros estão gozando com a nossa cara. Primeiro Chávez foi eleito e reeleito com muito mais transparência do que o presidente americano e seus congêneres europeus. Depois, falar em liberdade de imprensa para defender uma estação de tv que pregava publicamente a deposição do presidente, muitas vezes manipulando vergonhosamente as informações, é um insulto à inteligência. E por falar nisso, onde existe liberdade de imprensa? Na mídia americana que se calou diante da aprovação pelo Congresso das leis ditatoriais do delinqüente Bush? Da mídia européia? Existe isso? É claro que há, e sempre haverá, as honrosas exceções. Exceções, apenas isso. Ou alguém acha que Berlusconi e Murdoch são democratas?Só para o leitor de esse blog entender o que é a RCTV, basta dizer que a manipulação exercida pela Rede Globo e pela mídia brasileira contra Lula durante a campanha eleitoral não representa um por cento do que foi o comportamento da emissora venezuelana. E, por favor, entendam os leitores que usei o péssimo exemplo da mídia brasileira durante a campanha eleitoral apenas como uma constatação. E não uma manifestação de apoio desse blog a qualquer tipo de governo.
Copiado de: Blog do Bourdokan

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Resistência Palestina

Para atingir Hamas, Israel assassina mulheres e crianças em Gaza


O Governo israelense deu hoje “luz verde” ao Exército do país judeu para que intensifique as operações contra a Faixa de Gaza. A desculpa usada pelo governo sionista é de que os ataques servirão para pôr fim ao disparo de “rockets” contra o seu território. Horas depois, oito pessoas morreram num ataque aéreo contra a casa onde vivia a família de um dirigente do Hamas, na cidade de Gaza. Entre as vítimas do ataque estão uma mulher e duas crianças.

Em comunicado, o gabinete de segurança israelense revela que os militares poderão “aumentar as suas operações, e atacar as infra-estruturas dos grupos militantes palestinos.


O Governo refere que operações deverão concentrar-se no Hamas e na Jihad Islâmica, os responsáveis pela suposta escalada de violência, mas não estão excluídas “medidas mais drásticas” caso não cessem os ataques contra Israel.


Esta manhã, o primeiro-ministro israelense Ehud Olmert declarou o "estado de excepção" no sul do país, região que nos últimos dias tem estado na mira dos mísseis do Hamas que, segundo as autoridades israelenses, provocaram alguns feridos.


Ao final da tarde de hoje, helicópteros israelenses atacaram a casa de Khalil al-Haya, dirigente do Hamas em Gaza, provocando pelo menos oito mortos e 12 feridos, alguns dos quais em estado grave. Segundo fontes palestinas, as vítimas são familiares de Al-Haya, que não se encontraria em casa no momento do ataque.


O Governo israelense promete ainda uma ofensiva diplomática junto da comunidade internacional, para explicar as razões desta nova resposta militar. "Não há soluções milagrosas para parar os ‘rockets’. Cada solução é complexa e poderá ter várias consequências e é por isso que a nossa resposta será gradual", justificou Olmert.


Em declarações à AFP, um responsável israelense explicou que, para já, não está na mesa a opção de lançar uma operação terrestre de grande envergadura contra a Faixa de Gaza, de onde as forças hebraicas saíram no outono de 2005. Israel vai privilegiar “os ataques aéreos e as operações visando os chefes militares dos grupo islâmicos que disparam os mísseis”, afirmou o dirigente, que pediu para não ser identificado.

Trégua entre os palestinos


Diante da agressão israelense, os dois principais grupos políticos palestinos (Fatah e Hamas) consolidaram um cessar-fogo neste domingo ao declarar o fim formal de um surto de combates internos na faixa de Gaza.


Burhan Hammad, chefe da delegação de segurança do Egito, que intermediou o acordo naquele território litorâneo, disse que tanto o Fatah como o Hamas "assinaram um acordo segundo o qual concordam em pôr fim a todos os combates, pôr fim a todas as ostentações armadas e libertar todos os reféns".


O acordo aconteceu quando não havia relatos de combates entre os dois lados havia quase 24 horas, em um sinal de que aparentemente a mais recente série de acordos de trégua estava funcionando.


Os dois lados disseram que os ataques aéreos israelenses contra alvos de militantes nos últimos dias, em que 21 palestinos morreram, os estimulou a pôr fim às rivalidades internas.

"Prometemos ao nosso povo que faremos tudo o que pudermos para preservar o sangue do nosso povo e nunca mais voltar a essa luta repulsiva", disse Khalil al-Hayya, deputado do Hamas.


Um dia antes de ter sua residência bombardeada por caças israelense, Hayya exortou o Hamas e o Fatah "a se unirem no campo para confrontar os agressores", referindo-se a Israel.


Esta manhã, a Jihad Islâmica tinha ameaçado enviar “dezenas de mulheres suicidas” para se fazerem explodir junto aos militares israelenses em caso de uma nova ofensiva terrestre contra o território.

Fonte:vermelho