quarta-feira, 18 de julho de 2007

ENEM 2007 - Material de Apoio Para Estudos



Montado com vários materiais e provas do Enem com Gabarito que será muito util para aqueles que vão fazer o ENEM deste ano de 2007, além disso tem algumas explicações sobre as provas a redação...

Estilo: Cursos / Ebooks
Fabricante: N/A
Tamanho: 34 Mb
Formato: Rar
Idioma: Português

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terça-feira, 17 de julho de 2007

Economia solidária pode ser porta de saída da exclusão, para educador

Daniel Merli

A economia solidária pode ser a porta de saída da exclusão para vários setores sociais, na opinião do educador popular Cláudio Nascimento. Para isso a Secretaria Nacional de Economia Solidária tem trabalho em parceria com programas sociais de vários ministérios. Pescadores, mineradores, ex-internos de hospitais psiquiátricos e pessoas atendidas pelo Bolsa Família.

Nesta segunda parte da entrevista com o coordenador de Estudos e Divulgação da secretaria, ele fala também da formação de redes, que tem sido a principal estratégia dos empreendimentos de economia solidária para enfrentar a concorrência com as grandes empresas.

REVISTA FÓRUM - A Secretaria Nacional de Economia Solidária trabalha com orçamento e equipe reduzidas para dar conta de um setor que já responde por 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Que estratégias vocês têm usado para dar conta desse desafio?

CLÁUDIO NASCIMENTO - Nós temos de inserir a questão da economia solidária na máquina do Estado. Montamos um curso na Escola Nacional de Administração Pública (Enap) para colocar o tema para as pessoas que trabalham nos outros ministérios. Descobrimos que há umas 10 pastas em que há atuação com práticas de economia solidária. O Ministério de Desenvolvimento Agrário, por exemplo. Lá na ponta, as pessoas atendidas pelo ministério, são da agricultura familiar, que é uma forma de economia solidária.

Minas e Energia também tem, já que trabalha com garimpos. Pode não dar esse nome formal, mas é cooperativismo e tem de ser atendido assim. O Ministério de Desenvolvimento Social tem um programa que atende iniciativas de autogestão de pessoas que são atendidas pelo Bolsa Família e montam um pequeno empreendimento para escapar do desemprego.

Fomos ver que, na Secretaria de Aqüilcultura e Pesca, também há um monte de iniciativas atendidas que são de autogestão, como fábricas de gelo e cooperativas de pescadores. Na Cultura, havia um programa de resgate da cultura dos trabalhadores. E fomos ver que a maioria das obras tratava de iniciativas de autogestão.

A partir disso, cria-se uma sinergia de vários ministérios. E começamos a trabalhar em conjunto com as iniciativas que já existiam. E também apresentar o cooperativismo como uma porta de saída para problemas que eram enfrentados por outros ministérios.

Por exemplo, o trabalho escravo. O Ministério do Trabalho vai lá e liberta 40 pessoas, por exemplo. Se elas não tiverem uma alternativa de sobrevivência, vão voltar ao trabalho escravo. Então vamos fazer um diagnóstico da região e descobrir que tipo de empreendimento eles podem criar. No Ministério da Saúde, em que está colocada a luta antimanicomial. Após sair do hospital psiquiátrico, para onde esse sujeito vai? começamos a criar centros de produção artística. No Ministério do Turismo, já há iniciativas importantes de Turismo Solidário no Piauí e Maranhão.

REVISTA FÓRUM - Uma coisa interessante da economia solidária é que ela surge em locais onde menos se espera, como estratégia de sobrevivência, como você está mostrando. Mas elas não têm escala de produção para concorrer em pé de igualdade com outras empresas, dentro de um mercado capitalista. Como vocês tentam superar isso?

CLÁUDIO NASCIMENTO - Essa é uma dificuldade que temos. Uma das coisas que incentivamos para enfrentar esse problema são as Feiras de Economia Solidária. No Rio Grande do Sul, fizemos várias, inclusive trazendo empreendimentos de outros países do Mercosul. Outra coisa que investimos é na comunicação. A secretaria fez várias vinhetas de rádios, TV, para difundir a existência desses empreendimentos.

Outra coisa importante é a formação de redes. Elas já existem, mas agora começamos um programa em parceria com o Instituto Paulo Freire para sistematizar as experiências. Como é trabalhar em rede? Como é feita a comercialização entre eles e com o mercado? Temos de descobrir como são formadas essas redes. Inclusive porque a economia solidária tem uma diversidade imensa. Cada empreendimento é muito diferente do outro.

Mas já há iniciativas até de redes internacionais. Ano passado, houve um encontro internacional na Venezuela de empresas recuperadas por trabalhadores. A partir daí foi criada uma rede de produção de algodão, entre cooperativas brasileiras e venezuelanas.

Também temos investido na questão do comércio justo, que está ganhando força na Europa. Então temos feitos pesquisas para saber como explorar esse mercado.

TV Globo enquadra o governo Lula



Altamiro Borges

As poderosas emissoras de TV do Brasil, que manipulam as informações e deformam o comportamento, acabam de obter mais uma vitória diante do governo Lula. Após um intenso bombardeio, que contou com vários artistas globais – tendo a frente o “anarquista-tucano” Jô Soares –, com milionários anúncios e com uma cobertura parcial e agressiva da própria mídia hegemônica, o Ministério da Justiça anunciou na semana passada alterações na portaria que normatiza a classificação indicativa para os programas de TV. O projeto inicial, editado pelo ex-ministro Márcio Thomaz Bastos, previa mecanismos de classificação da programação das emissoras – e não de censura, como elas alardearam de maneira terrorista e maldosa.

No final da contenda, o governo Lula é que acabou novamente sendo enquadrado pelos “donos da mídia”. Na portaria anterior (264), a exemplo do que ocorre na maioria dos países, caberia ao ministério a análise prévia para a classificação indicativa de um determinado programa. Já na nova (1.220), esse papel caberá exclusivamente às redes privadas, que deverão realizar uma pretensa “autoclassificação” e terão o prazo de 60 dias – no qual o programa já poderá ser exibido com todas as suas deformações – para que a Justiça “monitore” o seu conteúdo. Na prática, as TVs privadas, que usam gratuitamente uma concessão pública, é que definirão arbitrariamente a programação – com todos os seus valores mercantis apodrecidos.

Recuo não sacia o apetite

Apesar desta “estrondosa vitória”, conforme noticiado pela imprensa, as emissoras de televisão ainda não estão satisfeitas com este inexplicável recuo do governo Lula e querem mais. O jornal O Globo publicou quatro artigos, em duas páginas, para criticar a nova portaria: “Classificação: governo continua com poder de veto”, “Nova classificação não convence os artistas”, “Pela Constituição não pode haver censura” e “Portaria exclui noticiário jornalístico”. Numa manipulação grosseira, a famiglia Marinho insiste na tese de que a última palavra na classificação ainda caberá ao governo, o que é uma escancarada mentira. A TV Globo, na sua arrogância imperial, não aceita nem sequer a fiscalização do Poder Judiciário.

Pela portaria, as emissoras ficarão livres de qualquer sanção, caso não respeitem uma eventual revisão da classificação, e qualquer reavaliação só poderá ser feita pelo Ministério Público e pela Justiça. O governo, responsável pela concessão pública, foi totalmente alijado. Nem sequer a portaria anterior, mais afinada com o Estado de Direito, impunha alguma forma de censura. De maneira explícita, ela determinava que a classificação seria apenas indicativa, e não impositiva, e que as TVs que a desrespeitassem só poderiam ser punidas pela Justiça. Mesmo assim, as poderosas emissoras, com o apoio mesquinho e individualista de alguns artistas, carimbaram no governo a pecha de autoritário, responsável pelo “retorno da censura”.

O jogo pesado das emissoras

A batalha da classificação indicativa foi dura e o povo nem teve chance de conhecer a sua real dimensão, já que ficou exposto à execrável manipulação da mídia. Até Alberto Dines, do Observatório da Imprensa, reconheceu “o jogo pesado adotado pelas empresas de TV, capitaneadas pela Globo. Anúncios de página inteira nos principais jornais reproduzindo o manifestado assinado por astros e estrelas das telinhas contra a classificação que existe em todos os países mostra que as concessionárias de radiodifusão estão somente interessadas em servir aos seus próprios interesses, e não ao interesse público. Esta orquestração serviu para escancarar a imperiosa necessidade do debate sobre a concentração da mídia no país. Se adotássemos aqui as normas vigentes nos EUA, a cruzada contra a classificação teria sido menos autoritária”.

Já o professor Laurindo Lalo Leal Filho, um incansável lutador pela democratização da mídia, avalia que a pressão das empresas para barrar a classificação indicativa na TV aberta é uma demonstração do poder da mídia no país. “As emissoras de televisão no Brasil, concessionárias de um serviço público (é sempre bom lembrar), não admitem qualquer tipo de regras ao seu funcionamento. Trabalham no vácuo legal e pretendem continuar assim”. Para ele, a nova portaria permitirá que, mesmo a programação classificada como imprópria para crianças e adolescentes, possa ir ao ar no horário livre – antes das 20 horas. “É inadmissível que algo tão delicado, como é a exposição de crianças e jovens a cenas incompatíveis com os respectivos desenvolvimentos físico e mental, fique a critério exclusivo dos empresários da mídia”.

Abert emplaca 18 exigências

O próprio secretário nacional de Justiça, Antônio Carlos Biscaia, confessou que foram atendidas 18 das 24 reivindicações da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), que congrega a máfia da mídia. Entre outras imposições, a Abert rechaçou a expressão “terminantemente vedada”, que constava da portaria anterior ao se referir à programação por faixa etária e horário. Segundo a colunista Mônica Bergamo, “pressionado pelas TVs, o governo Lula decidiu ‘limpar’ partes do texto da lei da classificação indicativa... Assessores do ministro Tarso Genro se esforçaram para que ele mantivesse no texto ao menos a indicação de horários para os programas apropriados às crianças”, o que não vingou.

O jogo de pressão da mídia foi violento. A mesma Mônica Bergamo, sempre bem informada, revelou que “diretores da TV Globo se empenharam pessoalmente na coleta de assinaturas de artistas para o manifesto publicado nos jornais contra o que definiram como ‘classificação impositiva’... O artista plástico Siron Franco foi procurado pela equipe de Luis Erlanger (porta-voz da Globo). Erlanger diz que participou do ‘mutirão’ de coleta, que envolveu cineastas e atores de teatro. A atriz Fernanda Torres diz que não foi procurada, mas que provavelmente ‘não assinaria’ o manifesto. Diz não ser a favor do ‘vale-tudo’ na TV, mas afirma que leu pareceres que diziam que a proposta abria brechas para o governo ‘punir as TVs’”.

Manipulação vergonhosa

Neste processo vergonhoso de manipulação, que cooptou vários artistas, as emissoras ouviram somente o lado contrário à portaria 264, que determinava a análise prévia do conteúdo dos programas. Elas inclusive apresentaram a medida como autoritária, elaborada de forma arbitrária pelo governo. Não informaram aos telespectadores que o Ministério da Justiça promoveu audiências públicas nas principais capitais, que uma consulta pública recebeu mais de 11 mil sugestões, que ocorreu um seminário internacional em Brasília, que um livro foi publicado e que a Agência Nacional dos Direitos da Infância foi contratada para realizar um estudo comparativo sobre a legislação de vários países, incluindo os EUA e a Europa.

“A cobertura da grande imprensa escondeu o fato de que a portaria do Ministério da Justiça foi precedida por muitos estudos e amplo debate. Infelizmente, quem se recusou a participar do debate foi a Abert. Sem contar com um noticiário isento, a população foi levada a acreditar que o Brasil estava próximo de adotar uma política totalitária, desconhecendo que quase toda a União Européia já usa critérios de classificação etária. A cobertura da imprensa também não informou que a classificação não incide sobre a TV paga, os tele-jornais e documentários, sobre a propaganda e os programas ao vivo e esportivos. E, tampouco, ela mencionou que há anos convivemos com a classificação etária nas salas de cinema, sem que nenhum produtor, diretor ou ator tenha reclamado”, denuncia Gustavo Gindre, integrante do Coletivo Intervozes.

Num atentado à democracia e ao próprio jornalismo, as TVs só entrevistaram artistas e diretores famosos, a maior parte da Rede Globo, que compararam a classificação à censura. “Segundo essa posição, o Estado não tem o direito de cobrar que um concessionário de serviço público tenha preocupação com a formação de nossa infância e adolescência. Por essa versão, alterar a exibição de um programa de televisão, baseado na quantidade das cenas de sexo e violência, seria censura”, contesta Gindre. Ele também critica alguns “artistas famosos”, que assinaram o manifesto contra a censura, mas nunca lutaram contra “a censura que já existe nos meios de comunicação privados (tanto no jornalismo quanto na dramaturgia). Onde estavam quando a TV Globo escondeu das telas os comícios das Diretas Já ou quando, mais recentemente, a Vênus Prateada determinou que o casal de lésbicas da nova ‘Torre de Babel’ morresse numa explosão?”.

Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB, editor da revista Debate Sindical e autor do livro “As encruzilhadas do sindicalismo” (Editora Anita Garibaldi, 2ª edição).

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Raul Seixas - Discografia 1967-89





1970 Raulzito e os Panteras
1971 - Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10
1973 - Krig-Ha, Bandolo!
1973 - Os 24 Maiores Sucessos da Era do Rock
1974 - O Rebu
1974 - Gita
1975 - Novo Aeon
1976 - Há Dez Mil Anos Atrás
1977 - Raul Rock Seixas
1977 - O Dia Em Que a Terra Parou
1978 - Mata Virgem
1979 - Por Quem Os Sinos Dobram
1980 - Abre-Te Sésamo
1983 - Raul Seixas
1984 - Ao Vivo - Único e Exclusivo
1984 - Metrô Linha 743
1985 - Let Me Sing My Rock And Roll
1986 - Raul Rock Volume 2
1988 - A Pedra do Gênesis
1989 - A Panela do Diabo
Kreing-Ha Bandolo

Os 24 Maiores Sucessos da Era do Rock

O Rebu

Gita

Novo Aeon

Raul Rock Seixas

O Dia Em Que a Terra Parou

Os Grandes Sucessos de Raul

Ao Vivo, Único e Exclusivo

Let Me Sing My Rock n Roll

Raul Rock Volume II

Uah Bap Lu Bap Lah Bein Bum

A Pedra do Genesis

Metamorfose Ambulante

IRA - Invisível DJ [2007]


FAIXAS


1. Invisível Dj

2. Sem Saber Pra Onde Ir

3. Eu Vou Tentar

4. Mariana Foi Pro Mar

5. Não Basta o Perdão

6. Culto de Amor

7. Feito Gente

8. Tudo de Mim

9. No Universo dos seus Olhos

10. A Saga

11. O Candidato

12. La Luna Llena

Copiado de:BrasilMidia


DOWNLOAD

Se o Caso é chorar (1972)

1 Happy end
(Antônio Pádua - Tom Zé)
2 Frevo
(Tom Zé - Tuzé de Abreu)
3 A babá
(Tom Zé)
4 Menina, amanhã de manhã (O sonho voltou)
(Perna - Tom Zé)
5 Dor e dor
(Tom Zé)
6 Senhor cidadão
(Poema "Cidade", de Augusto de Campos - Tom Zé)
7 A briga do edifício Itália com o Hilton Hotel
(Tom Zé)
8 O anfitrião
(Tom Zé)
9 O abacaxi de Irará
(Perna - Ribeiro - Tom Zé)
10 O sândalo
(Tom Zé)
11 Se o caso é chorar
(Perna - Tom Zé)
12 Sonho colorido de um pintor
(Talismã)



Fidel compara Cuba e EUA, desafia Bush e acusa hipocrisia


O presidente de Cuba, Fidel Castro, zombou dos esforços do governo Bush para diminuir os problemas sociais na América Latina, destacando que seu pequeno país pode superar os Estados Unidos na ajuda em saúde e educação. Em editorial publicado neste domingo (15) pelo jornal Juventud Rebelde, Fidel também declarou que o governo americano tem capacidade para evitar qualquer atentado em seu território — a menos que seja de seu interesse político deixá-lo acontecer.


Fidel: 27 artigos desde 29 de março

“Bush vai descobrir que o sistema econômico e político do império não pode competir na área de serviços vitais como educação e saúde com Cuba, atacada e bloqueada por quase 50 anos”, escreveu o líder cubano. "Todo mundo sabe que a especialidade dos Estados Unidos na área de educação é roubar cérebros", sustentou Fidel, citando um relatório da Organização Mundial do Trabalho.

Esse documento revelou que 47% dos estudantes estrangeiros que conquistam o título de Ph.D. nos Estados Unidos permanecem no país. A administração Bush recebeu 150 delegações da América Latina e 90 organizações dos Estados Unidos esta semana para discutir o trabalho social do país na região e promover esforços corporativos.

A Conferência da Casa Branca sobre as Américas, convocada por George W. Bush em março, contou com a presença de Bush, sua esposa, Laura, e cinco membros de seu gabinete como parte de um esforço para conter o uso dos programas de educação e saúde de Cuba e Venezuela para a América do Sul.

“Por episódios”

Fidel ridicularizou o giro de quatro meses pela região do navio-hospital Comfort dos Estados Unidos. A embarcação, com mais de 800 pessoas a bordo — entre pessoal médico e tripulação —, cumpre até setembro uma rota de assistência humanitária por países das Américas Central e do Sul e Caribe

"Você não pode efetuar programas médicos por episódios", escreveu Fidel, comparando a próxima parada do navio no Haiti com o trabalho de centenas de médicos cubanos em quase uma década no local, além do treinamento de haitianos em Cuba.

"Em Cuba, onde a saúde não é mercadoria, é possível fazer coisas que Bush sequer imagina”, registra o editorial. “Os países do Terceiro Mundo não dispõem de recursos para criar centros de pesquisa científica, mas Cuba conseguiu criá-los, apesar de seus próprios profissionais muitas vezes serem exortados e incentivados a desertar.".

Foi nesse sentido que Fidel lembrou os milhares de bolsistas da América Latina e do Caribe que se formam médicos em Cuba gratuitamente. Entre eles, há até jovens norte-americanos.

A “reflexão” de Fidel, sob o título "Bush, a saúde e a educação", foi sua 27ª desde 29 de março. O líder de 80 anos tem escrito textos de opinião enquanto se recupera de uma série de cirurgias no intestino. O irmão de Fidel, Raul Castro, de 76 anos, governa temporariamente o país.

Ataques tolerados

Em resposta ao secretário de Segurança Interna americano, Michael Chertoff, Fidel ainda comentou: “Qualquer ataque contra sua população ele pode evitar, exceto se tiver necessidade do estardalhaço para prosseguir e justificar a brutal guerra que decretou contra a cultura, a religião, a economia e a independência de outros povos”.

Na terça-feira, em entrevista divulgada pelo Chicago Tribune, Chertoff declarou que tinha "a intuição" de que os Estados Unidos estão enfrentando neste verão um alto risco de atentados terroristas. Para Fidel, no entanto, Washington "vê e escuta tudo, com ou sem autorização legal, e pode obter a informação de segurança que precisa sem seqüestrar, torturar ou assassinar em prisões secretas".

Evo anuncia nacionalização das ferrovias bolivianas


O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou neste domingo (15) que começará a nacionalizar as ferrovias do país, atualmente sob o controle de investidores chilenos e americanos. O anúncio foi feito na localidade de Guaqui, às margens do lago Titicaca.


O chefe de Estado foi ao local de trem desde a cidade pré-colombiana de Tiahuanaco. Durante seu discurso para inaugurar o circuito turístico entre as duas localidades, Evo questionou a privatização parcial da Empresa Nacional de Ferrovias (Enfe) realizada em 1996, segundo a Agência Boliviana de Informação.

"O povo que nos falava de capitalização que nos diga agora onde estão os frutos desse processo. Nunca houve capitalização, mas descapitalização do povo boliviano e de nossas empresas”, disse Evo. “Por isso, agora vamos iniciar a nacionalização da Enfe."

A estatal foi privatizada parcialmente — processo que na Bolívia se conhece como capitalização. Os investidores do Chile ficaram com o controle da rede ferroviária andina, enquanto os dos Estados Unidos com as rotas orientais.

A Empresa Ferroviária Andina tem como principal sócia a companhia Inversores Bolivian Railways SA, que possui um pacote acionário de 50%, composto por capitais chilenos. A sócia da Empresa Ferroviária Oriental é a firma Trens Continentais, filial da americana Genesee Wyoming, que também tem participação de 50%.

Em ambos os casos, outros 49% pertencem teoricamente à população boliviana, que delegou sua administração a duas empresas que gerenciam previdência privada — uma do grupo Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) e outra do suíço Grupo Zurique Financial Service.

Fonte: Vermelho

Meditação


O homem, para se evadir dos seus conflitos, tem inventado muitas formas de "meditação". Estas têm por base o desejo, a vontade e a ânsia de conseguir algo, o que implica conflito e uma luta para chegar. Este esforço consciente, deliberado, realiza-se sempre dentro dos limites de uma mente condicionada, e nesta não existe liberdade. Todo o esforço para meditar é contrário à meditação.
A meditação vem com o cessar do pensamento. E só então se revela uma dimensão diferente, que está além do tempo.
J. Krishnamurti

domingo, 15 de julho de 2007

Bush corrige a pontaria (3): o Iraque





Luiz Eça


Estimular os conflitos entre xiitas e sunitas, apoiando os grupos sunitas, mesmo sendo terroristas. É a nova estratégia americana no Oriente Médio, a redirection, revelada pelo repórter investigativo Seymour Hersh, da New Yorker. Irã, Síria e xiitas seriam os principais inimigos dos Estados Unidos e os alvos de suas baterias.

No Iraque, a aplicação da redirection parece complicada. Afinal, nesse país, são os sunitas que atacam os americanos, enquanto a maioria dos xiitas, aboletada no poder, admite a ocupação. Mas Bush sabe que esses amigos de hoje serão os inimigos de amanhã. Logo que, após a saída das tropas americanas, os políticos xiitas assumirem de fato o país, eles provavelmente passariam para o lado do também xiita Irã, com quem, além da afinidade religiosa, mantêm firmes laços de amizade. Isso para os interesses americanos seria o desastre, pois inviabilizaria totalmente os grandes objetivos da invasão: o controle do petróleo e a criação de um novo Iraque, democrático, pacífico e... submetido à hegemonia ianque. 500 bilhões de dólares (o custo atual da aventura iraquiana) teriam sido jogados fora.

A resposta do governo Bush a esse desafio é sempre que houver interesses comuns, fornecer armas aos sunitas. Isso já está acontecendo. Em algumas regiões, a insurgência sunita rompeu com a Al Qaeda e a está combatendo, ao lado dos americanos.

A briga com a Al Qaeda foi causada pelos ataques dos comandados de Bin Laden contra a população civil, que atingiram até mesmo guerrilheiros e clérigos de facções sunitas. “Não queremos matar sunitas nem xiitas inocentes e o que a Al Qaeda está fazendo é contrariar o Islã” foi a justificação de Abu Marwan, líder do Exército Mujahedin, sunita.

Com esse lance, os americanos não só isolam a Al Qaeda, dividindo e enfraquecendo a insurgência, mas também turbinam o poder de fogo sunita - o que ameaça o governo xiita.

Sua dependência dos americanos irá fatalmente aumentar, forçando-o, por uma questão de sobrevivência, a um comprometimento ainda maior do que o existente. O resultado é que, para os xiitas que governam o país, a perspectiva de retirada em curto prazo do exército dos Estados Unidos é assustadora.

E essa retirada, o pull out, parece próxima. A opinião pública americana apóia maciçamente: mais de 70% da população, segundo pesquisa do USA Today. A questão já começou a ser discutida no Senado. Bush antecipou seu veto. No entanto, como cinco senadores republicanos pularam fora e se juntaram aos senadores democratas, o pull out tem quase o número de votos necessário para a rejeição do veto presidencial.

Sentindo o peso da barra, Bush lançou mão de sua tradicional manobra: o uso político do medo.

O ministro das relações exteriores do Iraque e o embaixador dos Estados Unidos advertiram o povo americano que a partida das tropas causaria o aumento da violência, a morte de milhares de pessoas e um conflito regional.

A Casa Branca divulgou notícias alarmantes de que a Al Qaeda estaria para desfechar um terrível atentado nos Estados Unidos. Funcionários da inteligência informaram à rede ABC que uma célula da Al Qaeda estaria a caminho.

E Bush apelou aos senadores para que adiem sua decisão até setembro, quando o comandante das forças americanas no Iraque apresentará os resultados da nova ofensiva contra os insurgentes. Os senadores teriam, então, um quadro exato da situação para decidir de forma melhor.

Ele espera que, até lá, a lei do petróleo seja aprovada pelo parlamento iraquiano. Afinal, foi para isso que os americanos conquistaram o país, sacrificando, até agora, 3.700 soldados. Essa lei assegura aos Estados Unidos as fontes de energia barata e abundante de que necessita e às petrolíferas lucros estratosféricos. O Iraque, com suas reservas de 112 bilhões de barris – a segunda maior do mundo -, oferece isso.

Pela nova lei, os campos petrolíferos seriam explorados pelas multinacionais, através dos contratos PSA (Production Sharing Agreements), dividindo os lucros com o estado. O PSA é tão desvantajoso que nenhum país petrolífero do Oriente Médio o aceita. No caso iraquiano, será particularmente ruim, pois deixaria o país amarrado aos contratos por até 35 anos.

As coisas não estão correndo bem para Bush. Apresentada ao governo iraquiano em fins do ano passado, a lei foi rapidamente aprovada. No Parlamento surgiram reações contrárias de sunitas, xiitas e até dos aliados curdos. O governo amenizou algumas cláusulas. Mas a oposição continua, inclusive dos sindicatos petrolíferos. Faleh Umara, seu presidente, explica: “a lei permite às companhias internacionais, especialmente americanas, explorarem os campos de petróleo sem nenhum controle. E elas ficam com cerca de 50% da produção, o que é um roubo do petróleo iraquiano”.

Seis vencedores do Nobel da Paz, Betty Williams, Mairead Maguire, Rigoberta Menchu, Jody Williams, Shirin Ebadi e Wangari Maathai juntaram-se aos protestos: “a lei do petróleo iraquiano irá beneficiar as petrolíferas estrangeiras às custas do povo do Iraque, negar ao povo segurança econômica, criar maior instabilidade e colocar o país mais longe da paz”.

Indiferente ao clamor da opinião pública, o governo americano vem pressionando os legisladores iraquianos. Fixou o fim de junho como prazo final para a aprovação da lei. Nada feito. Adiou, então, para setembro, para quando ele conta postergar o início da discussão do pull out.
Com a lei aprovada, Bush teria moral para conseguir da oposição mais tempo para os contratos de exploração das zonas petrolíferas serem firmados.
É provável que seja atendido, pois os congressistas já manifestaram ansiedade pela aprovação dessa lei. Isto posto, Bush poderá propor seu “plano B”, no qual o pull out aconteceria logo. No entanto, parte do exército, talvez 10 a 15 mil homens, permaneceria nas bases em vez de ocupar o país. Não mais exercendo funções policiais, mas apenas como assessores do governo iraquiano, para garantir a democracia e a integridade territorial. Claro, sua missão principal seria garantir os contratos petrolíferos, o fluxo de petróleo para os Estados Unidos e impedir eventuais iniciativas atrevidas do governo em favor do Irã ou dos guerrilheiros muçulmanos.
Pode dar certo. Desde que os movimentos sunitas e xiitas, os parlamentares e o governo iraquianos, mais os senadores e deputados americanos, ajam do jeito que o governo Bush prevê.

Façam suas apostas.


Luiz Eça é jornalista.