quinta-feira, 19 de julho de 2007

Projeto Sevilla-Palestina, da Universidade de Sevilla(em espanhol)

Aumento na cesta básica familiar leva donas de casa às ruas

Em noite de Pato, Inter vence e afunda Corinthians




O Corinthians amargou mais uma derrota na noite desta quarta-feira e aumentou o jejum de vitórias para seis rodadas no Campeonato Brasileiro. Em noite inspirada de Alexandre Pato, que reassumiu sua vaga na equipe titular, o Internacional deu seqüência à sua reação no Nacional e venceu o Timão por 3 a 0, no Beira-Rio.

Os gols foram marcados no segundo tempo, sendo os dois primeiros anotados por Pato. No primeiro, o atacante converteu cobrança de pênalti. O segundo foi marcado pelo atleta depois de vacilo da defesa corintiana. Já Adriano, que substituiu Iarley no decorrer do jogo, fechou o placar, depois de jogada de Pato.

Com a derrota, o Corinthians se manteve estagnado com 14 pontos e caiu para a 16ª posição, apenas uma acima da zona de rebaixamento. Já o Colorado deu seqüência à reação no campeonato, subiu para 17 pontos e se distanciou da parte de baixo da tabela.

O time gaúcho tem novo compromisso no sábado, quando enfrenta o Juventude, no Alfredo Jaconi. Já o Corinthians buscará a reação no dia seguinte, em duelo no Morumbi com o Náutico. O Timão, por sinal, acumula agora seis rodadas sem triunfos no Brasileirão, sendo três empates (Paraná, Fluminense e São Paulo) e três derrotas (Palmeiras, Sport e Inter).

Antes do início da partida desta quarta, os atletas fizeram um minuto de silêncio em memória das vítimas do acidente de um avião em São Paulo, ocorrido na terça-feira. O ex-presidente do Internacional, Paulo Rogério Amoretty, que vinha trabalhando como advogado do Corinthians, foi uma das vítimas da tragédia.

Em campo, o técnico Alexandre Gallo apostou em uma equipe ofensiva para tentar surpreender o Corinthians. Para promover a volta de Alexandre Pato, o treinador recuou Christian e manteve também Iarley na equipe. Em alguns momentos, a equipe contava então com três atacantes na frente.

Desta forma, antes mesmo de o relógio completar o primeiro minuto de jogo, o Colorado ameaçou os visitantes. Pato fez o cruzamento da esquerda e Christian cabeceou com perigo, mas Felipe se esticou para efetuar grande defesa e salvar o Timão.

No lance seguinte, Pato driblou Fábio Ferreira na esquerda, mas chutou completamente errado e desperdiçou a oportunidade. Já o Corinthians respondeu em bobeada da defesa gaúcha. Clemer tocou errado na saída de bola e Everton Santos recebeu de presente. O atacante, então, invadiu a área e bateu forte, mas o goleiro defendeu. Willian, por sua vez, não conseguiu aproveitar o rebote.

Do outro lado, Iarley arriscou da intermediária e quase surpreendeu Felipe, que espalmou com dificuldade. O Internacional tentava concentrar o volume de jogo em seu sistema ofensivo, mas o Timão respondia em contragolpes. Aos 18, Finazzi recebeu cruzamento da direita e cabeceou para a pequena área, onde estava Marcelo Oliveira, livre. O volante, porém, concluiu por cima do travessão.

Em nova descida do Inter, Magal invadiu a área e caiu, com a torcida pedindo pênalti, mas o árbitro mandou o jogo seguir. Instantes depois, em outra tentativa aérea do Colorado, Christian subiu mais que a zaga e mandou de cabeça para fora.

No último lance da etapa, Willian passou por Magal na esquerda e bateu cruzado. Clemer espalmou pela linha de fundo, mas o árbitro anotou tiro de meta, considerando que o goleiro tocou na bola quando ela já estava fora de campo.

As duas equipes voltaram para a segunda etapa sem alterações em suas escalações, mas o ritmo do jogo diminuiu momentaneamente. No entanto, no primeiro lance de perigo do Colorado na etapa, o clube local conseguiu inaugurar a contagem. Aos 17, o árbitro Luís Antônio Silva Santos anotou pênalti de Zelão sobre Iarley. Alexandre Pato fez a cobrança e colocou o Inter na frente no placar.

Depois de sofrer o revés, o Timão quase igualou o placar. Willian cobrou escanteio e Clemer deixou a bola escapar, mas se recuperou e evitou o gol. Instantes depois, o arqueiro do time gaúcho não segurou outro escanteio, e Marcão afastou o perigo.

Aos 34, o Colorado ampliou a vantagem. A defesa corintiana não conseguiu segurar Alexandre Pato, que avançou e bateu forte para superar o goleiro Felipe. Nos minutos finais, Pato ainda mostrou inspiração para ajeitar para Adriano, que finalizou da entrada da área e deu números finais ao placar.
FICHA TÉCNICA
INTERNACIONAL 3 X 0 CORINTHIANS

Local: Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre
Data: 18 de julho de 2007, quarta-feira
Horário: 21h45 (de Brasília)
Árbitro: Luis Antônio Silva Santos (RJ)
Assistentes: Dibert Pedrosa Moisés e Jorge Campos Luis Roxo (RJ)
Cartões amarelos: Edinho, Sidnei, Iarley e Diego (Internacional); Betão ( Corinthians)
GOLS: INTERNACIONAL: Alexandre Pato, aos 17 e aos 34, e Adriano, aos 44 minutos do segundo tempo

INTERNACIONAL: Clemer; Magal (Diego), Índio, Sidnei e Marcão; Edinho, Ji-Paraná, Pinga e Iarley (Adriano), Alexandre Pato e Christian (Roger)
Técnico: Alexandre Gallo

CORINTHIANS: Felipe; Edson (Dentinho), Fábio Ferreira, Zelão e Betão; Bruno Octávio, Marcelo Oliveira, Rosinei e Willian (Dinelson); Everton Santos (Clodoaldo) e Finazzi
Técnico: Paulo César Carpegiani

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Tragédia Brasil

Laerte Braga


Quaisquer que venham a ser as conclusões sobre o acidente com o Airbus da TAM na noite de 17 de julho, vários aspectos têm que ser levados em conta sobre a aviação e o Brasil. A crise que explodiu com a queda do avião da GOL, em outubro do ano passado, abre um cenário trágico, deplorável, e transforma em vítimas pessoas inocentes, ao largo desse processo de transformação do Brasil numa imensa Roça de Cana.

O primeiro ponto a ser considerado é que todas as debilidades de infra-estrutura no País, crônicas, agravaram-se a partir do governo FHC. O Brasil foi deixado de lado na sanha privatista do governo tucano, na corrupção desmedida do governo tucano. Não foram só os aeroportos em todo o seu conjunto, mas também as rodovias, tudo.

O segundo é a absoluta incapacidade do presidente Lula de sair da camisa de força em que se colocou nesse amontoado de alianças que implicou em figuras como Carlos Wilson na presidência da INFRAERO. Estende-se a todo o governo e o episódio do mensalão foi apenas a grita de Roberto Jefferson que não se conformou em perder um cargo chave no controle dos "negócios", no caso uma diretoria de FURNAS.

Ou seja, por qualquer ângulo que se veja, por quantos pontos se levante, o modelo político e econômico está falido e não existe remédio capaz de dar jeito.

Fala-se muito nas vaias ao presidente Lula no Rio de Janeiro. Foram, evidente, armadas e orquestradas no esquema César Maia. Mas estenderam-se e pouco a mídia falou nisso, às delegações da Bolívia e da Venezuela. Excluo as vaias aos norte-americanos (acontecem em qualquer parte do mundo).

Um avião não derrapa no dia anterior ao desse grande acidente de terça-feira e outro cruza uma avenida de mais ou menos 40 metros e se espatifa/explode contra prédios comerciais e da própria companhia, a TAM, se algo não estiver errado.

A princípio as reformas das pistas não foram concluídas e a pressão da crise no setor fez com que a INFRAERO as liberasse sem os devidos cuidados.

O que isso tem a ver com Renan Calheiros, por exemplo? Com FHC? Com Lula? Com a falência do modelo?

Renan foi ministro da Justiça de FHC, votou a favor de todas as privatizações. FHC largou o Brasil como casa abandonada e vendeu o patrimônio público e Lula, malgrado um ou outro esforço aqui e ali, não faz nada que não seja o assistencialismo. O neoliberalismo populista.

Empresas como a INFRAERO foram e são tratadas como moeda de troca no jogo político. É por aí o pulo do gato. O negócio não é funcionar, é garantir o futuro.

As vaias às delegações da Bolívia e da Venezuela? A disputa pelos destroços do Estado brasileiro, onde as vítimas não se circunscrevem aos passageiros do avião da TAM, mas a todos os brasileiros no processo crescente de banalização e transformação do ser/cidadão/pessoa em mercadoria, foi montada, pacientemente pela GLOBO e grande mídia, exatamente porque Bolívia e Venezuela contrariam interesses de gente como Renan, como FHC, como Lula, porque presidentes como Evo Morales e Chávez cuidam dos interesses de seus países.

GLOBO, FOLHA DE SÃO PAULO, VEJA, tucanos, democratas, não são diferentes de nada que transforma o Estado brasileiro num grande e trágico acidente. São porta-vozes dos principais acionistas.

Vai ser um feito e tanto se Lula sair inteiro desse massacre. O que existe é briga por um botim e o acidente com o avião da TAM vai ser usado nessa briga. O loteamento de cargos como a INFRAERO, onde as denúncias de corrupção se estendem para todos os lados.

A tragédia é no Brasil inteiro. As chamas estão crepitando em todo o País. Os prédios estão desabando por todos os lados.


Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, trabalhou no Estado de Minas e no Diário Mercantil.

Ilustração: Táia Rocha

Sabujos e subservientes

Bourdoukan


Eis que os pilantras da mídia ameaçam colocar a cabeça fora do vaso sanitário para absorver os aromas expelidos pelos seus patrões em busca de inspiração. Odeiam a humanidade e desprezam a verdade. Adoram uma sabujice e não vivem sem a subserviência.

São tão preconceituosos esses pilantras que sequer informam que Pelé estará jogando amanhã na África do Sul em homenagem a Nelson Mandela.O craque em campo e eles cultivando um silêncio absoluto.

Também pudera, um negro eles podem suportar, mas dois? E ainda por cima que se recusam a reconhecer o lugar deles? Se já não bastassem Hugo Chávez e Evo Morales, dois mestiços que não sabem se comportar, dois mestiços que em outros tempos estariam na senzala!

Pobres pilantras midiáticos que vivem driblando as descargas para garantir o pão de cada dia!
A que nível chegou a mídia, a que nível...




O governador José Serra esteve ontem no local do acidente aéreo do avião da TAM e deu uma entrevista. Seu discurso do ponto de vista formal tinha um tom comedido. Mas o conteúdo foi deplorável. Ele fez de tudo para jogar a tragédia de ontem no colo do governo federal.

Disse, entre outras tantas patacoadas, que havia uma suspeita de que a pista de Congonhas tinha problemas e que isso precisava ser apurado. E que ali no local um promotor público já o acompanhava e que iria organizar uma investigação “independente” para o governo paulista. Também disse que o aeroporto só seria liberado depois que ele tivesse certeza de sua segurança.

Foi necessário que o seu secretário da Justiça entrasse em cena para fazer uma correção e jogar a culpa pelo mal-entendido na imprensa. “Como o aeroporto é administrado pelo governo Federal, o governo do Estado não pode decidir nada em relação a ele. E Serra não disse isso porque sabe que vivemos num sistema federativo”, disse Marrey. Por isso que é bom ter sempre um bom advogado por perto.

Uma parte da mídia já estava seguindo essa linha precipitada de acusação (e não de investigação) de que o acidente tinha relação com o que se convencionou chamar de “apagão aéreo”. Serra só fez reforçar esse tom editorial. Isso é uma demonstração de como não se deve proceder num momento como esses.

Aliás, Serra deveria ser um pouco mais comedido porque sabe bem o que é viver uma tragédia nas barbas do seu governo. Aliás, governador, só por curiosidade, como estão as investigações em relação à cratera do Metrô? Vossa excelência já poderia nos responder sobre qual a responsabilidade do Consórcio que fez as obras? Vossa excelência poderia nos dizer como andam as investigações sobre o tema na Assembléia Legislativa? Está instalada uma CPI para tratar do caso? Vossa excelência já pediu uma investigação “independente”, por exemplo, para a Polícia Federal ou pretende nomear o mesmo promotor que vai tratar do caso de Congonhas?

Pois então, é disso que se trata. Ontem à noite escrevi neste blog que o governo federal tem sua cota-parte de responsabilidade no acidente. E mantenho minha posição. Acho que de fato há um descalabro no setor e que é preciso fazer algo para que isso mude. A crise maior não está na administração do espaço aéreo ou ainda na situação dos aeroportos, que a bem da verdade melhoraram muito nos últimos anos, mas no que tange a atividade comercial em si. As duas maiores empresas que atuam na área têm feito o que bem entendem. E daqui da minha ignorância acho que elas podem estar colocando em risco a segurança dos seus clientes em nome de mais lucros e um maior mercado. É uma sensação de quem lê jornais e vê que a as aeronaves que antes faziam seis pontes-aéreas por dia, hoje fazem nove. E de quem olha para alguns comandantes de vôo e fica impressionado com a juventude que eles têm. Aliás, repito, muitos de nossos pilotos mais experientes estão indo trabalhar na China, na Índia, na África do Sul e em outras partes. Buscam salários justos e melhores condições de trabalho. Ou seja, para bom entendedor...

Acho que o governo federal e a Anac (aliás, que bela invenção essa história de agências reguladoras, hein Serra?, hein, FHC?) têm obrigação de impedir que isso continue acontecendo. Por isso, repito, não considero que o governo federal não tenha nada a ver com essa história. Tem sim e deve agir rapidamente para que o sistema de transportes aéreo no Brasil funcione de forma responsável e segura.

Agora, daí a querer responsabilizá-lo pela tragédia é algo podre. É esse nível de política que faz com que as pessoas sintam nojo dela. Aliás, transformar a política em algo nojento é o que certos setores sempre tentaram fazer. Quanto mais nojenta ela parecer, mais esses setores se locupletam fazendo política para si e para os seus.



PS1: No momento que atualizo o site com este post, leio que o MP paulista pede a interdição de Congonhas. Ou seja, está fazendo o que Serra disse que tentaria fazer na noite de ontem e que Marrey tentou dizer que ele não disse. E só comprova a minha linha de raciocínio, de que há uma exploração política do caso.

PS2: Um leitor também acaba de me enviar texto de um colunista tucano. Ele faz graça com a frase infeliz de Marta Suplicy. A piada do colunista é: “como esse governo, relaxa e morre”. É esse o nível da turma.
Copiado de: BlogDoRovai
Um crack no cérebro

A dependência física da 'pedra' acontece, não raro, na primeira "pipada" e pode levar à morte por sua ação fulminante sobre o sistema nervoso central

O efeito do crack dura, em média, cinco minutos. Mas o resultado é devastador, pois os pulmões absorvem quase 100% da droga inalada. As primeiras reações do crack são uma euforia plena, que some repentinamente depois que o “barato” da droga passa, seguida por depressão, inquietação e ansiedade. Por isso, “as pessoas sentem um desejo incontrolável de usá-la novamente, para manter o organismo em ritmo acelerado, prolongar o prazer e afastar os sinais desconfortáveis da abstinência. Tudo isso, no entanto, favorece uma rápida dependência física”, explica Hamer Nastasy Palhares Alves, responsável pelo Ambulatório de Crack e Cocaína da Unidade de Dependência de Álcool e Drogas (Uniad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

“O grande desafio do tratamento é manter o paciente motivado em permanecer abstêmio, e para isso ele deve evitar o álcool — que é um freqüente gatilho para o consumo do crack — e mudar o seu estilo de vida”, esclarece o especialista.

O que é?
O crack é uma mistura de cloridrato de cocaína (cocaína em pó), bicarbonato de sódio ou amônia e água destilada. Pode também ser obtido a partir da pasta de cocaína. A droga se apresenta na forma de pequeninas pedras e é até cinco vezes mais potente do que esta última. É mais barato do que ela e, por isso, se difundiu tão rapidamente em todo o mundo.

Como é consumido?
A principal forma é pela inalação da fumaça produzida pela queima da pedra. Para fumar, é necessário o auxílio de algum objeto como um cachimbo — mas muitos usuários, na ausência deste, usam latas, garrafas plásticas, canudos ou canetas.

RECONHEÇA OS SINAIS DE DEPENDÊNCIA
• Lábios, língua e garganta ressecados. Tosse, congestão nasal (nariz entupido), expectoração de muco escuro e danos aos pulmões.
• Na primeira fase de uso, o usuário apresenta hiperatividade, disposição, insônia, desnutrição e perda brusca de peso.
• O uso constante provoca cansaço intenso, tremores, depressão, desinteresse sexual, apatia...Em alguns casos, alucinações, delírios e sintomas paranóicos (sensação de estar sendo vigiado ou perseguido).
• Comportamento violento e muitas vezes inadequado.
• Muitos abandonam hábitos de higiene e cuidados pessoais.
• A “fissura” para fumar novamente e adquirir mais e mais droga pode arrasar o indivíduo financeiramente.
• Contrações no peito, seguidas de convulsões e coma. Arritmias, derrame cerebral e aumento da pressão arterial, fator que pode aumentar o risco de um ataque cardíaco.

ONDE PROCURAR AJUDA
• Unidade de Tratamento e Pesquisa em Álcool e Drogas (Uniad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp): www.uniad.org.br
• Programa Álcool e Drogas do Hospital Israelita Albert Einstein: www.einstein.br/alcooledrogas
• Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP): www.abpbrasil.rog.br
• Secretaria Nacional Anti-Drogas (Senad): www.senad.gov.br



Fonte: Viva Saúde - UOL

ENEM 2007 - Material de Apoio Para Estudos



Montado com vários materiais e provas do Enem com Gabarito que será muito util para aqueles que vão fazer o ENEM deste ano de 2007, além disso tem algumas explicações sobre as provas a redação...

Estilo: Cursos / Ebooks
Fabricante: N/A
Tamanho: 34 Mb
Formato: Rar
Idioma: Português

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terça-feira, 17 de julho de 2007

Economia solidária pode ser porta de saída da exclusão, para educador

Daniel Merli

A economia solidária pode ser a porta de saída da exclusão para vários setores sociais, na opinião do educador popular Cláudio Nascimento. Para isso a Secretaria Nacional de Economia Solidária tem trabalho em parceria com programas sociais de vários ministérios. Pescadores, mineradores, ex-internos de hospitais psiquiátricos e pessoas atendidas pelo Bolsa Família.

Nesta segunda parte da entrevista com o coordenador de Estudos e Divulgação da secretaria, ele fala também da formação de redes, que tem sido a principal estratégia dos empreendimentos de economia solidária para enfrentar a concorrência com as grandes empresas.

REVISTA FÓRUM - A Secretaria Nacional de Economia Solidária trabalha com orçamento e equipe reduzidas para dar conta de um setor que já responde por 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Que estratégias vocês têm usado para dar conta desse desafio?

CLÁUDIO NASCIMENTO - Nós temos de inserir a questão da economia solidária na máquina do Estado. Montamos um curso na Escola Nacional de Administração Pública (Enap) para colocar o tema para as pessoas que trabalham nos outros ministérios. Descobrimos que há umas 10 pastas em que há atuação com práticas de economia solidária. O Ministério de Desenvolvimento Agrário, por exemplo. Lá na ponta, as pessoas atendidas pelo ministério, são da agricultura familiar, que é uma forma de economia solidária.

Minas e Energia também tem, já que trabalha com garimpos. Pode não dar esse nome formal, mas é cooperativismo e tem de ser atendido assim. O Ministério de Desenvolvimento Social tem um programa que atende iniciativas de autogestão de pessoas que são atendidas pelo Bolsa Família e montam um pequeno empreendimento para escapar do desemprego.

Fomos ver que, na Secretaria de Aqüilcultura e Pesca, também há um monte de iniciativas atendidas que são de autogestão, como fábricas de gelo e cooperativas de pescadores. Na Cultura, havia um programa de resgate da cultura dos trabalhadores. E fomos ver que a maioria das obras tratava de iniciativas de autogestão.

A partir disso, cria-se uma sinergia de vários ministérios. E começamos a trabalhar em conjunto com as iniciativas que já existiam. E também apresentar o cooperativismo como uma porta de saída para problemas que eram enfrentados por outros ministérios.

Por exemplo, o trabalho escravo. O Ministério do Trabalho vai lá e liberta 40 pessoas, por exemplo. Se elas não tiverem uma alternativa de sobrevivência, vão voltar ao trabalho escravo. Então vamos fazer um diagnóstico da região e descobrir que tipo de empreendimento eles podem criar. No Ministério da Saúde, em que está colocada a luta antimanicomial. Após sair do hospital psiquiátrico, para onde esse sujeito vai? começamos a criar centros de produção artística. No Ministério do Turismo, já há iniciativas importantes de Turismo Solidário no Piauí e Maranhão.

REVISTA FÓRUM - Uma coisa interessante da economia solidária é que ela surge em locais onde menos se espera, como estratégia de sobrevivência, como você está mostrando. Mas elas não têm escala de produção para concorrer em pé de igualdade com outras empresas, dentro de um mercado capitalista. Como vocês tentam superar isso?

CLÁUDIO NASCIMENTO - Essa é uma dificuldade que temos. Uma das coisas que incentivamos para enfrentar esse problema são as Feiras de Economia Solidária. No Rio Grande do Sul, fizemos várias, inclusive trazendo empreendimentos de outros países do Mercosul. Outra coisa que investimos é na comunicação. A secretaria fez várias vinhetas de rádios, TV, para difundir a existência desses empreendimentos.

Outra coisa importante é a formação de redes. Elas já existem, mas agora começamos um programa em parceria com o Instituto Paulo Freire para sistematizar as experiências. Como é trabalhar em rede? Como é feita a comercialização entre eles e com o mercado? Temos de descobrir como são formadas essas redes. Inclusive porque a economia solidária tem uma diversidade imensa. Cada empreendimento é muito diferente do outro.

Mas já há iniciativas até de redes internacionais. Ano passado, houve um encontro internacional na Venezuela de empresas recuperadas por trabalhadores. A partir daí foi criada uma rede de produção de algodão, entre cooperativas brasileiras e venezuelanas.

Também temos investido na questão do comércio justo, que está ganhando força na Europa. Então temos feitos pesquisas para saber como explorar esse mercado.

TV Globo enquadra o governo Lula



Altamiro Borges

As poderosas emissoras de TV do Brasil, que manipulam as informações e deformam o comportamento, acabam de obter mais uma vitória diante do governo Lula. Após um intenso bombardeio, que contou com vários artistas globais – tendo a frente o “anarquista-tucano” Jô Soares –, com milionários anúncios e com uma cobertura parcial e agressiva da própria mídia hegemônica, o Ministério da Justiça anunciou na semana passada alterações na portaria que normatiza a classificação indicativa para os programas de TV. O projeto inicial, editado pelo ex-ministro Márcio Thomaz Bastos, previa mecanismos de classificação da programação das emissoras – e não de censura, como elas alardearam de maneira terrorista e maldosa.

No final da contenda, o governo Lula é que acabou novamente sendo enquadrado pelos “donos da mídia”. Na portaria anterior (264), a exemplo do que ocorre na maioria dos países, caberia ao ministério a análise prévia para a classificação indicativa de um determinado programa. Já na nova (1.220), esse papel caberá exclusivamente às redes privadas, que deverão realizar uma pretensa “autoclassificação” e terão o prazo de 60 dias – no qual o programa já poderá ser exibido com todas as suas deformações – para que a Justiça “monitore” o seu conteúdo. Na prática, as TVs privadas, que usam gratuitamente uma concessão pública, é que definirão arbitrariamente a programação – com todos os seus valores mercantis apodrecidos.

Recuo não sacia o apetite

Apesar desta “estrondosa vitória”, conforme noticiado pela imprensa, as emissoras de televisão ainda não estão satisfeitas com este inexplicável recuo do governo Lula e querem mais. O jornal O Globo publicou quatro artigos, em duas páginas, para criticar a nova portaria: “Classificação: governo continua com poder de veto”, “Nova classificação não convence os artistas”, “Pela Constituição não pode haver censura” e “Portaria exclui noticiário jornalístico”. Numa manipulação grosseira, a famiglia Marinho insiste na tese de que a última palavra na classificação ainda caberá ao governo, o que é uma escancarada mentira. A TV Globo, na sua arrogância imperial, não aceita nem sequer a fiscalização do Poder Judiciário.

Pela portaria, as emissoras ficarão livres de qualquer sanção, caso não respeitem uma eventual revisão da classificação, e qualquer reavaliação só poderá ser feita pelo Ministério Público e pela Justiça. O governo, responsável pela concessão pública, foi totalmente alijado. Nem sequer a portaria anterior, mais afinada com o Estado de Direito, impunha alguma forma de censura. De maneira explícita, ela determinava que a classificação seria apenas indicativa, e não impositiva, e que as TVs que a desrespeitassem só poderiam ser punidas pela Justiça. Mesmo assim, as poderosas emissoras, com o apoio mesquinho e individualista de alguns artistas, carimbaram no governo a pecha de autoritário, responsável pelo “retorno da censura”.

O jogo pesado das emissoras

A batalha da classificação indicativa foi dura e o povo nem teve chance de conhecer a sua real dimensão, já que ficou exposto à execrável manipulação da mídia. Até Alberto Dines, do Observatório da Imprensa, reconheceu “o jogo pesado adotado pelas empresas de TV, capitaneadas pela Globo. Anúncios de página inteira nos principais jornais reproduzindo o manifestado assinado por astros e estrelas das telinhas contra a classificação que existe em todos os países mostra que as concessionárias de radiodifusão estão somente interessadas em servir aos seus próprios interesses, e não ao interesse público. Esta orquestração serviu para escancarar a imperiosa necessidade do debate sobre a concentração da mídia no país. Se adotássemos aqui as normas vigentes nos EUA, a cruzada contra a classificação teria sido menos autoritária”.

Já o professor Laurindo Lalo Leal Filho, um incansável lutador pela democratização da mídia, avalia que a pressão das empresas para barrar a classificação indicativa na TV aberta é uma demonstração do poder da mídia no país. “As emissoras de televisão no Brasil, concessionárias de um serviço público (é sempre bom lembrar), não admitem qualquer tipo de regras ao seu funcionamento. Trabalham no vácuo legal e pretendem continuar assim”. Para ele, a nova portaria permitirá que, mesmo a programação classificada como imprópria para crianças e adolescentes, possa ir ao ar no horário livre – antes das 20 horas. “É inadmissível que algo tão delicado, como é a exposição de crianças e jovens a cenas incompatíveis com os respectivos desenvolvimentos físico e mental, fique a critério exclusivo dos empresários da mídia”.

Abert emplaca 18 exigências

O próprio secretário nacional de Justiça, Antônio Carlos Biscaia, confessou que foram atendidas 18 das 24 reivindicações da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), que congrega a máfia da mídia. Entre outras imposições, a Abert rechaçou a expressão “terminantemente vedada”, que constava da portaria anterior ao se referir à programação por faixa etária e horário. Segundo a colunista Mônica Bergamo, “pressionado pelas TVs, o governo Lula decidiu ‘limpar’ partes do texto da lei da classificação indicativa... Assessores do ministro Tarso Genro se esforçaram para que ele mantivesse no texto ao menos a indicação de horários para os programas apropriados às crianças”, o que não vingou.

O jogo de pressão da mídia foi violento. A mesma Mônica Bergamo, sempre bem informada, revelou que “diretores da TV Globo se empenharam pessoalmente na coleta de assinaturas de artistas para o manifesto publicado nos jornais contra o que definiram como ‘classificação impositiva’... O artista plástico Siron Franco foi procurado pela equipe de Luis Erlanger (porta-voz da Globo). Erlanger diz que participou do ‘mutirão’ de coleta, que envolveu cineastas e atores de teatro. A atriz Fernanda Torres diz que não foi procurada, mas que provavelmente ‘não assinaria’ o manifesto. Diz não ser a favor do ‘vale-tudo’ na TV, mas afirma que leu pareceres que diziam que a proposta abria brechas para o governo ‘punir as TVs’”.

Manipulação vergonhosa

Neste processo vergonhoso de manipulação, que cooptou vários artistas, as emissoras ouviram somente o lado contrário à portaria 264, que determinava a análise prévia do conteúdo dos programas. Elas inclusive apresentaram a medida como autoritária, elaborada de forma arbitrária pelo governo. Não informaram aos telespectadores que o Ministério da Justiça promoveu audiências públicas nas principais capitais, que uma consulta pública recebeu mais de 11 mil sugestões, que ocorreu um seminário internacional em Brasília, que um livro foi publicado e que a Agência Nacional dos Direitos da Infância foi contratada para realizar um estudo comparativo sobre a legislação de vários países, incluindo os EUA e a Europa.

“A cobertura da grande imprensa escondeu o fato de que a portaria do Ministério da Justiça foi precedida por muitos estudos e amplo debate. Infelizmente, quem se recusou a participar do debate foi a Abert. Sem contar com um noticiário isento, a população foi levada a acreditar que o Brasil estava próximo de adotar uma política totalitária, desconhecendo que quase toda a União Européia já usa critérios de classificação etária. A cobertura da imprensa também não informou que a classificação não incide sobre a TV paga, os tele-jornais e documentários, sobre a propaganda e os programas ao vivo e esportivos. E, tampouco, ela mencionou que há anos convivemos com a classificação etária nas salas de cinema, sem que nenhum produtor, diretor ou ator tenha reclamado”, denuncia Gustavo Gindre, integrante do Coletivo Intervozes.

Num atentado à democracia e ao próprio jornalismo, as TVs só entrevistaram artistas e diretores famosos, a maior parte da Rede Globo, que compararam a classificação à censura. “Segundo essa posição, o Estado não tem o direito de cobrar que um concessionário de serviço público tenha preocupação com a formação de nossa infância e adolescência. Por essa versão, alterar a exibição de um programa de televisão, baseado na quantidade das cenas de sexo e violência, seria censura”, contesta Gindre. Ele também critica alguns “artistas famosos”, que assinaram o manifesto contra a censura, mas nunca lutaram contra “a censura que já existe nos meios de comunicação privados (tanto no jornalismo quanto na dramaturgia). Onde estavam quando a TV Globo escondeu das telas os comícios das Diretas Já ou quando, mais recentemente, a Vênus Prateada determinou que o casal de lésbicas da nova ‘Torre de Babel’ morresse numa explosão?”.

Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB, editor da revista Debate Sindical e autor do livro “As encruzilhadas do sindicalismo” (Editora Anita Garibaldi, 2ª edição).