quarta-feira, 25 de julho de 2007

Bush corrige a pontaria (4): o Irã



Luiz Eça

“Damos aos governantes do Irã dois meses para cessarem todo tipo de apoio ao governo xiita do Iraque… Do contrário, uma severa guerra os espera”.

- Abu Omar al-Baghdadi, líder do Estado Islâmico no Iraque, grupo ligado à Al-Qaeda.

A nova política externa dos Estados Unidos no Oriente Médio pouco alterou o relacionamento com o Irã, que já era há anos considerado o inimigo número um. O que há de diferente é que a Casa Branca passou a financiar grupos terroristas sunitas em solo iraniano. Mais exatamente,o Jundulá, cujo líder, Abdel Malik Regi, é descrito por Aléxis Debat, expert em contraterrorismo do Nixon Center: “ele é parte traficante, parte talibã, parte ativista sunita”.

Estabelecido além da fronteira com o Paquistão, o Jundulá promove atentados na região norte do Irã, o Baluquistão, matando soldados iranianos e também civis como ocorrido em Zabedã em 14 de fevereiro, quando morreram 18 passageiros de um ônibus. Formado por membros da etnia baluchi, o Jundulá recebe fundos da CIA, conforme contou anonimamente ao jornal londrino Sunday Telegraph um ex- agente sênior da “companhia”. Financiando o terrorismo baluchi, o governo Bush visa desestabilizar o governo de uma região suscetível a apelos separatistas para criar condições favoráveis à invasão do Irã.

Que a opção militar é inevitável, poucos duvidam. Desde 2005 sabe-se, através de reportagens não desmentidas oficialmente, que a Casa Branca já tem prontos planos detalhados para o ataque. E, segundo Vincent Cannistraro, ex-diretor da CIA e do Conselho Nacional de Segurança, tropas especiais americanas disfarçadas já estão em território iraniano identificando possíveis alvos.

Por seu turno, Israel, diz o Times de Londres, já completou seus planos para destruir por ataques aéreos e terrestres as instalações nucleares do Irã.

As justificações da Casa Branca também já estão prontas. Altas autoridades vêm repetindo exaustivamente que o Irã fornece armas para os rebeldes sunitas matarem “our boys”. O Senado endossou essas acusações, até agora não provadas, em resolução - o que vale por uma verdadeira declaração de guerra. Absurdo, pois sendo o Irã ardentemente xiita, jamais auxiliaria os sunitas iraquianos, que promovem diariamente atentados contra a população xiita do país.

Outro “casus belli” elaborado pela propaganda americana é a recusa do governo Ahmadinejad em interromper seu programa atômico. Parece contraditório se lembrarmos que Bush vem revitalizando a infra-estrutura nuclear americana através do Nuclear Posture Review, com a colaboração do Congresso que, em junho de 2004, aprovou a continuação das pesquisas de mini-bombas nucleares.

Para a Casa Branca, é diferente. Os Estados Unidos - um país confiável, sério - jamais usaria armas atômicas senão em último caso. Já o Irã seria um “rogue state”, expressão que designa país que patrocina o terrorismo, desenvolve armas atômicas e bacteriológicas e ameaça, enfim, a ordem internacional.

Ora, o Irã não se enquadra em nenhuma destas acusações. Sequer está provado que seu programa atômico tenha objetivos militares.

Já os Estados Unidos, além de continuar desenvolvendo seus recursos nucleares para a guerra, apóia terroristas sunitas no Líbano – o Fatá al-Islam - e no Irã – o Jundulá. Usou armas químicas na invasão do Iraque e no cerco da cidade de Faluja e, ainda de quebra, entre 1945 e 2005 tentou derrubar mais de quarenta governos estrangeiros (de acordo com William Blum em Rogue State: A Guide to the World's Only Superpower).

Para os povos dos cinco principais países europeus – Inglaterra, França, Alemanha, Itália e Espanha –, os Estados Unidos é que são “rogue states”. Em recente pesquisa, eles foram escolhidos como o país que mais ameaça a paz mundial, recebendo 32% dos votos, o dobro do Irã, com 16,8%.

Na verdade, as motivações americanas são outras. O país depende cada vez mais das importações de petróleo. O consumo cresce desmesuradamente: de 19,7 milhões de barris por dia, em 2002, para 26,7 milhões previstos para 2020. As reservas são insuficientes – em quatro anos deverão se esgotar. Ora, o Oriente Médio responde por 68% das exportações mundiais e o Irã é o quarto no mundo. Ele é importante, não só pela sua produção, mas também pela sua influência na região, que lhe daria condições de paralisar o fluxo de petróleo para os Estados Unidos.

As pressões para a retirada das forças americanas do Iraque estão se tornando insustentáveis. Bush tenta ganhar mais tempo, visando forçar a aprovação da Lei do Petróleo, que poria o imenso potencial iraquiano nas mãos de empresas americanas, bem como a manutenção de bases militares no país para garantir os contratos petrolíferos.

De qualquer maneira, ele sabe que o governo xiita iraquiano, hoje seu aliado a contragosto, uma vez livre, vai se voltar para o governo xiita iraniano, ao qual está profundamente ligado. Com isso, o Irã e o Iraque poderiam formar um bloco xiita, poderoso e provavelmente hostil, que ameaçaria os interesses tanto dos Estados Unidos quanto das petrolíferas e de Israel.

Por sua vez, os iranianos parecem temer as novas sanções que o governo Bush pretende conseguir do Conselho de Segurança.

Eles continuam recusando-se a voltar atrás. No entanto, começam a admitir inspeções em algumas instalações nucleares secretas.

Até então justificavam sua atitude contrária com o temor de que os inspetores da ONU acabassem fornecendo informações aos Estados Unidos e Israel para os bombardeios que eles têm como certos.

Os negociadores europeus receberam com simpatia as novas demonstrações de boa vontade do Irã. São bons argumentos para seus defensores no Conselho de Segurança – a China e a Rússia. Mas Bush não desistirá facilmente. Ele conta com as novas sanções para afetar seriamente a economia do país. Sabe que isso só estimularia a linha dura iraniana a posições mais intransigentes que enfraqueceriam a imagem do país e atenuariam reações contra a invasão.

Mas atitudes extremas só deverão ser tomadas se a Casa Branca conseguir maneirar a situação no Iraque. Aí tudo aconteceria rápido, antes dos xiitas do Irã e do Iraque entrarem em acordo.

Enquanto isso, quase metade dos 277 navios da frota de guerra dos Estados Unidos está fundeada próxima ao Irã. Em aeródromos espalhados pelo mundo, milhares de aviões também esperam. Até quando? Aconteça o que acontecer, não é crível supor que Bush chegará ao fim do seu mandato, daqui a 18 meses, sem fazer nada. Ainda mais agora que começam a se espalhar boatos de que por volta do fim deste ano os iranianos poderiam enriquecer urânio suficiente para produzir uma bomba nuclear.

Luiz Eça é jornalista.

O aborto, crime e legalização



Abortar ou não abortar...será mesmo que temos o direito de colocar tal dúvida?

Há perguntas mais complexas ainda: se a mulher é o ser que gera a vida, cabe a ela a decisão de matar ou deixar viver uma nova criatura? Ou a própria natureza deixa em aberto tal opção, ao eximir-se de dimensionar o instinto maternal a partir da concepção ou em seus primeiros momentos?

Perguntas difíceis de responder. A questão do aborto é mesmo complicada e causa celeuma. Estamos falando de vida e da interrupção dessa vida, o que provoca sentimentos e reações diferentes, dependendo do ângulo de visão!

O que não muda em absoluto as estatísticas que comprovam a impossibilidade de se evitar o aborto através da criminalização. Estados Unidos, Brasil e China tem percentuais semelhantes de abortos; Holanda é um dos países onde essa prática é raríssima, enquanto que Rússia e Romênia mostram índices triplicados de ocorrências em comparação com a média mundial.
Na Romênia o aborto é legalizado! Os radicais dirão que é este o motivo do grande número de abortos! Mas acontece que na Holanda, onde é raro, o aborto também é permitido!
Qual a diferença? Educação e orientação para evitá-lo?
A mulher que engravida e rejeita o fato geralmente o faz por questões de sobrevivência imediata ou futura. Ela sabe a responsabilidade que um filho acarreta e não a aceita, ou por ainda ser imatura (em casos de gravidez na adolescência) ou por questões profissionais e, em menor percentual, por não querer simplesmente assumir o papel de mãe.
É esse direito – o da rejeição – que se discute quando o assunto é aborto!
E o direito do feto?
Por mais que haja a tentativa de se interpretar um feto como algo ainda “inacabado” ou sem vida, isso não é possível! A vida começa a partir da fecundação.
O que pode ser discutido é se essa vida poderá ou não prosseguir.
É uma questão a “pesar na balança”. Para pesquisadores do Hospital Chelsea, em Londres, fetos pouco desenvolvidos podem sentir dor sim, e o sistema nervoso pode ser formado antes do que se supõe. Por isso os médicos britânicos estão estudando a possibilidade de anestesiar o feto durante intervenções para interrupção da gravidez!
Má formação fetal, doenças genéticas graves, estupro, são algumas situações onde o aborto é tolerado. Mas será que o desejo de não prosseguir a gestação pode ter raízes na própria natureza humana?
No mundo animal existe uma regra básica de sobrevivência: o equilíbrio! Por esse motivo até nossos gatos domesticados acabam matando filhotes recém-nascidos, não necessariamente para comer, mas também para regular a população...onde tem muitos, pode haver escassez de alimento!

Na natureza em geral um bicho come o outro, promovendo o equilibrio entre as espécies e as condições naturais de sobrevivência.

Há quem resista à idéia do ser humano ser influenciado pelo ambiente ou situações anormais que levaram à concepção. Somos racionais e emotivos, não seguimos as regras primárias de sobrevivência por força de nosso ambiente social.

No entanto número de abortos parece indicar que a questão não é simplesmente de decisão individual, desvinculada da comunidade. É uma decisão influenciada pelo meio, por dificuldades de sobrevivência e futuro.

Parece evidente e bastante claro que o desejo do aborto está intrinsecamente ligado a condições criadas pelo próprio ambiente.

Por mais que mulheres reivindiquem direito de decisão ("este é o meu corpo", por exemplo) sem dúvida a questão extrapola a condição individual e envereda como fato de sobrevivência coletiva.

Sob esse ângulo, a informação é imprescindível, talvez o único meio de suavizar questões éticas. Sem isso, não há controle do aborto. Ele simplesmente continua acontecendo, de maneira muitas vezes cruel e absurda.

A informação científica a respeito do aborto, seus riscos, sua prevenção e, afinal, as formas de evitar tragédias maiores a partir dele e não são, como alguns afirmam, uma maneira de incentivar a prática. Uma prática que já existe, por mais proibida que seja!

Mirna Monteiro

1971 - Oito Baixos Brasileiros


GERSON FILHO

copiado de: AcervoOrigens

Dorival Caymmi


1972 - Dorival Caymmi

Tem certos discos que a gente compra pela capa. Outros a gente compra pelo artista.
Esse aqui é pelos dois motivos.
Dorival Caymmi dispensa comentários e com uma capa dessas, ilustrando Iemanjá ( Odôiyá
Mamãe!!!) não pensei duas vezes.
Com Orquestração do Maestro Gaya, o disco tem belas canções como Morena do Mar, A Preta do Acarajé e a clássica Oração de Mãe Menininha, composta por ocasião das festas do cinquentenário de mãe-de-santo da famosa e amorável Yaolorixá da Bahia, como fala Jorge Amado na contra-capa do LP de 1972.
Vale a pena ouvir, ouvir e ouvir.

Bom proveito !
copiado de:AcervoOrigens

Clique aqui para download ( Download Here )

Adoniran Barbosa

Sentimento - Armandinho

Paulinho da Viola e Marisa Monte

Nara Leão e Abel Ferreira

Temores sobre os transgênicos estão se confirmando, diz cientista gaúcho



Geneticista Flávio Lewgoy revela que já há vários casos comprovados no mundo de graves danos à saúde humana e animal provocados pelo uso de transgênicos. "O que os críticos dos transgênicos sempre disseram está aparecendo, e em grau exponencial, mostrando que se tratam de produtos de alto risco", afirmou o cientista à EcoAgência.

Porto Alegre, RS - Um parecer científico da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) sobre os Organismos Geneticamente Modificados (OGMs), dirigido ao Conselho Estadual de Saúde, põe mais lenha na fogueira desse debate. O texto afirma, com todas as letras, que estão comprovados os riscos dos transgênicos à saúde humana e animal.


Elaborado pelo químico e especialista em genética Flávio Lewgoy, ex - professor titular do Departamento de Genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e conselheiro da Agapan, o documento destaca que, em 1999, ele já tinha alertado a respeito do potencial nocivo dos OGMs, como resultado dos genes alienígenas inseridos em seus genomas.


“Desde então, pesquisas científicas em renomadas instituições de vários países, bem como relatos de casos, evidenciam que esse potencial se concretizou, em alto risco à saúde pública e animal, com a liberação comercial de variedades Geneticamente Modificadas de soja e milho sem avaliação adequada”, afirma Lewgoy.


A seguir, ele enumera no documento de quatro páginas, com a citação das fontes científicas, vários exemplos disso. Tais pesquisas, observa, foram publicadas em periódicos científicos internacionais, de reconhecida seriedade, após rigorosa revisão por painéis de especialistas da mesma área – o chamado “peer review”. “Os artigos expõem anomalias na bioquímica, sistema imune, anatomia, crescimento, reprodução e comportamento em animais aliementados com batatas, milho ou soja geneticamente modificados”, assinala Lewgoy.


Pesquisas com roedores


São impressionantes, por exemplo, os resultados citados de pesquisas com roedores alimentados com transgênicos.


No Rowett Institute, em Aberdeen, Escócia, roedores jovens alimentados com a batata transgência mostraram, após 110 dias, lesões pré-cancerosas no aparelho digestivo, limitado desenvolvimento do cérebro, fígado, testículos, pâncreas, intestinos dilatados e danos no sistema imune, relataram os cientistas Puztai e Ewen, autores do estudo.


Já a doutora Irina Ermákova, da Academia de Ciências da Rússia, publicou que ratas alimentadas com soja RR (tolerante ao herbicida glifosato, liberada no Brasil) tiveram excesso de filhotes malformados e com pouca sobrevida: os sobreviventes eram estéreis. Além disso, num comunicado ao 14º. Congresso Europeu de Psiquiatria, ela advertiu ainda que a mesma dieta elevou os níveis de ansiedade e agressividade dos roedores.


Com resultados bem semelhantes, cientistas das universidade de Urbino, Perguia e Pavia, na Itália, revelaram que a alimentação de camundongos com soja RR provocou alterações no pâncreas, fígado e intestino dos roedores.


Reações humanas ao algodão, milho e soja


Na Índia, em seis aldeias, os trabalhadores de plantações do algodão Bt (transgênicos) tiveram afecções de pele, olhos e aparelho respiratório. Detalhe importante: todos tinham, anteriormente, trabalhado com algodão não geneticamente modificado (convencional), sem apresentar esses problemas de saúde.


Em outro caso relatado por Lewgoy, nas Filipinas, em 2003, cerca de 100 pessoas que viviam perto de uma plantação de milho Bt Mon810 tiveram reações cutâneas, intestinais, respiratórias e outros sintomas quando o milho começou a florescer. “Testes do sangue de 39 pessoas acusaram a presença de anticorpos contra a toxina Bt, o que reforça a suposição de que o pólen seria a causa do episódio. Esses sintomas reapareceram em 2004, em ao menos quatro outras localidades onde foi plantado o mesmo cultivar de milho”.


Já na Grã-Bretanha verificou-se um grande aumento nas alergias à soja após a introdução do produto GM. “Em 1999, em curto espaço de tempo, alergias causadas pelo consumo de soja tiveram um salto na incidência de 10% para 15%”.

A soja geneticamente modificada foi introduzida justamente naquele ano no país. E os testes sangüíneos para anticorpos revelaram reações diferentes das pessoas a variedades de soja não-transgências e transgênica (que tem maior concentração de uma proteína alergênica, por “coincidência”).


Mortes de animais


Após a colheita do algodão, no distrito de Warangal, em Andhra Pradesh, Índia, 10 mil ovelhas que pastaram folhas e brotos das plantas transgênicas adoeceram e morreram em cinco a sete dias, conta o geneticista. A causa provável apontada foi a a toxina Bt (do produto transgênico), sendo que não houve mortes de ovelhas nos campos de algodão não-Bt.


Enquanto isso, em Hesse, Alemanha, doze vacas leiteiras de um rebanho, alimentadas com folhas e sabugos de milho Bt 176, duplamente transgênico, resistente ao herbicida glufosinato e secretor da toxina Bt, morreram. A Syngenta, fornecedora das sementes pagou 40 mil euros de indenização ao fazendeiro, mas as amostras coletadas para exames de laboratório sumiram, misteriosamente.


Por outro lado, em fazendas dos Estados Unidos constatou-se que, entre ração transgênica e não-transgênica, os animais preferem a última: “Em testes feitos em fazendas, vacas e porcos repetidamente rejeitaram milho GM Bt. Animais que evitaram alimentos GM (soja RR, milho Bt) incluem vacas, porcos, gansos selvagens, esquilos, veados, alces, ratos e camundongos”, destaca o parecer.


Crítica à CTNBio

Quando aprovou a liberação comercial do milho transgênico da Bayer (resistente ao herbicida glufosinato), recentemente, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) afirmou que a espécie não é potencialmente causadora de degradação ao meio ambiente ou de prejuízos à saúde humana e animal. “Esta afirmação não se sustenta nos fatos”, critica o cientista gaúcho e conselheiro da Agapan.

Segundo ele, as duas únicas pesquisas publicadas a respeito foram duramente criticadas por pesquisadores independentes por serem mal elaboradas, mas mesmo assim detectaram problemas no uso do produto. Um experimento com galinhas, cita Lewgoy, mostrou que as aves alimentas com ração de milho geneticamente modificado tiveram o dobro da mortalidade, além de menor ganho de peso. A segunda experiência empregou a proteína PAT, que o milho transgênico sintetiza, e filhotes de ratos alimentados por 13 dias com baixas ou altas doses da proteína tiveram problemas de crescimento.


Além disso, completa, são muito reduzidos ou inexistentes os estudos sobre a digestão no organismo humano e animal do herbicida e seus metabólitos (empregados na planta e na espiga transgênica), bem como sua interação com os microorganismos do aparelho digestivo.


Riscos preocupantes


“Os riscos de saúde, humanos e animais, do consumo de transgênicos agrícolas, expostos e documentados neste parecer, imediatos – por exemplo, alergias – e a médio e longo prazo, afetando os sistemas nervoso, digestivo e imune, são preocupantes”, afirma o geneticista.

Na conclusão do documento, ele recomenda que seja exigido o cumprimento da lei que determina a rotulagem dos produtos transgênicos disponíveis aos consumidores. Orienta também para que o Conselho Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul e dos demais estados e municipios tomem medidas judiciais para impedir o licenciamento e liberação comercial dos transgênicos que não tenham passado por rigorosas avaliações, feitas por cientistas independentes, declaradamente sem conflitos de interesse, ressalta.


“Os defensores dos transgênicos estão ficando acuados, os fatos sinalizam que alguma coisa há de errado. Estamos na véspera de grandes acontecimentos para derrubar os mitos dos transgênicos, que só existem pelas enormes quantias que as empresas do setor investem”, disse Lewgoy à EcoAgência.


Genoma é muito complexo


O geneticista destaca que o genoma é extremamente complexo, por isso é impossível aos cientistas que trabalham na produção de transgênicos controlar todos os seus efeitos.

Para ele, estes fatos todos só não têm vindo à público por omissão da imprensa e cumplicidade de boa parte dos cientistas, alguns ingênuos – acreditando que ser contra os transgênicos é ser contra a ciência – e outros silenciados ou pagos pela indústria. Mas dois cientistas brasileiros já abandonaram a CTNbio por não concordarem com os procedimentos do órgão na avaliação dos OGMs, lembra.


Por estranho que pareça, destaca, há muitos cientistas norte-americanos contestando os OGMs e que estão sofrendo represálias por isso: “O poder financeiro dessas empresas é estarrecedor, mas não estão conseguindo mais tapar o sol com a peneira, há uma série de denúncias contra os transgênicos, estamos vivendo outros tempos”, acredita o cientista.





Fonte:Ulisses A. Nenê para a EcoAgência.

terça-feira, 24 de julho de 2007

Fabinho: 'Tem atleta que cheira mal'

Volante, que causou polêmica no país por ter seis dedos, confirma a má fama dos franceses


Foto: Agência
Fabinho, do Toulouse: chamado de "viado" pelos colegas franceses

O volante Fabinho estava sumido do noticiário nos últimos tempos. Isso até o jogador conquistar pelo Toulouse, da França, a vaga inédita para a Liga dos Campeões, no fim de maio.

- A situação do Toulouse era complicada, pois faz apenas dois anos que eles subiram para a primeira divisão. Ninguém acreditava na gente. Eu fui uma das únicas contratações da temporada. Vivo uma fase especial aqui, e vai ser difícil eles me deixarem ir embora agora - brinca o jogador, que tem contrato com o clube até o fim de 2009.

Na festa promovida pelo clube para comemorar a proeza da classificação, Fabinho ficou incomodado com o mau hábito de alguns franceses.

- Pô, teve jogador que não tomou banho após o jogo, acredita? Foi suado e fedido para a festa. A maioria não é muito chegada ao banho, não! - conta Fabinho, indignado. A única medida higiência do tal colega foi passar uma toalhinha para tirar a grama do corpo.

E se a fama de não passar pelo chuveiro chama a atenção do brasileiro, um detalhe da anatomia do jogador também gerou bastante polêmica por lá. Fabinho tem seis dedos em cada mão.

"Minha mulher está grávida de quatro meses e meu filho vai nascer com os seis dedos, você acredita?"

Fabinho, volante do Toulouse

- Toda vez que eu vou cumprimentar os jogadores do outro time eles viram a minha mão para ver os meus dedos. Hoje eu levo numa boa, mas teve um jogo em que eu fiz um gol e comemorei com as mãos. Aí a TV francesa ficou reprisando o lance. Foi estranho - explica Fabinho.

Seu filho nascerá com sua marca registrada.

- Minha mulher está grávida de quatro meses, e meu filho vai nascer com os seis dedos, você acredita? - conta o jogador, com bom humor.

Fabinho tentou se livrar dos dedos a mais quando ainda defendia o Corinthians, mas desistiu da cirurgia devido aos apelos de sua mãe.

- Ela diz que é marca registrada da família, um charme. Quase enfartou quando soube que eu queria tirar - relata.

Muambas brasileiras

Para ajudar na comunicação com os companheiros de clube, Fabinho faz aulas de francês duas vezes por semana.

- Eu me sinto meio índio falando. Por isso fico quieto a maioria do tempo. Mas os franceses adoram falar em português. O problema é que eles só aprendem as besteiras - explica Fabinho, que é todos os dias recebido pelos companheiros com um caloroso "oi, viado". - Pelo menos não fui eu quem ensinei - diz.

De férias no Brasil, Fabinho já tem uma exigente lista de encomendas. Confira alguns exemplos.

1 - CD da Ivete Sangalo
2 - CD do Zeca Pagodinho
3 - Pinga para fazer caipirinha

A baiana, aliás, é a preferência absoluta dos jogadores do time. Para agradar aos companheiros, Fabinho chegou a passar madrugada inteira baixando as músicas da cantora na internet.

- É normal eu entrar para fazer fisioterapia e dar de cara com os jogadores lá cantando "Poeira"... - explica.

E por falar em Brasil, o jogador sonha em encerrar a carreira no São Caetano, time que o revelou. Mas sua paixão continua sendo o Corinthians.

- Sempre fui corintiano. Passar pelo Parque São Jorge foi a realização de um sonho. Foi uma passagem linda, conquistei quatro títulos. Fiquei chateado por ter sido vendido, porque eu merecia mais, mas meu amor pelo clube será eterno - finaliza o jogador.