terça-feira, 7 de agosto de 2007

Nando Reis e os Infernais







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O corpo e os sonhos



O escritor argentino Jorge Luis Borges tem um conto sobre um homem que desejava ter um filho. O homem começou a sua criação sonhando este filho parte a parte, por um período de muitas noites. Ao terminar, ele rezou para que o deus do fogo conferisse vida ao filho sonhado. O conto termina quando o sonhador descobre que ele próprio, assim como a sua criação, é também uma criação de algum sonhador.
O conto de Borges nos proporciona insight sobre o papel do sonho no processo pelo qual o corpo forma imagens. Os sonhos formam imagens e lhes dão seqüência em uma narrativa. O processo de sonhar conecta o corpo que nós somos com o corpo que nós estamos nos tornando. Os sonhos são uma maneira de o corpo manter uma relação continuada entre, de um lado, o corpo herdado e seu cérebro profundo e, de outro, o corpo pessoal do córtex ou cérebro novo. Os sonhos são, então, parte da realidade da vida do corpo.
Os sonhos mostram aquilo que está se formando mas ainda não está totalmente realizado. Ao crescer e formar sua identidade somática, o corpo fala consigo mesmo em muitas linguagens. Uma delas é o sonho. O corpo enquanto processo está sempre formando imagens e sonhando a sua próxima forma e como encarná-la. Borges, o sonhador, representa a nós todos, sonhando os corpos que nós somos e os corpos que nós seremos.
O seu conto também nos fala de experiência interna, de como sonho e estado de vigília são os dois lados do processo de corpar. Sonhar e a nossa capacidade de acessar o sonhar demonstram a relação que nós temos com nós mesmos. Desta maneira aprendemos sobre a diferença e a semelhança entre o self noturno e o self diurno, aprendemos como o desejo e a imagem estão interconectados.
Há uma continuidade entre o processo do corpo e a imagem do sonho. O corpo inconsciente apela para o córtex em busca de imagens de si mesmo. O cérebro acordado apela para o seu próprio corpo para animar suas imagens. Em Borges, o sonhador ao desejar um companheiro escreve não somente sobre um filho literal, mas sobre um irmão/filho interno. O seu tema faz um paralelo com a história cristã da ressurreição - Deus envia seu filho - e também um paralelo com a história de Golem dos hebreus - o gerar de um ser à semelhança da criatura humana. O tema da auto-geração a partir de si mesmo é também parte da teoria da complexidade - o pensamento mais recente sobre a teoria da evolução.
Estas histórias têm um tema em comum: a relação entre o córtex volitivo da vigília e os centros reflexo e emocional do cérebro. O cérebro faz uma imagem do corpo e depois pede ao corpo que a anime. O conto de Borges aprofunda o tema da participação humana na elaboração das formas da nossa existência, da juventude à idade adulta, à maturidade, à velhice.
Podemos aprender com os sonhos porque podemos reorganizar significado e associação, bem como influenciar a nossa estrutura somático-emocional. Os sonhos possuem uma matriz emocional. Os personagens e objetos do sonho estão embutidos nesta matriz. Apesar de nós tentarmos decodificar as imagens e representações do sonho, nós não aprendemos a vivenciá-las como um ambiente interno ou a vê-las como expressões de um estado corporal. Sonhos são parte do mistério da sabedoria somática, parte do processo do soma tornar-se ciente de si mesmo, de ter uma subjetividade. À medida em que o corpo faz crescer sua própria subjetividade, o córtex forma imagens e expressões motoras que correspondam a esta subjetividade. Quando o corpo sonha, ele usa a habilidade cortical do soma de figurar ou futurizar, para influenciar a sua maneira de estar presente.
Dois aspectos do nosso processo corporal, o herdado e o socialmente vivenciado, organizam e formam um domínio subjetivo intermediário. Esta relação complexa gera uma forma viva em si, influenciando as formas externa e interna. A nossa vida corporal é o seu próprio sujeito; o vivenciar da própria experiência torna-a uma experiência pessoal. O nosso corpo é o sujeito do seu próprio viver, o corpo é a fonte e a referência do viver. O corpo enquanto processo tem uma relação essencial consigo mesmo. Sonhar é ser íntimo de si mesmo.
As imagens do sonho são como fotos momentâneas de um continuum incessante, porém não-linear, de formas corporais, de expressões, de sentimentos e gestos. O cérebro profundo herdado continuamente tatua sua imagem no córtex cerebral receptivo e dinâmico. Assim como a pele, sua parente próxima, o cérebro também recebe e absorve padrões corporais. As pulsações corporais, o sonho sendo uma delas, aprofundam a relação do corpo consigo mesmo via osmose e influências volitivas. Desta maneira, as pulsações dão forma à identidade pessoal.
O sonho é a atividade somática falando sobre si mesma enquanto se prepara para o mundo da vigília. O corpo instintivo e as formas somáticas pessoal e social conversam umas com as outras. Algumas pessoas sonham com o homem ou a mulher selvagem apesar de viverem como cidadãos sociais adequados. Cada self exerce uma influência sobre o mesencéfalo, sobre o córtex, num diálogo interno. O corpo é um continuum responsivo excitável e contrátil, capaz de transformar a própria forma.Os sonhos, como o coração, estão continuamente mudando de forma, uma pulsação que varia de estável a menos estável, e a estável novamente. Estas pulsações celulares aprofundam a amplitude de metabolismo tissular e de expressão emocional. O sonho, o qual é organizado a partir da pulsação do corpo, ajuda a dar ao soma uma estrutura pessoal e um senso de presença.
O método de trabalho com o sonho consiste em conectá-lo mais completamente à sua própria fonte, o corpo. Nesta abordagem o foco se faz sobre a experiência somática, não sobre significado e interpretação. Os sonhos organizam a maneira como usamos nossos corpos para estarmos no mundo, e como habitamos o corpo em que vivemos. Usamos os sonhos para fazer crescer uma realidade somática e uma subjetividade complexa que abarca múltiplas realidades.
Ao trabalhar somaticamente com o sonho, peço às pessoas para contar seus sonhos de trás para frente e vice-versa, para que elas experimentem uma realidade não linear. Através de um ir e vir entre as diferentes formas somáticas de forma lenta e controlada, engajamos os padrões musculares do córtex e do tronco cerebral. Começamos a nos tornar íntimos da maneira pela qual vivenciamos o corpo herdado e as imagens do corpo no cérebro. Esta abordagem gera sentimentos e memórias associados ao crescimento do nosso corpo pessoal.
Trabalhando com o sonho, desacelerando suas seqüências e corporificando as personagens em posturas estáticas sucessivas - suas expressões corporais e gestos - vivificamos sentimentos e imaginação. Contar o sonho do começo para o fim e do fim para o começo intensifica as personagens e estabelece a relação entre os diferentes corpos. O aspecto relacional das nossas formas somáticas internas e externas confere um aspecto subjetivo à nossa vida corporal. O trabalho somático com o sonho traz o processo corpante para o mundo cotidiano do trabalho, do amor e das relações.
A prática deste trabalho tem cinco passos:

Passo 1
Recordar o sonho, em linguagem e em experiência corporal ou cerebral.

Passo 2
Intensificar somaticamente as personagens do sonho, tornando sua estrutura e suas expressões mais manifestas através de um processo neuro-muscular de intensificação e diferenciação.

Passo 3
Usar as funções cortical e volitiva para controlar o processo de desmontar a estrutura somática das personagens. Os Passos 2 e 3 proporcionam uma experiência fundamental para todo processo somático, o organizar e desorganizar das seqüências de comportamento.

Passo 4
O soma é desafiado a conter o que lhe foi tornado disponível pelo sonhar, o fluxo constante de sentimentos e forma que se reestruturam e começam a incubar uma subjetividade.

Passo 5
Nós nos re-corpamos, damos forma aos sentimentos, reencarnamos a nossa identidade somática e pessoal.
Copiado de: AmigosDoFreud

Stanley Keleman

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

John McLaughlin and Paco de Lucia - Spain (live)

Cortázar - Milanes: Homenaje al "Che"

Pablo Milanés/ Víctor Manuel-Yo pisaré las calles nuevamente

Ignácio Ramonet questiona perseguição mundial a Hugo Chávez


Poucos governos no mundo são objeto de campanhas de demolição tão carregadas de ódio como Hugo Chávez, presidente da Venezuela. Seus inimigos não vacilaram diante de nada: golpe de Estado, greve petroleira, êxodo de capitais, tentativas de atentados... Desde os ataques de Washington contra Fidel Castro não se havia visto um processo tão demolidor na América Latina.


Contra Chávez se divulgam as mais miseráveis calúnias, concebidas pelas novas oficinas de propaganda – National Endowment for Democracy, Freedom House –financiadas pelo governo do presidente dos EUA, George W. Bush. Dotada de recursos financeiros ilimitados, essa máquina de difamas manipula repetidores midiáticos (entre eles os diários de referência) e organizações de defesa dos direitos humanos, envolvidas por sua vez a serviço de desígnios tenebrosos. Sucede também, como ruína do socialismo, que parte da esquerda social-democrata some sua voz a esse coro de difamadores.


Por que tanto ódio? Porque em momentos em que a social-democracia passa na por uma crise de identidade na Europa, as circunstâncias históricas parecem ter confiado a Chávez a responsabilidade de assumir a condução internacional de reinvenção da esquerda. Enquanto no Velho Continente se tornou praticamente impossível qualquer alternativa ao neoliberalismo, no Brasil, Argentina, Bolívia e Equador, inspirados pelo exemplo venezuelano, se sucedem experiências que mantêm viva a esperança de realizar a emancipação dos mais humildes.


Nesse sentido, o balanço de Chávez é espetacular. Compreende-se que ele tenha se tornado referência obrigatória em dezenas de países pobres. A nação venezuelana não foi refundada sobre uma base nova, legitimada por uma nova Constituição, que garante o envolvimento popular na mudança social, sempre dentro do mais escrupuloso respeito à democracia e a todas as liberdades? Não foi devolvido a cerca de cinco milhões de marginados, entre eles as populações indígenas, sua dignidade de cidadãos? Não foi recuperada a empresa pública PDVSA? Não foi reestatizada e devolvida ao serviço público a principal empresa de telecomunicações do país, assim como a empresa de eletricidade de Caracas? Não foram nacionalizados os campos petrolíferos de Orinoco? Por último, não se conseguiu que parte da renda petroleira obtivesse uma autonomia efetiva diante das instituições financeiras internacionais, enquanto outra parte fosse destinada ao financiamento de programas sociais?


Mais de três milhões de hectares de terra foram distribuídas entre os camponeses. Milhões de crianças e adultos foram alfabetizados. Foram instalados milhares de médicos nos bairros populares. Dezenas de milhares de pessoas sem recursos com problemas oftalmológicos foram operadas gratuitamente. Os produtos alimentícios básicos são subsidiados e oferecidos aos pobres a preços inferiores em 42% em relação ao mercado. A duração do trabalho semanal passou de 44 horas para 36, enquanto que o salário mínimo ascendeu para 204 euros mensais (o mais alto da América Latina, depois da Costa Rica).


O resultado de todas essas medidas é que entre 1999 e 2005 a pobreza diminuiu de 42,8% para 33,9%, enquanto que a população que vive na economia informal caiu de 53% para 40%. Esse retrocesso da pobreza permite sustentar com força o crescimento, que nos últimos três anos fui de 12% em média – está entre os mais altos do mundo, estimulado por um consumo que aumenta em 18% ao ano.


Diante desses resultados, para não falar dos feitos na política internacional, é possível entender por que Hugo Chávez se tornou um homem contra o qual disparam os donos do mundo e seus agentes?


Fonte: Le Monde


Paulo Henrique Amorim: A manicure da Eliane Cantanhêde


Eliane Cantanhêde, colunista da Folha de São Paulo, manifesta sua indignação diante do fato de a popularidade do presidente Lula permanecer inabalada, depois da tentativa de Golpe de Estado de mídia conservadora (e golpista) com a queda do avião da TAM.


Cantanhêde, como há de se recordar o amigo leitor, defendeu até quando pôde que o avião da Gol caiu por causa do presidente Lula e, não, porque os pilotos americanos do Legacy tenham desligado o transponder – como depois se demonstrou.


Para entender por que a popularidade do presidente Lula não cai, Cantanhêde recorre à “prática de pessoas simples”, como a sua manicure, que acabou de chegar do interior do Piauí.


Lá, segundo essa “pessoa simples”, “se falar mal do Lula apanha”.


Por que? Porque segundo a pessoa simples – a manicure – e a pessoa complexa – a Cantanhêde – o Bolsa Família é uma “fábrica de vagabundos”, como ouvi recentemente.


Os estudos mostram que isso não é verdade. Mas, não importa. Para a mídia conservadora (e golpista), o Bolsa Família só era virtuoso quando estava sob a responsabilidade do Farol de Alexandria...


Segundo a pessoa complexa Eliane Cantanhêde, não tem a menor importância o que dizem o Datafolha e a Vox Populi (que também já tinha demonstrado, aqui, no Conversa Afiada, que o “causoaéreo” não tinha abalado a popularidade do presidente Lula.).


Segundo Cantanhêde, o que interessa é a posição da elite branca (e separatista, no caso da elite de São Paulo), que tem um poder qualitativo muito mais relevante: “Lula tem popularidade sólida, mas a reação de seus opositores é cada vez mais radicalizada. Não mexe nos índices das pesquisas, mas no clima geral. A questão não é apenas quantitativa, é também qualitativa,” diz Cantanhêde.


Com esses índices de popularidade, as pessoas complexas, de poder qualitativo superior, não têm saída mesmo: tem que radicalizar !


Fonte: Conversa Afiada


Jazz Guitar - Charlie Parker Chromatic Lick Lesson

Dizzy Gillespie - A Nigth In Tunisia

Carlos Santana & Mana