segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Há 200 anos a corte portuguesa fugia para o Brasil


Mário Maestri


Em 1793, a Coroa lusitana participara da primeira coalizão contra a República Francesa revolucionária, vista pelos liberais portugueses com grande esperança. Em 1796, após a burguesia francesa conservadora apoderar-se do poder e reprimir as massas populares, Portugal abandonara a coalizão, mantendo difícil neutralidade quanto ao confronto anglo‑francês.

Ingleses e franceses exigiam que Portugal tomasse partido. Uma decisão difícil. Optar pela França significava perder o Brasil, pois a Inglaterra apoiaria a independência da colônia. Apoiar os ingleses era selar a invasão de Portugal pelos franceses, senhores do continente. Portugal seguiu saltando nos dois pés.

Em 1807, Napoleão Bonaparte ordenou a ocupação e desmembramento do reino português. Lisboa tratou secretamente com os ingleses o apoio naval à transferência da Família Real e de parte da nobreza ao Rio de Janeiro, medida apoiada pelos britânicos pois significava a liberdade plena para seu comércio com o Brasil.

A mudança para o Brasil era idéia antiga. Os Diálogos das grandezas do Brasil já registravam a profecia de astrólogo do rei dom Manuel, o Venturoso, de que a colônia serviria, um dia, "de refúgio e abrigo da gente portuguesa". A aristocracia lusitana tinha consciência de que vivia sobretudo das rendas brasileiras e que o sistema colonial entrava em crise.

Em A utopia do poderoso império, Maria de Lourdes Viana Lyra lembra que os reformistas portugueses propunham antecipar-se à independência da colônia criando novo relacionamento político que permitisse a "emancipação" do Brasil, com Portugal como centro europeu e mercantil, no seio de um império português reconstruído. A transmigração para o Rio de Janeiro foi também desesperada resposta a eventual movimento emancipacionista da colônia.

Em 26 de novembro de 1807, ao escafeder-se para o Brasil, dom João lançou patético manifesto: "Tendo procurado por todos os meios possíveis conservar a neutralidade [...] vejo que pelo interior do meu Reino marcham tropas do imperador dos franceses [...] querendo eu evitar as funestas conseqüências [...] contra minha real pessoa e [crendo] que meus leais vassalos serão menos inquietados, ausentando-me eu deste Reino."

Na manhã de 29 de novembro, sob a escolta inglesa, partiam do rio Tejo oito naus, quatro fragatas, três brigues, uma escuna e outras embarcações. Dez mil pessoas carregando o que podiam levar – móveis, objetos de arte, louçaria, livros, arquivos... À cabeça da debandada: o príncipe regente dom João; dona Maria Carlota, sua espanhola e em todos os sentidos não muito fiel esposa; dona Maria I, a rainha enlouquecida.

Portugal foi abandonado as frágeis e mal-aparelhadas tropas invasoras. Uma resoluta resistência dos exércitos lusitanos, apoiados pela população, impediria certamente a invasão. Mas a mobilização popular assustava mais a aristocracia do que os franceses. Quando da partida, dom João ordenara aos governadores que ficavam que muito bem recebessem, aquartelassem e assistissem os franceses.

Para muitos liberais, os soldados de Napoleão entraram em Portugal como libertadores. A coroa e a aristocracia lusitana temiam que os liberais portugueses fizessem o mesmo que o Terceiro Estado fizera na França. A família real escapava também das tropas francesas e da revolução burguesa que estremecia a Europa desde 1789.

A transferência da Família Real não constituiu apenas fuga diante das tropas invasoras e do liberalismo europeu. Migrando para o Rio de Janeiro, a aristocracia lusitana fazia virtude da necessidade, transferindo a sede da administração real para a "melhor parte" do império lusitano. Em uma das mais olímpicas demonstrações de falta de raízes e sentimentos nacionais, a grande aristocracia abandonava a terra pátria para melhor defender privilégios sociais e econômicos.

Após parada em Salvador da Bahia, o comboio real chegou, meio desgarrado, ao Rio de Janeiro, a 7 de março de 1808, onde o príncipe dom João teria dito ao representante do governo inglês que considerava "muito pouco provável" seu retorno a Lisboa. Voltaria, treze anos mais tarde, acuado pela revolução liberal portuguesa de 1820.

Mário Maestri, 59, é historiador e professor do PPGH da UPF.

E-mail: maestri@via-rs.net

OSCIPS: projeto para desmantelar o que resta da administração pública

MARIA CECI MISOCZKY - Chasque

O projeto de lei que regulamenta as OSCIPS não pode ser tratado nos termos simplificadores propostos pelo governo, como se fosse um mero debate sobre a eficácia da gestão. É absolutamente equivocado, ainda que seja uma boa estratégia retórica, separar o projeto político da organização que o executa, como faz o discurso governista. Despolitizar a Administração Pública, povoando-a de conceitos supostamente neutros e desejáveis por todos – tais como eficácia, transparência e eficiência, tem sido a construção simbólica mais bem sucedida dos últimos tempos. Esse fato confere uma dificuldade a mais aos atores sociais interessados em defender um Estado ativamente presente no cumprimento de sua razão mais importante de existir, que é compensar as ineficiências sociais geradas pelo mercado.

Aliás, sequer nos estreitos limites da eficácia técnica a proposta se sustenta. O caso da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP) tem sido citado como um exemplo pelo Secretário Fernando Schüler. No entanto, quando se verifica o seu balanço, se constata que em 2006, 74% dos recursos vieram do governo do Estado; tendo aumentado de R$ 22 milhões em 2002 para R$ 43 milhões em 2006. O mesmo acontece em Minas Gerais, em que o mais vultuoso termo de parceria assinado pelo governo com uma OSCIP foi com a Associação de Desenvolvimento da Radiodifusão de Minas Gerais (ADTV), prevendo repasses de R$ 17 milhões. Há poucos meses esse valor foi suplementado com mais R$ 4,7 milhões. Essas situações fazem com que o estranhamento de Alexandre Leboutte, membro do Conselho da Fundação Piratini, na Zero Hora de 3/12, sobre o fato de os repasses para as OSCIPS serem maiores do que os antes destinados aos órgãos da administração pública seja extremamente legítimo e procedente.

Outro aspecto que merece estranhamento se refere à ênfase na flexibilização dos controles públicos, tratados como se fossem retrógrados e geradores de perdas. Os regulamentos próprios exigidos para as Organizações Sociais (OSs) e OSCIPS, podem abrir espaço considerável para a corrupção. Aliás, em boa medida, essas flexibilizações tornaram-se indefensáveis e insustentáveis com a introdução do pregão, especialmente em sua forma eletrônica.

Como em todo processo de disputa política nos encontramos no seio de uma luta cultural, na qual quem for vitorioso na definição dos conceitos terá atingido seus objetivos. Portanto, não há como escapar de fazer essa disputa. Uma tática é, certamente, enfatizar a qualidade do aparelho estatal, como vem sendo feito pelas diversas organizações de representação dos trabalhadores. Outra é continuar polemizando e não aceitar como fato dado que o Estado social e seus aparelhos sejam obrigatoriamente ineficazes, parasitários, corruptos, clientelistas, corporativos, com políticos e servidores espúrios; aprender com mais de uma década de implementação da reforma do aparelho de Estado no Brasil e com o conseqüente reforço do patrimonialismo e dos acordos entre as elites, reconhecendo que a fragmentação na execução das políticas públicas e o enfraquecimento do Estado podem estar eliminando, para sempre, a possibilidade da constituição de um Estado democrático e social entre nós.

É preciso considerar que os trabalhadores que estão se opondo ao projeto não podem ser tomados como se estivessem fazendo uma defesa corporativa de seus postos de trabalho – o que, aliás, seria muito legítimo. Em suas manifestações têm sistematicamente perguntado por que não qualificar e investir nas organizações onde trabalham. Ao fazê-lo, antecipam o cenário que se vislumbra caso o projeto das OSCIPS seja aprovado: o repasse de verbas expressivas para as OSCIPS enquanto os órgãos da administração que cuidam da mesma política pública passam por um processo agudo de sucateamento e abandono.

A indefinição e despreocupação com o destino de todas as organizações que podem ser alvo do projeto de lei, caso ele seja aprovado, é uma reedição da postura de desprezo pelo patrimônio público, bem como pelos servidores públicos, que já dominou outras administrações no governo do Rio Grande do Sul.

Maria Ceci Misoczky é professora na Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Indígenas retomam terras da Aracruz no ES
Reportagem: Patrícia Benvenuti




Porto Alegre (RS) - O acordo entre a Aracruz Celulose e os índios das tribos Tupiniquin e Guarani no Espírito Santo colocou fim a um conflito que já durava 40 anos na região. No início de Dezembro, foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a empresa, lideranças indígenas, a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Ministério Público Federal (MPF). Pelo documento, a Aracruz se compromete a devolver aos índios 11 mil hectares que ela ocupava para a produção de eucalipto no município de Aracruz. Como indenização, a empresa fica autorizada a retirar a madeira que hoje está na área que vai ser demarcada.

Em Agosto, o ministro da Justiça, Tarso Genro, havia assinado uma portaria que devolvia aos índios as terras. Segundo o coordenador da Comissão de Caciques Tupiniquim Guarani, Jaguareté, a comunidade está satisfeita com a assinatura do Termo, pois é uma garantia de que os indígenas vão reconquistar esse território depois de muita luta.

“Nós ficamos muito felizes com essa portaria declaratória do ministro. E agora a gente está encerrando um impasse de quase 30 anos. E, agora, a gente passa agora para um outro ciclo, a recuperação do território e sustentabilidade da comunidade, até mesmo a volta de algumas aldeias. A gente agora vai começar mais um outro trabalho, agora de reconstrução mesmo, da nossa história”, diz.

O conflito iniciou nos anos 60, quando a Aracruz Florestal, empresa que daria origem à Aracruz Celulose, passou a adquirir terras na região. Apesar da empresa afirmar que comprou as terras, indígenas e quilombolas denunciam que foram expulsos das áreas. Em 1983 e 1998, foram assinadas portarias para delimitar a área dos índios, mas cerca de 11 mil hectares ainda estavam sem demarcação.

Com a incorporação desses 11 mil hectares, a área indígena na região passa a ser de 18.027 hectares. A previsão é que a Funai inicie a demarcação das terras em Janeiro. Depois, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai ter que homologar a área.


fonte:Chasque


Palestina: triste realidade


Israel se encontra como gostaria de estar – visto como vítima de
terrorismo, enquanto ao mesmo tempo aterroriza o povo palestino e
expande seu território sob terras privadas palestinas. Ao mesmo
tempo, os palestinos estão entre si divididos, deixando o “lar
nacional judaico” ditar as regras da paz. A atual Palestina é uma
história triste, desmoralizante e confusa.
Trata-se de uma realidade triste porque uma nação que é vítima há
tanto tempo, sujeita a um intenso projeto colonial em pleno século
XXI, deveria lutar unida contra os objetivos sionistas de longo-termo
– a busca de uma Palestina sem palestinos. A recente divisão entre
palestinos (Fatah na Cisjordânia, e Hamas na Faixa de Gaza)
certamente não é a resposta apropriada ao colonialismo israelense.
Ao mesmo tempo, é desmoralizante porque o povo palestino tem
em suas mãos a oportunidade de inspirar um movimento global,com
força suficiente para enviar uma clara mensagem para Israel
de que racismo, colonialismo e apartheid não têm mais lugar no
mundo atual, mas essa oportunidade no momento está esquecida.
Em um mundo que gira em torno de retóricas de igualdade, paz e
harmonia, certamente a atual condição do povo palestino deveria
chamar a atenção. Infelizmente, uma nação dividida não tem a
capacidade de apresentar uma liderança de segurança, e muito
menos uma mensagem de efeito.A tristeza e desmoralização da
Palestina também são confusas para todos aqueles que se
simpatizam com a batalha dos palestinos pela liberdade. Tratase
de uma batalha que foi manipulada com o passar do tempo para
se adequar aos interesses de diferentes grupos,
separados por diferentes ambições, ideologias e crenças. Para
alguns, a questão representa um aspecto da batalha mundial entre
classes sociais. Para outros, é uma questão puramente religiosa.
De uma forma ou outra, o povo palestino se tornou enfraquecido em
sua mais poderosa arma desses 60 anos de batalha: a coletividade,
a união do povo que sobreviveu aos mais difíceis obstáculos.
Dessa forma, o conflito da Palestina é resumido por uma nação sem
o direito de ter suas terras e os direitos humanos fundamentais,
contra um estado de imensa riqueza e poder (poder ideológico e
militar). Israel, graças ao apoio incondicional da única superpotência
do mundo, os Estados Unidos, tem a segurança de desafiar
qualquer aspecto da Lei Internacional, com a certeza de que nunca
serão questionados ou punidos. Cabe aos palestinos se contentar
com uma irreal ilusão da futura paz – como a recente conferência
de Annapolis, organizada pelo governo estadunidense, os
financiadores de Israel.
Ninguém pode afirmar que a questão da Palestina é simples de se
entender. Poderia ser, se visto como mais um simples caso de
colonização, se não tivesse tantas implicações internas (mesmo
entre palestinos). Para se chegar a uma resposta, é necessário
fazer perguntas sobre as causas, motivos e intenções ocultas que
cercam a situação. Feito isso, se tornará claro que apesar da
tristeza, desmoralização e confusão vista do lado de fora, os
recentes fatos na Palestina são, na realidade, previsíveis e
consistentes em relação às demais histórias de colonização. Se o
mundo não deseja evitar as suas responsabilidades morais e
intelectuais, deverá então resistir a essa tentação de transformar a
história da Palestina em uma exceção.

fonte: ORIENTE MÉDIO VIVO, fundado em 20 de fevereiro de 2006.
Algumas fontes de pesquisa interessantes:
 Website Palestine Monitor (www.palestinemonitor.org)
 Website Electronic Intifada (www.electronicintifada.net)

Acesse o website oficial do jornal ORIENTE MÉDIO VIVO em: www.orientemediovivo.com.br
Acesse também o Fórum de Discussão do ORIENTE MÉDIO VIVO em: www.orientemediovivo.com.br/forum
“A mesma autoridade divina que ordena aos reis serem justos, proíbe aos povos serem escravos” – Robespierre ( 1758 – 1794 )
Os Paralamas do Sucesso - Ao Vivo no Maracanã

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Com o estádio do Maracanã lotado, os Paralamas do Sucesso abriram na noite deste sábado o show do grupo inglês The Police no Rio de Janeiro. O show começou na hora prevista e teve duração de 50 minutos. Com um repertório recheado de sucesso, o grupo brasileiro fez uma apresentação animada. O público vibrou com as canções Vital e Sua Moto, Trac-Trac, Meu Erro, Que País É Esse e Óculos, entre outros. No palco, os Paralamas do Sucesso contaram com a participação de Andreas Kisser, do Sepultura.

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O guitarrista já vinha tocando com a banda nos últimos tempos e participou há duas semanas de um show que o trio fez com os Titãs em São Paulo. Durante a música Alagados, a penúltima da noite, Herbert Vianna cantou versos de Sociedade Alternativa, de Raul Seixas. Ao final da apresentação, Herbert gritou: "agora vem o The Police, uma das maiores bandas de todos os tempos." Em 1982, durante a primeira passagem do Police pelo Brasil, Herbert Vianna também marcou presença. Desta vez, nas arquibancadas.

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Então com 22 anos, o vocalista do Paralamas do Sucesso ficou impressionado com a qualidade e vigor dos ingleses, que apesar de estarem no ápice da carreira tocaram para menos de 10 mil pessoas no Maracanãzinho. Entusiasmado, Vianna passou a incluir algumas canções do Sting nos ensaios dos Paralamas. A banda brasileira passou então a ser comparada com o The Police por causa da formação guitarra, baixo e bateria e também pelo rock com levadas de reggae em seu primeiro disco.


Ao Vivo no Maracanã

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01. Vital e Sua Moto
02. O Calibre
03. Selvagem
04. Mensagem de Amor
05. Trac Trac
06. Meu Erro
07. Que País é Esse?
08. Cuide Bem do Seu Amor
09. Lanterna dos Afogados
10. Ska
11. Óculos
12. Uma Brasileira
13. Alagados
14. Lourinha Bombril

Bolívia: Assembléia aprova nova Constituição de Evo Morales


A Assembléia Constituinte da Bolívia aprovou neste domingo (9), 410 dos 411 artigos da nova Constituição do país. ''Estamos chegando a um final feliz, conseguimos aprovar a nova Constituição que o povo boliviano pede'', disse o chefe da bancada do MAS (Movimento ao Socialismo), Román Loayza, após as 13 horas de votação que ocorreram num auditório universitário da cidade de Oruro, terra natal do presidente da Bolívia, Evo Morales, a 230 quilômetros ao sul de La Paz.


A minuta do texto constitucional foi votada artigo por artigo e aprovada por dois terços dos 164 legisladores presentes - dos 255 escolhidos em 2006 para integrar a Assembléia Constituinte.

A maioria dos legisladores presentes era do MAS, o partido da base do governo de Evo, na sessão aberta na noite de sábado e que durou 13 horas, se prolongando até a manhã do domingo.

A sessão teve a presença de representantes de 10 dos 16 partidos e agrupamentos que integram a Assembléia, destacando-se entre os opositores os membros da Unidade Nacional, de centro, liderada pelo magnata do cimento Samuel Doria Medina.

A aliança de direita “Podemos”, do ex-presidente Jorge Quiroga, e o Movimento Nacionalista Revolucionário, de centro-direita, do ex-presidente Gonzalo Sanchez de Lozada, não participaram da sessão.

O regulamento prevê que seriam necessários 170 dos 255 votos dos constituintes para a aprovação do texto final. Com a presença de 164 constituintes, faltariam seis para este quorum exigido. Mas representantes do MAS (Movimento ao Socialismo) afirmaram à Red Erbol, de La Paz, que só deixariam o local após a conclusão desta aprovação da nova Carta Magna.

Aprovado o texto na Assembléia, ele ainda terá que ser ratificado em referendo, podendo entrar em vigência plena apenas no segundo semestre de 2008, segundo fontes da Assembléia.

Carlos Romero, do MAS, afirmou à AFP que a última etapa, que consiste em uma fase de revisão e concordância dos artigos constitucionais, estará a cargo de uma comissão interpartidária.

Neste domingo, o local da votação, a Universidade Técnica de Oruro, continua cercado por seguidores do presidente Evo, entre eles, indígenas, mineiros e estudantes.

Polêmicas

Uma das principais polêmicas foi à discussão sobre o artigo que define a capital constitucional do país. Constituintes do Estado de Chuquisaca deixaram à sala de votação porque a cidade de Sucre não aparecia na Carta como a capital constitucional da Bolívia.

A disputa pela capital – entre Sucre e La Paz – provocou vários confrontos este ano e a suspensão dos trabalhos da assembléia. Atualmente, La Paz é a sede da Presidência da República e do Congresso Nacional. E Sucre é a capital histórica onde está a Suprema Corte de Justiça.

Depois da votação artigo por artigo houve um novo debate sobre este tema e foi aprovada, finalmente, uma redação que se declara que Sucre será a capital oficial da Bolívia.

Constituição

A nova constituição contempla a reeleição do presidente Evo por um período adicional de cinco anos, mas não por tempo indefinido como estava previsto no texto original. Também foi aprovado outro artigo que prevê a realização de um referendo para que os bolivianos decidam se querem ou não a continuidade de Evo no cargo.

Os constituintes aprovaram ainda o artigo que determina que os hidrocarbonetos são “propriedade” dos bolivianos e que as empresas petroleiras são “prestadoras de serviço” da estatal do país, a YPFB. Na prática, essa medida já vinha sendo adotada desde que Morales decretou a nacionalização do setor de petróleo e gás no país, em maio do ano passado, e ratificou á medida este ano.

Por falta de consenso, ficou definido que o artigo que interpreta a propriedade de terra e latifúndio será votado num referendo popular. Ficou definido ainda o “respeito à propriedade privada” desde que ela cumpra “função social”.

A aprovação da reforma do Legislativo, da criação de autonomias de departamentos (Estados) e indígenas, da eleição de juízes pelo voto universal e do estabelecimento de forte controle estatal sobre a economia, se destacam entre as novidades do texto aprovado cinco dias antes do término do prazo oficial.

Assembléia Plurinacional

O futuro Congresso boliviano se chamará Assembléia Legislativa Plurinacional, será formado por uma Câmara de Deputados e outra de representantes dos departamentos, sendo todos seus membros eleitos por circunscrições. Até agora, a metade dos deputados e todos os senadores eram eleitos paralelamente ao voto para presidente.

Com relação às autonomias, um assunto que provocou duros choques entre o governo e a oposição liderada pelo distrito de Santa Cruz, o texto prevê a criação, com ''hierarquia igual'', de autonomias departamentais, provinciais, regionais e de comunidades indígenas, com poderes administrativos e legislativos.

O projeto deixa pendente para ser decidido por referendo um artigo referente à definição de latifúndios improdutivos, com limites de cinco mil ou 10 mil hectares, segundo duas propostas, sendo que nenhuma das quais conseguiu alcançar dois terços dos votos.

Oposição a Carta Magna

O jornal La Razón, de La Paz, informou que líderes políticos de cinco dos nove Estados da Bolívia “rejeitam” a nova Carta Magna boliviana. Eles são os líderes dos chamados “Comitês Cívicos”, que reúnem diferentes setores opositores ao governo Morales, nos estados de Santa Cruz de la Sierra, Tarija, Chuquisaca, Beni e Pando.

A nova Constituição Política do Estado (CPE) foi lançada pelo presidente boliviano há cerca de 14 meses, foi suspensa mais de uma vez, e é uma das principais bandeiras do governo Morales, por ampliar os direitos dos indígenas, como defenderam constituintes do MAS.

Um dos motivos defendidos por Evo Morales para aprovar uma nova Carta Magna é o objetivo de ''voltar a fundar'' a Bolívia.

A chamada ''resistência civil'' contra a nova Constituição, como nomeia a oposição a Evo, inclui a ocupação violenta de diversos prédios do governo central em diferentes regiões. O movimento, que reúne os governadores opositores também rejeita a decisão do presidente de reduzir a renda das Províncias com a exploração dos hidrocarbonetos para financiar um bônus aos idosos.

Histórico

O prazo para a conclusão da Constituinte vencia no dia 14 de dezembro, mas Morales decidiu pela antecipação depois da revelação de que dois governadores da oposição procuraram as Forças Armadas pedindo a “defesa da integridade nacional e contra a intromissão estrangeira”.

A Carta Magna, com a qual Morales pretende fundar uma nova Bolívia, foi aprovada em primeira instância em 24 de novembro, na ausência da oposição, dentro de um quartel militar.

A decisão provocou protestos da oposição que deixaram três mortos e 300 feridos, apenas na cidade de Sucre. Após a votação deste fim de semana, a Carta deverá ser submetida a um referendo e fazer uma revisão definitiva, procedimentos não seguidos em Sucre, quando vários pontos foram ignorados.

A escolha de Oruro para sediar a sessão representa uma mudança na decisão da direção da Constituinte, que na semana passada tinha anunciado a região cocaleira de Chapare, reduto político e sindical do presidente Evo Morales, como sede dos debates. No entanto, esse primeiro anúncio motivou várias críticas ao Governo e ao MAS.

Segundo opositores, realizar a sessão em Chapare seria uma ''exclusão política'', e os produtores de coca acabariam pressionando os legisladores. A oposição também fez críticas a essa primeira escolha, porque Chapare é uma região em que atuam traficantes de drogas.

créditos:Vermelho

Querer é mesmo poder?
:: Flávio Gikovate ::

- As pessoas mais persistentes acabam indo mais longe do que aquelas que ora querem uma coisa ora querem outra. Mas não basta ter um projeto em nossa mente para que ele se concretize.

A afirmação “querer é poder” pressupõe a concepção de que a vontade da nossa razão é soberana. Ela admite que basta que nossa mente construa um projeto e passe a perseguir esta meta para que todo o resto do organismo a siga. Assim, as pessoas não alcançariam um determinado resultado, não porque o querer não seja suficiente, mas porque o querer delas não seria bastante forte. Não desprezo, em hipótese alguma, a eficiência da razão e a importância de se querer muito uma coisa ou uma situação, para que se tenha mais chance de chegar lá. Não desprezo também os chamados poderes paranormais da mente, de tal forma que é possível que o “querer muito” abra portas para que um determinado evento aconteça.

Porém, acho fundamental fazermos algumas ressalvas a respeito desse assunto. A primeira delas é que não se deve incluir no “querer” coisas ou atitudes que dependam da vontade de outras pessoas. Por exemplo, posso querer muito ganhar num jogo de bingo domingo no clube. É possível até que a força da minha razão aumente as minhas chances de isto acontecer. Mas não acho que se possa querer muito que uma determinada moça – ou rapaz – passe a se interessar pela gente. Tenho todo o direito de tentar me aproximar das pessoas que despertam em mim a admiração e o interesse. Mas tenho o dever de respeitá-las, de modo que não me resta alternativa senão me afastar quando não encontro reações favoráveis à minha aproximação. Quando se trata dos direitos das outras pessoas, querer não é poder. Não posso dizer: “Tudo o que eu quero eu consigo” quando este “tudo” é um ser humano.

Na realidade, as pessoas sempre tomam o cuidado de querer coisas até certo ponto possíveis. Caso contrário seria óbvio que querer não é poder. Querer ter um helicóptero está longe de adquiri-lo! Agora, as coisas materiais – e outras conquistas que não sejam as de seres humanos – nos chegam mais facilmente quando a queremos com fervor e persistência. Ou seja, as pessoas mais determinadas e que mudam menos de opinião, acabam indo mais longe que aquelas que ora querem uma coisa, ora querem outra. Esta última atitude, que é a mais comum, acaba por provocar uma dispersão de energia psíquica, de forma que é bem menos provável que se atinja resultados muito positivos. É o que se quer transmitir quando se fala da mula que ficou indecisa diante de dois montes de feno. Não sabendo qual dos dois comer, acabou morrendo de fome!

A ressalva mais importante que eu queria fazer é a de que não são raras as situações nas quais se quer muito um determinado resultado, mas não se tem condições emocionais para sustentá-lo. Eu posso querer ser promovido rapidamente para a direção da empresa onde trabalho. Mas é preciso ver se tenho competência emocional para arcar com este grau de responsabilidade e de obrigações. É preciso ver se eu posso assumir o cargo que tanto quero. Se não estiver pronto para ele, isso poderá me pesar tanto que não será incomum que eu venha a ter, por exemplo, minha saúde arruinada. O indivíduo que está numa posição que “quer”, mas não “pode” sofre de insônia, dores de estômago, dores de cabeça fortíssimas, palpitações cardíacas, falta de ar e, em situações extremas, poderá até mesmo chegar a ter um infarto do miocárdio ou um derrame. Estar maduro para assumir uma determinada função significa ter a competência técnica necessária e também estar psicologicamente apto às responsabilidades e tensões próprias daquele cargo.

Existe a possibilidade, portanto, de acontecer que a gente deseje muito uma coisa ou situação e ainda não possa ter ou estar nela. Nesses casos, querer definitivamente não é poder. Será necessário um grande trabalho interior para que se processe o desenvolvimento íntimo que criará as condições para o exercício daquilo que se quer.
A situação mais importante em que isso costuma acontecer é no amor. Muitas pessoas encontram um par com o qual se identificam muito intensamente. Nesses casos, se desenvolve um encantamento amoroso de forte intensidade, coisa que é do enorme agrado da razão. As pessoas assim, apaixonadas, querem muito ficar o tempo todo umas com as outras. Mas começam a ter várias reações emocionais que denunciam que ainda não são competentes para a realização do seu desejo amoroso. Começam a ficar com muito medo de que alguma coisa ruim irá acontecer. Começam a ter ciúmes desproporcionais aos riscos. Começam a procurar pêlo em casca de ovo, ou seja, pretextos menores para justificar a falta de coragem para ficar juntas. Perdem o sono e o apetite, ficam muito nervosas, não pensam em outra coisa, ficam completamente obcecadas pelo assunto e não conseguem se decidir por coisa alguma.
Esses dados indicam que ainda não estão emocionalmente preparadas para uma relação amorosa de grande intensidade. Terão que andar mais devagar e ir se acostumando aos poucos com a nova situação, de modo a um dia estarem em condições de “poder” agir conforme seu “querer”.

Flávio Gikovate é médico psicoterapeuta, pioneiro da terapia sexual no Brasil.
Conheça o Instituto de Psicoterapia de São Paulo.
Confira o programa "No Divã do Gikovate" que vai ao ar todos os domingos das 21h às 22h na Rádio CBN (Brasil), respondendo questões formuladas pelo telefone e por e-mail gikovate@cbn.com.br
Email: instituto@flaviogikovate.com.br





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MP3 format, near CD quality

Sonatina for Violin and Piano No. 2 in A minor, D.385
Sonatina for Violin and Piano No. 3 in G minor, D.408
Sonatina for Violin and Piano No. 1 in D, D.384
Rondo in B minor, D. 895, op. 70
Variations on Die schone Mullerin
Sonata for Violin and Piano in A, D.574
Fantasia in C, for Violin and Piano D.934
Polonaise in B flat, D.580
German Dances
Rondo for Violin and Orchestra in A, D.438
Five Minuets and Trios for String Quartet
Konzertstuck (for Violin and Orchestra) in D major, D345
Grand Caprice sur Le Roi des Aulnes de F. Schubert, Op.26
Soir¨¦e de Vienne S 427 (after Schubert)
Octet in F, D.803


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Modelos racistas derivados da escravidão são temas de discursão

domingo, 9 de dezembro de 2007

Crumb,
de Terry Zwigoff



Sinopse: Documentário que retrata a genialidade e o espírito transgressor do cartunista Robert Crumb, papa do movimento underground dos anos 70, nos Estados Unidos. Engraçado e ao mesmo tempo perturbador, o filme percorre seis anos da vida de Crumb e de sua família, revelando crises, obsessões e também seu humor negro. A realização deste documentário só foi possível graças à amizade de 25 anos entre o cartunista e o diretor Terry Zwigoff.

Formato: rmvb
Áudio: Inglês
Legendas: Português
Duração: 120 min
Tamanho: 479 MB
Partes: 5
Servidor: 4shared

Créditos: RapaduraAzucarada - zé qualquer

Título Original: Crumb
Gênero: Documenário
Origem/Ano: EUA/1994
Direção: Terry Zwigoff





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