sábado, 19 de janeiro de 2008

Sob o Olhar do Mar - Umi wa Miteita / The Sea is Watching

O cenário de SOB O OLHAR DO MAR é um prostíbulo do século XIX e conta a história de uma jovem gueixa, O-Shin (Nagiko Tohno), que esconde um samurai (Hidetaka Yoshioka de Rapsódia em Agosto) procurando por refúgio. O samurai acaba apaixonando-se por O-Shin e espera livrá-la dos pecados de sua profissão.No entanto, o destino e o dinheiro conspiram para separar os amantes. E quando outro rapaz (Masatoshi Nagase ,de Trem Mistério) aparece, um temporal avassalador atinge o vilarejo. O que acontece se nada nem ninguém sobreviver à fúria da natureza? Este excelente épico foi o último filme escrito pelo lendário diretor Akira Kurosawa (Os Sete Samurais, Ran). O diretor Kei Kumai arrasa visualmente nesta história de amor atemporal.

Créditos: MakingOff - Zape

Gênero:
Romance / Drama
Diretor: Kei Kumai
Roteiro: Akira Kurosawa ,baseado em livro de Shugoro Yamamoto
Duração: 119 minutos
Ano de Lançamento: 2002
País de Origem: Japão
Idioma do Áudio: Japonês
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0316829/
Qualidade de Vídeo: DVD Rip
Vídeo Codec: XviD
Vídeo Bitrate: 1018 Kbps
Áudio Codec: AC3
Áudio Bitrate: 448 Kbps
Resolução: 640 x 352
Tamanho: CD-1: 698.6 MiB / CD-2: 694.6 MiB
Legendas: No torrent


Elenco:

Misa Shimizu ... Kikuno
Nagiko Tono ... Oshin
Masatoshi Nagase ... Ryosuke
Hidetaka Yoshioka ... Fusanosuke
Eiji Okuda ... Ginji
Renji Ishibashi ... Zenbei
Miho Tsumiki ... Okichi
Michiko Kawai ... Osono
Yumiko Nogawa ... Omine
Tenshi Kamogawa ... Umekichi
Yukiya Kitamura ... Kenta
Rikiya Otaka ... Rapaz
Kumiko Tsuchiya ... Prostituta

-A tradução literal do título do filme é "O Mar Estava Olhando".

- Kei Kumai foi escolhido a dedo pelo filho de Kurosawa para dirigir o filme.

- Akira Kurosawa nunca entendeu muito bem as mulheres. Morreu sem retratá-las no cinema, já que preferia dar bola para samurais _situação que foi mudando em seus últimos anos de vida. "Sob o Olhar do Mar" surge portanto com dois atrativos. O maior deles é seu script, o último escrito pelo cineasta japonês, que não teve tempo de filmá-lo. Trata-se também de sua única investida profunda no mundo feminino.

Crítica:

-Ainda é possível ver um filme com um toque especial do mestre japonês Akira Kurosawa. Mesmo depois de sua morte em 1998, aos 88 anos, dois roteiros de sua autoria se tornaram filmes em seu país natal. Um deles é "Sob o Olhar do Mar" (Umi Wa Miteita, ou The Sea is Watching, Japão, 2002), que acaba de ser lançado em DVD e VHS.

Neste filme, muitas características do cineasta ainda se preservaram. Uma delas é o visual bem cuidado que dá a cada fotograma o status de um quadro pintado. Esta é uma tradição que nasceu já no início da carreira de Kurosawa, quando ele pintava story-boards nos anos 40. Este cuidado com a plástica das cenas chegou ao ponto de ele pintar (com requinte artístico) mais de 1.400 cenas para esquematizar "Kagemusha, o Samurai", de 1980.

Não é a toa que em um dos episódios de "Sonhos de Akira Kurosawa" (1990) personagens literalmente entram em pinturas do expressionista holandês Vincent Van Gogh.

Outra característica forte neste "Sob o Olhar do Mar" é o respeito que Kurosawa sempre expressou pela natureza. Neste filme também é evidente que o homem não é nada perto da magnitude da Natureza.

Assim como em "Rapsódia em Agosto" (1991), a certa altura do filme os personagens se tornam impotentes diante da fúria de fenômenos naturais --no caso uma tempestade.

Esta sincronia com o roteiro deixado por Kurosawa (baseado no livro de Shugoro Yamamoto) foi garantida por intervenção do filho do cineasta, que escolheu o diretor certo para o filme: Kei Kumai.

O cenário principal de "Sob o Olhar do Mar" é um prostíbulo do século 19. A chegada de Fusanosuke (Hidetaka Yoshioka), um samurai em fuga, muda a rotina das prostitutas, principalmente de O-Shin (Nagiko Tohno). Ela dá cobertura ao fugitivo e os dois acabam se apaixonando. Mas terem uma vida simples e feliz não é uma tarefa tão fácil. Adversidades sociais, tradições e valores que resistem ao tempo e ainda caprichos do destino vão atrapalhar os planos do casal.

Kurosawa, que tinha o apelido de o Imperador, se tornou um ídolo de grandes cineastas, incluindo Steven Spielberg, George Lucas e Francis Ford Coppola.
-
A paixão proibida de uma gueixa por um samurai fugitivo é o tema desse sensível épico, escrito pelo mestre Akira Kurosawa e estrelado por Hidetaka Yoshida (de Rapsódia em Agosto) e Masatoshi Nagase (de Trem Mistério). Inédito nos cinemas.

Download via Torrent:
Arquivo anexado Umi_wa_Miteita_DVDRipXvid_by_Zape.torrent ( 14.41KB ) Downloads: 41


V.A - I Got The Blues

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Tracks: VBR

1. The Sky is Crying - Stevie Ray Vaughan & Double trouble - The Sky is Crying - Stevie Ray Vaughan & Double trouble (4:38)
2. One Step At A Time - Johnny Winter - One Step At A Time - Johnny Winter (4:01)
3. StatesBoro Blues - Rising Sons - StatesBoro Blues - Rising Sons (2:24)
4. White Boots - The Vaugham Brothers - White Boots - The Vaugham Brothers (3:53)
5. Alabama - MIck Taylor - Alabama - MIck Taylor (3:47)
6. Streamline Woman - Muddy Waters - Streamline Woman - Muddy Waters (4:44)
7. Everybody's Going To Change Sometimes - Taj Mahal - Everybody's Going To Change Sometimes - Taj Mahal (2:56)
8. Tuff Enuff - The Faulous Thunderbirds - Tuff Enuff - The Faulous Thunderbirds (3:25)
9. Walking By Myself - Johnny Winter - Walking By Myself - Johnny Winter (3:33)
10. Tobacco Road - Edgar Winter - Tobacco Road - Edgar Winter (4:08)
11. Cry Baby - Janis Joplin - Cry Baby - Janis Joplin (4:02)
12. Leaving Trunk - Taj Mahal - Leaving Trunk - Taj Mahal (4:50)
13. Chitlins con Carne - Stevie Ray Vaughan & Double Trouble - Chitlins con Carne - Stevie Ray Vaughan & Double Trouble (3:57)
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O nascimento do PSUV na Venezuela





José Reinaldo Carvalho e Altamiro Borges


O dia 12 de janeiro entrará para a história da Venezuela. Nesta data, no simbólico Quartel San Carlos – onde já estiveram encarcerados vários heróis deste sofrido povo, como o líder negro José Leonardo, que liderou a revolta dos escravos contra os colonizadores espanhóis, e o próprio comandante Hugo Chávez, quando encabeçou a rebelião militar de 1992, e que hoje sedia um majestoso centro de cultura -, ocorreu o congresso fundacional do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSVU). O evento, que contou com a participação de 1.676 delegados eleitos em todo país, foi assistido por mais de 20 delegações estrangeiras. Do Brasil, PCdoB, PT, PCB e MST se fizeram representar e participaram de intensas e ricas atividades.

Conforme explicou Jorge Rodrigues, ex-vice presidente do país, coordenador do processo congressual e presidente provisório do novo partido, o PSUV surgiu como necessidade de dar maior organicidade aos milhões de venezuelanos que se identificam com a revolução bolivariana. Antes disso, os “chavistas” não contavam com um instrumento partidário próprio, mas apenas com uma legenda eleitoral, o Movimento Quinta República (MVR), nascido às vésperas de surpreendente vitória de Hugo Chávez nas eleições do final de 1998. “Realizamos uma revolução sem partido, mas agora iniciamos o trabalho de parto de um partido socialista e revolucionário”, explicou Rodrigues à atenta delegação estrangeira. Bem humorado e didático, ele fez uma “breve resenha” sobre o acelerado e sui generis processo de construção do PSUV.

Experiência complexa e original

“A revolução bolivariana tem pressa, essa é uma de suas marcas. Logo após expressiva vitória de Chávez nas eleições de dezembro de 2006, com 63% dos votos, o comandante fez um discurso sobre a urgência da construção de um partido forte, que represente todos os venezuelanos que apóiam o socialismo. Em apenas seis semanas, 5.722 milhões se filiaram ao novo partido, cerca de 36% dos eleitores do país. A meta era filiar 3 milhões, mas ela foi superada de forma impressionante. A partir daí iniciou-se o trabalho de estruturação do partido, com a construção dos núcleos, os batalhões socialistas, com no máximo 300 filiados. Foram criados 14.363 batalhões no país, reunindo pessoas que se conhecem, que são vizinhos, que apóiam a revolução bolivariana, mas que nunca tinham se organizado para discutir política”.

Segundo informou, “os batalhões socialistas realizam assembléias semanais, todos os sábados, quase que religiosamente. Em 29 de setembro, eles reuniram mais de 1,5 milhão de aspirantes a militantes do PSUV e elegeram um porta-voz, um suplente e cinco coordenadores de comissões (ideológica, propaganda, logística, defesa territorial e trabalho social). Eles são porta-vozes, devem expressar os anseios dos filiados, e não representantes afastados da base. Hoje temos mais de 100 mil integrantes nestas comissões, que atuam de forma organizada e são a vanguarda da construção de um partido altamente democrático. Em 20 de outubro, as assembléias elegeram os 1.676 delegados ao nosso congresso fundacional”.

O próprio Rodrigues admite que a “tarefa de construir um partido de quadros e de massas é complexa e apresenta inúmeras dificuldades”, mas ele está otimista com “o início do trabalho de parto”. A partir do congresso fundacional, os aspirantes a militante do partido discutirão durante dois meses os documentos partidários. “Definirão as bases programáticas, os estatutos e as tarefas políticas do PSUV. O objetivo é erguer um partido forte, o maior do país, com muita ternura e tolerância, mas também com muita firmeza. Os inimigos da revolução são poderosos e não descansam. O referendo da reforma constitucional mostrou que não podemos vacilar. A nossa revolução é pacífica, democrática, mas ela também é armada e não vai sucumbir diante de qualquer agressão. Sem um partido socialista forte, a revolução não avançará”.

“Revolução não depende de um homem”

O otimismo de Rodrigues ficou expresso no ato de abertura do congresso fundacional, que foi carregado de emoção, ao ritmo de canções revolucionárias. Coube ao presidente Hugo Chávez o principal discurso da noite. Em tom de brincadeira, ele disse que “será uma fala curta”, todos riram, e o discurso durou mais de três horas, acompanhado silenciosa e atentamente pelos presentes. Foi uma aula de política e ousadia. Após elogiar a realização do evento no Quartel San Carlos, “o presídio dos revolucionários”, e fazer uma menção carinhosa aos militantes do Partido Comunista da Venezuela (PCV) “torturados e assassinados neste cárcere”, Chávez apresentou algumas propostas para a construção do PSVU.

Com base em citações de Fidel Castro, Che Guevara e Antonio Gramsci, ele defendeu que o partido tenha uma ética revolucionária e seja formado por “trabalhadores dedicados, exemplos de pessoas honestas com uma vida limpa”. Ele insistiu também na necessidade do funcionamento coletivo e democrático, que evite personalismos e carreirismos. “Do partido depende o futuro da revolução. Ela não pode depender de um homem, de uma cúpula ou de uma vanguarda esclarecida. Precisa contar com milhões. Do contrário, ela ficará vulnerável”. Em tom autocrítico, ele admitiu que a ausência deste instrumento político é a principal debilidade da revolução bolivariana. Após citar várias conquistas políticas, econômicas e sociais, Chávez afirmou: “Conquistamos importantes avanços, mas não podemos negar nossos erros, limitações e falhas”.

Lições da derrota no referendo

Entre outras idéias, Chávez defendeu que o partido invista na formação do militante. “Sem conhecimento, sem estudo, a revolução não avançará. Só o conhecimento gera consciência”. Propôs ainda que o PSUV priorize as bases e valorize a militância, atuando de forma “radicalmente democrática”. “Não queremos novas oligarquias. O partido deve fortalecer os valores revolucionários, não pode aceitar corrupto... Deve ser uma escola forjadora de consciências e vontades para subverter a ordem capitalista... A consciência é o único motor que pode mover a vontade mais férrea”. Defendeu que o partido atue no curso das lutas políticas – “ vocês agora são atores políticos” – e tenha como perspectiva o socialismo. “Falaram que o socialismo morreu e que o marxismo era o diabo. Muitos até abandonaram o socialismo, traíram, com exceção de Cuba de Fidel Castro. Mas o socialismo do século 21 é o nosso maior desafio”. Propôs ainda uma ativa política internacionalista, que resulte “na união das forças de esquerda da América Latina”.

Num dos momentos mais ricos da sua exposição, Chávez analisou a dura derrota no referendo da reforma constitucional, realizado em dezembro. Numa autocrítica profunda e madura, afirmou com todas as letras que foi o principal responsável pela primeira derrota após nove anos de vitórias consecutivas. “Eu assumo minhas responsabilidades. Errei no momento estratégico do referendo. Não era a melhor hora, o povo não estava convencido das mudanças propostas”. Referindo-se novamente de forma elogiosa ao PCV e ao Partido Pátria para Todos (PPT), reconheceu que foi sectário no trato com estas organizações, “inclusive fazendo bromas” (ironias), e disse que era imperioso valorizar as alianças. “Sem alianças, a revolução não avança, ensinou Lênin”. Bastante aplaudido, afirmou que “é necessário declarar guerra ao sectarismo” e propôs o retorno do diálogo “com o PCV, PPT, as camadas médias e setores da burguesia nacional”.

“Uh, ah, Chávez no se va”

Para ele, o PSUV deve encarar o que chamou da “batalha dos três erres. Revisão, retificação e reimpulso revolucionário”. Quanto à reeleição presidencial, Chávez provocou os presentes: “Eu perdi o referendo e a partir de 2 de fevereiro de 2013 já não estarei mais no Palácio Miraflores”. A reação foi imediata: “Uh, ah, Chávez no se va”. Vários delegados gritaram que iniciarão uma campanha de coleta de assinaturas em defesa da reeleição, mas Chávez solicitou cuidado com a idéia para não se errar novamente no momento oportuno. “A nossa próxima batalha é a eleição de outubro de 2008. Não podemos deixar a direita ocupar postos importantes. Isto colocaria em risco nosso projeto bolivariano, socialista... Não é tempo de acelerar artificialmente. É tempo de consolidar”. Pela terceira vez, Chávez citou o PCV e o PPT e pregou a formação de um Pólo Patriótico, sem sectarismos, no que foi bastante aplaudido.

Além destes dois eventos, as delegações estrangeiras ainda participaram de um jantar com o ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Nicolas Maduro, e a presidente da Assembléia Nacional, deputada Cilia Flores, e de uma reunião de troca de experiências com o primeiro vice-presidente da República, o deputado Roberto Hernandes Rodrigues. Nos relatos dos dirigentes de esquerda da Bolívia, Equador, Uruguai, Chile, México, entre outros, ficou patente que há uma mudança de ventos na América Latina mais favorável às lutas dos povos. Mas, como ressaltaram os latino-americanos e, principalmente, os representantes da França, Itália, Alemanha e de outros países da Europa, o momento ainda é de acúmulo de forças. A direita tenta retomar a ofensiva e atua com muita agressividade. Chamou atenção que todos, sem exceção, enfatizaram o papel nocivo da mídia hegemônica, o principal partido da direita no mundo.

José Reinaldo Carvalho é secretário de relações internacionais do PCdoB; Altamiro Borges é secretário de comunicação. Ambos representaram a direção nacional do PCdoB em Caracas a convite do PSUV.



Poesia Acróstica - sem título

A vida impõe condições
Liga as pessoas
Interage com elas
Norteia-as, às vezes
Enfim, faz-las conviver

Racha as paredes criadas
Ostentadas para deleite próprio
Difama uns ditos sábios
Reconsidera ditos insanos
Ilude com tom de prazer eterno
Gorjeia para confortar
Une, reúne
Ergue novas paredes
Saboreada assim é a vida

Meticulosamente de tempo em tempo
Escolhe alguém e nomeia alegria
No intuito de fazer-se vida
Guiar-se por este(a) em novas trilhas
A fim de evoluir e
Regojizar-se por este(a)
Doar-se em deleite eterno
Através de nossas ações.
Carlos Costa.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Gerry Mulligan / Thelonious Monk - Mulligan Meets Monk (1957)

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Gerry Mulligan / Thelonious Monk - Mulligan Meets Monk (1957)
MP3 / 192Kbps / RS.com: 73mb
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Tracks:
1 'Round Midnight 8:29
2 Rhythm-A-Ning 5:19
3 Sweet and Lovely 7:17
4 Decidedly [Take 4] 5:54
5 Decidedly [Take 5] 6:37
6 Straight, No Chaser [Take 3] 7:00
7 Straight, No Chaser [Take 1] 5:29
8 I Mean You [Take 4] 6:53
9 I Mean You [Take 2] 6:31

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Banco ALBA busca combater a dependência financeira junto às IFIs
Cocoicultura Kayapó 2007



Rodolfo Salm


Recebi, em janeiro de 2006, uma bolsa que permitiu a minha dedicação integral ao projeto de cultura de cocos na Terra Indígena Kayapó. O projeto parte do pressuposto de que a cultura de cocos pode ser útil para a conservação das terras indígenas. Isso devido ao seu valor como fonte alimentar e de matéria-prima para povos que estão vivendo um momento de explosão populacional. Dentre os Kayapó, esta explosão demográfica, aliada à dependência de dinheiro para adquirir produtos industrializados, faz crescer a pressão sobre suas terras, que contém uma quantidade substancial de florestas preservadas. Neste contexto, os cocos podem ser particularmente úteis aos índios devido ao alto valor energético da “carne” dos frutos maduros.

CocoiculturaJá passada metade da estação chuvosa de 2005/2006, o projeto foi apresentado em caráter de urgência ao presidente da FUNAI a qual, após uma série de trâmites burocráticos, financiou a compra das mudas e o seu transporte até as aldeias. Quanto mais cedo as mudas fossem plantadas no período das chuvas, maiores seriam as suas chances de sobrevivência na primeira seca de suas vidas. Pensando bem, é incrível que tenhamos conseguido este suporte. O órgão indigenista não possui linhas de financiamento regulares desta natureza e está emperrado (pelo menos no que se refere ao desenvolvimento de alternativas econômicas para os Kayapó) em uma crise de inoperância extrema. Mas conseguimos. Só que não antes de março, quando, em função da proximidade do fim das chuvas, já se considerava até a suspensão do projeto.

Como temíamos, quando retornamos para a terra indígena em novembro de 2007, para uma segunda fase do projeto, verificamos que a mortalidade das mudas que leváramos no ano anterior foi bastante elevada. Vasculhamos as aldeias casa por casa e, passados 20 meses de seu plantio, das 600 mudas que deixamos em cada uma, localizamos apenas 59 vivas em Kikretum, 86 em Moikarakô e outras 98 na aldeia Aukre. Algumas estavam crescidas e muito bem, outras nem tanto. Esta mortalidade foi causada por uma série de fatores que variam das características do solo onde foram plantadas à sua exposição à atividade daninha e peralta das crianças, que visivelmente destruíram várias delas. Sem esquecer das capivaras, abundantes nas proximidades da aldeia Kikretum, que, segundo os índios comeram várias das mudas recém plantadas. Em muitos casos, era possível reconhecer o cuidado de seus proprietários em proteger as plantas sobreviventes, regando-as, protegendo-as (até mesmo com arame farpado por causa das crianças e outros predadores), adubando-as, etc. Ainda assim, caso todas as mudas sobreviventes até o momento cheguem até a idade adulta, isto significará um aumento de 100% da população atual de coqueiros adultos destas três aldeias. Tendo em vista que a última campanha (que levou outras 2700 mudas de coqueiro-anão precoce a estas três aldeias), foi feita no início da estação chuvosa, estamos esperançosos de que seus resultados sejam ainda mais promissores. Uma vantagem do coco em relação às culturas anuais é que, uma vez plantados e superando as dificuldades do primeiro ano, os cuidados necessários para a sua sobrevivência e produtividade são mínimos. Assim, apesar das dificuldades que enfrentamos, os resultados deste projeto são significativos e duradouros.

CocoiculturaUma particularidade do coqueiro é que possui uma semente imensa (uma das maiores do reino vegetal), que é o próprio coco e que (exceto pela sua flutuabilidade no mar) impõe severas restrições à sua dispersão. Daí a necessidade de fretarmos caminhões e mobilizarmos frotas de barcos para transportar alguns milhares de suas sementes. Sob o ponto de vista estritamente agronômico, a mortalidade de 85% a 90% das mudas plantadas em 2006 é, sem dúvida, um fracasso. Porém, sob a ótica da dispersão de sementes (um processo naturalmente caracterizado por altíssimas taxas de mortalidade), a sobrevivência de 10% a 15% dos coqueiros plantados pode ser um sucesso retumbante. E o que estamos fazendo, ao enviar grandes quantidades de mudas de coqueiro a algumas das localidades mais remotas do centro do continente sul-americano é, antes de tudo, dispersando sementes. Sementes de uma das plantas tropicais mais importantes para a espécie humana, vindas, em última instancia, de além do litoral nordestino, do outro lado do mundo, do Sudeste Asiático, onde a espécie desenvolveu-se, para um povo distante que acaba de incorporar-se à sociedade global.

Como alertou o recente relatório da WWF, divulgado recentemente em Bali na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, e que prevê que a Amazônia terá perdido 50% de sua cobertura vegetal em 2030, a região está à beira de um período de transformações climáticas dramáticas, em função do aquecimento global. O efeito estufa pode, ao longo deste século, elevar a temperatura na região onde se encontra a Terra Kayapó em algo entre 2oC e 8oC, e reduzir suas chuvas em 20%. Com isso, a floresta atingirá muito mais facilmente um ponto de ressecamento tal que permitiria que o fogo se alastre sobre ela indefinidamente, destruindo-a.

Subindo o rio Fresco em direção à aldeia Kikretum, vi diversas marcas de fogos descontrolados que enfeiavam a floresta, dando-lhe um aspecto doente, e vulnerável. Na aldeia Moikarakô não havia bananas este ano, porque um incêndio destruiu seus roçados. Subindo o Riozinho, em direção ao Aukre, passada a Cachoeira-de-um-dia, que tem esse nome devido ao trabalho que se tem para passar por lá (e onde os índios passaram um dia arrastando o barco, fazendo um imenso esforço pela cocoicultura), felizmente pude constatar que, por enquanto, a vegetação continua virgem e linda. Voltando de avião, da janela do monomotor, ainda pude ver floresta, salpicada de serras e cortada apenas pelo Riozinho. É difícil imaginar aquilo tudo convertido em deserto. Prefiro pensar no projeto dos cocos como um apoio para que não aconteça. Mas, se for inevitável, certamente aquelas sementes serão muito úteis ao futuro dos que moram por lá.

Rodolfo Salm, doutor em Ciências Ambientais pela Universidade de East Anglia e pela Universidade Federal de São Carlos, é pesquisador do Museu Paraense Emílio Goeldi.



Seu Jorge - América Brasil, O Disco


Seu Jorge - América Brasil, O Disco
1- América Do Norte
2- Trabalhador
3- Burguesinha
4- Cuidar De Mim
5- Mina Do Condomínio
6- Mariana
7- Só No Chat
8- Samba Rock
9- Seu Olhar
10- Eterna Busca
11- Voz Da Massa

Créditos: TrabalhoMental - Kryz


Libertaste Minha Alma!

Libertaste minha alma

Iluminaste meu desejo

Não desejaste corpo

Incapaz meu corpo ao teu

Não ainda libertei tu’ alma

Haverá um tempo em que sim

Assim seja verdade

Mistifiquei a paixão

Entendendo a poesia

Não mencionei teu nome em vão

Guiei-me por ele por desejo

Agüentei a espera em vão

Respeitei calado o não

Desejei-te corpo

Amei-te poesia!

Carlos Costa

Maria Bethânia - Maricotinha (2001)




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