terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Toque de Arte - Pelos Quatro Cantos (2008)




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Prouni: qualidade é democracia

Pretos, pobres, e quase-pretos, de tão pobres, estão ingressando no ensino superior aos milhares. Além de transformar suas vidas, a experiência pode levar a uma universidade mais democrática e menos branca. Mas há quem resista, com base numa visão liberal de mérito e qualidade

Bruno Cava - Diplo

Mauro, 25 anos, catador de papel, órfão de mãe e filho de carroceiro. Estuda Educação Física na Ulbra, uma das melhores universidades do Rio Grande do Sul. Jorge e Ivan, grafiteiros, negros da periferia, curtem o hip-hop e oferecem oficinas culturais na Febem. São alunos da UniSalesianos, em Lins, interior de São Paulo. Marta, 26 anos, doméstica, trabalha em um bairro de classe-média de São Paulo, ajuda substancialmente a família, sonha em construir pontes. É estudante de engenharia na FEI, conceituada faculdade da Grande São Paulo.

Marta, Ivan, Jorge e Mauro vivem uma realidade comum. Eles constituem a exceção e a regra da juventude brasileira. São a regra porque pobres, oriundos de comunidades cuja dignidade amiúde é posta em xeque pelas adversidades. Batalham no dia-a-dia para assegurar o próprio sustento e o do próximo. E são exceção, porque, contra todos os prognósticos, chegaram à universidade e nela permaneceram . Em breve, vão se formar e pegar o diploma --- elementos determinantes para a melhoria da renda, do orgulho próprio e da inclusão social.

Esses estudantes estão na universidade graças ao Programa Universidade para Todos (Prouni). Eles são "prounistas" ou "prouneiros". O Prouni é um programa do governo federal que beneficia mais de 300 mil alunos de baixa renda em cursos de graduação de instituições particulares. Por meio de isenções fiscais às universidades privadas, o programa financia bolsas integrais e parciais para quem seja selecionado e comprove baixa renda. Tem direito a concorrer às bolsas integrais o jovem cuja renda familiar per capita seja inferior a um salário mínimo e meio (R$ 570). Às parciais, aquele cuja renda familiar esteja entre esse valor e três salários mínimos (R$ 1.140). Para o primeiro semestre deste ano, o governo anunciou a abertura de 112 mil bolsas, em cerca de 1.400 instituições de nível superior. Em 2007 inteiro, foram 155 mil. Em 2006, haviam sido 136 mil. E, em 2005, ano inaugural do Prouni, foram distribuídas 112 mil bolsas. Cerca de 2/3 são integrais (100%) e o restante parciais (50% e 25%).

Alega-se, às vezes, que o programa não é o que queríamos nem o que precisávamos. Que o Prouni contribui para sucateamento das universidades públicas. Ou, ainda, munido de sofismas estatísticos, que o montante da renúncia fiscal permitiria a abertura de mais vagas nas universidades públicas. O sindicato nacional dos docentes, o Andes, afirma que o projeto não passa de "bóia de salvação do ensino privado" e se insere no "contexto de precarização da universidade estatal".

"Queremos, sim, milhões de vagas e cotas nas universidades públicas; queremos principalmente uma profunda revolução na escola"

O fato é que o complexo universitário estatal abre vagas para cerca de 3% da população brasileira. Além disso, a desigualdade no acesso é gritante. O último levantamento do MEC mostrou que, nas federais, a composição predominante dos cursos é de alunos brancos, pertencentes à faixa dos 5% mais ricos, oriundos de escolas particulares. O "mérito" tão defendido pelos liberais é um critério que embute, junto com o esforço pessoal, um fortíssimo componente sócio-econômico e, também, racial, já que a pobreza no Brasil tem cor. Não poderia ser diferente, dada a concentração de renda e patrimônio que grassa a nossa sociedade, e se reflete na faculdade. A universidade pública, no Brasil, de "pública" ainda tem muito pouco.

Ps adversários do Prouni, capitaneados pelo presidente do Andes, Roberto Leher, esquecem que o Programa Universidade para Todos está integrado no Plano Nacional de Educação (PDE), que conjuga políticas de acesso e expansão dos campi com a reforma estrutural do sistema universitário. O Prouni caminha lado a lado com o redimensionamento curricular, a construção de novas unidades (foram 10 universidades e 48 campi nos últimos 5 anos) e o incremento de vagas nas instituições estatais, através do Reuni --- Programa de Apoio a Planos de Expansão e Reestruturação das Universidades Federais --- que contou com a adesão da totalidade das instituições federais no ano passado. A deficiência histórica da universidade brasileira, nunca democrática, deve ser enfrentada por vários caminhos, pois a maioria da população não pode ou quer esperar a "revolução" para entrar na faculdade. O pobre quer participar aqui e agora.

Marcelo Buraco, do Negroatividade e Nação Hip-Hop, discorda dos argumentos elitistas do Andes: "Queremos, sim, milhões de vagas pelo Prouni; queremos cotas nas universidades públicas; queremos a construção de várias universidades federais e principalmente uma profunda revolução na escola pública e no ensino fundamental. E isto só vem com muita pressão popular e a massa da juventude da periferia chegando junto." Com efeito, o Prouni mexe de tal maneira com a auto-percepção dos o utrora sem-universidade que os prounistas não vacilam em orgulhosamente se afirmar como tal. Eles têm a consciência de que não se trata de uma dádiva ou concessão do governo Lula, mas de um direito conquistado, tão desejado há muitas gerações. Por mais que parte da elite econômica insista que lugar de pobre é até o ensino médio ou, no máximo, na escola técnica, não há família de periferia que não deseje e se orgulhe de ter um filho seu na universidade. Quem não sonha em ver uma filha médica, engenheira, advogada, jornalista? O programa confere tanta auto-estima, que seus participantes criaram e mantêm uma agitada comunidade no orkut, a "100% Prouni".

Durante o 1º Encontro de Prounistas, realizado em 24 de novembro passado, na UNIP de São Paulo, debateram-se as vitórias e as perspectivas do programa. Organizado pela União Estadual dos Estudantes (UEE-SP), lá estiveram, além de 500 estudantes contemplados, o ministro da Educação, Fernando Haddad, e a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Lúcia Stumpf. Rebatendo as críticas de que o Prouni "baixa o nível" da universidade, sintetizou o ministro: "Vocês são bolsistas por mérito conquistado!". Argumento autocentrado e prepotente, o discurso da "qualidade de ensino" --- que os de dentro opõem aos de fora — pode ser traduzido como "Nós, que entramos, somos a qualidade de ensino, não venham se misturar a nós!". De fato, no último Exame Nacional de Desempenho de Estudantes do Ensino Superior (Enade), o antigo Provão, o desempenho dos alunos do Prouni foi ligeiramente superior do que o dos demais estudantes. Dado relevante: os de bolsa integral foram melhor do que os de bolsa parcial. Para Lúcia, "os estudantes do ProUni derrubaram os muros excludentes da universidade". Ela cobrou do MEC, em nome da UNE, a ampliação das medidas de assistência estudantil, para endereçar de vez o agudo o problema da evasão universitária, que o PDE até agora não combateu de modo eficiente.

Basta de acreditar que a transformação virá de pequenos aparelhos, sempre brancos e da classe-média "esclarecida"

Além disso, o Prouni contém na essência a ação afirmativa, reservando a negros, indígenas e minorias étnicas um percentual de bolsas que é semelhante ao percentual da composição racial de cada unidade federativa. O que é absolutamente fundamental num contexto histórico de desigualdade racial. Aqui, o racismo não se limita a um preconceito individual, dentro da cabeça dos racistas, mas a uma força viva que estrutura e condiciona as relações sociais e políticas. Para Frei David, da Educafro, o Programa Universidade para Todos "é o maior projeto de inclusão racial do Brasil". Alexandre do Nascimento, do Movimento Pré-Vestibular para Negros e Carentes (PVNC), destaca que "o governo federal ignora desempenho positivo dos bolsistas do Prouni e não usa o resultado do exame para fortalecer o discurso pró-cotas nas federais". E ainda questiona o porquê da timidez quanto à retomada do Estatuto da Igualdade Racial, emperrado nas gavetas do Legislativo: "Será que o governo e o Congresso temem os empresários e intelectuais da exclusão, que atacam diariamente as ações afirmativas através de seus veículos de imprensa?".

Como no teatro de Brecht, seria saudável se os detratores do Prouni tomassem um distanciamento frente ao programa. No sentido brechtiano de sair de sua "persona política", provocando um estranhamento muitas vezes elucidador. Pois, muitas vezes, em meio ao catatau de números e aos discursos erísticos, perde-se de vista, precisamente, a realidade. Tomar contato com os prouneiros e os cotistas --- e com os efeitos impactantes dos prouneiros no meio universitário --- eis aí uma experiência reveladora. Novas demandas, novos valores, uma nova construção de sentido ocupa a universidade e desafia-lhe soluções e inovações. Jorge e Ivan, da UniSalesianos, não estão apenas entre os melhores alunos, e os mais participativos do movimento estudantil. Também agregaram valores indispensáveis a uma universidade que (esperançosamente) pretende fazer a diferença no mundo social e cultural. Basta de continuarmos acreditando que a transformação virá de pequenos aparelhos de jovens, sempre brancos e da classe-média "esclarecida" --- socialistas de salão que almejam conscientizar as massas para liderá-las na revolução que nunca chega. Só quando as "massas", ou melhor, a multidão lá-fora ocupar definitivamente a universidade, em relações transversais, é que ela vai depor os seus muros e assumir pra valer o processo de transformação social.

O confronto da exceção e da regra no prounista embute uma contradição de nosso tempo. Porém, Marx dixit, não são as contradições que movem a história? Pode-se combater a exclusão e o atraso e a falta de sonhos e perspectivas sem acender velas para vetustas ortodoxias, pregadas por ídolos da hora passada. O Prouni vem demonstrando que isso é possível, que não há oposição entre qualidade e democracia. Afinal de contas, a qualidade É a democracia.

Fontes:

- Buraco, Marcelo, "Prouni: um atalho para o hip-hop superior" in Vermelho Online, abril 2007.

- Nascimento, Alexandre do, "ENADE prova que ações afirmativas são eficazes", in Revista Global n.º 9, setembro de 2007, p. 26, 27.

- Gouveia, Fábio de, "Prouni e o futuro presente de milhares de brasileiros", in Revista Global n.º 8, maio de 2007, p. 32, 33.

- Site do Ministério da Educação - Prouni

- Site da União Nacional dos Estudantes (UNE)

- Site do Sindicato Nacional dos Docentes - ANDES

Mortalidade infantil cai quase pela metade no país, diz ONU


O Brasil conseguiu reduzir quase pela metade a taxa de mortalidade infantil entre 1990 e 2006, de 46,9 por 1 mil para 24,9 por 1 mil nascidos vivos, mas continuam muito grandes as disparidades entre as diversas regiões do País e entre diferentes grupos étnicos e raciais.


No índice de mortalidade inferior a cinco anos, o avanço foi ainda maior, de 57 por 1 mil nascidos vivos em 1990 para 20 por 1 mil nascidos vivos em 2006. Com isso, o Brasil passou de 86º para 113º lugar no ranking da mortalidade na infância (os primeiros lugares são ocupados pela mortalidade mais elevada) num total de 194 países.


Os dados são do relatório Situação Mundial da Infância 2008 - Sobrevivência Infantil, divulgado nesta terça-feira pela Unicef, agência das Nações Unidas para a infância, e referem-se a mortes de crianças com menos de um ano.


"O Brasil avançou mais do que a média mundial, o grande problema é a disparidade tanto entre as diferentes regiões como grupos étnicos", afirmou a representante da Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier. "O Brasil está no caminho certo, mas não saiu do túnel ainda", disse ela.


Metas do Milênio


Com estes dados, o Brasil caminha para alcançar a meta número quatro dos Objetivos do Milênio, que prevê a redução da taxa de mortalidade pela metade até 2015. A meta do País é reduzir a mortalidade de crianças com menos de 5 anos para 18. "Agora entra a parte mais difícil, que é a redução não pelo fator técnico para pelo fator humano", afirmou. "Agora vamos ver se o compromisso (do governo) do Brasil é total", diz ela.


Para isso, afirma Marie-Pierre, é preciso aumentar o investimento em programas de acompanhamento do recém-nascido e aumentar o número de crianças entre 4 e 6 anos de idade com acesso à escola. Enquanto a média nacional é de 24,9 mortes com menos de 1 ano para cada 1 mil crianças nascidas vivas, no Nordeste este número é de 36,9 por 1 mil.

O lado positivo, diz a representante da Unicef, é que a região foi a que mais avançou entre 1990 e 2006, reduzindo um pouco a desigualdade em relação a outras regiões. O relatório da Unicef mostra ainda que as crianças pobres têm mais do que o dobro de chance de morrer, comparadas às crianças de famílias mais ricas.

A taxa de mortalidade para a população indígena é de 48,5 por mil nascidos vivos (138% maior do que para a população branca), enquanto para a população negra é de 27,9 por mil (37% maior do que para a população branca). A taxa para a população branca é de 20,3 por 1 mil nascidos vivos.


Das 11,5 milhões de crianças com menos de 6 anos no Brasil, 56% vivem na pobreza, em famílias com renda per capita de menos de meio salário mínimo. Desse total, 4,7 milhões estão em famílias beneficiadas pelo Programa Bolsa Família, o que corresponde a 10,2% do total de beneficiários do programa.


Causas


Cerca de 66% das mortes ocorrem no primeiro mês de vida, e 51% na primeira semana. As principais causas de morte na primeira semana de vida estão relacionados ao nascimento prematuro, asfixia durante o parto e infecções. Para Marie-Pierre, este dado mostra que os programas pré-natais precisam continuar até os primeiros meses de vida do bebê.


A região Nordeste tem a maior taxa de mortalidade neonatal precoce do País, com 15,3 por 1 mil nascidos vivos. Os Estados de Alagoas e Paraíba têm as taxas mais altas, de 17,4 e 16,9 por 1 mil nascidos vivos, respectivamente.

"Para se manter a queda na taxa de mortalidade infantil será necessário o trabalho intenso que resulte numa maior cobertura e melhoria do pré-natal, assistência ao parto e pós-parto, que se traduz em melhor qualidade dos serviços de saúde, melhores condições hospitalares e melhoria na condição socioeconômica das populações mais carentes", afirma o relatório.

"Se não forem fomentadas no País políticas públicas com esses objetivos, corre-se o risco de uma estagnação na taxa de mortalidade", diz o documento, que alerta ainda para o fato de que é possível haver uma subnotificação dos óbitos infantis nas regiões Norte e Nordeste.

O progresso obtido até agora, destaca o relatório, foi conseguido com programas de atenção à saúde da criança, em questões como segurança alimentar e nutricional, saneamento básico, vacinação e atenção à saúde da família.

Mães

Se mostra melhora na sobrevivência das crianças, o relatório também aponta uma piora nas condições de vida das mães. A mortalidade materna aumentou 2,1% no Brasil entre 2000 e 2005, passando de 52,3 mulheres por 100 mil nascidos vivos para 53,4 por 1 mil nascidos vivos.

O estudo também mostra que a idade das mães continua diminuindo. O número de bebês nascidos de mães com menos de 15 anos aumentou, na média brasileira, de 6,9 por 1 mil nascidos vivos em 1994 para 8,8 mil por 1 mil em 2005, um crescimento de 28,6%.


O aumento ocorreu em todas as regiões. Em 1994, foram 18 mil bebês nascidos de crianças e adolescentes menores de 15 anos; em 2005, foram 27 mil.


Fonte: BBC Brasil



Requião: "A mídia funciona lubrificada com dinheiro"


Uma decisão do juiz do Tribunal Regional da 4ª Região, em Porto Alegre, Lippman Júnior, proíbe o Governador do Paraná, Roberto Requião, de usar a TV e a Rádio Educativa do Estado. Depois da proibição, Requião foi ao ar pela TV Educativa e deu uma receita de ovo frito. Por causa dessa atitude, o governador foi multado em R$ 50 mil. Requião disse em entrevista ao jornalista Paulo Henrique Amorim nesta segunda-feira, (21), que sofre uma censura. "Eu estou sendo censurado. Eu acho isso absolutamente incrível, me sinto numa situação Kafkiana", disse o governador Requião.



A participação de Requião na TV Educativa ocorria toda terça-feira, quando era transmitida uma reunião que ele faz semanalmente com seus secretários. O governador disse que a ação contra ele começou depois que ele falou dos altos salários pagos pelo Ministério Público. A ação foi rejeitada na primeira instância, mas o juiz Lippman Júnior acatou.


Depois de dar a receita do ovo frito na TV Educativa, a Justiça, além de multar o governador em R$ 50 mil, obrigou a TV Educativa a divulgar, de 15 em 15 minutos, uma nota da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil).

Requião disse também que sofre uma forte oposição dos meios de comunicação no Paraná, em especial dos veículos das Organizações Globo. "Antes que eu fosse intimado da decisão, o juiz deu uma entrevista na Rede Globo", disse Requião.

Segundo Roberto Requião, a campanha da mídia contra ele no Paraná começou depois que o Governo do Estado cortou todas as verbas publicitárias direcionadas aos veículos de comunicação. "A mídia funciona lubrificada com dinheiro. Eu cortei os recursos e a mídia acabou, principalmente no que se refere aos grandes jornais, aos grandes meios de comunicação às redes de rádios", disse Requião.

Roberto Requião disse que ainda vai recorrer da decisão do juiz Lippman Júnior.

Leia a íntegra da entrevista com o governador Roberto Requião:

Eu vou conversar agora com Roberto Requião, governador do Paraná. Governador, bom dia, o senhor vai bem?

Roberto Requião – Tudo mais ou menos bem, não fosse a censura imposta ao governo do Paraná.

Que tipo de censura o senhor sofre?

Roberto Requião – Paulo Henrique, desde o primeiro dia do meu governo tenho, às terças-feiras, uma reunião com o primeiro, o segundo e o terceiro escalão, que eu chamo de Escola de Governo. Essa reunião faz parte de uma série de outras reuniões que oferece cursos de graduação e de pós-graduação aos funcionários públicos e informação entre secretarias. Essa reunião é televisada pela Paraná Educativa, que é uma rádio e televisão poderosa, trabalha com o satélite B4 hoje e ela tem um sinal que vai da Patagônia até o Canadá, cobre o Brasil inteiro, e aqui no Paraná tem uma série de antenas locais também, então é parabólica e antenas locais. E nessa reunião eu tenho combatido a corrupção, denunciado fatos que agridem o governo do Estado, travado batalhas em favor do interesse público e vencido muitas delas. Hoje, por exemplo, a nossa companhia de energia elétrica, a Copel, é a companhia que teve o maior lucro no Brasil, R$1,4 bilhões depois do imposto de renda, em razão de seu porte evidentemente, a nossa companhia de saneamento também enfrenta um processo que levou à privatização e investe pesadamente na saúde pública do Estado do Paraná. E nós denunciamos, no início do governo, utilização de créditos fiscais inexistentes contra a Copel, contra o erário. E tudo isso vem sendo resolvido a partir dessas denuncias e, ao mesmo tempo, as secretarias de Estado informam as outras secretarias e ao público de uma forma geral, aos paranaenses e aos brasileiros, o que é que nós estamos fazendo. Por exemplo, aqui no Paraná nós reduzimos os juros do empréstimo consignado, num prazo de até seis meses, a 0,95%, estamos trabalhando com cooperativas de crédito. E todas essas medidas são anunciadas através da Paraná Educativa. Temos uma pendência com o banco Itaú, que tem nos cobrado precatórios que nós não devemos, originados numa negociata na venda do Banestado, isso tudo é levantado na Paraná Educativa. Agora, num determinado momento, eu resolvi fazer algumas comparações de salários, me impressionava muito a situação do Rio Grande do Sul, que tem uma folha, Paulo Henrique, que é 116% da receita, em função da explosão dos salários do Ministério Público e do Judiciário. A partir desse momento, uma procuradora da Republica entra com uma ação pedindo a censura prévia a todas as minhas declarações que expressassem críticas à imprensa (imagina, eu sou criticado pela imprensa brasileira inteira, sou um governador nacionalista e faço um governo de esquerda), às instituições e às pessoas, com multa de R$ 50 mil e R$ 200 mil na reincidência. Bom, esse pedido foi fulminado por uma juíza Federal de primeira instância que garantiu a liberdade de opinião e de expressão. Mas depois, através de um agravo, foi concedido pelo juiz Lippmann da justiça Federal e eu estou impedido de falar sobre qualquer coisa.

Especialmente na Paraná Educativa?

Roberto Requião – Na Paraná Educativa e nas rádios do Estado. Na última reunião da Escola de Governo, eu resolvi fazer o que fazia o Estadão de São Paulo na época da ditadura, dar uma receita. O Estadão dava receita de bolo ou reproduzia os Lusíadas. Eu dei uma receita de ovo frito. Recebi uma multa de R$ 50 mil, e sua excelência o juiz Federal determinou que a televisão Educativa, na próxima terça-feira, durante todo o dia, 24 horas, de 15 em 15 minutos, ponha no ar uma nota que a AJUFE, Associação dos Juízes Federais, redigiu em desagravo. De 15 em 15 minutos, ou seja, ele tira a televisão do ar, em todos os seus programas, inclusive aqueles programas em que a gente tem parceria com a TV Cultura de São Paulo. Então, eu estou sendo censurado, eu acho isso absolutamente incrível, me sinto numa situação Kafkiana.

Agora, governador, além desse fato, existe no Paraná uma circunstancia muito especial, é que as organizações de Televisão e de jornal ligadas, de alguma maneira, à rede Globo, exercem sobre o senhor uma campanha implacável.

Roberto Requião – Ah sim, você vê que a Globo, antes que eu fosse intimado da decisão, o juiz deu uma entrevista na Rede Globo. E a Rede Globo, antes de ontem à noite, dá uma nota dessa multa de R$ 50 mil em função do ovo frito, e atribui essa condenação ao fato de eu estar fazendo promoção pessoal. Eu não faço promoção pessoal, Paulo Henrique, quando eu exponho um assunto eu me exponho. Tem pessoas que vão concordar e tem pessoas que não vão concordar, mas eu cumpro o dever de informar ao cidadão paranaense e brasileiro o que acontece no Paraná. O andamento dos processos judiciais e tudo mais... a origem verdadeira disso tudo se deve, primeiro à minha postura no Governo do Estado. Eu sou um governador racionalista. No meu discurso de posse eu disse que governava com o lado esquerdo do peito, onde fica o coração, governava com solidariedade e segundo os princípios da carta dos bispos de Puebla, da opção preferencial pelos pobres, pelos empregos, pelas empresas que geram emprego. Aquele desenvolvimento real, que beneficia o brasileiro e melhora a condição de vida do nosso cidadão. Mas, além disso, o Governo que me antecedeu, que é o Governo do Jaime Lerner, gastou em dois períodos que ele se elegeu o equivalente hoje a R$ 1,5 bilhão. E eu resolvi no ano passado reduzir a zero a despesa de comunicação, porque eles estavam tão sôfregos para fazer voltar a generosidade estatal na mídia, que não tinha dinheiro razoável que pudesse contentá-los. Então, como eles me pressionavam para pagar além do que o Estado podia, eu resolvi liquidar de uma vez por todas a verba de comunicação, estabelecendo um exemplo para o país e me comunicar com a população através da Paraná Educativa e duas rádios que nós temos, uma AM e outra FM. Daí eu passei a ser o objeto do ódio dessa gente toda.

E como o senhor descreveria a situação da mídia paranaense em relação ao seu Governo?

Roberto Requião – É absolutamente contrária. A mídia funciona lubrificada com dinheiro. Eu cortei os recursos e a mídia acabou, principalmente no que se refere aos grandes jornais, aos grandes meios de comunicação, às redes de rádios. Mas temos aí os heróicos pasquim do interior, as rádios independentes, de pequeno poder financeiro e alcance mesmo, mas que não se subordinam ao esquemão e se colocam numa posição muito clara, fazendo crítica quando acham que o Governo deve ser criticado e elogios, quando acham que deve ser elogiado.

Agora, governador, uma última pergunta, o que o senhor vai fazer em relação a essa decisão da Justiça, o senhor está recorrendo?

Roberto Requião – Bom, para você ter uma idéia, essa multa de R$ 50 mil ocorreu sem que eu tivesse sido citado da decisão do juiz. E o juiz pretende colocar de 15 em 15 minutos um manifesto da Ajufe, que não é parte de processo nem nada disso. O que é uma exorbitância absoluta. Agora, Paulo Henrique, eu vou recorrer.

Fonte: Conversa Afiada


Chet Baker - My Favorite Songs - The Last Great Concert (1988)

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http://i31.tinypic.com/9kt6yr.jpg


Chet Baker - My Favorite Songs - The Last Great Concert (1988)
Original Enja Volume 1 Release 1988
MP3 / 320Kbps / Covers, Scans / RS.com / 141mb / 5% Recovery
Uploader: redbhiku

Personnel:
Chet Baker (trumpet & vocal) with the NDR-Bigband, Radio Orchestra Hannover
Recorded in concert on April 28th, 1988 at the Funkhaus Hannover, West Germany

Tracks:
1. All Blues (5:53)
2. My Funny Valentine (9:34)
3. Well You Needn't (6:20)
4. Summertime (5:13)
5. In Your Own Sweet Way (9:23)
6. Django (5:54)
7. I Fall In Love Too Easily (7:02)

Downloads abaixo:
File 1
File 2


Rapsódia em Agosto - Hachi-gatsu no kyôshikyoku

Em mais uma obra que apaixonou o público e crítica, o diretor Akira Kurosawa oferece sua visão dos horrores da guerra e do holocausto nuclear, num magnífico espetáculo de imagens e emoções. Esta é a história de uma matriarca japonesa que sobreviveu a Nagasaki, mas não às marcas deixadas pela guerra. E é a presença de um parente distante, um sobrinho americano, que lhe desperta mais incovenientes lembranças. No elenco de Rapsódia em Agosto, o astro Richard Gere, falando japonês.

Créditos: MakingOff - Pascholatti

Gênero:
Drama
Diretor: Akira Kurosawa
Duração: 98 minutos
Ano de Lançamento: 1991
País de Origem: Japão
Idioma do Áudio: Japonês
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0101991/

Qualidade de Vídeo:
DVD Rip
Resolução: 432x320
Formato de Tela: Outros
Tamanho: 745 Mb
Legendas: No torrent

Elenco:

-Richard Gere (Clark)

-Choichiro Kawarazaki (Noboru)

-Hidetaka Yoshioka (Tateo)

-Toshie Negishi (Filha de Kane)

-Tomoko Otakara (Tami)

-Narumi Kayashima (Machino)

-Sachiko Murase (Kane)

-Hisashi Igawa(Tadao)

-Mitsunori Isaki (Shinjiro)

-Mieko Suzuki (Minako)

"Um confronto marcado por sabedoria e emoção, através de imagens poderosas" Susana Schild - Jornal do Brasil.

"O filme foi saudado como poesia pura, do tipo que recorre à simplicidade das coisas da natureza para falar aos corações das pessoas" Afonso Gentil - Folha da Tarde

"Infinitamente bem sucedido em seu propósito de comover e assustar, de relacionar passado e presente" Edmar Pereira - Jornal da Tarde

(Peguei da capinha do VHS)

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segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Lucia - filme cubano

O filme conta a vida de três mulheres cubanas chamadas Lucía, pertencentes a três períodos históricos diferentes: A guerra da independência de Cuba (contra a Espanha), os anos 30 e os anos 60.

O primeiro episódio se passa em 1895, quando os nacionalistas cubanos entraram em guerra contra a colonização espanhola. Lucía (Raquel Revuelta), uma aristocrata, tem um irmão no exército rebelde. Como muitos homens estão sendo mortos, ela duvida que se case algum dia. Porém se apaixona violentamente por um estrangeiro e foge com com ele, embora ele seja casado.

'Lucia, 1933" é o mais maravilhoso. Neste, Lucía, uma filha delicada e descontente de classe média, abandona o mundo dos seus pais e foge com Aldo, um jovem revolucionário que está envolvido na destituição do ditador Gerardo Machado. Mas o novo régime é tão podre como o velho. Revoltado, Aldo tenta reanimar a revolução.

O episódio final, "Lucía, 196," é absolutamente esplêndido e revela o vasto talento de Solàs para a comédia. A terceira Lucía (Adela Legra) é uma jovem funcionária de campanha atordoante, tão robusta quanto a última Lucia foi frágil. Tendo recentemente conhecido um homem atraente (Adolfo Llaurado), ela deleita-se com os seus longos dias de sexo (em "Lucía, 1895" o sexo foi feito para parecer muito ameaçador e o desejo quase insuportável.) Mas o marido não deixará Lucía voltar ao trabalhar nem sequer sair de casa e fecha as janelas com pregos para que outros homens não a vejam.
Gênero: Drama
Diretor: Humberto Solàs
Duração: 260 minutos
Ano de Lançamento: 1968
País de Origem: Cuba
Idioma do Áudio: Espanhol
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0064609/

Qualidade de Vídeo:
DVD Rip
Vídeo Codec: XviD
Vídeo Bitrate: 1.111,32 Kbps
Áudio Codec: MPEG1/2 L3 48 KHz
Áudio Bitrate: 102,62 Kbps
Resolução: 624 x 352
Aspect Ratio: 1.773
Formato de Tela: Widescreen (16x9)
Frame Rate: 23.976 FPS
Tamanho: 1.36Gb
Legendas: No torrent

Créditos: MakingOff - Parkyns

Elenco:

Raquel Revuelta ... Lucia I
Eslinda Núñez ... Lucia II
Adela Legrá ... Lucia III
Eduardo Moure ... Rafael
Ramón Brito ... Aldo
Adolfo Llauradó ... Tomas

- 1º Prêmio Medalha de Ouro. Moscou, URSS, 1968.

- Prêmio FIPRESCI (Federação Internacional de Cinema) VI Festival Internacional Cinematográfico, 1968.

- Menção Honrosa. III Encontro de Cinema Ibero-americano. Barcelona, Espanha, 1968.

- Seleção Anual da Crítica, Havana, Cuba, 1968.

- Copa (ex - aequo) Comité Central de Sangkum. II Festival Internacional de Cinema. Phnom Penh, Cambodia, 1968.

- Semana da Crítica. Cannes, 1969.

- Selecionado entre os 20 melhores filmes do ano no I Festival Internacional de Cinema. Tokyo, Japão, 1970.

- 1º Prêmio Carabela XV Semana Internacional de Cinema Religioso e de Valores Humanos. Valladolid, Espanha, 1970.

- 1º Prêmio Globo de Ouro Festival de Cinema da Cinemateca Italiana. Milão, Itália,1970.

- Diploma de Honra. Viennale. Viena, Áustria, 1970.

- 1º Prêmio Caracola, Festival de Cinema. Semana Cultural Alcances. Cádiz, Espanha, 1971.

- Prêmio Anual da Crítica ao melhor filme. Círculo de Críticos de Arte. Santiago do Chile, 1971.

- Seleccionado como a melhor fotografía em preto e branco do ano de 1978. Círculo Dominicano de Críticos de Cinema. Santo Domingo, 1979.

- Seleccionado entre os dez melhores filmes do cinema ibero-americano pelos críticos da América Latina, Espanha e Portugal, no VII Festival de Cinema Ibero-americano de Huelva, Espanha, 1981.

Humberto Solás é uma figura emblemática dentro do cinema do terceiro mundo. Sua estréia ocorreu durante a década de 60 quando se converteu em um dos fundadores do Cinema Novo Latino-Americano. Foi neste período que filmou "Lucía", considerado pela crítica mundial como um dos dez filmes mais importantes da história do cinema latino-americano, assim como também um dos dez filmes antológicos do cinema do terceiro mundo.

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Fletcher Henderson And His Orchestra - Classics 1937 - 1938


  1. It's Wearin' Me Down
  2. Slumming On Park Avenue
  3. Rhythm Of The Tambourine
  4. Stampede
  5. Back In Your Own Backyard
  6. Rose Room
  7. Great Caesar's Ghost
  8. If You Ever Should Leave
  9. Posin'
  10. All God's Chillun Got Rhythm
  11. Chris And His Gang
  12. Let 'Er Go
  13. Worried Over You
  14. What's Your Story
  15. Trees
  16. If It's The Last Thing I Do
  17. Sing Your Sinners
  18. You're In Love With Love
  19. Stealin' Apples
  20. Don't Let The Rhythm Go To Your Head
  21. Saving Myself For You
  22. There's Rain In My Eyes
  23. What Do You Hear From The Mob In Scotland?
  24. It's The Little Things That Count
  25. Moten Stomp
Créditos: LooloBlog
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Zizi Possi - Estrebucha Baby (1989)




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Os Cavalos de Fogo


Também conhecido como "Sombras dos Ancestrais Esquecidos", o filme mais célebre de Sergei Paradjanov conta a história dos amores contrariados de dois jovens de famílias rivais, que acabam por se reunir na morte. Mas dizer que este filme louco e poético "conta uma história" é limitar o seu alcance. Inspirando-se em lendas ucranianas, Paradjanov também se inspirou nas ricas tradições folclóricas da região, na música, nas cores, nos ritos. Em perpétuo movimento, o filme é um prodigioso emaranhado de imagens de grande beleza, que contam em filigrana a história dos amores infelizes dos protagonistas. Fonte

Créditos: makingOff - Distanásia

Gênero: Drama / Romance
Diretor: Sergei Parajanov
Duração: 97 minutos
Ano de Lançamento: 1964
País de Origem: União Soviética / Ucrânia
Idioma do Áudio: Ucraniano
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0058642
Qualidade de Vídeo: Outro
Vídeo Codec: DivX 3 Low-Motion
Vídeo Bitrate: 930 Kbps
Áudio Codec: MP3
Áudio Bitrate: 128
Resolução: 448x336
Formato de Tela: Tela Cheia
Frame Rate: 25.000 FPS
Tamanho: 689 Mb
Legendas: Em anexo

Elenco:
Ivan Mikolajchuk (Ivan)
Larisa Kadochnikova (Marichka)
Tatyana Bestayeva (Palagna)
Spartak Bagashvili (Yurko)
Nikolai Grinko (Batag)
Leonid Yengibarov (Miko)
Nina Alisova (Paliychuk)
Mais detalhes

Critica:
Adaptando uma lenda ancestral georgiana, a história de um rapaz que tem que ser emparedado para que uma fortaleza se não desmorone, é como Achik Kerib (que também mergulha em tradições georgianas a partir de uma história de Lermontov) um mergulho efusivo na cultura popular da Geórgia, nas suas mais diversas manifestações – narrativas, pictóricas, musicais. Ambos os filmes se fazem dum bricabraque fabuloso, em que o ornamento é, por uma vez, o essencial: há mais grandes planos de objectos, de tapetes, de desenhos, do que dos rostos dos actores. São filmes decorados onde não há nada de decorativo. E filmes, claro, que quem se diz cinéfilo deve procurar descobrir. Fonte

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