terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

A última fronteira

La frontera infinita”, transforma a migração de centro-americanos para os Estados Unidos através do México numa metáfora da condição humana universal nos tempos da globalização conservadora.

No sábado, 9 de fevereiro, entre as duas centenas de filmes ou mais apresentados

No Festival de Cinema de Berlim, filme do mexicano Juan Manuel Sepúlveda, “

na 58ª edição de Festival de Cinema de Berlim – a Berlinale – deu-se a estréia internacional do documentário “La Frontera Infinita”, do cineasta mexicano Juan Manuel Sepúlveda. Sepúlveda, nascido em 1980, é um dos diretores e produtores da nova geracäo mexicana, tendo em seu currículo alguns documentários e filmes produzidos ou dirigidos de 2005 para cá.

O foco do documentário é a migração de centro-americanos para os Estados Unidos através do México, vindos muitos de Honduras e da Guatemala, mas também de outros países. Inclusive o filme foca também a migração dos próprios mexicanos, no caso, de crianças e adolescentes que fogem de seus pais e de suas cidades.

Além de apontar para o grave problema social que está por trás, no meio e adiante dessa migração, o olhar do cineasta mexicano a transforma numa metáfora da contemporaneidade: junto da tragédia social, o filme adquire uma tonalidade épica, exibindo a férrea determinação daqueles que, sem nada ter, e tendo tudo a perder, se arriscam numa aventura em busca do futuro – de algum futuro, cada vez mais distante.

A divisão das perdas nessa dramática corrida em busca de alguma forma de sobrevivência é desigual. O filme começa mostrando os mais frágeis, divididos em dois grupos: as crianças e adolescentes que fogem de suas famílias mas são capturados e conduzidos a um abrigo que tenta devolve-los a seus pais; e os mutilados, aqueles que, tentando como muitos embarcar clandestinamente nos trens de carga acabam caindo, seja de sono ou por outra razão, e tem seus membros decepados pelas rodas da composição. Também comparece, nas primeiras cenas, a visão dos mortos pela polícia da imigração, além de tomadas patéticas da construção da nova cortina de ferro na fronteira dos Estados Unidos.

A linguagem cinematográfica de Sepúlveda é peculiar. Lenta, usando muito as tomadas com câmera fixa numa realidade tão “semovente”, ela prolonga os depoimentos, dando tempo a que as pessoas se expliquem, contem suas histórias, suas decepções e também sua determinação de continuar nas tentativas de atravessar a mirífica fronteira, que deixa de ser uma realidade concreta e passa a ser uma visão onírica.

Na segunda parte o filme se concentra nas viagens migratórias, onde se sucedem as caminhadas extenuantes e as invasões dos trens que passam pelos grupos fatigados. Num flash back muito interessante Sepúlveda exibe tomadas de trens invadidos por camponeses revoltados durante a revolução de 1910, que projetou o México em escala mundial na era das grandes revoluções, tanto no plano real quanto no cinema.

A viagem é fantástica. Premidos pela repressão do próprio México, estes viajantes devem atravessar milhares de quilômetros a pé e nessas caronas ferroviárias improvisadas e perigosas. Provocativamente, o filme se detém ainda a 4 mil quilômetros da fronteira dos Estados Unidos. A fronteira é um sonho distante; todos entregam sua causa “a Deus”, e prometem prosseguir depois se forem apanhados pelos “Migras”, a polícia aduaneira dos dois países, México e Estados Unidos; assim a viagem se torna o objetivo de si mesma. Ela se torna uma motivação, um estilo de vida, e muitos daqueles que ficam pelo caminho, mutilados ou detidos, se não morrem, constroem vidas para eles provisórias, pois a última fronteira guardam para si, aquela que eles decidiram atravessar ao se jogar nessa aventura tão precária quanto grandiosa.

Sepúlveda não aborda no filme o jogo perverso da verdadeira indústria de viagens que existe dentro e em torno desse drama, embora suas marcas estejam presentes, nas viagens arranjadas, nos ônibus semiclandestinos. Seu objetivo é mesmo ressaltar o caréter sobre-humano dessas opções tomadas in extremis, nas condições da falta de rumo a que a cena econômica condena milhões de pessoas. Todos os anos são 500 mil centro-americanos, sem contar os de outros países, como o Brasil, que navegam nessas trilhas dos novos “descobridores”. Muitos deles perecem. Alguns, como os meninos que dizem que seu sonho agora é voltar para casa, talvez se redescubram. Enfim, o filme é um depoimento pungente a vigoroso sobre a condição contemporânea.

Louca Paixão - (Turks Fruit / Turkish Delight)

Louca Paixão é um dos grandes trabalhos de Verhoeven, um legítimo softcore com estilo. Excelente roteiro e forte atuação de Rutger Hauer. História baseada no livro de Jan Wolkers. Eric (Hauer) se encontra com Olga (Monique), uma garota que ele conhece de maneira ocasional. O relacionamento entre ambos é intenso, com uma química sexual considerável, mas a história irá mostrar elementos inusitados e melancólicos, como a doença de Olga. O filme então explora brilhantemente fatores como paixão insana, ódio, questionamentos, etc. Fica óbvio também que Eric não ama Olga, mas é dominado pela paixão voluptuosa. Fonte

Créditos: MakingOff - Distanásia
Gênero:
Drama / Romance
Diretor: Paul Verhoeven
Duração: 107 minutos
Ano de Lançamento: 1973
País de Origem: Holanda
Idioma do Áudio: Holandês
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0070842

Qualidade de Vídeo:
DVD Rip
Vídeo Codec: XviD
Vídeo Bitrate: 794 Kbps
Áudio Codec: MP3
Áudio Bitrate: 105
Resolução: 512x320
Formato de Tela: Tela Cheia
Frame Rate: 23.976 FPS
Tamanho: 700 Mb
Legendas: No torrent

- Melhor Filme Holandês do Século, Golden Calf, Nederlands Film Festival 1999
- Nomeado, Melhor Filme Estrangeiro, Oscar 1974
Mais detalhes

Em Louca Paixão Verhoeven filmou muito mais do que relações que adicionam ao sentimental o escatológico; trata-se de um amor que extrapola a intimidade mais usual e instaura uma forma ímpar de aproximação humana: o amor mergulhado em todos os produtos do corpo (desde o cheiro e os hormônios até o suor e as fezes). O filme devolve tudo que colhe ao corpo e à condição biológica, o que Erik afirma de duas formas: primeiro com um ramo de flores – por ele mesmo colhidas – que coloca sobre o peito de Olga, e que depois de retiradas deixam só as larvas passeando sobre a pele branca. No segundo momento, através de uma sentença bastante clara: "Quando morrer, seu corpo será doado à ciência, querida", ele diz a Olga. Se desde Welles e Rossellini houve cineastas do corpo, poucos foram (e têm sido) os cineastas das vísceras. A câmera clínica que Sganzerla identificava em seus diretores prediletos, capaz de tatear os corpos e estabelecer uma extraordinária anatomia de superfície, é substituída em Louca Paixão por uma verdadeira câmera cirúrgica, cortante e invasiva. Mais detalhes

Download abaixo:



ANTIDEPRESSIVOS: PESQUISADORES ESCONDEM RESULTADOS NEGATIVOS

Blog do Azenha


Os fabricantes dos antidepressivos Prozac e Paxil nunca publicaram os resultados de cerca de um terço das pesquisas que conduziram para conseguir aprovação do governo, enganando médicos e consumidores sobre a verdadeira eficácia das drogas, uma nova análise descobriu.

Em pesquisas publicadas, cerca de 60% das pessoas que tomavam as drogas informaram ter tido alívio significativo dos sintomas da depressão, comparados com cerca de 40% daqueles que tomaram placebo (comprimido inócuo usado em testes científicos). Mas, quando os estudos menos positivos, que não foram publicados, são incluídos, a vantagem encolhe: as drogas são mais eficazes que os placebos, mas por uma margem modesta, de acordo com um estudo publicado quinta-feira pelo The New England Journal of Medicine.

Pesquisas anteriores haviam descoberto o mesmo tipo de distorção para uma variedade de medicações; e muitos pesquisadores questionam a eficácia dos antidepressivos. Mas a nova análise, revisando informações de 74 pesquisas envolvendo 12 drogas, é a mais completa até hoje. E documenta uma grande diferença: enquanto 94% dos estudos positivos (para as drogas) foram publicados, somente 14% daqueles com resultados decepcionantes ou incertos foram publicados.

A descoberta provavelmente vai inflamar o contínuo debate sobre como as pesquisas devem ser divulgadas. Em 2004, depois da revelação de que estudos negativos não haviam sido divulgados, um grupo de publicações concordou em não publicar os dados de pesquisas que não sejam primeiro registradas em um banco de dados público. Representantes das maiores empresas farmacêuticas anunciaram que as companhias começariam a divulgar mais informação, mais rapidamente, em seus próprios endereços eletrônicos.

E no ano passado o Congresso aprovou legislação que expande os tipos de estudos e a profundidade de informações que devem ser submetidos ao banco de dados operado pela Biblioteca Nacional de Medicina. A agência do governo que regulamenta o setor, FDA, dá acesso limitado aos dados de testes clínicos recentes, mas críticos dizem que o banco de dados é difícil de navegar.

"Isso é muito importante por duas razões", diz o dr. Jeffrey M. Drazen, editor-chefe do The New England Journal. "Um é que, quando você receita drogas, quer ter certeza de que está trabalhando com a melhor informação possível; você não compraria ações de uma empresa se soubesse apenas um terço da verdade sobre ela." Segundo, continuou o dr. Drazen, "devemos mostrar respeito às pessoas que participam de testes clínicos."

"Elas correm algum risco ao participar do teste e depois as companhias escondem as informações?", perguntou. "Esse tipo de coisa nos deixa realmente interessados na questão."

Alan Goldhammer, sub-vice presidente para assuntos regulatórios dos Fabricantes e Pesquisadores Farmacêuticos da América, disse que o novo levantamento deixou de mencionar que a indústria e o governo já tinham dado passos para tornar a informação sobre testes clínicos mais transparente. "Isso tudo é baseado em informação de antes de 2004 e desde então nós acabamos com o mito de que as companhias têm qualquer coisa a esconder", ele disse.

No estudo, uma equipe de pesquisadores identificou todos os testes de antidepressivos entregues ao FDA para conseguir a aprovação de drogas de 1987 a 2004. Os estudos envolveram mais de 12.564 adultos testando drogas como o Prozac da Eli Lilly, o Zoloft da Pfizer e o Effexor da Wyeth.

Os pesquisadores obtiveram dados não publicados das drogas mais recentemente aprovadas no site da FDA. Para drogas mais antigas, eles foram atrás de cópias de estudos através de colegas e usando o Freedom of Information Act (lei americana que, através de ações na Justiça, pode garantir acesso a informações consideradas confidenciais). Os autores do levantamento pesquisaram em bancos de dados de pesquisas publicadas e também escreveram para as companhias que conduziram testes pedindo confirmação de publiação de pesquisas específicas.

Descobriram que 37 dos 38 testes clínicos que a FDA considerou com resultados positivos foram publicados. A agência considerou fracassados ou não-convincentes 36 dos testes, dos quais 14 foram publicados.

Mas 11 destes 14 artigos "indicaram resultado positivo", que não encontrava embasamento na revisão da FDA, segundo o principal autor, dr. Erick H. Turner, um psiquiatra e ex-funcionário da FDA que agora trabalha na Universidade de Saúde e Ciências de Oregon e no Centro Médico dos Veteranos de Guerra de Portland. Os co-autores foram pesquisadores da Kent State University e da Universidade da Califórnia em Riverside.

O dr. Turner disse que a divulgação seletiva de estudos favoráveis causa frustração nos pacientes. "Para aqueles que consideram tomar um antidepressivo, eu acho que a conclusão é de que devem ser mais cautelosos", ele afirmou, "e não devem ficar chocados se não houver efeito; nem pensar que há algum problema com eles".

Já os médicos, diz ele, "acabam perguntando, 'como é que essas drogas funcionam nos testes clínicos mas não respondem aqui no consultório?'"

O dr. Thomas P. Laughren, diretor da divisão de produtos de psiquiatria da FDA disse que faz tempo que a agência sabia que estudos favoráveis têm maior chance de serem publicados. "É um problema que enfrentamos há anos", ele disse numa entrevista. "Apóio acesso completo a todas as informações; a questão para nós é como fazer caber na bula" que acompanha a maior parte das drogas.

O dr. Donald F. Klein, um professor emérito de psiquiatria da Columbia, disse que os fabricantes de drogas não são os únicos relutantes a publicar resultados não convincentes. As próprias publicações e os autores também contribuem. "Se é informação privada e você não gosta do resultado, bem, nós não deveríamos ficar surpresos que alguns médicos nem submetem esses estudos para publicação", ele afirmou.



Protesto contra a indústria peleira
da China acontece dia 13, em São Paulo

No próximo dia 13 de fevereiro, a partir das 10h00, em
São Paulo, ativistas pretendem chamar atenção do mundo
para as barbáries cometidas pela indústria de pele chinesa.
“Enquanto aquele país não tomar sérias medidas para acabar
com essa prática cruel e desnecessária, manifestações vão
continuar convocando pessoas de todas as nações para
que se compadeçam e se juntem àqueles que já fazem
boicote aos produtos chineses”, diz Fábio Paiva, presidente
da ONG “Pelo fim do holocausto animal” e coordenador da
International Anti-Fur Coalition no Brasil.

Paiva diz que o boicote se estende às Olimpíadas 2008, que
ocorrem entre 8 e 24 de agosto. A China é a
maior produtora e exportadora de peles (51% da
produção mundial), impondo as mais extremistas formas
de crueldade aos animais. Segundo o manifestante,
“investigações comprovam os métodos cruéis de
criação, transporte, confinamento e abate dos animais.
Não somente dos tradicionais fornecedores de pele,
como raposa, coelho e guaxinim, mas também de cães
e gatos – que têm suas
peles arrancadas e comercializadas de maneira
fraudulenta, se passando por outros animais”.
Anualmente, mais de dois milhões de cães e gatos
são mortos na China para retirada de suas peles.
Ao todo, cerca de 40 milhões de animais são mortos
para que suas peles sejam utilizadas em itens de moda
e decoração.


SERVIÇO
PROTESTO CONTRA A INDÚSTRIA PELEIRA CHINESA
QUANDO: 13/02/2008
HORA: 10h00
ONDE: Consulado da China - Rua Estados Unidos,
1071, região dos Jardins, em São Paulo






segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

JUSTIÇA CONDENA JORNALISTA POR FALAR A VERDADE


por Glória Reis

O jornal Recomeço impresso foi lançado em Leopoldina, MG, em junho de 2001, sendo o principal objetivo do jornal defender os que "tem sede de justiça".

De tamanho pequeno e feição gráfica modesta, a tiragem é de 200 jornais e a distribuição é feita apenas em alguns locais que tem ligação com a finalidade descrita.

Em 2006, o então juiz da Execução Penal da comarca moveu uma ação contra a editora do jornal, acusando-a de difamação, alegando ter sido ofendido por um editorial, no qual se fazia um apelo às autoridades e operadores do Direito no sentido de corrigir ou, pelo menos, amenizar as condições desumanas da cadeia local.

Os presos chegaram a ficar quase um ano, dentro das celas, sem sair nem para um banho de sol, o mínimo a que um organismo humano tem direito.

Nenhuma atividade, nenhum atendimento à saúde (grassam doenças de todo tipo: tuberculose, aids, escabiose, etc), nem mesmo distribuição de material de limpeza e higiene. Mantém-se uma média de mais de 100 presos confinados em cinco "jaulas", que não podemos nem chamar de cela. Uma verdadeira barbárie que por comparação faz a famosa Guantánamo parecer um hotel 5 estrelas.

Lembro aos leitores que nessas cadeias do interior estão presos provisórios, em sua maioria jovens negros e pobres que praticaram pequenos delitos como furtos, brigas, uso de drogas; não há nenhum criminoso cruel como esses descritos pela imprensa alarmista.

Lembro também que no país vigora a LEP, lei de Execução Penal, pela qual o condenado perde a liberdade, mas não os direitos da sua condição humana. E pela lei, de acordo com o art. 66, "compete ao juiz da execução inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado funcionamento e promovendo, quando for o caso, a apuração de responsabilidade".

Os juízes não admitem serem cobrados por suas obrigações, consideram-se deuses e em nenhum momento de lucidez se lembram de que são servidores públicos, pagos por nós, contribuintes brasileiros, para cumprirem com seus deveres, para fazer justiça e deveriam ser os primeiros a dar o exemplo de respeito à lei.

Eu ousei cobrar isso de um juiz. Ele me processou. Fui condenada pela sua colega, outra juíza, para a qual só contou o corporativismo da classe, chegando a dizer na última audiência que nem lera o processo, mas que eu já estava condenada.

O Brasil é um dos países com maior número de jornalistas denunciados e condenados, e essa excrecência vem se mantendo porque não reagimos e não protestamos em nome das vítimas.

Sofri o processo e esta condenação injusta e humilhante porque não aceitei uma transação penal, na qual estava implícito concordar que denunciar autoridade é crime. Não sou mais primária, sou uma sentenciada. Pelo "crime" de fazer uma denúncia. Isso é tudo que nossas autoridades querem: cidadãos calados e acovardados. Assim podem continuar na cômoda posição de não darem satisfação dos seus atos ao povo brasileiro, capacho da empáfia e dos prívilégios dessa classe dominante que tanto mal faz ao nosso país.

Detalhes aqui:

http://jornalrecomeco.blogspot.com/

Badi Assad - Verde (2004)




download





Jornal Oriente Médio Vivo

Olá a todos!

Está publicada a Edição nº 89 do jornal Oriente Médio Vivo.

Você pode baixar a mais nova edição, assim como todas as anteriores, no nosso website, no endereço:
http://www.orientemediovivo.com.br

Para um link direto de download da Edição nº 89, clique no seguinte endereço:
http://orientemediovivo.com.br/pdfs/edicao_89.pdf

Nesta nova edição, as manchetes são:
- EUA: Prisioneiros de si mesmos
- Rabino pede limpeza étnica de não-judeus
- Resistência Iraquiana - eventos da semana

Além disso, é claro, a continuação da História dos Conflitos (Parte 89), tratando do seqüestro do vôo TWA 847, em 1985.

Aproveitando esse momento, gostaria de convidá-los para o Fórum de Discussão do Oriente Médio Vivo, no endereço abaixo:
http://www.orientemediovivo.com.br/forum

Agradecemos desde já pelo interesse e atenção.

Para qualquer outra informação, sugestão, crítica ou comentários, não hesite em entrar em contato conosco, através do e-mail:
contato@orientemediovivo.com.br

Mais uma vez, obrigado.

Cordialmente,
Humam al-Hamzah
Oriente Médio Vivo
http://www.orientemediovivo.com.br

Miguel Czachowski - Indialucía - 2005 (Flameco/India)

http://img166.imageshack.us/img166/371/113og6.jpg


1. "Raag 'n' Olé" 5'22''(rumba)
2. "Nagpur" 4'08''(sevillanas/dhun)
3. "Herencia Hindú" 6'42''(solea por bulerias)
4. "Taliquete" 3'26''(jaleo)
5. "Mohabbat Ka Khazana" 5'16''(tangos/qawwali)
6. "Gujari Todi" 8'05''(raga)
7. "Kyabathe" 6'37''(bulerias)
8. "Indialucía" 2'15''(intro)
9. "Indialucía" 5'15''(zambra)
10. "Amanecer" 2'53''(martinete)

Tempo total: 50'05''
Uploader:Loolo


O VELHO E O MAR - 1958



Gênero: Drama
Tempo de Duração: 86 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1958
Direção: John Sturges
Roteiro: Peter Viertel, baseado em livro de Ernest Hemingway
Produção: Leland Hayward
Música: Dimitri Tiomkin
Fotografia: Floyd Crosby e James Wong Howe
Desenho de Produção: Edward Carrere e Art Loel
Direção de Arte: Ralph Hurst
Edição: Arthur P. Schmidt
Áudio: Inglês
RMVB Legendado
Cor
Créditos:Forum - Eudes Honorato



Elenco:
Spencer Tracy (Velho / Narrador)
Felipe Pazos (Garoto)
Harry Bellaver (Martin)
Don Diamond (Proprietário da cafeteria)
Joey Ray (Jogador)
Richard Alameda (Jogador)
Tony Rosa (Jogador)
Carlos Rivero (Jogador)
Robert Alderette (Jogador)
Mauritz Hugo (Jogador)
Mary Hemingway (Turista)
Don Blackman



Sinopse:
Num lugarejo na costa cubana estava um velho (Spencer Tracy), que pescava sozinho num esquife. 84 dias se passaram sem que ele pegasse um mísero peixe. Nos primeiros 40 dias um menino (Felipe Pazos) ficou com ele, mas após tanto tempo sem peixe os pais do menino disseram que o velho era definitavamente um "salão", que é o pior tipo de azar. O menino, sob as ordens dos pais, foi para outro barco, que pegou três belos peixes já na primeira semana.
O velho ensinara o menino a pescar e o menino o amava. O velho tinha cabelos alvos e era marcado por rugas, tinha grandes riscos na nuca e as mãos tinham cicatrizes fundas, por lutar com peixes pesados, mas nenhuma era recente. Tudo nele era velho, com exceção dos olhos, que eram alegres e incansáveis. O menino se entristecia ao ver o velho chegar com o esquife vazio. Ele sempre o ajudava a carregar as linhas, a carangueja, o arpão e a vela, que se enroscava em volta do mastro. A vela era remendada com sacos de farinha e se enrolava, parecendo a bandeira de uma derrota permanente. Ninguém o roubaria, mas o velho achava que era melhor levar a vela e as linhas para casa, porque o orvalho as danificava. E também para não correr riscos, pois achava que uma carangueja e um arpão eram tentações desnecessárias para deixar num barco.
Ao voltar no final do dia o menino e o velho iam para um bar, onde outros pescadores caçoavam dele. Mas o velho não ligava, pois tinha aprendido a ser humilde. Depois os dois foram para a humilde casa do velho e lá jantaram, graças ao menino. O velho disse que no próximo dia teria sorte, pois era o 85º dia, mas não podia imaginar o que lhe aguardava.

Links Rapidshare em quatro partes
http://rapidshare.com/files/76401802/The_Old_Man_And_The_Sea.part1.rar
http://rapidshare.com/files/76410307/The_Old_Man_And_The_Sea.part2.rar
http://rapidshare.com/files/76417859/The_Old_Man_And_The_Sea.part3.rar
http://rapidshare.com/files/76419797/The_Old_Man_And_The_Sea.part4.rar


O holocausto palestino

A crônica de um fracasso anunciado não é pontuada por fatalidades, mas escrita há 40 anos, em um processo de colonização que inviabiliza qualquer saída possível. O silêncio da comunidade internacional é assustador.

Poucas vezes, os círculos diplomáticos e acadêmicos se uniram na constatação de uma farsa. A retomada das negociações de paz entre israelenses e palestinos é um ato ciníco encenado por parte dos três protagonistas: o presidente estadunidense, George W, Bush, o primeiro ministro de Israel, Ehud Olmert, e o presidente palestino, Mahoumad Abbas.

A expansão de assentamentos israelenses na Cisjordânia e a cisão entre Fatah e o Hamas apresentam-se como obstáculos imediatos a qualquer avanço que leve ao que a diplomacia ocidental chama de “Estado palestino viável e continuidade territorial em Israel". A crônica de um fracasso anunciado não é pontuada por fatalidades, mas escrita há 40 anos, em um processo de colonização que inviabiliza qualquer saída possível.

Há momentos históricos que, pela crueza, não comportam acomodação. Não requerem mais análises de conjuntura ou considerações de natureza antropológica. Não mais se trata de fazer considerações geopolíticas para justificar estratégias. O humanismo é radical ou nega a si próprio. Ponderações que prescrevam cautela são a leniência da barbárie. A recusa tem que ser total e contundente.

Desde o massacre no Sul do Líbano, em 82, passando pelo sufocamento de duas intifadas, não é o terrorismo de fanáticos que Israel persegue. No Oriente Médio, o movimento palestino era o mais progressista projeto de resistência, o mais prenhe de valores da modernidade. O mais rico em termos culturais. As pedras dos jovens árabes defenderam da insanidade uma herança cara ao Ocidente. Querer reduzi-los ao Hamas e outros grupos de motivação religiosa é, com apoio logístico da mídia internacional, distorcer a realidade para ocultar contradições mais profundas. Mentir com insistência até que a a inverdade assuma ares de realidade inconteste.

Com todo o respeito por vítimas de outra barbárie, o humanista radical deve indagar: Goebbels, de algoz, virou mestre? A generosidade original do sionismo virou fascismo? Os filhos da diáspora agora brincam de destruir seus próprios Guetos de Varsóvia? A debilidade do presidente palestino é uma fragilidade de origem. E disso sabiam israelenses e falcões de Washington.

A "vitória" de Abbas, há três anos, foi noticiada com destaque pela grande imprensa brasileira. Recorrendo a arquivos, podemos ler “Tiros para o alto, buzinaço e dança nas ruas". Festa como há muito tempo os palestinos não faziam. Foi pra comemorar a vitória de Abu Mazen. O homem que vai substituir Yasser Arafat recebeu 62,3 % dos votos, mais do que o suficiente, segundo os observadores internacionais, pra legitimar a vitória e dar ao novo presidente a força necessária pra negociar a paz com Israel. É o que o mundo inteiro espera, afirmou o ex-presidente americano, Jymmy Carter.

No primeiro discurso, depois de proclamada a vitória, Abu Mazen prometeu combater a corrupção na autoridade palestina. E garantiu que a prioridade será negociar a criação de um estado independente. A luta armada acabou. Chegou a hora de construir nosso próprio país com capital em Jerusalém.O governo israelense jamais concordou em dividir a cidade sagrada. Também não aceita a volta de 3 milhões de refugiados palestinos que fugiram da Terra Santa depois da criação de Israel, em 1948" (Edição de 10 de janeiro do maior telejornal brasileiro, o "Jornal Nacional", da TV Globo, emissora do maior conglomerado jornalístico brasileiro).

A farsa não se limitou a um veículo, ou mesmo, a um país apenas. Festejada nos círculos de poder do Ocidente, a derrota do povo palestino foi degustada com prazer pelas elites, e servida para a chamada "sociedade civil global" como momento festivo da vitória da razão sobre todos os fundamentalismos. As cinzas do patrimônio político , acumulado em décadas de resistência às forças sionistas, pôde, enfim ser apresentada como "festa que há muito os palestinos não faziam". São tempos inglórios para os que combatem por um mundo mais justo. Mas a dialética ensina que não há pontos finais quando se é forjado na luta.

A história política dos países modernos sempre foi marcada por avanços e retrocessos. Pontuada por revoluções seguidas de restaurações conservadoras, insurreições imprevistas, perda e resgate de soberanias e direitos fundamentais, a dinâmica histórica avança por linhas sinuosas, desmentindo,para desespero de não poucos, que obedeça a uma legalidade objetiva. Compreendê-la em seus acasos e formular um plano de intervenção estratégico é o que norteia a práxis transformadora.

No entanto, a contribuição mais recente dos centros hegemônicos pretende embaçar a leitura crítica da realidade.O esforço empreendido pelas megacorporações midiáticas desses países apresenta retrocesso como expressão de avanço e, quando necessário, opera em sentido inverso.

Despida de suas conotações históricas, a palavra democracia presta-se a legitimar interesses expansionistas, não guardando qualquer relação com seus pressupostos institucionais clássicos que, mal ou bem, possibilitam a criação de um espaço público para o agenciamento de demandas conflitivas. Como destaca Norberto Bobbio em Estado, Governo, Sociedade ( Editora Paz e Terra) "qualquer discurso sobre democracia não pode prescindir de determinar as relações entre ela e as outras forma de governo, pois somente assim é possível individualizar o seu caráter específico". A astúcia da mistificação atual reside nesse ponto: negligenciar contextualizações e mediações fundamentais ao processo democrático. Trabalhar com o termo esvaziado de suas significações mais caras.

A eleição do ex-primeiro ministro Mahmud Abbas (Abu Mazen) para a presidência da Autoridade Nacional Palestina(ANP) com 62,32 % dos votos, contra 19,8% de seu principal rival, o candidato independente Mustafah Barghouti, era, antes de tudo, uma capitulação a regras impostas por Israel e Estados Unidos. A declaração do então premier israelense Ariel Sharon de que Mazen "será qualificado segundo a forma com que combater o terrorismo" não permitia que pairasse qualquer dúvida quanto a quem estava dando as cartas no jogo. A legitimidade não derivaria da soberania popular, mas da visão dos dirigentes das forças ocupantes.

Qual a verdade de um processo eleitoral realizado em uma região coalhada de postos de controle do exército israelense, cortando todo o território da Cisjordânia ? O que podíamos depreender das palavras de Benyamin Netanyahu, ex-dirigente do Likud, segundo as quais "a liderança palestina deve dar prova de sua coragem renunciando a reivindicação de retorno de milhares de refugiados" ? A ANP só conseguirá a paz se mantiver na diáspora o seu próprio povo. Eis o rescaldo do que setores da imprensa chamam de festa da democracia palestina. Irregularidades nas listas de votação e problemas de deslocamento impostos por soldados israelenses em Gaza e Jerusalém fizeram parte do que os mais de 800 observadores internacionais chamaram de "eleições limpas e transparentes".

Em sã consciência, alguém podia chamar isso de exercício de democracia interna? E face ao boicote dos dois grupos islâmicos mais expressivos (Hamas e Jihad), qual a representatividade de Mazen?

Segundo o portal mundoarabe.org, somente em 2004 foram assassinados, por soldados israelenses, 950 palestinos, incluindo 172 crianças e 36 mulheres. Se atualizarmos os dados, o holocausto palestino se acentua. Várias colônias ilegais e postos avançados têm sido criados ou ampliados à custa de expropriações da população local.

Sem fronteiras reconhecidas, com todas as ruas patrulhadas por um exército estrangeiro, sobre que base territorial legislaria o recém-eleito ? A realização do pleito coroava os esforços propagandísticos de Sharon/Bush. Os de justificar massacres por falta de instituições representativas do território ocupado. E o empenho recorrente em apresentar a miséria em Gaza e Cisjordânia, não como resultado do desmantelamento da infra-estrutura palestina, mas como evidência da incúria administrativa de dirigentes árabes.

Assustador é o silêncio da comunidade internacional. Não houve (como não há) qualquer manifestação de peso contra o extermínio em andamento. Um processo de purificação étnica acontecia sem que qualquer medida punitiva fosse aventada contra seus autores.

Sepultado em Ramala não está apenas Yasser Arafat, cuja causa da morte permanece um mistério. As eleições de 9 de janeiro de 2005 talvez comportem um enterro de proporções simbólicas amplas: o do sonho do grande estadista, expresso no mais rico movimento de resistência contemporâneo. Se sobrar como alternativa apenas o imaginário do Hamas, o pesadelo de Israel estará decretado como dado constitutivo da própria existência. Aos povos dos Livros restará a danação eterna. Apesar de historicamente datada. Assim se conta melhor a gestação de um acordo impossível. Não há fecundação quando o óvulo da história se reproduz como farsa


Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, e colaborador do Jornal do Brasil e Observatório da Imprensa.