quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Oposição se isola e base aprova TV Brasil com 336 votos


Em mais uma derrota fragorosa da oposição, a Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira (19), por 336 votos a 103 e 3 abstenções, a medida provisória que cria a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), conhecida como TV Pública ou TV Brasil. O texto ainda pode ser modificado pelos próprios deputados e depende também de aprovação no Senado.



Um acordo entre líderes prevê que 13 destaques - que podem mudar o conteúdo da MP - serão votados nesta quarta-feira (20). Depois disso, o projeto segue para o Senado. Se for aprovado sem modificações pelos senadores, vira lei. Se sofrer alterações, o projeto voltará para a Câmara para nova votação.


O líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), disse que vai tentar com os partidos da base e da oposição a redução do número de destaques a serem votados de forma nominal, visando alterar o substitutivo apresentado pelo relator, deputado Walter Pinheiro (PT-BA), à Medida Provisória 398/07, que cria a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), conhecida como TV pública.


"Vamos ponderar que não vale a pena votar um número tão grande de destaques. Agora o interesse de destravar a pauta é um interesse nacional", disse Fontana, que destacou ainda: "Termos uma rede pública de TV a serviço do Brasil é algo importantíssimo". Segundo ele, em outros países a TV pública exerce um papel complementar em relação às redes comerciais e abre espaço para a diversidade cultural.

Um dos pontos aprovados no texto básico é o repasse à TV Pública de recursos do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel). Esse ponto pode mudar após a votação dos destaques na quarta.


Se os deputados mantiverem o texto básico, 10% do valor arrecadado pelo Fistel das empresas de telecomunicações irão para a TV Pública, o que deve gerar uma receita adicional de R$ 150 milhões. Além desse valor, já estão previstos R$ 350 milhões no Orçamento para a TV.


O líder governista afirmou que as críticas da oposição ao orçamento para a EBC não fazem sentido, porque o financiamento "é razoável", da ordem de R$ 350 milhões neste ano. "É um financiamento menor do que em qualquer rede de televisão comercial que atua no país. Para que se tenha idéia da dimensão, de recursos novos são mais ou menos R$ 130 milhões, porque R$ 220 milhões vêm das estruturas que foram incorporadas", completou.


Outros destaques que precisam ser votados são os que abordam:
- a transferência da sede da TV Pública do Rio de Janeiro para Brasília;
- o veto à veiculação de propaganda comercial e a exibição de marcas privadas;
- a obrigatoriedade de licitação em todas as operações da TV; e
- a contratação de funcionários apenas mediante concurso público.


Anúncios proibidos


No projeto de lei de conversão aprovado, a proibição de veicular na TV Pública anúncios de produtos e serviços ficou mais explícita, tanto para a publicidade institucional quanto para o chamado apoio cultural.


A publicidade institucional poderá ser feita por entidades de direito público ou privado e, diferentemente do texto original, não precisa mais ser vinculada a programas e eventos de utilidade pública. O tempo total destinado a essa publicidade não poderá superar 15% do tempo total de programação.


Já o apoio cultural é definido como o pagamento dos custos de produção de um programa específico ou da programação total, permitindo-se a citação da entidade que deu o apoio e de sua ação institucional.


Programas regionais


Walter Pinheiro incluiu no texto limites mínimos para conteúdos regionais e independentes de 10% e 5% da programação, respectivamente. Os programas devem ser transmitidos entre as 6 e as 24 horas.


Para o relator, a apresentação de programas regionais com percentuais claros é um dos pontos importantes da nova emissora. "Queremos uma TV Pública que possa veicular a rica produção cultural das regiões e estados brasileiros. Uma TV pública não pode ter como prioridade arrecadar, fazer publicidade; essa é a regra da TV comercial", argumentou.


O conteúdo regional é definido como aquele produzido em um determinado estado com a maior parte da equipe técnica e artística de residentes locais. Todas as regiões do País deverão ter programas veiculados. O conteúdo independente é definido em função da empresa produtora. Ela não pode ter vínculo com empresas de radiodifusão.

A TV Brasil está em funcionamento desde 2 de dezembro utilizando as estruturas da Radiobrás e das TVEs do Rio de Janeiro e do Maranhão. A grade da televisão ainda é praticamente a mesma da Radiobrás e só deve ter alterações em abril.


Oposição com medo


A oposição, que age a serviço dos interesses de grandes grupos privados de comunicação, teme o advento de uma nova televisão com caráter público e, por isso, fez o que pôde para tentar barrar a aprovação da MP que cria a TV Brasil. O líder do DEM, ACM Neto (BA), argumenta que a TV não será imparcial e pode ser usada para fazer propaganda do governo. ACM Neto ameaçou radicalizar o boicote contra a TV Brasil no Senado, onde a oposição tem mais força.


O vice-líder do governo, Beto Albuquerque (PSB-RS), rebate e garante que a TV pública não será "chapa branca". "A TV publica nao é emissora para aplaudir governo nenhum, mas oferecer ao cidadao outras alternativas em horários nobres que não a repetição da competição comercial que existe hoje", afirma.

www.vermelho.org.br
Da redação,
com agências

Conheça o site e a programação da TV Brasil: http://www.tvbrasil.org.br/default_br.asp


Ilha das Flores
Jorge Furtado



Título original: Ilha das Flores
Gênero: Comédia/Curta-Metragem/Experimental
Duração: 13min
Formato: RMVB
Qualidade: Média
Idioma: Português

Tamanho: 42 MB
Servidor: Rapidshare
Créditos: Forum - nehemias

Links:
http://rapidshare.com/files/91847631/IdFlores.rar


Sinopse:
Um ácido e divertido retrato da mecânica da sociedade de consumo. Acompanhando a trajetória de um simples tomate, desde a plantação até ser jogado fora, o curta escancara o processo de geração de riqueza e as desigualdades que surgem no meio do caminho.



Elenco:
Ciça Reckziegel
Paulo José (narração)


Premiações:
- Urso de Prata no Festival de Berlim 1990

- Prêmio Crítica e Público no Festival de Clermont-Ferrand 1991

- Prêmio do Público na Competição "No Budget" no Festival de Hamburgo 1991

- Melhor Curta no Festival de Gramado 1989

- Melhor Edição no Festival de Gramado 1989

- Melhor Roteiro no Festival de Gramado 1989

- Prêmio da Crítica no Festival de Gramado 1989

- 1º lugar no Mostra teste 2006


Curiosidades:
- Primeiro filme do diretor Jorge Furtado.


Ficha:
Roteiro: Jorge Furtado
Fotografia: Roberto Henkin, Sérgio Amon
Direção de Arte: Fiapo Barth
Música: Geraldo Flach
Montagem: Giba Assis Brasil
Produção Executiva: Giba Assis Brasil, Nora Goulart
Produção: Nora Goulart
Produtora: Casa de Cinema de Porto Alegre
Contato: Casa de Cinema de Porto Alegre
producao@casacinemapoa.com.br | http://www.casacinepoa.com.br

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

ELES NÃO DESISTEM.....e gostam de torturar...e pregam democracia....mas gostam de bombardear....

Governo Bush insiste no bloqueio contra Cuba pós-Fidel


A mensagem de Fidel Castro, anunciando que deixará no próximo domingo a presidência do Conselho de Estado (o Executivo cubano) não mudará a política dos Estados Unidos, de bloqueio contra Cuba. A persistência do bloqueio mais prolongado da história (foi imposto em 1962) foi confirmada nesta terça-feira (19) pelo presidente dos EUA, George W. Bush, e pelo vice-secretário de Estado, John Negroponte.


Negroponte, indagado sobre o fim do bloqueio, disse que não imagina como o fim das restrições possa ser anunciado "logo". Bush, em visita à África, não se referiu ao bloqueio nas declarações que fez sobre Cuba após a divulgação da mensagem de Fidel.


O atual chefe da Casa Branca, em dificuldades até para influir sobre sua própria sucessão, em novembro, julgou-se no direito de ditar o que deve acontecer em Cuba. Disse que "este deve ser o começo de uma transição", que, "no final", ""deve levar a eleições livres e justas, livres e justas de verdade - não esse tipo de eleições encenadas que os irmãos Castro tentam empurrar como sendo verdadeira democracia".


Candidatos americanos são pró-bloqueio


A nove meses das eleições presidenciais estadunidenses, não se espera mudanças de atitude da administração em Washington. O peso eleitoral dos 1,2 milhões de cubano-americanos, politicamente dominados por sua ala direita, faz com que o bloqueio mais longo da história permaneça como um assunto tabu.


Todos os candidatos com chances de chegar à Casa Branca se declaram favoráveis à continuidade da política restritiva. Apenas o senador democrata Barak Obama acena com mudanças homeopáticas, mesmo assim ressaltando que "uma abertura democrática em Cuba será o objetivo primordial de nossa política".


Barak propõe o fim das restrições a viagens de cubano-americanos que queiram visitar suas famílias na Ilha, e às transferências de dinheiro para seus familiares. Defende também conversações bilaterais entre os governos dos dois países. E acena, mais vagamente, com uma gradual flexibilização do bloqueio, conforme o comportamento de um "governo pós-Fidel".

Receita descobre que campanha de Serra foi feita com notas frias

Fonte:Vermelho

A Receita Federal detectou R$ 476 mil em notas fiscais frias emitidas por uma empresa fantasma e por outra inidônea para o PSDB e para a campanha de José Serra à Presidência da República em 2002, quando perdeu para Lula por 61% a 39%. A informação está em reportagem de Leonardo Souza publicada nesta terça-feira (19), nas págs. A4 e A5 do jornal Folha de S. Paulo.


Segundo a Receita Federal --que suspendeu a imunidade tributária do partido e o autuou em aproximadamente R$ 7 milhões--, a empresa inidônea é a Marka Serviços de Engenharia, desativada desde 1996 e pertencente a Márcio Fortes, ex-secretário-geral do PSDB.

O jornal informa ainda que Fortes recebeu dois depósitos em sua conta pessoal de cheques do PSDB, nominais à Marka. A conta da funcionária do partido, Margarete Licassali Lucindo, também apresenta uma transferência eletrônica, no valor de R$ 44,5 mil, que seria o pagamento de uma das notas fiscais para a empresa Marka.


Os auditores da equipe especial de fiscalização identificaram 15 notas frias. De acordo com a Folha, quatro empresas incluindo a Marka e a fantasma Gold Stone Publicidade e Propaganda--que não possui endereço físico e nunca recolheu um centavo de imposto, emitiram notas que chegam ao valor de R$ 1,144 milhão.


No jargão dos fiscais da Receita, notas frias são em geral emitidas para ''acobertar despesas''. O PSDB nega qualquer irregularidade e já entrou com recurso na Delegacia de Julgamento da Receita. A Receita deve encaminhar os ilícitos à Justiça Eleitoral, que pode cassar o registro do partido.


Segundo os auditores, ''a empresa está baixada desde 09/01/1996, e as notas foram emitidas em 2001 e 2003. Não pode o partido alegar que agiu de boa-fé, isto é, que não sabia da situação baixada da empresa, pois o responsável pela empresa perante a Receita Federal é o sr. Marcio João de Andrade Fortes, que, à época, era secretário-geral do partido''.


O secretário de Organização do PSDB, Eduardo Jorge, disse que não tem cabimento o trabalho da Receita, que o órgão está agindo ''de má-fé'' e acusou o PT de estar por trás do vazamento da informação para desviar o foco do escândalo dos cartões.

Em nota à imprensa, a Receita repudia ''qualquer insinuação de que os procedimentos fiscais sofram ingerência político-partidária''.

Segundo a Receita, a programação dos trabalhos da fiscalização é feita de maneira totalmente imparcial e com critérios estritamente técnicos, com o intuito de verificar a ocorrência de ilícitos contra a ordem tributária e resguardar a arrecadação do País. ''Em nenhuma hipótese a instituição se manifesta sobre situação específica ou caso concreto de contribuintes''.


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, determinou a abertura de uma sindicância interna para apurar o suposto vazamento de informações.


As investigações da Receita Federal nas contas do PSDB integram uma apuração na contabilidade dos partidos iniciada em 2005.


O jornalista Paulo Henrique Amorim comentou a notícia em seu site, Conversa Afiada (leia aqui), e revelou que o ''homem-chave'' para se entender esta história é Marcio Fortes. ''Ele faz parte da tropa de choque de Serra, com Daniel Dantas e Ricardo Sérgio de Oliveira'', revela Amorim.

Louis Armstrong - First Class Jazz - 2006




01 - Louis Armstrong - Coal Cart Blues [02:57]
02 - Louis Armstrong With Gordon Jenkin's Orch [02:54]
03 - Louis Armstrong & The Allstars - New Orle [06:45]
04 - Louis Armstrong With Louis Jordan & His T [03:07]
05 - Louis Armstrong - When It's Sleepy Time D [03:16]
06 - Louis Armstrong - Introduction + Basin St [06:19]
07 - Louis Armstrong & Ella Fitzgerald - Moonl [03:44]
08 - Louis Armstrong - Introduction + Dear Old [04:21]
09 - Louis Armstrong - And the Angels Sing [02:55]
10 - Louis Armstrong & Ella Fitzgerald - I Won [04:47]
11 - Louis Armstrong & Ella Fitzgerald - Bess, [05:31]
12 - Louis Armstrong & Oscar Peterson - Blues [05:16]
13 - Louis Armstrong & Oscar Peterson - What's [02:43]
14 - Louis Armstrong - Shadrack [02:47]
15 - Duke Ellington & Louis Armstrong - Solitu [04:55]
16 - Duke Ellington & Louis Armstrong - It Don [03:58]
17 - Louis Armstrong - A Kiss to Build A Dream [04:35]

Niemeyer ficou emocionado em citação de Fidel

O arquiteto Oscar Niemeyer se emocionou nesta terça-feira com a carta de renúncia do amigo Fidel Castro. Primeiro, por ter sido citado no trecho em que o presidente cubano diz que pensa "como Niemeyer, que é preciso ser conseqüente até o final". Depois, porque um dos seus cinco netos, Carlos Eduardo, que está em Cuba há um mês, telefonou para dar a notícia de manhã cedo e contou detalhes da repercussão em Havana.

— Meu neto ficou profundamente emocionado vendo a tristeza que cobre o povo cubano. Mas ao mesmo tempo disse que os cubanos permanecem unidos, de mãos dadas, prontos para enfrentar o grande inimigo, os Estados Unidos — disse, aos 100 anos, ele que é socialista desde a juventude e afirmou que Fidel é o grande líder da América Latina: — Eu sempre segui a mesma ideologia que ele. Mesmo deixando o governo, ele vai continuar orientando o povo cubano. É um homem inteligente, decidido.

Niemeyer ficou feliz de ter sido citado nos termos em que Fidel fez. Ele disse que o cubano "foi generoso" em lembrar seu nome e que concorda com a frase, pois "o ser humano é tão insignificante, é preciso ser coerente até o final da vida". O arquiteto nunca foi a Cuba porque tem medo de avião. Porém, Fidel já visitou o seu escritório em Copacabana, no Rio de Janeiro. A pedido do ex-presidente, Niemeyer projetou uma escultura para ficar em Havana, uma praça para colocar a escultura e, por último, um teatro para a praça. Ele fez tudo de graça.

VALEU, FIDEL!!!!

O presidente de Cuba, Fidel Castro, anunciou nesta terça-feira que não aspirará nem pleiteiará o cargo de presidente do Conselho de Estado e comandante em chefe na sessão do Parlamento Cubano que se instalará no próximo domingo (24). ''Não me despeço de vocês. Desejo apenas combater como um soldado das idéias'', diz Fidel.


Fidel em foto recente: "serei cauteloso"

''Continuarei escrevendo sob o título das Reflexões do companheiro Fidel. Será uma arma a mais, no arsenal com que se poderá contar. Talvez minha voz seja escutada. Serei cuidadoso'', afirma ainda o líder da Revolução Cubana, na mensagem divulgada hoje. Veja o texto na íntegra, divulgado pela agência cubana Prensa Latina:

''Queridos compatriotas:

Prometi na sexta-feira passada, 15 de fevereiro, que na próxima Reflexão abordaria um tema do interesse de muitos compatriotas. Esta Reflexão adquire a forma de uma mensagem.

Chegou o momento de candidatar e eleger o Conselho de Estado (órgão executivo cubano), seu presidente, vice-presidente e secretário..

Desempenhei o honroso cargo de presidente ao longo de muitos anos. Em 15 de fevereiro de 1976 aprovou-se a Constituição Socialista, pelo voto livre, direto e secreto de mais de 95% dos cidadãos com direito a voto. A primeira Assembléia Nacional constituiu-se em 2 de dezembro daquele ano e elegeu o Conselho de Estado, com sua presidência. Antes, durante quase 18 anos, eu exercera o cargo de primeiro ministro. Sempre dispus das prerrogativas necessárias para levar adiante a obra revolucionária, com o apoio da imensa maioria do povo.

Conhecendo meu estado crítico de saúde, muitos no exterior pensavam que minha renúncia provisória do cargo de presidente do Conselho de Estado, deixado em mãos do vice-presidente Raúl Castro Ruz em 31 de julho de 2006, era definitiva. O próprio Raúl, que por méritos pessoais ocupa também o cargo de ministro das FAR (Forças Armadas Revolucionárias), e os demais companheiros da direção do partido e do Estado, relutaram em considerar-me afastado de meus cargos, apesar de meu estado precário de saúde.

Era incômoda a minha posição, frente a um adversário que fez tudo que se podia imaginar para se desfazer de mim, e em nada me agradava satisfazê-lo.

Mais adiante pude alcançar novamente o completo domínio de minha mente, a possibilidade de ler e meditar muito, obrigado pelo repouso. Acompanhavam-me forças físicas suficientes para escrever por longas horas, que eu dividia com a recuperação e os programas pertinentes.

Um elementar senso-comum indicava-me que esta atividade estava ao meu alcance. Por outro lado, sempre tive a preocupação, ao falar de minha saúde, de evitar ilusões que, no caso de um desfecho adverso, trariam notícias traumáticas para nosso povo em meio à batalha. Minha primeira preocupação, depois de tantos anos de luta, era prepará-lo para minha ausência, sociológica e politicamente. Nunca deixei de assinalar que era uma convalescência ''não isenta de riscos''.

Meu desejo sempre foi cumprir meu dever, até o último alento. É o que posso oferecer.

Comunico a meus queridos compatriotas, que me fizeram a imensa honra de eleger-me recentemente como membro do Parlamento – em cujo seio se deve adotar acordos importantes para o destino de nossa revolução – que não aspirarei e nem pleiteiarei o cargo de presidente do Conselho de Estado e comandante em chefe.

Em breves cartas dirigidas a Randy Alonso, diretor do programa Mesa Redonda da Televisão Nacional, divulgadas por solicitação minha, constavam discretamente elementos desta mensagem que escrevo hoje. Nem o destinatário das missivas conhecia o meu propósito. Eu confiava em Randy porque conheci-o bem quando era estudante universitário de Jornalismo, e eu me reunia quase todas as semanas com os principais representantes dos universitários, na biblioteca da vasta Casa de Kohly, que os abrigava. Hoje, todo o país é uma imensa universidade.

Parágrafos selecionados da carta enviada a Randy em 17 de dezembro de 2007:

''Minha mais profunda convicção é que as respostas para os problemas atuais da sociedade cubana – que possui uma escolaridade média de cerca de 12 anos, quase um milhão de graduados universitários e a possibilidade real de estudo para seus cidadãos, sem nenhuma discriminação – requerem mais variantes de respostas para cada problema concreto que as contidas em um tabuleiro de xadrez. Não se pode ignorar um só detalhe. Não se trata de um caminho fácil, se é que a inteligência do ser humano em uma sociedade revolucionária há de prevalecer sobre seus instintos.''

''Meu dever mais elementar é não me aferrar a cargos, nem muito menos obstruir o passo das pessoas mais jovens, mas trazer experiências e idéias, cujo modesto valor provém da época excepcional em que me coube viver.''

''Penso como Niemeyer (seu amigo, o arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer), que é preciso ser conseqüente até o fim.''

E da carta de 8 de janeiro de 2008:

''...Sou decidido partidário do voto unido (um princípio que preserva o mérito ignorado). Foi ele que permitiu evitar as tendências a copiar o que vinha dos países do antigo campo socialista, entre elas o retrato de um candidato único, tão solitário como também solidário com Cuba. Respeito muito aquela primeira tentativa de construir o socialismo, graças à qual pudemos continuar pelo caminho escolhido.''

''Eu tinha muito presente que toda a glória do mundo cabe em um grão de milho'', declarava naquela carta.

Eu atraiçoaria portanto a minha consciência se ocupasse uma responsabilidade que precisa de energia e mobilidade totais, que não estou em condições físicas de oferecer. Explico-o sem drama.

Felizmente nosso processo ainda conta com quadros da velha guarda, junto com outros que eram muito jovens quando começou a primeira etapa da Revolução. Alguns deles se incorporaram quase meninos aos combatentes das montanhas e depois encheram o país de glória, , com seu heroísmo e suas missões internacionais. Contam com autoridade e experiência para garantir a substituição. Nosso processo dispõe igualmente da geração intermediária, que aprendeu junto conosco os elementos da complexa e quase inacessível arte de organizar e dirigir uma revolução.

O caminho sempre será difícil e precisará do esforço inteligente de todos. Desconfio dos atalhos aparentemente fáceis da apologética, ou de sua antítese, a autoflagelação. Devemos estar sempre preparado para as pior das variantes. Ser tão prudentes no êxito como firmes na adversidade. É um princípio que não se deve esquecer. O adversário a derrotar é sumamente forte, mas durante meio século nós o mantivemos a distância.

Não me despeço de vocês. Desejo apenas combater como um soldado das idéias. Continuarei escrevendo sob o título das Reflexões do companheiro Fidel. Será uma arma a mais, no arsenal com que se poderá contar. Talvez minha voz seja escutada. Serei cuidadoso.''

Fonte:Vermelho
Montagens fotográficas

Créditos:AhoraeaVez

Ensaio fotográfico do britânico Carl Warner, com cenário feito de alimentos. Chamado de "foodscapes" - paisagens de alimentos -, os cenários sugerem cavernas, florestas, cachoeiras, mares, montanhas, tudo feito com frutas, legumes, queijos e massas.
As fotos são tiradas sobre uma mesa de 1,2 metro de largura por 2,4 metro de comprimento. Warner pretende fazer um livro para promover alimentação saudável para crianças.
Clique nas imagens para ampliar













































Os Incríveis - Para Os Jovens Que Amam Os Beatles, Rolling Stones e... Os Incríveis (1967)




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DEPOIS DA SÉRVIA, GEORGIA PODE SER DESMEMBRADA

Blog do Azenha

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WASHINGTON - Kosovo declarou independência neste domingo. Sob protesto da Rússia, que é aliada da Sérvia. E com apoio dos Estados Unidos e da União Européia. Hoje a província abriga tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). E eu com isso, você vai dizer? Trata-se da repetição de uma fórmula antiga do colonialismo: promover a "independência" onde interessa, combatê-la onde não interessa, com claros objetivos políticos, econômicos e estratégicos.

Não faço juízo de valor. Vou dar informações a você que a mídia brasileira não dará, por falta de competência ou por reproduzir, sem crítica, o noticiário das agências internacionais. Olhem o mapa. A população de Kosovo é dividida: nela vivem sérvios e descendentes de albaneses. O argumento para apoiar a independência é de proteger a "minoria" de albaneses dentro da Sérvia. Como? Criando uma segunda Albânia.

Lembrem-se: estamos falando de uma região ainda não integrada plenamente à União Européia. Os balcãs permanecem campo de disputa geopolítica entre a Rússia e o Ocidente. Olhem a posição privilegiada da Albânia no mapa, na costa do mar Adriático. O país é um dos maiores aliados dos Estados Unidos no mundo, perdendo só para Israel.

O que existe em Kosovo, afinal, que interessa tanto assim a Washington? Uma grande base militar americana, chamada Campo Bondsteel, que ocupa 360 mil metros quadrados e inclui uma prisão. Quem construiu foi uma subsidiária da famosa Halliburton, empresa que já foi dirigida pelo vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney.

Quem mais promove a independência de Kosovo? George Soros, o megainvestidor que prega a expansão da OTAN e dos interesses dos Estados Unidos na Europa Oriental. Soros financia o International Crisis Group (ICG). Quer criar condições para investimentos dentro de regras que beneficiem empresas ocidentais. O ICG abriga gente importante, como Wesley Clark - ex-comandante da OTAN -, Zbigniew Brzezinski - principal assessor de Barack Obama para política externa- e Joschka Fischer, ex-ministro das relações Exteriores da Alemanha.

A OTAN mantém em Kosovo a International Military Presence (IMP), que se atribuiu o mandato de desenvolver e treinar as forças de segurança de Kosovo. Como escreveu George Szamuely no site Counterpunch, Kosovo não terá autonomia completa para decidir sobre a cobrança de impostos, política externa ou de segurança. "A única coisa independente de Kosovo independente é que será independente da Sérvia", ele escreveu.

Para os americanos, segundo ele, "Kosovo não passa do território em volta de uma base militar gigante, um presença chave no Mediterrâneo em caso da Grécia e da Turquia não se mostrarem confiáveis".

A reação da Rússia tem a ver com isso. A Sérvia é o último país aliado dos russos nessa região estratégica. Por isso o governo de Vladimir Putin quer levar o caso às Nações Unidas, para impedir a independência de Kosovo. Ou seja, por trás da fachada estão em jogos as velhas "esferas de influência".

Vocês nunca verão os Estados Unidos apoiando a independência de Chiapas, no México, ou do país basco, na Espanha. Mas Washington apoiou a soberania do Panamá em relação à Colômbia (onde depois construiu o canal) e agora defende a "soberania, a liberdade, a democracia" e todos os outros adjetivos que você vai ler nos jornais e ver na televisão em relação a Kosovo. Hoje é Kosovo, amanhã pode ser a Bolívia, depois de amanhã...

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WASHINGTON - Estados Unidos, França, Alemanha e Grã Bretanha reconheceram a independência de Kosovo nesta segunda-feira. Rússia, China e Espanha rejeitaram. Em Moscou o Parlamento aprovou moção apoiando dois enclaves separatistas da Georgia, Abkhazia e South Ossetia, que devem formalizar pedido de independência à Russia em algumas semanas. A China está preocupada com a independência de Taiwan e a Espanha teme o movimento separatista basco. Vou dar um pulinho no Departamento de Estado e ver se eles topam apoiar a criação da Grande Bauru.