quarta-feira, 26 de março de 2008

O GOLEM (Der Golem - Wie er in die Welt kam, ALE, 1920)


Precursor das “fitas de monstros” é uma obra-prima que sedimentou as futuras referências do gênero com maestria. Um filme de Carl Boese e Paul Wegener.

Formato: RMVB
Filme mudo
Legendas: Português (embutidas)
Duração: 1:08
Tamanho: 380 MB (04 partes)
Servidor: Rapidshare

Créditos: F.A.R.R.A - dylan dog

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Direção: Paul Wegener, Carl Boese
Roteiro: Henrik Galeen, Gustav Meyrink, Paul Wegener
Fotografia: Karl Freund, Guido Seeber
Direção de Arte: Hans Poelzig, Kurt Richter
Figurino: Rochus Gliese

Elenco:
Paul Wegener - O Golem
Albert Steinrück - Rabi Loew
Lyda Salmonova - Miriam
Ernst Deutsch - Rabi Famulus
Hans Stürm - Rabi Jehuda
Max Kronert - Servo
Lothar Müthel - Florian

Colocado junto aos clássicos do Expressionismo Alemão que fizeram história (M e O Gabinete do Dr. Caligari entre eles), O Golem terminou injustamente ofuscado por obras do mesmo período, transformando-se numa espécie de relíquia cobiçada por colecionadores e estudiosos de Cinema.

O Golem, mito de uma lenda judaica, é um ser de barro que ganha vida quando um mago usa a mágica de um antigo livro da Cabala. O monstro de barro, interpretado pelo próprio diretor Paul Wegener, foi criado para proteger os judeus dos ataques anti-semitas. Paul Wegener já tinha levado duas vezes o mito do Golem para o cinema. Esta terceira versão é sem dúvida a mais bela, brilhantemente iluminada e fotografada pelo célebre fotógrafo do expressionismo alemão Karl Freund. Este filme influenciou vários filmes de Hollywood, especialmente Frankenstein.



Criar um ser à própria imagem e semelhança sempre foi uma das maiores obsessões da humanidade, e isso não é de hoje. Desde tempos imemoriais, histórias que ascenderam a lendas contam as trajetórias de homens, notadamente feiticeiros e alquimistas, que tentaram realizar o feito. A lenda do ser de barro que ganha vida tem raízes no seio judeu da Europa antiga, mais especificamente na região da cidade de Praga. É um mito bastante difundido nas comunidades judaicas, que no entanto viria a inspirar histórias hoje inegavelmente mais famosas, como o romance de horror Frankenstein, escrito por Mary Shelley no século 19 e transformado em filme por James Whale em 1931.




Esta é na realidade a terceira versão filmada pelo cineasta alemão Paul Wegener. A primeira, de 1915, também tinha ênfase no horror e no fantástico, ao passo que a segunda, de 1917, consistia numa espécie de comédia onde o Golem "contracenava" com uma dançarina. A versão de 1920 é a mais famosa, tanto pela qualidade mais caprichada da produção quanto pelo maior número de cópias disponíveis ao público.

O enredo utiliza basicamente as mesmas circunstâncias e muitos dos nomes que constam nas várias versões do mito judaico. A ação do filme decorre na Praga do séc. XVI. Certa noite, o sábio rabino Loew (Albert Steinrück) é iluminado por um presságio dos astros sobre uma iminente ameaça ao povo judeu. Quando o cerco se fecha e o imperador emite um decreto contra seu povo, Loew coloca em prática seus conhecimentos arcanos, invoca o demônio Astaroth e dá vida ao Golem (papel do próprio Paul Wegener), um ser de barro cujo propósito primordial é defender os judeus contra os agressores. As coisas saem do controle quando sua filha (Lyda Salmonova) se envolve com o mensageiro do imperador (Lothar Müthel) e provoca os ciúmes de seu assistente (Max Kronert), que acaba por liberar a fúria do Golem sobre a pequena vila.




Uma das características mais perceptíveis neste clássico da era muda é a cinematografia oniricamente eficiente de Karl Freund, diretor de fotografia que emigraria mais tarde para os EUA e lá participaria da concepção de clássicos como Drácula (Tod Browning, 1931). Há até mesmo o uso de efeitos especiais (chamas em movimento em pleno ar, aparições de demônios, fusão de imagens) que, para a época, são de uma competência impressionante. Os cenários que se tornariam parte da essência do cinema expressionista alemão também saltam aos olhos, além de caprichados valores de produção que se refletem principalmente nos figurinos espalhafatosos do elenco.



Muitos clamam ser este o primeiro filme de monstro que sobrevive até hoje, o que deve ser provavelmente verdade. A fluidez que Paul Wegener dá à sua história é muito boa, refletindo o bom trabalho de edição das imagens em preto-e-branco, mas os vícios da própria linguagem cinematográfica da época e as gracinhas cômicas dos personagens secundários tiram boa parte do impacto que essa produção de terror poderia ter tido. Devido aos trejeitos efeminados, por exemplo, o cavaleiro mensageiro Florian só é capaz de provocar risadas. Apesar disso, as semelhanças entre a história do Golem e a do Frankenstein de James Whale são assombrosas. Obviamente, a caracterização da criatura de barro e seu apelo macabro não foram capazes de resistir ao tempo, ao contrário do que aconteceu à sua contraparte americana.
Fonte - www.kollision.biz/

Curiosidade: o filme foi homenageado num episódio de Os Simpsons, utilizando o visual do monstro na história com o Golem em um especial do Dia das Bruxas.



Esquenta a crise da água



Estudo divulgado pela ONU afirma que a escassez não está confinada às nações pobres e que também ameaça mais de cem milhões de europeus
Estudo divulgado pela ONU afirma que a escassez não está confinada às nações pobres e que também ameaça mais de cem milhões de europeus



Thalif Deen, Terramérica

A crise hídrica mundial, agravada pela mudança climática, não se restringe aos países pobres. Mais de cem milhões de europeus sofrem falta de água potável, afirmam especialistas. Quando o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, falou em janeiro no Fórum Econômico Mundial de Davos, seu tema não foi a iminente recessão da economia global, mas a crescente escassez de água. “A falta de recursos hídricos pode agravar e iniciar conflitos”, disse Ban aos magnatas dos negócios, acadêmicos e autoridades, que se reúnem uma vez por ano nesse centro turístico suíço. “Na medida em que a economia cresce, se torna mais sedenta”, alertou.


A carência de água potável para mais de um bilhão de pessoas e de saneamento para mais de 2,5 bilhões constitui “uma devastadora crise humanitária”, afirmou Anders Berntell, diretor-executivo do Instituto Internacional da Água, com sede em Estocolmo. “É uma crise de manejo, não da água propriamente dita, porque se deve à ausência crônica de fundos e à incompreensão de que é preciso saneamento e higiene em nível local”, disse Berntell ao Terramérica. “Isto pode ser resolvido com a melhoria do gerenciamento, aumento dos recursos e sustentação dos esforços para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”, como erradicar a pobreza extrema e a fome, e adequar a provisão de água e esgoto, afirmou.


Um estudo divulgado pela ONU às vésperas do Dia Mundial da Água, celebrado no dia 22 de março, afirma que a escassez não está confinada às nações pobres, e que também ameaça mais de cem milhões de europeus. Quase 40 meninos e meninas, a maioria da Europa oriental, morrem por dia vitimas de uma doença ligada à água: a diarréia. No Leste europeu, quase 16% da população não tem água potável em casa, e nas zonas rurais mais da metade dos habitantes vive sem ela e sem saneamento.


Vamos de mau a pior, “pelo desperdício e fracasso dos governos em comprometer as comunidades locais na administração hídrica”, afirmou Sunita Narain, diretora do Centro para a Ciência e o Meio Ambiente, com sede em Nova Délhi, e ganhadora, em 2005, do Prêmio Estocolmo da Água. “Não conseguimos, como sociedade, usar pequenas quantidades de água para conseguir grandes resultados de produtividade”, afirmou. E o mundo ainda enfrenta um novo desafio, o da mudança climática, disse Narain ao Terramérica. “E é sobre isto que não estamos fazendo nada, apesar de que se colocará em risco a segurança hídrica de grandes populações que já estão à beira da sobrevivência”, ressaltou.


Berntell alertou que isto acontece “em um mundo que tem os meios financeiros e técnicos para pôr fim a esses dois escândalos. Temos de encontrar a forma de administrar os recursos hídricos, no que se refere à contaminação, e atender a demanda por alimentos de uma população que aumentará em mais de três bilhões de pessoas até 2050”, afirmou. “Também devemos dar resposta ao problema da água e do clima. Tudo pode ser muito mais desesperador e grave se não dermos os passos corretos”, acrescentou.


Agronegócio, indústria e saneamento

O especialista considera importante distinguir entre dois fenômenos: a crise dos recursos hídricos – causada pela superexploração agrícola e industrial e pela contaminação – e os problemas de fornecimento de água e saneamento. Em uma declaração publicada no dia 19, a conservacionista União Mundial para a Natureza (UICN) advertiu que muitos rios de países em desenvolvimento e de potências emergentes sofrem uma contaminação próxima do colapso. “O Rio Yangtzé, o mais longo da China, está envenenado por resíduos agrícolas e industriais”, disse a UICN.


O secretário da ONU argumentou que a matança na região de Darfur, no Sudão, está ligada à mudança climática. “Não é casualidade que a violência tenha explodido durante a seca”, afirmou Ban. Quando a terra de Darfur era rica, os agricultores negros davam as boas-vindas aos pastores árabes e compartilhavam a água. Com a seca, os agricultores cercaram suas terras para impedir o excesso de pastoreio. “Pela primeira vez, desde tempos imemoriais, não havia alimento e água suficientes para todos. A luta eclodiu”, descreveu Ban Ki-moon. “A água é um clássico recurso de propriedade comum. Ninguém tem o problema, portanto, ninguém tem a solução”, ressaltou.


Nos últimos anos, a comunidade internacional “tentou entender a natureza da crise e atrair a atenção sobre ela, embora de forma débil e difusa”, disse Narain ao Terramérica. “Ainda não se entende como a falta de água afeta as comunidades e, portanto, as Nações Unidas se dedicam a buscar rápidas soluções técnicas para o que é, em primeiro lugar, uma questão de gerenciamento”, acrescentou. Berntell vê de outra forma: “Sem dúvida a água, e, sobretudo o saneamento, estão muito abaixo na agenda internacional”.


No entanto, o fato de a ONU declarar 2008 como Ano Internacional do Saneamento catalisou a ação e a atenção em questões sanitárias e de higiene, que são críticas, acrescentou. Contudo, as Nações Unidas “devem melhorar sua coordenação em matéria de controle e informação. Não se pode continuar publicando tantos informes simultâneos sobre temas superpostos”, criticou Berntell. (O autor e correspondente da IPS)

terça-feira, 25 de março de 2008

MARIZA ABREU FOGE DE PAIS E ALUNOS

Marco Weissheimer


A secretária estadual de Educação, Mariza Abreu, abandonou hoje a audiência da Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia, da Assembléia Legislativa, alegando “falta de segurança”. Convocada para discutir o fechamento de escolas públicas, o processo de enturmação e a situação da educação pública no Estado, a audiência atraiu um grande número de alunos e pais. Com o plenarinho completamente lotado e muita gente do lado de fora, a coordenadora da comissão, Marisa Formolo (PT), transferiu a reunião para o auditório Dante Barone. Mariza Abreu não aceitou a mudança e saiu de fininho, pela porta dos fundos do plenário. “
Já tive uma experiência muito desagradável em uma outra audiência no Dante Barone”, justificou a secretária. A fuga da secretária gerou muitas críticas. “O que falta à secretária de Educação é exatamente educação”, resumiu o deputado Elvino Bohn Gass.

“A secretária realmente não consegue encarar pais, alunos e a comunidade escolar. Não respeita a democracia e não tolera o diálogo. Sabe que as medidas que vem tomando na secretaria desmontam a rede pública estadual e não tem argumentos para explicá-las à comunidade escolar. Usou de pretexto para fugir do debate numa clara demonstração de desrespeito e descaso com o setor educacional e todos os envolvidos”, acrescentou o parlamentar. Para Bohn Gass, a atitude da secretária é coerente com a postura do governo que ela representa. “Para um governo que atrasa repasses do transporte escolar; fecha núcleos de ensino para jovens; reúne turmas sem qualquer critério, retira professores e diretores da área pedagógica para lançar às salas de aula; e desmantela uma Universidade pública, boicotar um debate democrático, infelizmente, é coisa corriqueira”.

Led Zeppelin - Discografía 2

Physical Graffiti - 1975
Parte1 - Parte2

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Presence - 1976

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The Song Remains The Same - 1976
Parte1 - Parte2

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In Through the Out Door - 1979

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Coda - 1982

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* Jimmy Page – Guitarras acústica y eléctrica
* Robert Plant – Armónica, Vocalista.
* John Paul Jones – Bajo, Teclados, Mellotrón
* John Bonham – Percusión


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Créditos: LooLoBLog


Amorim no Roda Viva
Eduardo Guimarães
A edição desta semana (de 24/03) do programa Roda Viva, da TV Cultura, recebeu o chanceler Celso Amorim. Para entrevistá-lo, como se poderia esperar de uma tevê supostamente pública, mas que foi transformada em arma política pelos atual governador de São Paulo, foi montada uma bancada de entrevistadores composta pelos mais representativos membros do dito PIG.
A bancada de entrevistadores abrigou a atuação hidrófoba de gente como Eliane Cantanhêde (Folha), Demétrio Magnoli (uma versão "hard" de Ali Kamel) e Lourival Sant'anna (Estadão).
Essas pessoas foram responsáveis por um programa que foi tudo, menos jornalístico. Dedicaram-se a tentar "encurralar" Amorim e, diante da falta de colaboração do entrevistado em se deixar colocar em tal situação, tornaram-se agressivos e passaram a usar a velha tática de fazer acusações e de não deixar o acusado falar.
Por vezes seguidas Amorim pediu a Magnoli (que, de longe, foi o mais mal-educado) que o deixasse falar, porque não deixava. Fazia longas "perguntas" - que, na verdade, eram acusações à política externa do país -, no que era ouvido pacientemente pelo chanceler. Contudo, quando este tentava responder, era reiteradamente interrompido. Os três "jornalistas" supra mencionados usaram essa tática ao longo dos cerca de noventa minutos do programa.
Obviamente que se dedicaram a repetir a cantilena do presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, e de George Bush, acusando Hugo Chávez e Rafael Correa de serem culpados da invasão do território equatoriano, porque apoiariam as Farc. Magnoli chegou a citar declarações de Chávez feitas no calor do conflito entre Colômbia e Equador, nas quais criticou duramente Uribe, e queriam porque queriam que Amorim acedesse à premissa de que o venezuelano interveio em questão interna de outro país.
Faltou presença de espírito a Amorim para perguntar aos que já não eram mais entrevistadores, mas debatedores, se as armas americanas usadas pela Colômbia na invasão do Equador e a postura do governo americano de apoiar a violação da fronteira equatoriana também não seriam intervenções em assuntos de outro país...
É compreensível. O chanceler brasileiro mal conseguia pensar. Os três prepostos do PIG usaram uma espécie de tática de bombardeio, por meio da qual desadandavam a falar todos ao mesmo tempo, encobrindo a palavra do entrevistado do programa. Enquanto isso, o mediador não dizia uma palavra. Foi uma vergonha.
Apesar disso, no entanto, Amorim até que se saiu bem, dadas as condições de desigualdade em que foi colocado. O ministro das Relações Exteriores do Brasil não se intimidou e, dentro das possibilidades de que dispunha, enfrentou o massacre com galhardia.
O histórico do Roda Viva está cheio de casos semelhantes. Chega a ser ridículo que, quando o entrevistado é do governo Lula, não exija uma bancada de entrevistadores mais equilibrada e garantia de que seu direito à palavra será respeitado. Por conta disso, o telespectador passou a maior parte do programa ouvindo bate-bocas em vez de uma entrevista.
No caso em tela, Amorim, ao ver os nomes de seus entrevistadores, poderia ter exigido que um representante de uma Carta Capital, por exemplo, integrasse a bancada. E se não fosse atendido, ninguém o criticaria por se recusar a se expor a um bate-boca desigual de três contra um. Cantanhêde, Magnoli e Sant'anna agiram de forma coordenada. E era possível ver como se divertiam com a situação.
O reiterado uso político da TV Cultura pelo governo tucano de São Paulo, é uma afronta. Deve haver alguma lei que garanta que uma tevê pública será usada de acordo com o interesse público e não de acordo com o interesse do grupo político que a controla. Vislumbro aí, na questão da tevê pública paulista, um manancial a ser explorado pelo Movimento dos Sem Mídia.

Milton Nascimento, León Gieco e Mercedes Sosa - Corazón Americano (1984)



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o que tem:
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Em liquidação, a auto-estima

No Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, vale notar que as crianças tornaram-se o público-alvo preferido da publicidade. Ainda em formação, são bombardeadas com a idéia de que os prazeres se compram — o que prolonga a imaturidade, acentua frustrações e produz, no futuro, adultos infantilizados

Maria Helena Masquetti

"Pode-se evitar os raios solares com as persianas, e combater o gelo com um bom fogo na lareira; mas a umidade penetra furtivamente em nós enquanto dormimos; ela é silenciosa, imperceptível, ubíqua". Esta descrição de Virgínia Woolf serve bem como ilustração para a penetração sorrateira da comunicação mercadológica em nossas vidas. Neste Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, 15 de março, esta questão chama ainda mais nossa atenção quando nos lembramos do modo como as crianças foram eleitas à categoria de público alvo-preferido das estratégias de vendas. Focando em primeiro lugar crianças e adolescentes, a publicidade atinge justamente seus pontos vulneráveis — ou seja, o fato de a criança ser propensa a crer em tudo o que ouve e vê.

Elevado à categoria de necessidade, por mensagens dirigidas muito mais à emoção do que à razão, cada produto parece dizer, tal como no bordão cômico, "Seus problemas acabaram!". Por não estarem ainda maduras física e mentalmente, é natural das crianças tentar evitar o desconforto das frustrações inerentes à vida civilizada. Em contrapartida, deve ser natural dos adultos a capacidade de ajudar a criança a governar seus impulsos e suportar o vazio de não poder ter tudo, ensinando a ela que o sentido de existir é exatamente participar da vida como ela é e não do modo artificial como a mídia tenta reinventá-la.

"Prazer de dirigir", "prazer de morar", "prazer de comer". Com tanto prazer à venda, tornam-se cada vez mais insuportáveis as frustrações naturais da condição humana. Não se pode ganhar sem trégua, assim como não se pode esperar que faça somente verão o ano todo. Neste mundo do consumo, estamos sempre tentando chegar "lá". Lá onde, afinal? Consumir sem limites e perceber, no minuto seguinte, que o vazio continua igual ou pior, é tão desolador quanto ver reduzida a um padrão universal a singularidade de cada criança. Com suas mensagens dúbias, a publicidade obriga fingindo não obrigar, e exclui justamente ao não diferenciar os que podem esbanjar dos que sequer podem comer.

Embora as crianças não possam praticar os atos da vida civil, como trabalhar ou ganhar dinheiro, a comunicação mercadológica contradiz essa disposição, ao abordá-las como consumidoras

"Para você que já tem idade para brilhar", promete a nova linha de cosméticos. Em que moral e ética baseia-se o anúncio, veiculado recentemente, em revista dirigida às pré-adolescentes, para afirmar qual a idade certa para uma criança brilhar? Antes dessa idade elas eram o que, então? As crianças, quando livres da compulsão consumista, limitam, isto sim, o brilho as vendas. É assim que dia-a-dia deixamo-nos penetrar pela imposição vertical de conceitos que nos dizem o que querem e não ouvem sequer nossas perguntas mais simples: "Como assim?", "Por quê?", "Quem disse?". Lembrando as palavras do filósofo e psicólogo Pedrinho Guareschi: "A consciência é o quanto de resposta alguém consegue oferecer a uma pergunta e, diante da publicidade, a criança não tem o recurso necessário para sequer fazer a pergunta".

Se, para nós, adultos, dotados de juízo crítico, o poder material se confunde com a realização íntima, o que pensar dos pequenos diante da manobra astuta de vendas que, no lugar da qualidade do tênis, oferece como atributo o sucesso na carreira esportista? Esse fato faz com que a luta pelos direitos do consumidor se estenda para além dos direitos à segurança, qualidade, opção, informação, atenção e direito de escolha. Mesmo que todos esses requisitos fossem cumpridos ao pé da lei pelo mercado, não estariam contemplando o problema maior que é o fato da criança ser elevada à categoria de consumidor sem ter condições físicas ou mentais para isso, ou seja, quando ela ainda está construindo sua cidadania.

Ninguém duvida que uma criança não pode comprar um apartamento ou carro. Embora as crianças não possam praticar os atos da vida civil, entre eles trabalhar, ganhar dinheiro e adquirir produtos, a comunicação mercadológica contradiz essa disposição legal ao abordar a criança como consumidora. Jean Baudrillard denuncia esta contradição numa cultura que enquanto protege as crianças de um lado as desprotege do outro: "A criança é transformada pela mídia no modelo ideal de consumidor. Se, por um lado, ela não é considerada socialmente como um ser completo, por outro, na perspectiva de sua inserção na cultura, ela é plena para o exercício do consumo".

Precisamos testar em nós mesmos o bem-estar que um não pode causar. Um bom começo é parar de comprar o prazer pré-determinado e dar uma chance ao gosto de escolher sem ser escolhido

Do brincar espontâneo de nossas crianças já quase não temos registro. Uma volta, volta e meia e plim!: a infância desapareceu. Aos seis anos ou menos, o cavalinho e a pipa já são brinquedos de "nerd". E por falta de pilhas, o pião não pode mais rodopiar. Este vampirismo moderno visa implantar nas crianças a vida falsa do consumismo, sugando-lhes, em troca, a seiva do prazer de existir. Precisamos protegê-las disso, antes que as previsões da psicóloga e autora Alice Miller, colhidas ao longo de sua experiência clínica, possam se confirmar para sempre: "Enquanto não nos sensibilizarmos pelo sofrimento das crianças, esse exercício de poder continuará despercebido, tomado como irrelevante e totalmente trivializado, por tratar-se ’apenas de crianças’. Em vinte anos, essas crianças se tornarão adultos que farão seus filhos pagar a conta".

Tomando para si o gosto infantil do fazer de conta, a publicidade finge querer o melhor para as crianças com toda sorte de apelos em busca de sua atenção. Assim, o bombardeio publicitário não cessa no admirável mundo da gratificação imediata e do nem parece que é - hospitais que nem parecem hospitais, bancos que nem parecem bancos, roupinhas de bebê que nem parecem roupas de bebê e mães que nem parecem que acabaram de dar a luz. Tudo para nos vender produtos de uma realidade construída sobre a base arenosa de um mundo só de prazer. Com mensagens dirigidas muito mais à emoção que à razão, cada produto parece ser a resposta exata aos nossos mais profundos anseios. Nunca os adultos foram tão tratados como crianças e nunca as crianças foram tão promovidas precocemente a adultos.

Procurar evitar a dor ou os aborrecimentos faz parte das defesas humanas. Porém, não é bom que tenhamos êxito nisso constantemente. Suportar o vazio da ausência de alguém ou de um objeto desejado, ao mesmo tempo que dói, nos impede de mascarar a dor e, sobretudo, ativa os recursos internos de que dispomos para sobreviver a ela. Nossa sanidade mental depende disso. É uma lástima ver tanta gente – principalmente crianças e jovens – fugindo, via consumo, para o mundo do alívio ilusório. Quanto mais destemidos e protetores forem os ’nãos’ que dissermos às nossas crianças, maior a sensação de segurança que elas introjetarão. Antes, porém, de dizermos o ’não’, precisamos testar em nós mesmos o bem-estar que ele pode causar. Um bom começo pode ser parar de comprar todo esse prazer padrão pré-determinado e dar uma chance ao gosto de escolher sem ser escolhido. E, no lugar do zapear de canais, pôr para tocar a música que, talvez agora, possa fazer mais sentido do que nos fazia antes: "Ou feia ou bonita, ninguém acredita na vida real".

segunda-feira, 24 de março de 2008

Carlos Henrique Machado Freitas - Vale dos Tambores (2005)



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SOBRE O PAGAMENTO DA LEI BRITTO

Fábio Carvalho envia o seguinte alerta acerca do anúncio do pagamento da chamada Lei Britto:

Considero oportuno informar os leitores do blog de que há graves equívocos na informação publicada pela imprensa gaúcha em geral, ao reproduzir, sem questionar, o anúncio do pagamento administrativo das parcelas da lei 10.395/95 (Lei Britto). Do modo como foi publicado, os servidores públicos podem ser induzidos ao prejuízo pela imprensa.

O principal equívoco é a forte sugestão de que não há diferença entre esperar pelo parcelamento até 2010 e ingressar com ações judiciais (ou aguardar pelo julgamento das mesmas). "Os servidores que acionaram o Estado na Justiça têm duas opções: desistir do processo e aceitar o parcelamento [até 2010] ou continuar a demanda para receber todo o reajuste de uma só vez", escreve a colunista Rosane de Oliveira, na Página 10 de Zero Hora.

A assertiva parece desconsiderar a hipótese de claro prejuízo do servidor que renunciar à demanda judicial (os casos devem ser analisados individualmente por pessoa da confiança do servidor). Para além da perspectiva de ter o implante integral antes de 2010, existe um passivo, ora. Esse dinheiro devido ao servidor aparece ao final do texto da colunista, quando lemos que "o governo terá de discutir o passivo acumulado nos últimos cinco anos, uma babilônia de R$ 3 bilhões". Por razões que transcendem os jardins suspensos, não existe, até agora, anúncio para saldar essa babilônia. E aí? Isso significa, hoje, duas opções para quem se sente prejudicado: Justiça ou Justiça. Não se oferta outra alternativa.

Na página 6 do mesmo jornal, a indução ao erro ganha contorno agravante, com destaque para a declaração de Mateus Bandeira, da Sefaz, publicada em olho. "Quem quiser entrar na Justiça agora vai gastar desnecessariamente com honorários advocatícios porque vai ter o reajuste". É mesmo? Quanta irresponsabilidade! Parece o tal negócio: se colar, colou. A declaração de Bandeira, tal como foi publicada, simplesmente ignora a existência do passivo e insinua que, para o servidor, sairá mais barato aguardar o parcelamento. NÃO É VERDADE.

Para finalizar, num quadro da página 6, lemos que o "retroativo vira precatório". NÃO É VERDADE. No mínimo, o precatório é um título que se pode negociar, quitar débitos com o Estado ou esperar para receber daqui a 10, 20 anos. Pergunte-se, honestamente, a qualquer pessoa: você topa renunciar ao recebimento de 100 mil reais se eu te "isentar" de pagar advogado para cobrar esse valor? Ora, ora. As matérias, pior ainda, desconsideram a hipótese de o passivo ser inferior a 16,6 mil reais, ou 40 salários mínimos. Sendo assim, pode-se cobrar o passivo por Requisição de Pequeno Valor (RPV). Na Justiça, isso sai em menos de um ano (diz-se 60 dias), ou seja, muito antes de 2010. Estão nessa situação praticamente todos os servidores que ingressaram no Estado nos últimos cinco anos. São milhares de pessoas. É grave o erro de informação, portanto.

Escrito por Marco Weissheimer

O Testamento do Dr. Mabuse - (Das Testament des Dr. Mabuse )

Um famoso criminoso (Rudolf Klein-Rogge, fenomenal como o enigmático vilão Dr. Mabuse), encerrado numa clínica psiquiátrica, é suspeito de uma série de falsificações. Na cela, ele escreve uma "Bíblia do Crime" (alusão ao livro nazista de Hitler) e domina mentalmente o doutor que cuida do seu caso, terminando por influenciar para o mal uma série de pessoas. Tendo como base sua ampla influência sobre um grupo de criminosos sob seu domínio, o Dr. Mabuse passa a agir para construção de seu "Império do Crime".
Clássico de Fritz Lang, "O Testamento do Dr. Mabuse" é uma obra-prima que serve de referência até os nossos dias. Aos que já o assistiram, é uma oportunidade de conferir novamente numa versão de qualidade superior, e aos que ainda não o conhecem, é a chance de admirar, mais de 70 anos depois, uma jóia cinematográfica restaurada, completa e inédita.

Legendas exclusivas smile.gif

Fonte


Créditos: Makingoff - Willams

Gênero:
Crime / Horror / Mistério
Diretor: Fritz Lang
Duração: 114 minutos
Ano de Lançamento: 1933
País de Origem: Alemanha
Idioma do Áudio: Alemão
IMDB: http://imdb.com/title/tt0023563/

Qualidade de Vídeo:
DVD Rip
Vídeo Codec: XviD
Vídeo Bitrate: 752 Kbps
Áudio Codec: Mp3
Áudio Bitrate: 123
Resolução: 568 x 472
Formato de Tela: Tela Cheia (4x3)
Frame Rate: 25.000 FPS
Tamanho: 723 Mb
Legendas: Em anexo


- "O Testamento do Dr. Mabuse" estreou no dia 21 de abril de 1933 em Budapeste. Com duração de 124 min., o filme foi proibido na Alemanha, por conter alusões bastante claras ao nazismo, só vindo a ser exibido em terras germânicas em agosto de 1951, numa versão censurada de 111 min. O original do filme foi guardado no Instituto do Cinema Alemão, mas sofreu sérios danos. Contudo, um duplicado positivo de 1951 da coleção do Instituto do Cinema Alemão serviu de base para a restauração.

- "O Testamento do Dr. Mabuse" é a segunda parte da aclamada trilogia de Fritz Lang, a qual tem início com Dr. Mabuse (1922), que é dividido em duas partes: "Dr. Mabuse: O Jogador" e "Dr. Mabuse: O Inferno do Crime", e é finalizada com "Os Mil Olhos do Dr. Mabuse" (1960).

- Consta que após a proibição da estréia do filme na Alemanha, Fritz Lang foi convocado ao gabinete de Joseph Goebbels, chefe da propaganda do nazismo e grande fã de sua filmografia, que o convidou para supervisionar os filmes alemães. Após negar o convite (o diretor alegou possuir antepassados judeus), Lang teve que fugir na mesma noite para Paris e, logo após, para os Estados Unidos.

- Ao contrário do cineasta, sua esposa e roteirista, Thea von Harbou, escolheu permanecer na Alemanha nazista, da qual era simpatizante. Mais tarde, com o agravar da situação, eles se separaram.

- A direção de fotografia é do expressionista Fritz Arno Wagner (o mesmo de "Metrópolis") e a produção do judeu Seymour Nebenzal, que também terminaria fugindo do nazismo.

- Dentre as várias sequências impressionantes do filme, chama a atenção o trabalho que Lang fez para representar as alucinações construídas pelo Dr. Mabuse, bem como uma cena na qual um industrial pede socorro à polícia e, logo após, todos os objetos da sua mesa tornam-se de cristal. Para a construção desta cena, Lang lançou mão de um artifício ao mesmo tempo simples e engenhoso. Assim como fez em "Metrópolis", no qual ele substituiu as estátuas dos sete pecados capitais por pessoas idênticas, de carne e osso, no filme de 1933 ele apenas trocou os objetos da mesa por outros idênticos, feitos sob encomenda. Embora simples, ainda hoje é um truque que intriga muitas pessoas que assistem o filme.

O Testamento do Dr. Mabuse

Fritz Lang é uma pedra basilar da história do cinema. Sem Metrópolis, o gênero da ficção ciêntifica seria sem dúvida mais pobre. Contudo, o seu espólio de trabalhos tem outras pérolas que nos mostram um homem muito à frente do seu tempo. Este O Testamento do Dr. Mabuse é um desses exemplos.

Tendo como pano de fundo uma cidade deslocada de país e um tempo sem data, é contada a história de Dr. Mabuse e o sua gangue de criminosos. Mabuse era um doutor que se tornou líder de uma gangue que espalhava o crime por onde passava. Este mesmo doutor foi apanhado, contudo já enlouquecido pela maldade, e foi parar em um asilo dirigido pelo Dr. Baum. Embora já longe da vida antiga, ele continua a escrever planos para crimes. O estranho é que estes planos chegam às mãos da gangue que segue, como uma receita, as indicações do bom doutor.

Neste filme vemos, em 1933, as regras base do enredo de um thriller contemporâneo. A história resiste ao passar do tempo de forma incrível, e o mais impressionante é que com mais de 70 anos de distância vemos métodos e situações que facilmente vamos encontrar num episódio de CSI.

O suspense, que se mantém ao longo do filme, é de uma eficiência assustadora. Suspeitamos do que poderá estar acontecendo, mas sem ter a certeza absoluta. A tensão que existe ao longo do filme, assim como as peripécias do inspector Lohman e de Thomas Kent, são os paradigmas pelos quais outros realizadores se regem hoje.

A forma como Lang filma o desconhecido e como nos dá pistas sem revelar tudo é um autêntico guia de como se deve realizar um filme.

Apenas tenho pena que a versão que vi fosse muito antiga, com uma legendagem incompleta, o que veio tirar um pouco do prazer em ver este filme.

Das Testament des Dr. Mabuse é um filme fundamental de ser visto.

Fonte
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