domingo, 18 de janeiro de 2009

CESARE BATTISTI - A GUERRA GLOBAL

Laerte Braga

A nota do clube militar condenando o governo brasileiro pela concessão de refúgio humanitário a Cesare Battisti é um escárnio. Fala em "ditadura sanguinária". Ao que eu saiba a história do Brasil registra como ditadura sanguinária o período entre 1964 e 1984, quando os militares governaram o País após derrubar um governo constitucional e a soldo de potência estrangeira.

O sangue corria nos porões da ditadura sob a batuta de carniceiros como Torres de Mello, Brilhante Ustra e outros mais. Tortura, estupros, assassinatos, todo o repertório de barbaridades possíveis e impossíveis com tecnologia made in USA, made in Israel.

No curso da semana passada uma juíza federal em São Paulo mandou arquivar representações do Ministério Público que pediam a apuração de crimes cometidos pela ditadura. Declarou-os prescritos à luz da legislação brasileira. O Ministério Público fala em recursos a cortes internacionais. É fundamental que sejam apresentados e possa ser revelada a história de horror e boçalidade da ditadura militar.

Há bem mais que simples tentativa de rotular Cesare Battisti como "terrorista" na reação ao ato do ministro da Justiça Tarso Genro. Há todo um processo voltado para criar obstáculos ao governo Lula no seu todo e abrir espaços para o retorno da ditadura na sua forma "democrática" , ou seja, tucana. Mais claro ainda, josé serra ou aécio neves (a FIFA deveria lançar um concurso para que os internautas do mundo escolhessem entre ele e Diego Maradona quem leva o troféu).

A mídia brasileira só o é no nome. A totalidade das grandes empresas de comunicação serve a interesses dos grupos econômicos que tentam arrematar a compra do Brasil. O maior grupo de comunicação do País, o grupo GLOBO, foi constituído com capitais de grupos estrangeiros, representa interesses estrangeiros e é hoje o responsável pela mistificação dos fatos - quaisquer que sejam eles - no afã de vender o modelo ande de quatro, mas compre tênis Nike e pense que é gente.

A classe média é um terreno fértil para isso.

A decisão de outro juiz federal excluindo o ex-ministro José Dirceu de um dos processos sobre o "mensalão", está servindo de pretexto para pretensas campanhas em favor da moralidade no trato da coisa pública, quando imoral é o presidente do supremo tribuna federal, gilmar mendes, ex-integrante do governo tucano de FHC. E foi só uma decisão técnica.

A expressão "exagerado" com que o governador de São Paulo josé serra referiu-se ao ato do ministro Tarso Genro, saiu envergonhada e tímida, pois Serra foi um refugiado político e só por ter conseguido esse status continua vivo, do contrário teria sido morto pela ditadura Pinochet no Chile.

Para ser tucano é necessário não ter caráter. É pré-requisito ser amoral.

A posição do governo brasileiro diante do genocídio praticado por tropas nazi/sionistas de Israel contra o povo brasileiro desagrada a fascistas daqui, no caso boa parte dos militares de 1964 e muitos da ativa.

Fascismo tem um código genético e esse gene costuma estar presente em boa parte dos militares em qualquer parte do mundo.

Para essa gente Cesare Battisti é apenas o pretexto para vender a idéia que temos um governo irresponsável que protege terroristas. Fazem o jogo dos grandes grupos econômicos, vale dizer, do crime legalizado.

Gente como Ermírio de Moraes que gera o seu "progresso" e garante os "empregos" em suas empresas destruindo o ambiente, grilando terras indígenas, de pequenos trabalhadores rurais e pegando dinheiro público, o que quer dizer do cidadão comum.

O imposto dele ele sonega. Só o Banco Itaú, o tal que é bem administrado, deve cerca de cem milhões de reais à previdência social. Seus bons administradores deveriam estar na cadeia.

As declarações do presidente Lula em Caracas afirmando que a decisão sobre o terceiro mandato do presidente Chávez é do povo venezuelano e que é necessário respeitar a cultura e a auto determinação de cada povo, revoltou os grandes do crime legalizado (bancos, empresas, latifúndio), de olho na retomada que desejam do petróleo venezuelano. Foi com ele a serviço do povo que Chávez erradicou o analfabetismo, criou condições de excelência para a saúde, está dando moradia a seu povo e abriu espaços a ampla participação popular.

No documentário "a revolução não será televisionada" , numa reunião de golpistas, os senhores e senhoras das classes altas e médias são alertados sobre os riscos que representam "empregados domésticos". Troque isso por trabalhadores.

Todo esse conjunto de fato desemboca em 2010.

Em desacreditar o governo. Em criar condições que coloquem em risco o projeto de eleger o governador paulista josé serra e garantir os "negócios" e a escritura do Brasil, paga antecipadamente em grossas propinas durante o governo de fernando henrique cardoso,

Lula não é o governo dos sonhos e muitas das dificuldades que enfrenta, a despeito da alta popularidade, decorrem dos seus equívocos. Travestiu-se de messias, mas mantém uma dignidade que nem serra, nem fernando henrique, nem aécio, nem qualquer sobrevivente da ditadura militar ou o presidente do clube militar têm.

Deixou de lado os movimentos sociais e enveredou por um esdrúxulo "capitalismo a brasileira" - expressão de Ivan Pinheiro - no pressuposto que daria dez passos à frente, na verdade não deu três e corre o risco de ser atropelado e ter que recuar onze.

Os três passos dados, no entanto, são de capital importância para que se assegure o mínimo de perspectivas para a construção de um modelo político e econômico diverso desse que está aí.

A investida sem sentido e sem qualquer amparo do ministro - vá lá - gilmar mendes contra o ato do ministro da Justiça cumpre um papel. Não cabe ao stf apreciar o ato de Tarso e nem cabe a gilmar opinar sobre ele. gilmar é uma espécie de peão graduado nesse jogo e já recebeu sua recompensa na cidade ontem tem "negócios".

O que está acontecendo neste momento é mais ou menos como o mocinho cercado de bandidos por todos os lados e num desfiladeiro, quase sem balas. O dito atira uma pedra para um lado, os bandidos atiram para lá e ele corre para outro, pega os bandidos por trás e entrega todos ao xerife.

Só que os mocinhos aqui, os vendidos pela mídia, os heróis do pedro bial, são os bandidos.

Cesare Battisti é mero pretexto, como pretexto foi a queda do avião da TAM, como pretexto falso foi o dossiê de compra de votos que levou um pastel como geraldo alckimin a um segundo turno (os tucanos já o usaram e já o jogaram na lata de lixo) e tantos outros. Crime foi soltar os pilotos norte-americanos do avião que se chocou contra um avião da GOL e vitimou centenas de brasileiros. Crime foi colocar um bandido como Daniel Dantas na rua.

A nota do clube militar se insere nesse contexto de transformação do Brasil em dócil colônia do capital estrangeiro. Um dos representantes da família Agnelli, próxima de Mussolini, beneficiada e parceira de Mussolini, é o presidente da VALE, doada por fernando henrique e quer "medidas de exceção" para suspender direitos trabalhistas garantindo os "negócios".

É isso que os bandidos estão fazendo travestidos de mocinhos. Jogam a pedra para um lado, mas para os brasileiros imaginarmos que estão com o peito estufado de patriotismo - "o último refúgio dos canalhas" - e metem a mão do outro lado.

Ditadura sanguinária que eu saiba foi a de 1964 e essa história precisa ser toda contada para que as gerações posteriores possam conhecer o verdadeiro caráter desses assassinos.

Não estão preocupados com Cesare Battisti. Preocupam-se com os "negócios" e suas gordas comissões, ou seus delírios "patrióticos" manchados de sangue e barbárie.

Faz parte da guerra global. É aceitar andar de quatro ou lutar.

Vem aí Barak ex-Hussein Obama com um tubo cheio de vaselina e um monte de gibi sobre um novo mundo. E está aí a GLOBO, como está aí o clube militar pronto para entregar o que falta entregar. Tudo colorido para enganar trouxa.

Forum Social Mundial - 2009 - Belem do Pará

Fórum deve reunir 120 mil pessoas e ter 2,6 mil atividades


O Brasil vai voltar a ser palco do maior encontro da sociedade civil e movimentos sociais do planeta. A partir do próximo dia 27, Belém, capital do Pará, vai abrigar a nona edição do Fórum Social Mundial (FSM) — que deve reunir 120 mil participantes, de acordo com a organização do evento. Os investimentos na cidade para a reunião devem chegar a mais de R$ 100 milhões.


Até sexta-feira (16), as inscrições para a edição de Belém passavam de 82 mil, segundo o sociólogo Cândido Grybowski, diretor do Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas). “As pessoas que moram na cidade fazem a inscrição na hora”, conta.

Segundo Grybowski — que é um dos fundadores do FSM e o organizador da etapa 2009, “Belém já está no clima do fórum. É um espaço aberto — nós não queremos muralhas como nas reuniões do G8, que nos protege do lugar onde estamos. Nós queremos integração com a cidade”.

Eventos

Estão previstas mais de 2,6 mil atividades, a maioria autogestionadas (organizadas pelos próprios participantes). As assembléias, oficinas, cerimônias, atividades culturais e os seminários serão concentrados nas Universidades Federal do Pará (UFPA) e na Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), mas devem tomar as ruas de Belém, como na caminhada de abertura, prevista para a tarde do primeiro dia do Fórum.

Considerado o principal contraponto ao Fórum Econômico Mundial, que acontecerá paralelamente em Davos, na Suíça, o FSM não deverá concentrar a discussão apenas sobre a crise financeira internacional. Também estarão na ordem do dia as crises ambiental e de segurança alimentar, que justificam inclusive a escolha de uma sede amazônica para o Fórum, segundo Grzybowski.

“Por causa da crise climática, decidimos realizar o Fórum no lugar que é grande patrimônio mundial. A Amazônia está no centro desse debate e não pode ser vista como um poço de gás carbônico. Queremos mostrar que é um território humanizado, cheio de alternativas. Assim como Chico Mendes mostrou o lado social da Amazônia ao mundo, vamos expressar o socioambiental, que é o grande desafio”, apontou.

Definido como um evento apartidário e sem ligação com governos, o FSM não deixa de ser uma oportunidade política — e não será diferente em Belém, principalmente para as lideranças regionais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já confirmou a ida ao Fórum — e deve encontrar os colegas de continente Hugo Chávez, da Venezuela, Evo Morales, da Bolívia, Fernando Lugo, do Paraguai, e a chilena Michele Bachelet.

Os participantes

Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), o participante do fórum tem um perfil específico: a maioria é jovem e com alto grau de instrução. A pesquisa foi feita entre as edições de 2003 (Porto Alegre) e 2007 (Nairóbi) com 14 mil participantes.

Nesse período, pelo menos 56% dos participantes tinham até 35 anos. O índice mais alto de participação da juventude foi em Porto Alegre, em 2003, com 70% dos participantes com até 35 anos.

Outra característica do público verificada na pesquisa foi o alto nível de escolaridade. Em todas as edições pesquisadas, a parcela de participantes com curso superior completo foi no mínimo de 73%. A edição de 2007, no Quênia, registrou o maior número de participantes com nível superior: 81%.

Para Cândido Grzybowski, a edição de Belém será a “mais popular” de todas. “Nunca teve tanto indígena, quilombola, ribeirinho, extrativista, pescador. Vai ter uma mudança de perfil. Na verdade sempre há, mas desta vez será mais radical. A elite da militância vai continuar vindo, talvez caiam os grupos intermediários. E vêm esses grupos de base da Amazônia.”

O Fundo de Solidariedade do Fórum vai financiar a vinda de participantes que não podem arcar com os custos da viagem. A prioridade são os povos originários e tradicionais da região, como indígenas, quilombolas, ribeirinhos e minorias. Esse fundo é financiado por organizações nacionais e internacionais.

Outra conclusão do estudo do Ibase é que a maioria dos participantes é do próprio país em que está sendo realizado o fórum ou de regiões vizinhas. Em todas as edições pesquisadas, entre 69% e 92% dos participantes eram do país-sede ou de nações próximas.

História

O Fórum Social Mundial é promovido sempre em janeiro, na mesma data em que ocorre o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça. É por essa razão que o evento, no início, era conhecido com anti-Davos. Promovido por um comitê internacional formado por organizações da sociedade civil e movimentos sociais de todo o planeta, o FSM tem como slogan “um outro mundo é possível”.

A Carta de Princípios do fórum o define como "um espaço aberto de encontro para o aprofundamento da reflexão, voltado para o debate democrático de idéias e a formulação de propostas para superar o processo de empobrecimento gerado pela globalização”. O evento é considerado “altermundista”, já que busca uma nova ordem econômica e social para todo o planeta.

Realizado em Porto Alegre em 2001, 2002, 2003 e 2005, o FSM passou pela Índia, em 2004. Em 2006, o fórum foi realizado em três países simultaneamente — Mali (África), Paquistão (Ásia) e Venezuela (América). Em 2007, voltou a ser centralizado, dessa vez no Quênia (África). Já no ano de 2008, o fórum não teve um epicentro. Foi transformado em um Dia de Ação de Mobilização Global (26 de janeiro), com eventos simultâneos — cerca de 800 atividades e manifestações autogestionadas —, em 82 países.

O número de participantes cresce a cada edição. Na primeira edição, em 2001, foram 20 mil participantes. Nas duas seguintes o evento reuniu respectivamente 50 mil e 100 mil pessoas. O recorde foi em 2005, em Porto Alegre, com 155 mil participantes.

Créditos: Vermelho

Dizeres de Deepak Chopra....

Somos as únicas criaturas na face da terra capazes de mudar nossa biologia pelo que pensamos e sentimos!

Nossas células estão constantemente bisbilhotando nossos pensamentos e sendo modificados por eles.

Um surto de depressão pode arrasar seu sistema imunológico; apaixonar-se, ao contrário, pode fortificá-lo tremendamente.

A alegria e a realização nos mantém saudáveis e prolongam a vida. A recordação de uma situação estressante libera o mesmo fluxo de hormônios destrutivos que o estresse.

Quem está deprimido por causa da perda de um emprego projeta tristeza por toda parte no corpo - a produção de neurotransmissores por parte do cérebro reduz-se, o nível de hormônios baixa, o ciclo de sono é interrompido, as plaquetas sanguíneas ficam mais viscosas e mais propensas a formar grumos e até suas lágrimas contêm traços químicos diferentes das lagrimas de alegria.

Todo este perfil bioquímico será drasticamente alterado quando a pessoa encontra uma nova posição. Isto reforça a grande necessidade de usar nossa consciência para criar os corpos que realmente desejamos. A ansiedade por causa de um exame acaba passando, assim como a depressão por causa de um emprego perdido.

O processo de envelhecimento, contudo, tem que ser combatido a cada dia."nós somos feitos da mesma matéria dos sonhos."você quer saber como esta seu corpo hoje? Lembre-se do que pensou ontemquer saber como estará seu corpo amanhã? Olhe seus pensamentos hoje! Ou você abre seu coração, ou algum cardiologista o fará por você!

sábado, 17 de janeiro de 2009

Documentário sobre a ocupação israelense na Palestina



Occupation 101: Vozes da Maioria Silenciada

Eduardo Galeano: "Quem deu a Israel o direito de negar todos os direitos?"


Do blog RsUrgente

Eduardo Galeano (*)

Este artigo é dedicado a meus amigos judeus assassinados pelas ditaduras latinoamericanas que Israel assessorou.

Para justificar-se, o terrorismo de estado fabrica terroristas: semeia ódio e colhe pretextos. Tudo indica que esta carnificina de Gaza, que segundo seus autores quer acabar com os terroristas, acabará por multiplicá-los.

Desde 1948, os palestinos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem nem respirar sem permissão. Perderam sua pátria, suas terras, sua água, sua liberdade, seu tudo. Nem sequer têm direito a eleger seus governantes. Quando votam em quem não devem votar são castigados. Gaza está sendo castigada. Converteu-se em uma armadilha sem saída, desde que o Hamas ganhou limpamente as eleições em 2006. Algo parecido havia ocorrido em 1932, quando o Partido Comunista triunfou nas eleições de El Salvador. Banhados em sangue, os salvadorenhos expiaram sua má conduta e, desde então, viveram submetidos a ditaduras militares. A democracia é um luxo que nem todos merecem.

São filhos da impotência os foguetes caseiros que os militantes do Hamas, encurralados em Gaza, disparam com desajeitada pontaria sobre as terras que foram palestinas e que a ocupação israelense usurpou. E o desespero, à margem da loucura suicida, é a mãe das bravatas que negam o direito à existência de Israel, gritos sem nenhuma eficácia, enquanto a muito eficaz guerra de extermínio está negando, há muitos anos, o direito à existência da Palestina.

Já resta pouca Palestina. Passo a passo, Israel está apagando-a do mapa. Os colonos invadem, e atrás deles os soldados vão corrigindo a fronteira. As balas sacralizam a pilhagem, em legítima defesa.

Não há guerra agressiva que não diga ser guerra defensiva. Hitler invadiu a Polônia para evitar que a Polônia invadisse a Alemanha. Bush invadiu o Iraque para evitar que o Iraque invadisse o mundo. Em cada uma de suas guerras defensivas, Israel devorou outro pedaço da Palestina, e os almoços seguem. O apetite devorador se justifica pelos títulos de propriedade que a Bíblia outorgou, pelos dois mil anos de perseguição que o povo judeu sofreu, e pelo pânico que geram os palestinos à espreita.

Israel é o país que jamais cumpre as recomendações nem as resoluções das Nações Unidas, que nunca acata as sentenças dos tribunais internacionais, que burla as leis internacionais, e é também o único país que legalizou a tortura de prisioneiros.

Quem lhe deu o direito de negar todos os direitos? De onde vem a impunidade com que Israel está executando a matança de Gaza? O governo espanhol não conseguiu bombardear impunemente ao País Basco para acabar com o ETA, nem o governo britânico pôde arrasar a Irlanda para liquidar o IRA. Por acaso a tragédia do Holocausto implica uma apólice de eterna impunidade? Ou essa luz verde provém da potência manda chuva que tem em Israel o mais incondicional de seus vassalos?

O exército israelense, o mais moderno e sofisticado mundo, sabe a quem mata. Não mata por engano. Mata por horror. As vítimas civis são chamadas de “danos colaterais”, segundo o dicionário de outras guerras imperiais. Em Gaza, de cada dez “danos colaterais”, três são crianças. E somam aos milhares os mutilados, vítimas da tecnologia do esquartejamento humano, que a indústria militar está ensaiando com êxito nesta operação de limpeza étnica.

E como sempre, sempre o mesmo: em Gaza, cem a um. Para cada cem palestinos mortos, um israelense. Gente perigosa, adverte outro bombardeio, a cargo dos meios massivos de manipulação, que nos convidam a crer que uma vida israelense vale tanto quanto cem vidas palestinas. E esses meios também nos convidam a acreditar que são humanitárias as duzentas bombas atômicas de Israel, e que uma potência nuclear chamada Irã foi a que aniquilou Hiroshima e Nagasaki.

A chamada “comunidade internacional”, existe? É algo mais que um clube de mercadores, banqueiros e guerreiros? É algo mais que o nome artístico que os Estados Unidos adotam quando fazem teatro?

Diante da tragédia de Gaza, a hipocrisia mundial se ilumina uma vez mais. Como sempre, a indiferença, os discursos vazios, as declarações ocas, as declamações altissonantes, as posturas ambíguas, rendem tributo à sagrada impunidade.

Diante da tragédia de Gaza, os países árabes lavam as mãos. Como sempre. E como sempre, os países europeus esfregam as mãos. A velha Europa, tão capaz de beleza e de perversidade, derrama alguma que outra lágrima, enquanto secretamente celebra esta jogada de mestre. Porque a caçada de judeus foi sempre um costume europeu, mas há meio século essa dívida histórica está sendo cobrada dos palestinas, que também são semitas e que nunca foram, nem são, antisemitas. Eles estão pagando, com sangue constante e sonoro, uma conta alheia.

(*) Texto publicado originalmente no jornal Brecha. (Tradução: Katarina Peixoto)

Tarancón - Bom Dia (1980)




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Créditos: UmQueTenha

www.revistaforum.com.br

O pós-altermundismo e os desafios das lutas globais

Por Douglas Estevam

Seattle, novembro de 1999, mais de 50 mil manifestantes bloqueiam a cidade estadunidense e suspendem a abertura da chamada Rodada do Milênio de negociações da OMC. A “Batalha de Seattle”, como o episódio seria imortalizado na memória de milhares de homens e mulheres em todo o mundo, foi o ponto culminante de uma reação que há tempos vinha se configurando de forma difusa contra o “pensamento único” que marcava a sociedade capitalista pós-guerra fria. O movimento mundial antiglobalização começava a ganhar contornos mais definidos que resultariam na primeira edição do Fórum Social Mundial, em janeiro de 2001.

O altermundismo tem em Bernard Cassen um de seus maiores intérpretes. Em seu livro Tudo começou em Porto Alegre, publicado na França em 2003, Cassen conta como nasceu a idéia do Fórum e como ela ganhou forma. Na época, ele era presidente da Attac França, associação criada por ele junto com Ignacio Ramonet, então diretor-geral do jornal Le Monde Diplomatique.

Às vésperas de mais uma edição do FSM, Bernard Cassen, professor emérito do Instituto de Estudos Europeus da Universidade de Paris 8 e secretário-geral da associação Mémoire des Luttes, apresenta sua visão do percurso do movimento, suas dificuldades e desafios, e expõe as proposições para um movimento pós-altermundista.

Fórum – Segundo suas análises, o capitalismo vive uma crise sistêmica que provoca fortes contradições em seu interior. Que elementos caracterizam isso?

Bernard Cassen –
A crise que o capitalismo vem atravessando em sua fase neoliberal acumula várias dimensões: a financeira, monetária, alimentar e energética. Ela provoca contradições dentro do sistema e coloca em xeque a hegemonia dos EUA e do Consenso de Washington, principalmente na América Latina, onde figuras progressistas chegaram ao poder. O recurso às nacionalizações feito por governos tão liberais quanto os de Londres e Washington, o definhamento das instituições financeiras internacionais, a emergência de uma nova correlação de forças mundial multipolar, o peso econômico e geopolítico dos países que integram o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), as guerras no Cáucaso, os fracassos no Iraque e no Afeganistão, as tensões com o Irã e a evolução de regimes políticos nacionais para formas autoritárias na Europa são mudanças que nos levam a perguntar se o conceito que o neoliberalismo representava nos anos 90, englobando uma simbiose entre política (governos, instituições multilaterais e elites), economia (atores de mercado, instituições bancárias e financeiras) e ideologia (imprensa), ainda tem atualmente a mesma pertinência.
A crise multiforme que estamos vivendo atualmente mostra a falência total das políticas neoliberais e a necessidade do retorno do Estado como garantia de sobrevivência da economia e da manutenção de um mínimo de coesão social. Paradoxalmente, esta crise, que já vem se aprofundando há algum tempo e poderia ter reforçado o “movimento dos movimentos”, provocou seu enfraquecimento.

Fórum – Por que houve este enfraquecimento do movimento? Quais são as consequências destas alterações do sistema?

Cassen –
Nós não podemos falar de um “programa” do movimento altermundista. A noção de um programa é estranha ao altermundismo, como nós vimos em relação ao acolhimento hostil reservado ao Manifesto de Porto Alegre¹. O movimento foi de início batizado de “anti”, antes de se tornar um movimento “alter”, quer dizer, propositivo. Apesar desta evolução semântica, sua cultura de base comum é de oposição, de reivindicações apresentadas aos governos e instituições internacionais, de contrapoder. Tudo se passa como se a maior parte dos componentes do movimento tivessem interiorizado um estatuto de eternos opositores, o que os levou a conduzir somente campanhas bem precisas (contra o Banco Mundial, FMI, OMC, dívida, Alca, reivindicações de povos indígenas etc.) sobre as quais vitórias setoriais e parciais podem ser obtidas. Mas, de uma campanha a outra, os parceiros são diferentes, como o são os arcos políticos e geográficos, o que impede qualquer visão global, salvo em termos de grandes princípios suficientemente largos aos quais todo mundo possa aderir.

Fórum – Mas esta diversidade de organizações participantes não é uma das maiores conquistas do altermundismo?

Cassen –
O primeiro sucesso do altermundismo é, sem nenhuma dúvida, o de ter permitido tais aproximações e ligações, do nível nacional ao internacional, e de assim ter feito emergir um léxico mundial comum para caracterizar os estragos da globalização liberal. Para alguns, com efeito, é preciso continuar a produzir proposições, mas sem ir mais longe, em particular sem estabelecer uma organização que poderia se assemelhar a algo com um programa político. A questão da relação com o poder e o Estado é um “buraco negro” da reflexão coletiva do “movimento dos movimentos”, pois esta questão o dividiria. Como ele funciona na base do consenso, não se faz essa discussão. Para a maior parte das organizações, ela já foi excluída pelo princípio da autonomia dos movimentos sociais e em razão de sua heterogeneidade.
Há dez anos, quando se formou este movimento, com o nascimento da Attac, os eventos de Seattle, o FSM de Porto Alegre etc., só a Venezuela estava engajada em um profundo processo de transformação social conduzido por Hugo Chávez. Mas, nesta época, a Revolução Bolivariana tinha uma projeção internacional fraca. Ela estava absorvida por seus problemas internos e lutava pela sua sobrevivência face ao golpe de Estado político-militar de abril de 2002 e ao golpe petroleiro de dezembro do mesmo ano.

Fórum – O que a Revolução Bolivariana apresenta de diferença em relação aos processos desenvolvidos pelo altermundismo?

Cassen –
A Revolução Bolivariana coloca um problema inédito para o movimento que, na sua curta história, só tinha tido a sua frente governos hostis: como se comportar frente a um governo que pratica políticas abertamente antiliberais, precisamente aquelas que muitas organizações reclamam nos Fóruns? A eleição de Lula em 2002 não tinha suscitado as mesmas interrogações pois ele não tinha prometido mudanças revolucionárias e tinha continuado no quadro das normas do sistema neoliberal, tanto que foi a Davos. Com Chávez tem-se outra situação porque, com ele, nós estamos na presença de uma vontade de ruptura com o sistema dominante. Vemos chegar ao poder na América Latina um governo que saiu de bases populares praticando, com altos e baixos, políticas concretas de ruptura com o neoliberalismo, que apresentam os fundamentos de “um outro mundo possível”, começando pelo acesso de todos à educação e à saúde. Os processos que se desenvolvem na América Latina oferecem uma singularidade: eles são realizados por movimentos sociais e por forças políticas que, com formas de organização inéditas, se consolidam e se redefinem mutuamente. Estes governos progressistas fixam objetivos e colocam em prática ações que já tinham sido propostas por diferentes participantes do movimento altermundista.

Fórum – Como o movimento altermundista reagiu a esta experiência?

Cassen –
Eu me lembro que no FSM de janeiro de 2001 não tinha praticamente nenhum venezuelano. E é somente a partir de 2003 que Chávez ganha espaço político e surge um movimento internacional de solidariedade com a Venezuela. Abrimos discretamente espaço para que Chávez viesse a Porto Alegre em janeiro de 2003, mas sua intervenção pública se fez fora do Fórum e sem o apoio – é o mínimo que se pode dizer – do comitê organizador brasileiro, com exceção dos representantes da CUT e do MST. Chegando a Porto Alegre, o presidente venezuelano foi acolhido com entusiasmo pela massa de participantes do Fórum, e o embaraço foi geral no seio do comitê e do Conselho Internacional (CI) do FSM. Os responsáveis pelas principais organizações se prendiam à doutrina oficial, consignada na Carta de Princípios do Fórum, de autonomia dos movimentos sociais em relação aos governos, de todos os governos, sejam eles de esquerda ou de direita. Alguns tentaram, além disso, justificar suas reservas com motivos diretamente inspirados nas campanhas midiáticas dominantes, fiéis à propaganda americana: Chávez é um militar, ele deu um golpe de Estado, ele é autoritário, populista etc. Nós encontramos a mesma situação quando Chávez voltou a Porto Alegre em 2005 e foi ovacionado em um Gigantinho prestes a explodir.

Fórum – E, para além do FSM, o que as experiências latino-americanas significam para o altermundismo?

Cassen –
Chávez incomoda porque coloca os altermundistas contra o muro. Em 2006, quando recebeu os representantes dos movimentos sociais no Fórum de Caracas, ele lhes disse, em substância: eu entendi suas reivindicações, estou de acordo com elas e coloco em prática suas proposições. E vocês, o que fazem em relação a estas reivindicações? Ninguém podia dar uma resposta enquanto membro do movimento. O altermundismo apresenta uma dificuldade estrutural em pensar sua relação com a esfera política, em sua dimensão relativa aos partidos, instituições e governos. A chegada ao poder de Evo Morales na Bolívia e de Rafael Correa no Equador, os dois decididos a engendrar processos de profundas transformações sociais, torna o problema das relações entre governos e movimentos sociais ainda mais agudo. E é a partir desse momento que começamos a refletir sobre a necessidade, para os componentes mais radicais do movimento altermundista, de superar uma etapa e adotar uma iniciativa que nós qualificamos de pós-altermundismo.

Fórum – Quais as características desse pós-altermundismo?

Cassen –
Uma nova situação exige novas reações. O altermundismo precisa fazer uma redefinição de suas formas de existência e da elaboração de respostas programáticas e políticas face a um novo ciclo histórico de um capitalismo muito mais diversificado que o do período anterior. É este o sentido das iniciativas que estamos chamando de pós-altermundismo, do qual um dos eixos é a procura de novos espaços e formas de articulação entre movimentos sociais, forças políticas e governos conduzindo combates comuns. Nós temos um exemplo concreto disso, o único aliás, com a Alba, que agrupa a Bolívia, Cuba, República Dominica, Honduras, Nicarágua e Venezuela. As suas estruturas comportam não somente governos, mas também um Conselho de Movimentos Sociais, dotado de importantes responsabilidades. Além disso, movimentos de países não membros da Alba podem participar. É, com efeito, um exemplo concreto de afirmação da vontade política face às finanças, claro que longe de ser perfeito, mas tem sua existência como um exemplo. Este caso e os resultados que ele tem proporcionado obrigam o movimento altermundista a se colocar uma questão até hoje tabu: devemos – e se sim, como – ganhar espaços políticos concretos para transformá-los? Devemos nos contentar em influenciá-los ou devemos integrá-los e contribuir para sua renovação? A Alba é a primeira estrutura internacional relevante do pós-altermundismo, mesmo que ela não se defina assim.

Fórum – Como o pós-altermundismo se relacionaria com o altermundismo?
Cassen – Estas configurações emergentes constituem um ponto de apoio para iniciarmos uma nova etapa na construção de uma estratégia de transformação global. Com respeito à autonomia de cada um, precisamos encontrar novas formas e novos espaços de articulação entre movimentos sociais, forças políticas e governos. Esta iniciativa pós-altermundista não concorre com o movimento altermundista cuja força propulsora está longe de ser esgotada e ao qual nós continuamos mais que nunca a dar nosso apoio efetivo. Esses novos espaços permitiriam o desenvolvimento de uma relação dialética entre os movimentos e os atores institucionais, uma reflexão dinâmica e prática em torno de questões chave que estão postas, a cada período da história, a todos os movimentos de emancipação: o poder, sua conquista e sua transformação, a democracia e sua construção política, social e econômica.

¹ Também chamado de Carta de Porto Alegre, trata-se de um sumário de doze propostas que tem como objetivo construir um “outro mundo possível”, lema do Fórum Social Mundial. Ele se divide em três partes: economia, paz e justiça, e democracia. Boaventura doi um dos signatários do documento.

Por Douglas Estevam, de Paris

50 anos depois... O mesmo desafio de fazer a Revolução






Lázaro Barredo Medina

Cuba
"A tirania foi derrubada. A alegria era imensa. Contudo, ainda faltava muita coisa a fazer. Não nos enganemos pensando que agora tudo será mais fácil; talvez, a partir de agora, tudo seja mais difícil".

Essas foram as palavras ditas por Fidel Castro ao povo no dia em que entrou em Havana, em 8 de janeiro de 1959. Muitos não imaginaram o imenso desafio que teriam perante si.

Poucos dias depois, Fidel proclamou o direito à autodeterminação nas relações com os Estados Unidos e isso foi suficiente para iniciarem imediatamente as agressões, os planos de atentados contra ele e para a irritação dos políticos norte-americanos, sendo prova disso os discursos e artigos da época, como por exemplo, o editorial da revista Time, porta-voz dos setores mais conservadores, intitulado "O neutralismo de Fidel Castro é um desafio para os EUA". Nem neutros podiam ser os cubanos diante dos Estados Unidos.

O triunfo da Revolução, em janeiro de 1959, significou para Cuba a possibilidade real, pela primeira vez na sua história, de exercer o direito à livre determinação. Desde esse momento, nem o presidente, nem o Congresso, nem os embaixadores dos EUA puderam decidir o que se podia ou não fazer em Cuba. Acabou a amarga dependência, pela qual, os governantes norte-americanos e seus embaixadores dispunham de um poder muitas vezes maior para decidir em Cuba, que o poder real que tinham para tomar decisões dentro do governo federal dos EUA, em relação a quaisquer dos 50 estados que formam a União.

Foi precisamente em exercício deste direito que, depois de conquistada a independência nacional, começou logo a aplicação do programa anunciado por Fidel no julgamento do Moncada, em 1953, e inserido na sua histórica alegação A História me Absolverá.

Cuba estabeleceu o sistema econômico e social que considerou mais justo e a um Estado socialista com democracia participativa, igualdade e justiça social.

Nessa época, a economia do país caracterizava-se por um escasso desenvolvimento industrial, dependendo fundamentalmente da produção açucareira e de uma economia agrícola concentrada nos latifúndios, onde os latifundiários controlavam 75% do total das áreas agrícolas.

A maior parte da atividade econômica do país e seus recursos minerais eram controlados por capitais norte-americanos, que dispunham de 1,2 milhão de hectares de terra (uma quarta parte do território produtivo), além de controlar a parte fundamental da indústria açucareira, a produção de níquel, as refinarias de petróleo, os serviços de eletricidade e de telefone, a maior parte do crédito bancário, e outros.

O mercado estadunidense abrangia, aproximadamente, 70% das exportações e importações cubanas, sendo os volumes do intercâmbio comercial muito dependentes: Em 1958, Cuba exportava produtos avaliados em 733 milhões de pesos e importava a 777 milhões.

A situação social existente caracterizava-se pelo elevado desemprego e analfabetismo, o sistema de saúde, a assistência social e o estado das moradias da maior parte da população eram precários, e existiam abismais diferenças nas condições de vida entre a cidade e o campo. Existia uma elevada polarização e distribuição desigual das receitas: em 1958, 50% da população dispunha apenas de 11% das receitas e 5% concentrava 26% das rendas. Além disso, a discriminação racial e da mulher, a mendicidade, a prostituição e a corrupção social e administrativa se tinham propalado.

A inadiável solução dos problemas sociais e econômicos mais urgentes da sociedade cubana apenas podiam encarar-se com a livre disposição das riquezas e recursos naturais, e, assim, sob o amparo da Constituição, aprovada em 1940, e conforme as normas do Direito Internacional, Cuba exerceu o direito de dispor desses recursos e assumiu as obrigações derivadas disso, indenizando todos os recursos nacionais de terceiros países (Canadá, Espanha, Inglaterra, etc) excetuando os nacionais dos Estados Unidos, cujo governo rejeitou as disposições cubanas e converteu esta decisão do Estado cubano num pretexto para desencadear uma guerra sem precedentes na história das relações bilaterais entre duas nações.

A Revolução não só entregou a propriedade da terra aos camponeses, que até esse momento eram submetidos a condições semi-feudais de produção e obrigados a viverem na extrema pobreza, mas também, os recursos que o país tinha, foram destinados ao desenvolvimento econômico da nação e à melhora das condições materiais e de vida da população. Para termos uma idéia, na década de 80, foram destinados aproximadamente 60 bilhões de pesos à construção de unidades produtivas e de obras sociais.

O processo de industrialização implementado permitiu o início da diversificação econômica e produtiva. Até o início da crise econômica, resultante do colapso da União Soviética e do bloco socialista europeu, entre 1989 e 1991, chamada de período especial em Cuba, aumentou em 14 vezes a capacidade de produção de aços; em seis vezes, a produção de cimento; em quatro vezes, a produção de níquel; em dez vezes, a de fertilizantes; em quatro vezes, a de refinação de petróleo (sem contar a nova refinaria de Cienfuegos); em sete vezes, a produção de têxteis; em três vezes, o turismo, para apenas mencionar alguns setores. Também foram criados novos setores e novas indústrias, como a indústria da construção de maquinarias, a mecânica, a eletrônica, a produção de equipamentos médicos, a indústria farmacêutica, a indústria de materiais da construção, a indústria do vidro, da cerâmica, e outras. A isso se somam os investimentos com que aumentaram e modernizaram as indústrias açucareira, alimentícia e dos têxteis. A esse esforço une-se o desenvolvimento da biotecnologia e da engenharia genética, e outros ramos científicos.

O país também melhorou a infra-estrutura. A geração de eletricidade aumentou em mais de oito vezes, a capacidade de água armazenada aumentou em 310 vezes, de 19 milhões de metros cúbicos em 1958, atualmente é de acima dos 9 bilhões. Também houve diversificação de estradas e rodovias, modernização dos portos e outros. As necessidades sociais foram satisfazendo-se, exceto a habitação, que é o grande problema cubano.

O progressivo crescimento e diversificação do potencial produtivo e a aplicação de um programa social permitiram enfrentar o desemprego. Em 1958, de 6 milhões de habitantes, por volta de um terço da população economicamente ativa estava desempregada, dela, 45% nas zonas rurais, enquanto de 200 mil mulheres empregadas, 70% trabalhava de doméstica. Atualmente, com 11 milhões de habitantes, o número de pessoas empregadas é de mais de 4,5 milhões. Mais de 40% dos trabalhadores são mulheres, representando mais de 60% da força técnica e profissional do país.

Em 1958, a cifra de analfabetos e semi-analfabetos atingia 2 milhões. A média de escolaridade entre as pessoas maiores de 15 anos não ultrapassava a terceira série, mais de 600 mil crianças não freqüentavam a escola e 58% dos professores não tinham emprego. Apenas 45,9% das crianças em idade escolar tinha matriculado e metade delas não freqüentava a escola, conseguindo terminar o ensino primário 6% das crianças matriculadas. As universidades mal tinham capacidade para 20 mil estudantes.

O setor da educação recebeu imediatamente a atenção do Estado revolucionário. O primeiro programa foi a campanha de alfabetização com a participação da população. Construiu-se uma ampla rede de escolas em todo o país e mais de 300 mil professores trabalham no setor. A média de nível escolar entre os maiores de 15 anos é de nona série. Os 100% das crianças em idade escolar matriculam nas escolas e os 98% terminam o ensino primário e 91%, o secundário. Um em cada 11 habitantes é universitário e um em cada oito têm algum nível de preparação técnico-profissional. Há 650 mil estudantes nas universidades e o ensino é gratuito. Além disso, 100% das crianças com deficiências físicas e mentais têm a possibilidade de se prepararem para a vida em escolas especiais.

Em 1958, a precária situação da saúde pública se caracterizava por uma mortalidade infantil que ultrapassava 60 em cada mil nascidos vivos e a mortalidade materna 118 mil em cada 10 mil. A taxa de mortalidade por gastrenterite era de 41,2 em cada cem mil e a de tuberculose 15,9 em cada cem mil. Nas zonas rurais, 36% da população padecia de parasitas intestinais, 31% malária, 14% tuberculose e 13% febre tifóide. A esperança de vida ao nascer era de 58,8 anos.

A capital do país tinha 61% dos leitos dos hospitais e 65% dos 6.500 médicos. No resto das províncias existia um médico em cada 2.378 habitantes e em todas as zonas rurais da nação existia apenas um hospital.

Atualmente, o atendimento médico é gratuito e Cuba dispõe de mais de 70 mil médicos, havendo um médico em cada 194 habitantes e quase 30 mil deles prestam serviços em mais de 60 países. Foi criada uma rede nacional de mais de 700 hospitais e policlínicas.

Em face da massificação da vacinação (neste momento, são aplicadas 13 vacinas em cada criança), foram virtualmente eliminadas doenças como a poliomielite, a difteria, o sarampo, a coqueluche, o tétano, a rubéola, a parotidite e a hepatite B. A mortalidade infantil é de 5,3 em cada mil nascidos vivos e a esperança de vida é de mais de 77 anos.

Também se prestam gratuitamente serviços médicos de alta tecnologia, que no âmbito internacional não são usualmente considerados básicos, como é o atendimento nas salas de cuidados intensivos nos hospitais pediátricos e de adultos, serviços de cirurgia cardiovascular, serviços de transplante, cuidados especiais de perinatologia, tratamento da insuficiência renal crônica, serviços especiais para a reabilitação física e mental, e outros.

Não só as medidas econômicas e sociais foram a prioridade do Estado revolucionário, mas também os esforços encaminhados a estabelecer a base jurídica interna que possibilitaria o exercício do direito à livre determinação, mediante uma participação direta da população na discussão, análise e aprovação das principais leis do país, entre as quais, a Constituição de 1976, aprovada por 97% dos cubanos maiores de 16 anos, mediante referendo ou outras leis importantes, como o Código Penal, o Código Civil, o Código da Família, o Código da Infância e da Juventude, o Código do Trabalho e da Previdência Social, etc.

Da mesma maneira, a livre determinação do povo cubano também se expressa no direito de defender a nação face à agressão exterior.

Atualmente, mais de quatro milhões de cubanos — trabalhadores, camponeses e estudantes universitários — estão organizados nas milícias em suas áreas de residência ou em suas fábricas e zonas rurais.

Desde 1959, Cuba teve que enfrentar a hostilidade de dez administrações norte-americanas, que pretenderam limitar o direito de livre determinação, mediante agressões e a imposição unilateral de um criminoso bloqueio econômico, comercial e financeiro.

É um princípio universalmente aceito da lei internacional, a proibição da coerção de um Estado contra outro, com o propósito de lhe negar o exercício de seus direitos soberanos. No artigo 24 da Carta das Nações Unidas, assinala-se que as nações deveriam se abster em suas relações internacionais da ameaça ou do uso da força contra a integridade territorial ou a independência política de qualquer Estado.

Durante os últimos 45 anos, os Estados Unidos proibiram o comércio com Cuba, inclusive, alimentos e medicamentos; cancelaram a cota cubana de exportação açucareira; seus cidadãos são proibidos, com fortes sanções, de viajarem à Ilha; proíbem a reexportação de produtos de origem estadunidense que tenham componentes ou tecnologia norte-americana de terceiros países a Cuba; proíbem os bancos em terceiros países de terem contas em dólares com Cuba ou de utilizarem essa divisa em suas transações com a nação cubana; intervêm sistematicamente para impedir ou obstaculizar o comércio e a outorga de financiamento ou ajuda a Cuba por governos, instituições e cidadãos de outros países e organismos internacionais.

Essas medidas obrigaram o nosso país, na década de 1960, a reorganizar suas relações econômicas de uma maneira estrutural, pois se viu obrigado a isso, diante das circunstâncias e por ter criado todos seus mercados fundamentais nos países da antiga Europa oriental, designadamente na ex-União Soviética, impelindo-o a uma reconversão quase total de toda a tecnologia industrial, meios de transporte e outros.

Depois que Cuba perdeu seus mercados naturais no Leste europeu, o governo norte-americano acirrou o bloqueio mediante a Lei Torricelli, em 1992, sob o pretexto da "democracia e dos direitos humanos" para proibir as subsidiárias estadunidenses, estabelecidas em terceiros países e sujeitas a leis dessas nações, de realizarem operações comerciais ou financeiras com Cuba (sobretudo em alimentos e medicamentos), punir com a proibição da entrada nos portos norte-americanos, por 180 dias, de todos os navios que transportem mercadorias para ou de Cuba, medidas que, por serem extraterritoriais, não só prejudicam Cuba, mas também a soberania de outras nações, bem como a liberdade internacional de transporte.

Em 12 de março de 1996, o governo dos Estados Unidos pôs em vigor a Lei Helms-Burton, que agravou as relações entre os dois países e pretendeu atribuir-se o direito de sancionar os cidadãos de terceiros países em cortes norte-americanas, ao passo que determinou sua expulsão ou a negação do visto de entrada nos Estados Unidos, com o objetivo de obstaculizar o esforço que realiza a nação cubana para recuperar sua economia e para conseguir uma maior inserção na economia internacional. O governo dos EUA pretendeu pressionar a população cubana para fazê-la abrir mão de seu empenho de conseguir a livre determinação.

Mais recentemente, os EUA adotaram o Plano Bush, que pretende tornar Cuba uma colônia, mediante um programa anexionista de intervenção, sob o pretexto de uma "transição", onde o Departamento de Estado responsabilizou um de seus dirigentes pela "direção" da nação, quando o Estado revolucionário desaparecer. Este Plano, pelo qual George W. Bush decidiu "precipitar o dia em que Cuba seja livre", acirra o bloqueio e a pressão sobre os cubanos, inclusive, reprime as relações familiares dos cubanos residentes nos Estados Unidos, entrega recursos milionários aos grupos terroristas de Miami, bem como a seus mercenários subordinados à Repartição dos Estados Unidos em Havana e promove fórmulas para desestabilizar o país e incrementar a pressão internacional sobre a Ilha.

Esta hostilidade norte-americana teve outras manifestações de agressão que inclui desde a agressão militar pela Baía dos Porcos, em 1961, a guerra suja dos bandos contra-revolucionários, apoiados e munidos militarmente pela Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos, a guerra bacteriológica contra as plantações (cana-de-açúcar, fumo e cítricos), animais (febre suína) e pessoas (dengue hemorrágica), até os planos de sabotagem, bombardeios, mediante o uso de aviões espias e atentados contra os principais dirigentes da Revolução.

É bem conhecido o trabalho que as organizações terroristas realizam na execução de ações militares contra Cuba, a partir do território norte-americano, promovidas e financiadas pelos meios de comunicação em Miami, que recrutam constantemente aventureiros dispostos a virem a Cuba como espiões para perpetrarem ações de sabotagem, que declaram abertamente que não têm receio de serem processados nem condenados pelas autoridades estadunidenses.

Essa é a causa pela qual jovens patriotas colocam os interesses da nação sobre os pessoais, sacrificando, inclusive, seus parentes, e se infiltram nos grupelhos terroristas. Dessa maneira, conseguem saber de suas atividades, evitando o derramamento de sangue do povo cubano e norte-americano. Eles estão dispostos a pagarem o preço da irracionalidade política do governo dos Estados Unidos, como acontece hoje com os Cinco heróis presos injustamente nos cárceres norte-americanos por lutarem contra o terrorismo.

A isso soma-se o aparelho militar criado pelos Estados Unidos contra Cuba e as constantes atividades contra nosso país, bem como a ocupação ilegal da base naval de Guantánamo em território cubano (que hoje é uma prisão terrorífica), pedaço de território ocupado em Cuba pelos Estados Unidos no início do século passado e que o governo norte-americano se nega a devolver ao povo cubano.

No início de 1990, depois do colapso da União Soviética, isolada e vilipendiada pela reação internacional, Cuba suportou o golpe da perda de seus mercados e demonstrou que podia brilhar com luz própria, porque pôde suportar essa conjuntura pela extraordinária prova de resistência da maioria da população cubana.

A população cubana decidiu apoiar consciente e conseqüentemente a direção política do país, não só porque identifica o sistema com seu próprio interesse, mas também pela maneira responsável com que o Estado assume a crise, reorganizando as forças e projetando estratégias para buscar soluções, apesar do bloqueio norte-americano e dos condicionamentos de seus aliados europeus.

Os sacrifícios provocados por essa situação são duros, mas são suportados não só pelos avanços sociais conseguidos, mas também pela confiança nos dirigentes do país e pela apreciação das pessoas de que seu governo não é um governo decadente nem com crise em sua gestão ou carente de estratégias, mas sim um governo que demonstrou que, ainda nas mais difíceis circunstâncias, jamais deixou de atender a população.

Decorreram 50 anos e o processo libertador chegou até aqui na mesma direção daquela noite, quando Fidel, diante do povo que o aclamava, no quartel-general da tirania naquele momento, disse que talvez, a partir de agora, tudo fosse mais difícil, porque teríamos que lutar para fazer a Revolução.

Com certeza, é o desafio dessa luta a que está vigente nas atuais circunstâncias para eliminar os vícios e enaltecer as virtudes, com Fidel como soldado das idéias, como guia na luta pela liberdade e pela independência.

Os inimigos de Cuba apostam no contrário. Neste mundo, onde a política é uma charge, não podem entender que esta Revolução é um processo de continuidade no seu pensamento e na sua ação e que Fidel continuará sendo o líder da Revolução de hoje e de amanhã, que além de cargos e de títulos, continuará sendo o conselheiro de idéias, ao qual sempre deveremos acudir, porque Fidel conseguiu ultrapassar a vida política para se inserir como algo íntimo na vida familiar da imensa maioria dos cubanos

Fonte: http://rluizaraujo.blogspot.com/

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

do sitio www. blocomotiva.net

Campanha contra a homofobia


homofobia

Para lutar contra a homofobia que se sente no mundo do futebol, a federação inglesa de futebol decidiu patrocinar um vídeo contra a homofobia, a pedido da OutRage! uma associação de defesa dos direitos das lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros.


Sendo um mundo dominado por homens, o mundo do futebol está repleto de homofobia. Seja nos cânticos homofóbicos e machistas dos adeptos, seja no medo de qualquer jogador de futebol se assumir como homo ou bissexual (o único jogador que o fez, Justin Fashanu, acabou por se suicidar por não conseguir lidar com o preconceito), chamar gay a um jogador é uma das maiores ofensas do meio e quem o faz não é vítima de qualquer sanção - Scolari, por exemplo, disse que não queria jogadores homossexuais na sua equipa. Um exemplo mais recente foram os insultos homofóbicos e racistas proferidos por adeptos contra o jogador Sol Campbell. O caso fez com que outros jogadores, como Rio Ferdinand, saíssem em sua defesa e criticassem as multas impostas aos clubes de futebol por estas serem muito baixas e não suspenderem os jogadores e treinadores que fazem comentários homofóbicos nem impedirem os adeptos que participam nesses insultos de assistirem aos jogos nos estádios, tal como acontece com os casos de racismo.
Seguindo o exemplo de campanhas anti-racistas, a ideia é convidar jogadores populares como Rio Ferdinand, Cristiano Ronaldo, David Beckham e Wayne Rooney para participarem num vídeo contra a homofobia no futebol. A associação quer que o vídeo passe nos cinemas, na televisão, nas escolas e nos estádios.

Do sitio www.patrialatina.com.br

EUA bancam o terrorismo de Israel



O jornal Folha de S.Paulo reproduziu nesta semana, sem chamada de capa ou qualquer destaque, um elucidativo artigo da agência Reuters. Ele informava que "os EUA estão contratando um navio mercantil para levar centenas de toneladas de armas da Grécia a Israel ainda neste mês" de janeiro. Entre outros "materiais perigosos", estariam novos tipos de explosivos e detonadores. Ainda segundo a agência de notícias, "o pedido de envio foi feito em 31 de dezembro" (o genocídio na Faixa de Gaza começou no dia 27), e o serviço sujo, quase clandestino, seria feito por uma transportadora privada alemã.
O Pentágono negou o envio, mas "um comando da Marinha americana confirmou que o carregamento de 325 contêineres de seis metros cada deve ser levado em duas viagens do porto grego de Ashdod, que fica a 38 quilômetros da Faixa de Gaza". O armamento saiu do porto de Sunny Point, na Carolina do Norte e "os documentos estipulam que a embarcação deve ser capaz de ‘carregar 5,8 milhões de libras (2,6 milhões de quilos) de peso de explosivo líquido'". A notícia, sem alarde na mídia, veio à tona no mesmo dia em que a inoperante ONU criticou Israel por "crimes de guerra" na agressão em Gaza.
84,9 bilhões em financiamento
Além de vetar qualquer resolução da ONU contrária ao terrorismo de Estado de Israel, os EUA ainda bancam seu belicismo genocida. Isto não é de hoje. Há décadas que Israel é a cabeça de ponte do imperialismo para suas ambições geopolíticas e econômicas no Oriente Médio – uma região rica em petróleo e nevrálgica na "contenção das potências rivais", como a China e Rússia. No passado, quando alguns países da região tentaram romper a dependência colonial, os sionistas serviram de aríete aos EUA. Quem paga exige retorno. O imperialismo financia os sionistas e garante seus interesses na região.
O jornalista Argemiro Ferreira, autor do livro "O império contra-ataca", prova em seu blog que os EUA financiam o terrorismo sionista. "Nos últimos 60 anos, transferiu-se à responsabilidade do contribuinte americano o ônus de sustentar o estado de Israel e sua devastadora máquina de guerra. Dados conservadores do Washington Report sobre o período de 1947-1997 são assustadores. Benefícios recebidos por Israel: em concessões e empréstimos, US$ 74,1 bilhões; outras, US$ 9,05 bilhões; juros de pagamentos adiantados, US$ 1,65 bilhão. Total: US$ 84,9 bilhões (14,6 mil dólares por israelense)".

O poderoso lobby sionista
Para ele e outros jornalistas de renome, esta relação promíscua e assassina entre EUA e Israel também decorre da influência do lobby sionista nos bastidores da política ianque. "A opção do apoio a Israel, adotada pelos governantes dos EUA desde Harry Truman, resulta menos da tendência geral da população do que do trabalho liderado pelo milionário lobby israelense - o American Israel Public Affairs Commitee (Aipac) De quatro em quatro anos, todo candidato presidencial submete-se no Aipac ao ritual de purificação e declara seu apoio formal a Israel", afirma Argemiro Ferreira, que posta em seu blog uma foto do presidente eleito Barack Obama em recente visita ao Aipac.
O renomado intelectual James Petras também compartilha desta visão. Ele lembra que a Aipac tem 100 mil filiados e 150 lobistas, que atuam em tempo integral nos corredores da Casa Branca e do Congresso. "Mais de 20 deputados e uma dúzia de senadores são sionistas, que apóiam automaticamente as políticas de Israel e pressionam por mais financiamento e armamento dos EUA para sua máquina militar... A Aipac tem pessoas em posições chaves no Tesouro, no Comércio e no Conselho de Segurança Nacional, funcionários no Pentágono e conselheiros no topo sobre assuntos do Oriente Médio".

A "cobertura ideológica" da mídia
Petras observa, ainda, que a influência israelense se entende além dos poderes públicos. "A maioria da indústria do cinema, dos jornais e da mídia eletrônica é de propriedade ou é influenciada por magnatas judeu-sionistas". Na fase que precedeu a invasão de Gaza, a mídia venal reforçou a campanha de que Israel é vítima e de que o Hamas é terrorista. Segundo Petras, o lobby sionista "criou a cobertura ideológica para a ‘guerra total' de Israel" – curiosamente, esta foi a manchete da principal revista ianque no Brasil, a Veja.
Após afirmar que o New York Times e o Washington Post são controlados por notórios sionistas, Petras também revela um fato familiar aos brasileiros. Lembra que "escritores, jornalistas e editores estadunidenses louvam e defendem a ‘guerra total' de Israel sem identificar sua antiga filiação e identificação com organizações sionistas". Ali Kamel diretor-executivo de jornalismo da TV Globo, deve ter copiado esta fórmula ao enviar como correspondente à Faixa de Gaza a jornalista Renata Malkes, uma antiga sionista.

Texto: Altamiro Borges