segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Vitória de Chavez, na Venezuela...

Por que Hugo Chávez ganhou?

Emir Sader

Uma vez mais, em dez anos, Hugo Chávez triunfou nas eleições internas. À exceção da consulta de reforma constitucional de dezembro de 2007, ele triunfou em todas as 14 eleições, presidenciais, de referendos do mandato presidencial e outras. Volta agora a triunfar.

A levar a sério as versões da grande maioria – a quase totalidade da mídia privada nacional e internacional – não se pode entender suas vitórias. Que aos 10 anos de mandato, sob efeito de uma brutal oposição da mídia monopolista privada, das entidades do grande empresariado, dos partidos tradicionais, entre outras entidades que fazem parte do bloco de direita, Hugo Chavez detenha um apoio popular majoritário, só poderia ser atribuído a algum tipo de fraude. No entanto a própria oposição reconheceu a normalidade das eleições e a vitória de Chavez.

A razão de fundo para o apoio de Chavez na massa majoritariamente pobre da população venezuelana é a mesma que explica o êxito de governantes que privilegiam políticas sociais em detrimento da ditadura da economia e do mercado, característica dos governos que os precederam. Num país petroleiro, é incrível a pobreza venezuelana, revelando como as elites desse país fizeram a farra do petróleo, enriquecendo-se elas e distribuindo parte da renda petroleira a outros setores, políticos e sociais – incluindo a antiga “esquerda” e grandes setores do movimento sindical – que participavam da corrupção estatal.

Essas mesmas elites não perdoam que Hugo Chavez lhes tenha arrebatado não apenas o governo e o Estado, mas a principal fonte de riquezas do país – a PDVSA. E que dedique cerca de um quarto dos recursos obtidos por essa empresa para políticas sociais – para resgatar direitos essenciais da massa pobre da população, vitima principal do enriquecimento das elites tradicionais. Além de se valer de parte desses recursos para políticas internacionais solidárias – inclusive com setores pobres dos EUA.

Os resultados são claros: a extrema pobreza foi reduzida de 17,1 a 7,9. Cresceu a taxa de escolaridade e de preescolaridade, que subiu de 40 a 60%. Terminou o analfabetismo, segundo a constatação da Unesco. A participação feminina subiu muito no Parlamento e quatro mulheres dirigem a Corte Suprema, a Procuradoria Geral, o Conselho Nacional Eleitoral e a Assembléia Nacional. A taxa de mortalidade infantil diminuiu de 27 por mil a praticamente a metade: 14 por mil. O acesso a água potável subiu de 80 a 92% da população. Diminuiu significativamente a desigualdade social, a Venezuela subiu bastante no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU, aumentou a expectativa de vida, diminuiu o desemprego, aumentou o trabalho formal em relação ao precário, foram legalizados milhões de aposentados, o consumo de alimentos subiu 170%. Em suma, como em todos os governos que buscam reverter a herança neoliberal, se dá um imenso processo de afirmação dos direitos da grande maioria, refletido na sua promoção social e na expansão do mercado interno de consumo popular.

A ideologia bolivariana articula promoção dos direitos à soberania nacional, à solidariedade internacional e à construção de um tipo de sociedade fundada nas necessidades da população e não nos mecanismos de mercado – a que Chavez aponta como o socialismo do século XXI.

A nova vitória de Chávez tem nessas bases seu fundamento. À falência das corruptas elites tradicionais, a Venezuela passou a viver o maior processo de democratização social e política da sua história. Essa vitória permite e compromete o governo com o enfrentamento da grande quantidade de problemas pendentes e que responde, em parte pela derrota anterior do governo, em dezembro de 2007.

Entre eles, a adaptação do Estado às necessidades de gestão eficiente e transparente de suas políticas, o enfrentamento do tema da violência, o avanço na construção de estruturas de poder político popular de base e do partido, o desenvolvimento de políticas econômicas que permitam a edificação de estruturas econômicas menos dependentes do petróleo, de caráter industrial e tecnologicamente avançadas.

As derrotadas são as elites tradicionais, que controlam 80% da mídia privada do país, que promoveram o golpe militar contra Chavez, um lock-out e a fuga de capitais contra o país, que se articulam com o governo dos EUA contra as autoridades legitimamente eleitas e reconfirmadas pelo voto democrático do povo venezuelano. Chavez sai fortalecido da consulta, assim como a imensa massa pobre da população, que ingressa, através do processo bolivariano à historia política do país.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Para quem gosta de ler....

Bibliotecas do Mundo

Biblioteca Apostólica Vaticana - biblioteca que possui um arquivo secreto: bav.vatican.va

Biblioteca Central - localize os livros das bibliotecas da UFRGS:
www.biblioteca.ufrgs.br

Biblioteca del Congreso - item Expo Virtual mostra alguns tesouros dessa biblioteca argentina:
www.bcnbib.gov.ar

Biblioteca Digital Andina - Bolívia, Colômbia, Equador e Peru estão representados:
www.comunidadandina.org/bda

Biblioteca Digital de Obras Raras - livros completos digitalizados, como um de Lavoisier editado no século 19:
www.obrasraras.usp.br

Biblioteca do Hospital do Câncer - índice desse acervo especializado em oncologia:
www.hcanc.org.br/outrasinfs/biblio/biblio1.html

Biblioteca do Senado Federal - sistema de busca nos 150 mil títulos da biblioteca:
www.senado.gov.br/biblioteca

Biblioteca Mário de Andrade - acervo, eventos e história da principal biblioteca de São Paulo:
www.prefeitura.sp.gov.br/mariodeandrade

Biblioteca Nacional de Portugal - apresenta páginas especiais com reproduções relacionadas a Eça de Queirós e a Giuseppe Verdi, entre outros:
www.bn.pt

Biblioteca Nacional de España - entre as exposições virtuais, uma interessante coleção cartográfica do século 16 ao 19:
www.bne.es

Biblioteca Nacional de la República Argentina - biblioteca, mapoteca e fototeca: www.bibnal.edu.ar

Biblioteca Nacional de Maestros - biblioteca argentina voltada para a comunidade educativa: www.bnm.me.gov.ar

Biblioteca Nacional del Perú - alguns livros eletrônicos, mapas e imagens:
www.binape.gob.pe

Biblioteca Nazionale Centrale di Roma - expõe detalhes de obras antigas de seu catálogo:
www.bncrm.librari.beniculturali.it

Biblioteca Româneasca - textos em romeno e dados sobre autores do país:
biblioteca.euroweb.ro

Biblioteca Virtual Galega - textos em língua galega, parecida com o português:
bvg.udc.es

Bibliotheca Alexandrina - conheça a instituição criada à sombra da famosa biblioteca, que sumiu há mais de 1.600 anos:
www.bibalex.org/website

California Digital Library - imagens e e-livros oferecidos pela Universidade da Califórnia:
californiadigitallibrary.org

Celtic Digital Library - história e literatura celtas:
celtdigital.org

Círculo Psicanalítico de Minas Gerais - acervo especializado em psicanálise:
www.cpmg.org.br/n_biblioteca.asp

Cornell Library Digital Collections - compilações variadas, sobre agricultura e matemática, por exemplo:
moa.cit.cornell.edu

Corpus of Electronic Texts - história, literatura e política irlandesas:
www.ucc.ie/celt

Crime Library - histórias reais de criminosos, espiões e terroristas:
www.crimelibrary.com

Educ.ar Biblioteca Digital - em espanhol, apresenta livros e revistas de "todas as disciplinas":
www.educ.ar/educar/superior/biblioteca_digital

Gallica - Bibliothèque Numérique - volumes da Biblioteca Nacional da França digitalizados:
gallica.bnf.fr

Human Rights Library - mais de 14 mil documentos relacionados aos direitos humanos: www1.umn.edu/humanrts

IDRC Library - textos e imagens desse centro de estudos do desenvolvimento internacional:
www.idrc.ca/library

Internet Ancient History Sourcebook - página dedicada à difusão de documentos da Antiguidade:
www.fordham.edu/halsall/ancient/asbook.html

Internet Archive - guarda páginas da internet em seus diversos estágios de evolução:
www.archive.org

Internet Public Library - indica páginas em que se podem ler documentos sobre áreas específicas do conhecimento:
www.ipl.org

John F. Kennedy Library - sobre o presidente americano John F. Kennedy, morto em 1963:
www.cs.umb.edu/jfklibrary

LibDex - índice para localizar mais de 18 mil bibliotecas do mundo todo e seus sites:
www.libdex.com

Lib-web-cats - enumera bibliotecas de mais de 60 países, mas o foco são os EUA e o Canadá:
www.librarytechnology.org/libwebcats

Libweb - outro site de busca de instituições, com 6.600 links de 115 países:
sunsite.berkeley.edu/Libweb

Mosteiro São Geraldo - livros e periódicos sobre história e literatura húngara, filosofia, teologia e religião:
www.msg.org.br

National Library of Australia - divulga periódicos australianos da década de 1840:
www.nla.gov.au

Oxford Digital Library - centraliza acesso a projetos digitais das bibliotecas da Universidade de Oxford:
www.odl.ox.ac.uk

Perseus Digital Library - dedicado a estudos sobre os gregos e romanos antigos:
www.perseus.tufts.edu

Servei de Biblioteques - bibliotecas da Universidade Autônoma de Barcelona:
www.bib.uab.es

The Aerial Reconnaissance Archives - recém-lançado, site promete divulgar 5 milhões de fotos aéreas da Segunda Guerra Mundial:
www.evidenceincamera.co.uk

The British Library - além de busca no catálogo, tem coleções virtuais separadas por região geográfica:
www.bl.uk

The Digital Library - diversas coleções temáticas, como a de escritoras negras americanas do século 19:
digital.nypl.org

The Digital South Asia Library - periódicos, fotos e estatísticas que contam a história do Sul da Ásia:
dsal.uchicago.edu

The Huntington - grande quantidade de obras raras em arte e botânica:
www.huntington.org

The Math Forum - textos que se propõem a auxiliar no ensino da matemática:
mathforum.org/library

The New Zealand Digital Library - destaque para os arquivos sobre questões humanitárias:
www.sadl.uleth.ca/nz/cgi-bin/library

Treasures of Keyo University - um dos destaques é a reprodução da Bíblia de Gutenberg:
www.humi.keio.ac.jp/treasures

Unesco Libraries Portal - informações sobre bibliotecas e projetos voltados para a preservação da memória:
www.unesco.org/webworld/portal_bib

UOL Biblioteca - dicionários, guias de turismo e especiais noticiosos:
www.uol.com.br/bibliot

UT Library Online - possui uma ampla coleção de mapas:
www.lib.utexas.edu

Bibliotecas virtuais

Alexandria Virtual - acervo variado, de literatura a humor:
www.alexandriavirtual.com.br

Bartleby.com - importantes textos, como os 70 volumes da "Harvard Classics" e a obra completa de Shakespeare:
www.bartleby.com

Bibliomania - 2.000 textos clássicos e guias de estudo em inglês:
www.bibliomania.com

Biblioteca dei Classici Italiani - literatura italiana, dos "duecento" aos "novecento":
www.fausernet.novara.it/fauser/biblio

Biblioteca Electrónica Cristiana - teologia e humanidades vistas por religiosos:
www.multimedios.org

Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro - especializada em literatura em língua portuguesa:
www.bibvirt.futuro.usp.br

Biblioteca Virtual - Literatura - pretende reunir grandes obras literárias:
www.biblio.com.br

Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes - cultura hispano-americana:
www.cervantesvirtual.com

Biblioteca Virtual Universal - textos infanto-juvenis, literários e técnicos:
www.biblioteca.org.ar

Contos Completos de Machado de Assis - mais de 200 contos de Machado de Assis:
www.uol.com.br/machadodeassis

Cultvox - serviço que oferece alguns e-livros gratuitamente e vende outros:
www.cultvox.com.br

Dearreader.com - clube virtual que envia por e-mail trechos de livros:
www.dearreader.com

eBooksbrasil - livros eletrônicos gratuitos em diversos formatos:
www.ebooksbrasil.com

iGLer - acesso rápido a duas centenas de obras literárias em português:
www.ig.com.br/paginas/novoigler/download.html

International Children's Digital Library - pretende oferecer e-livros infantis em cem línguas:
www.icdlbooks.org

IntraText - textos completos em diversas línguas, entre elas o latim:
www.intratext.com

Jornal da Poesia - importante acervo de poesia em língua portuguesa, com textos de mais de 3.000 autores:
www.secrel.com.br/jpoesia

Net eBook Library - biblioteca virtual com parte do acervo restrito a assinantes do site:
netlibrary.net

Nuovo Rinascimento - especializado em documentos do Renascimento italiano:
www.nuovorinascimento.org/n-rinasc/homepage.htm

Online Literature Library - pequena coleção para ler diretamente no navegador:
www.literature.org

Progetto Manuzio - textos em italiano para download, incluindo óperas:
www.liberliber.it/biblioteca

Project Gutenberg - mantido por voluntários, importante site com obras integrais disponíveis gratuitamente:
www.gutenberg.net

Proyecto Biblioteca Digital Argentina - obras consideradas representativas da literatura argentina:
www.biblioteca.clarin.com

Romanzieri.com - livros eletrônicos em italiano compatíveis com o programa Microsoft Reader:
www.romanzieri.com

Sololiteratura.com - textos sobre autores hispano-americanos:
www.sololiteratura.com

Textos de Literatura Galega Medieval - pequena seleção de poesias e histórias medievais:
www.usc.es/~ilgas/escolma.html

The Literature Network - poemas, contos e romances de aproximadamente 90 autores:
www.online-literature.com

The Online Books Page - afirma ter mais de 20 mil livros on-line:
digital.library.upenn.edu/books

The Online Medieval and Classical Library - obras literárias clássicas e medievais:
sunsite.berkeley.edu/OMACL

Usina de Letras - divulga a produção de escritores independentes: www.usinadeletras.com.br

Virtual Book Store - literatura do Brasil e estrangeira, biografias e resumos:
www.vbookstore.com.br

Virtual Books Online - e-livros gratuitos em português, inglês, francês, espanhol, alemão e italiano:
virtualbooks.terra.com.br

Científicos

Banco de Teses - resumos de teses e dissertações apresentadas no Brasil desde 1987:
www.capes.gov.br

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações - textos integrais de parte das teses e dissertações apresentadas na USP:

Créditos: Tania - por email

Música Indiana...

http://i135.photobucket.com/albums/q150/ironman_52/CageTheElephant-CageTheElephant_F_S.jpg


Cage the Elephant - Cage the Elephant (2008)

11 Tracks @ 320kbps - 87Mb

01. - Cage the Elephant - In One Ear (4:01)
02. - Cage the Elephant - James Brown (3:20)
03. - Cage the Elephant - Ain't No Rest For The Wicked (2:55)
04. - Cage the Elephant - Tiny Little Robots (4:10)
05. - Cage the Elephant - Lotus (3:16)
06. - Cage the Elephant - Back Against The Wall (3:48)
07. - Cage the Elephant - Drones In The Valley (2:27)
08. - Cage the Elephant - Judas (3:26)
09. - Cage the Elephant - Back Stabbin' Betty (3:39)
10. - Cage the Elephant - Soil To The Sun (3:17)
11. - Cage the Elephant - Free Love (3:28)

Ugeirm lembra: Yeda processa servidores e é testemunha de defesa de Flávio Vaz Netto


O Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia do Rio Grande do Sul (Ugeirm), divulgou nota defendendo a campanha de outdoors promovida por sindicatos de servidores públicos do Estado, que o governo Yeda pretende censurar.

Há um monte de outdoors do déficit zero nas estradas do litoral. O déficit zero é uma mentira que envolveu o corte no custeio de serviços essenciais, como o da Polícia Civil. Nós tivemos um recorde de mais de 1,5 mil homicídios em 2008. Seguimos com mais de 1,5 milhão de inquéritos parados. Cortes na educação e na saúde também repercutem no balcão das delegacias. A maior vítima de Yeda é a sociedade e a campanha dos servidores está denunciando isso”, diz o segundo vice-presidente da Ugeirm, Luiz Felipe Teixeira.

A nota observa que o chefe da Casa Civil, José Alberto Wenzel, afirma que esse é um governo transparente. “Deve ser por isso que a primeira secretária de Transparência, criada após o escândalo do Detran, pediu para sair, acusando o governo de tratar a corrupção com lassidão”. Diante da ameaça de processo e da tentativa de censura, o Ugeirm responde:

“O que temos a dizer? Vá processar o Busatto, Yeda, por ele propor o que propôs ao vice-governador Paulo Feijó. Mas Yeda não processa nem o Antônio Maciel, que a chamou de “safada” em áudio ouvido por todos os gaúchos. A gente sabe que não pode contar com a defesa de Yeda nessa história. Como bem sabe a Justiça Federal, Yeda é testemunha de defesa de Flávio Vaz Netto, outro denunciado por corrupção. Foi ele que a ameaçou durante depoimento prestado à CPI do Detran, pois sentia-se traído pela governadora. E a gente sabe também que o coronel Paulo Mendes, depois de exitosamente articular com outro denunciado para se tornar comandante da BM, subiu de posto e se tornou juiz de um tribunal que custa 25 milhões de reais por ano – e que deveria ser fechado. No mais, por que Yeda fritou Mallmann? Não fomos nós que inventamos a história de que Yeda ficou magoada por ele não fazer tráfico de informações privilegiadas da Operação Rodin".

O governo também se queixa do autoritarismo que as peças publicitárias denunciam, alegando que a honra e a dignidade de Yeda estariam sendo atingidas. O sindicato dos policiais civis pergunta:

“Por que Yeda fritou o delegado Pedro Rodrigues na Chefia de Polícia? Segundo a imprensa, tem a ver com a resistência dele em encaminhar nomes para a degola. Depois, Pedro Rodrigues reuniu informações oficiais e comprováveis para que os dias descontados fossem ressarcidos. Há, pois, prova de fraude na efetividade de centenas de policiais. O que o governo transparente fez? Sentou-se sobre o SPI 50871204084 desde o dia 4 de dezembro”.

E sobre o tema da mentira, observa:

“Ah, Yeda também não mente. No dia 17 de janeiro, a governadora prometeu, durante audiência com a Ugeirm, encaminhar a demanda de nossa aposentadoria. Apenas três Estados constrangem nosso direito e ela já escreveu e assinou, quando era deputada, respeito à regra 20 + 10 (lei 51/85). Daí, nada aconteceu. Alguém mentiu nessa história, mas deixou as digitais. O secretário José Alberto Wenzel também pode explicar por que o secretário Edson Goularte mentiu no dia 3 de dezembro de 2008, ao anunciar a publicação das promoções? Pode, sim. A lista, afinal, está na Casa Civil. No mais, não fomos nós que fizemos campanha prometendo não aumentar impostos”.

Arte: Hupper

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Do blog Cidadania.com

Professor da FGV diz que

PAC é novo “New Deal”

Estudo do professor da FGV Marcelo Cortes Neri divulgado ontem mostra que a crise não atingiu os mais pobres no Brasil, não lhes diminuiu a renda, não freou a queda da desigualdade e, o que mais impressiona, não impediu que as classes D e E continuassem encolhendo e que seus integrantes continuassem ascendendo à classe C mesmo no período negro de setembro, outubro, novembro e dezembro de 2008.

Nenhum dos grandes jornais (Folha, Estadão e Globo) deu chamada de primeira página para o Estudo da FGV. A cobertura limitou-se a notas escondidas e curtas nas páginas internas. Quanto aos telejornais, alguns tiveram a coragem de não divulgar o Estudo e outros deram pouquíssima importância a informação desse calibre.

O anúncio do Estudo intitulado “Crônica de uma crise anunciada – choques externos e a nova classe média” foi feito pelo professor Neri em entrevista coletiva à imprensa. Estimo que nem o pesquisador imaginava o tratamento pífio que a mídia daria ao seu trabalho.

O vídeo contendo a apresentação do Estudo à imprensa por Neri pode ser assistido clicando aqui, e o Estudo em si pode ser lido na íntegra clicando aqui.

O pesquisador atribui a programas sociais como o Bolsa Família e aos aumentos do salário mínimo os vastos sucessos sociais dos últimos anos do governo Lula, dando destaque para a queda da desigualdade e para o impressionante aumento de mais de 20% da classe C e o forte encolhimento do contingente de pobres e miseráveis nos últimos anos

Mas, em determinado ponto da entrevista de Neri à imprensa, ele faz uma afirmação sobre o PAC, programa governamental que a mídia e a oposição dizem que não existe, que todos os brasileiros precisam conhecer, sobretudo por tal afirmação ter sido proferida por esse pesquisador da FGV que vem atravessando vários governos e que jamais foi acusado por ninguém de partidarismo ou coisa que o valha.

Reproduzo abaixo, textualmente (para quem não tiver conexão rápida para assistir o vídeo acima mencionado), o que o professor Neri disse sobre o PAC:

“(...) O PAC, Programação de Aceleração do Crescimento, é um plano que talvez não fizesse muito sentido quando ele foi lançado como um plano de aceleração do crescimento, porque a economia estava muito aquecida, e hoje em dia é visto quase como um New Deal americano [programa de aquecimento econômico do presidente americano Franklin D. Roosevelt implementado entre 1933 e 1937] numa época em que comparações com a grande depressão americana [de 1929] começam a se tornar mais comuns. Então, é meio como se o Brasil criasse um New Deal antes que a depressão fosse anunciada. Aqueles que acham que o Brasil estava com sorte, alguns anos atrás [conforme diz a imprensa e a oposição para desmerecer o crescimento continuado dos últimos anos], que sorte temos agora, porque é como se tivéssemos um bilhete de loteria, um seguro que não sabíamos que tínhamos (...)”.

Não é à toa que a mídia escondeu o estudo de Neri. Ele mostra que, se estivermos mesmo saindo da crise – e a mídia, seguindo conselho recente de FHC aos tucanos para combaterem as medidas anticrise de Lula, não quer aceitar tal hipótese –, tudo se deve à visão que o presidente teve ao se dedicar tanto ao PAC nos últimos anos enquanto a mídia e a oposição diziam que o programa “não existia”.

O professor Neri conclui elencando vários fatores que permitirão ao Brasil superar a crise antes dos outros países e faz alertas de que as políticas públicas devem continuar na rota do PAC e dos programas sociais, porque, se houver desvios, poderemos perder a chance de sair dessa crise muito maiores do que entramos nela.



Escrito por Eduardo Guimarães

Enquanto isso na Venezuela...

Chavistas buscam voto de porta em porta em Caracas


Natalia estala os dedos para chamar a atenção do grupo de militantes reunidos diante da Igreja Carmen, em Petaré, a maior favela de Caracas. "Camaradas, vamos espalhar os panfletos, bater de porta em porta, perguntar se as pessoas irão votar este domingo (15), e explicar qual é o tema exato do referendo", ordena a jovem argentina, em Caracas há um ano, e uma das principais líderes populares de Petaré.


Um adesivo com o rosto de Hugo Chávez colado no peito ilustra a força de suas convicções. A morena abraçou a revolução bolivariana como se fosse sua. Natalia continua com as orientações: "e nada de agressividade. Quando os moradores não quiserem os panfletos, vamos embora! Não se esqueçam de convidá-los para as atividades sociais", acrescenta.


A pequena tropa sobe numa camioneta para atingir o ponto mais alto do bairro. No caminho, cantam hinos chavistas, incluindo sempre a palavra "si" (sim). É a resposta que espera Hugo Chávez ao referendo organizado no próximo domingo para a aprovação ou a rejeição da emenda constitucional, que prevê o fim do limite à reeleição aos cargos públicos.


Vocês são chavistas?. "Sim, sim, sim", gritam os jovens. "Hoje, somos todos patrulheiros", resume Jesus Mora, mulato alto, trajando uma camiseta estampada com o rosto de Chávez. Membros das missões sociais, dos conselhos comunais, dos comitês de terra, dos batalhões do Partido socialista unido venezuelano (PSUV), e outras dezenas de milhares de venezuelanos, estão fazendo um trabalho de formiga para convencer os 17 milhões de eleitores a votar pelo "si".


"Não é fácil, aqui, a oposição é muito forte", explica Mora, diante de uma casa onde seus panfletos foram rejeitados. "Apesar de ser pobre, Petaré sempre teve uma importante proporção de escualidos” diz, em referencia a expressão inventada por Chávez para qualificar os membros da oposição.


Nas ultimas eleições regionais de novembro, o candidato chavista à prefeitura de Caracas, Aristóbulo Istúriz, perdeu para um escualido, Antonio Ledezma. "Perdemos porque o antigo prefeito chavista fez uma gestão catastrófica. Os nossos aliados não votaram no candidato da oposição, simplesmente, ficaram em casa", explica Jesus Mora. Por isso, a tarefa dos "patrulheiros" é garantir que cada eleitor chavista compareça às urnas.


"Bom dia senhora, tudo bem?", pergunta Natalia a uma mãe que segura um bebê nos braços. "Você vai votar domingo?". "Claro que sim!", responde a mulher, piscando o olho. Os patrulheiros riem, e repetem juntos: "Claro que sim, sim, sim!".


O grupo busca três tipos de eleitores. Dois deles são "aqueles que cantam vitória antes do tempo e não saem para votar e os que andam um pouco desanimados, decepcionados pela lentidão da revolução", explica Ingrid Patram, coordenadora da missão Robinson no Petaré, dedicada à alfabetização de adultos. O terceiro grupo é formado pelos chamados "ni-ni", que não são nem chavistas, nem opositores, e que votam de um lado ou do outro segundo a proposta.


"Nosso objetivo é explicar para eles que a emenda constitucional não significa que Chávez será presidente para sempre, isso é uma mentira da oposição", diz Ingrid. A aprovação da emenda permitiria ao presidente venezuelano candidatar-se a um terceiro mandato em 2012, reconhece, mas "junto a outros candidatos, é o povo que decide. Isso é democracia", conclui.


A oposição denuncia uma campanha marcada pelo desequilíbrio, já que o governo usa a máquina estatal para fazer campanha para o "sim".



Os seguidores de Chávez calculam que a abstenção ocasionou a perda de cerca de três milhões de votos a favor do presidente em um ano. Em dezembro de 2006, o "comandante" foi reeleito com mais de 7,3 milhões de votos. Já no referendo para a reforma constitucional de dezembro de 2007, a proposta já formulada que permite a reeleição seduziu somente 4,3 milhões de eleitores, provocando a primeira derrota de Chávez em nove anos no poder.


Esta ausência nas urnas não se refletiu no resultado da oposição, que atraiu apenas 100 mil votos a mais em relação a 2006. Seduzir os que se abstem é o principal desafio neste referendo, tanto do governo quanto da oposição.


Segundo as últimas pesquisas, o "sim" lidera as intenções de votos, mas de maneira muito apertada. A empresa de pesquisa Datanálisis calcula que 51,5% dos venezuelanos apóiam o fim do limite à reeleição, enquanto 48,1% votariam pelo "não".


Fonte: Opera Mundi.net

Entidades sindicais colocam campanha anti-Yeda nas ruas


CORREIO DO POVO


Por volta das 17h de ontem, representantes de dez entidades sindicais do Estado apresentaram, enfim, o rosto que ilustra a campanha polêmica, veiculada em outdoors, que atraiu a atenção dos gaúchos: o da governadora do Estado, Yeda Crusius. A divulgação ocorreu no Centro de Eventos do Parque Harmonia, na Capital, e reuniu centenas de servidores estaduais, de diversas categorias. Quando a presidente do Cpers/Sindicato, Rejane de Oliveira, e o presidente do Sindicaixa, Érico Corrêa, apresentaram o banner com a face da governadora, a multidão passou a gritar: 'Fora, Yeda!'. A campanha liga a imagem de Yeda a seis fatores que, na opinião das entidades, justificariam sua saída do governo: autoritarismo, mentira, corrupção, arrocho, violência e destruição do Estado.
Logo depois, cerca de 500 manifestantes realizaram uma caminhada até a Esquina Democrática. Acompanhados de um carro de som, que tocava um samba criado para a campanha. O grupo de servidores portava faixas e cartazes, além de máscaras com o rosto de Yeda, e chamou a atenção dos frequentadores do Centro.
'Essa é uma campanha de denúncia de um governo que tem mais de 70% de rejeição por conta do desrespeito com que vem tratando o povo gaúcho e os servidores públicos', afirmou Rejane de Oliveira. Ela acrescentou que a atual administração está 'destruindo' o Estado. 'Um governo que não garante educação, saúde e segurança de qualidade não pode seguir adiante. A administração Yeda nunca optou pelo diálogo e pela negociação. Nossa iniciativa demonstra a coragem dos servidores em buscar um Estado melhor para todos', disse.
'O maior desafio é salvar o patrimônio do Estado. O atual governo relegou o povo ao abandono', disse Érico Corrêa. Os outros dirigentes sindicais também enfatizaram que o encontro representava um momento único, de união entre as principais categorias dos servidores.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Brasil: um transatlântico à deriva?







Waldemar Rossi
- Correio da Cidadania

Causa profunda tristeza e revolta receber as notícias sobre a crise econômica que afeta o sistema capitalista. E isso por vários motivos:

1) a mídia usa a maior parte do seu espaço para falar das empresas em crise;

2) ainda assim, esforça-se para passar goela abaixo do povão que os governos tudo fazem para amenizá-la, oferecendo às empresas privadas tufos de dinheiro (dinheiro público, que, aliás, nem é citado);

3) no entanto, revela que, apesar de tanta grana desviada dos orçamentos públicos, a crise não é debelada e mais e mais dinheiro precisa ser canalizado para o capital privado;

4) revela ainda que, apesar dos acordos, o desemprego continua crescendo em larga escala e que as empresas não dão bola aos acordos;

5) em vários países, o repasse desse dinheiro se faz sob a condição de que as empresas beneficiadas não gerem desemprego;

6) somos forçados a ouvir ou a ler as besteiras que os membros dos vários governos falam, tentando apaziguar os que vão entrando em desespero, num esforço hercúleo para que a revolta não se instale nos países, embora as manifestações populares de insatisfação já despontem nos horizontes.

Nesta semana, no Brasil, estamos sendo "contemplados" com informações que revelam o quanto a vida do povo vai se deteriorando: milhares de desempregados a cada dia; acordos inescrupulosos entre direções sindicais e empresariado permitindo a redução da jornada de trabalho com redução salarial – que se reflete de imediato no rebaixamento do padrão de vida do trabalhador; inadimplência com os cartões de crédito, revelando como o povo vem sendo ludibriado pela propaganda enganosa da vida fácil, em que tudo pode ser comprado com essa moeda de juros altíssimos; sistema de saúde pública num verdadeiro caos, com gente ficando horas e horas à espera de um atendimento médico, quando o consegue; escolas com o reinício das aulas postergado por falta de condições e até mesmo de professores, que não vêm sendo contratados pela rede pública; crescimento da população de rua por incapacidade de arcar com os custos dos aluguéis estratosféricos – enquanto milhares de residências e prédios nos centros urbanos permanecem desocupados, sem utilidade alguma. E assim por diante.

Por outro lado, assistimos às demagógicas propostas de saídas por parte do governo: liberação do FGTS para incentivar acordos trabalhistas; auxílios financeiros que visem "priorizar setores que resultem em grau maior e menor de criação de vagas" (palavras da Dilma Rousseff aos sindicalistas), sem informar quais são esses setores e que tipo de estímulo. Enquanto o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, informa que o governo isentará de quaisquer juros ou outros encargos os empréstimos aos empresários com "a condição de que mantenham os empregos". Até parece que o governo acredita nisso! E nesse enorme buraco são jogados bilhões de reais. Para compensar, fala-se em alguns milhões para ampliar a Bolsa Família. Fortunas para os empresários, migalhas para o povo faminto!

E para o povo, o que é assegurado? Além de esmolas para uma pequena parte, nada. "Nadica de nada". Ou melhor, promessas e mais promessas. Na verdade, como já temos escrito nesta coluna, o governo está de pés e mãos atados aos interesses do capital tanto nacional quanto internacional. Sua visão de Brasil se faz pelas janelas do capital e não pelas janelas dos interesses populares. Não há um plano para mudanças profundas na política econômica que vise buscar nossa independência econômica com inclusão social. Medidas apenas paliativas que se esgotam em curtíssimo prazo.

Diante da crise que se agrava a cada dia e que não tem prazo para ser superada, o Brasil está como um grande transatlântico, à deriva, sem rumo e sem timoneiro. E a cada dia que passa, seus tripulantes tentam aquietar os navegantes prometendo que logo, logo encontrarão o rumo da terra firme, não enxergando o iceberg que aponta no horizonte e que a todos amedronta.

Enquanto isso, ministros e direção do PT estão em busca dos rumos eleitorais, planejando as mais estapafúrdias composições eleitorais para o ano que vem, ano de "eleições gerais". Assim caminha este país, de eleições em eleições em busca do poder a qualquer preço, porque a conta sempre cai nas costas do povo trabalhador, enquanto que o empresariado faz generosos investimentos nas campanhas eleitorais de todos os partidos. Olha o iceberg!!!

Waldemar Rossi é metalúrgico aposentado e coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo.