quarta-feira, 6 de maio de 2009

Do blog do Bourdoukan...

Beduínos da Cisjordânia: "Resistiremos"!

Zeina Awad
, Al-Jazeera

Os beduínos de Umm Al Khayr, pequena aldeia a sudeste de Hebron, são provavelmente a comunidade mais vulnerável de todos os grupos de refugiados palestinos na Cisjordânia. Agora, estão tendo de lutar para conseguir continuar na terra onde vivem há muitas gerações.
Estão em luta judicial contra o exército de Israel, para demonstrar que a terra onde vivem é propriedade legal. Tentam, assim, impedir que passe por ali uma estrada chamada "estrada de patrulha de segurança", já planejada.

Dia 26 de abril, com a colaboração de ativistas israelenses contra a ocupação, os beduínos conseguiram bloquear o avanço da estrada e impedir que invada profundamente suas áreas de moradia. Detiveram os tratores e máquinas de demolição, que já chegam bem perto de suas casas.

Foi uma pequena vitória, mas todos sabem que é vitória apenas temporária.
"Querem construir uma estrada de patrulhamento e segurança, mas querem construí-la à nossa custa", disse a Al-Jazeera Eid al-Hathaleen, de 23 anos, cuja família vive na área que está agora sendo ocupada à força.

"Estão roubando nossa terra, e usam a segurança como pretexto. Não fomos nem avisados: de repente, apareceram as máquinas e começaram a cavar."

As 21 famílias que vivem em Umm Al Khayr fixaram-se lá quando os avós dos que lá vivem hoje tornaram-se refugiados, imediatamente depois da criação do Estado de Israel. Algumas das famílias – como a de Eid – compraram a terra quando a Cisjordânia estava sob governo da Jordânia, antes da Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Pastagens e rebanhos

As porções de terra que foram ocupadas por Israel naquela área correspondiam às principais áreas de pastagens da comunidade, que dependia delas para a sobrevivência de seus rebanhos – que bebiam do poço ali existente – e eram essenciais à sobrevivência da comunidade.

As autoridades israelenses da ocupação proíbem os beduínos de ampliar as casas. Muitas famílias construíram banheiros externos, o que, para os israelenses, seria ilegal.

As famílias começaram a ter porções de terra confiscada em 1970, quando começaram a ser construídas colônias exclusivas para judeus a poucos metros das casas dos beduínos.
A região hoje está quase totalmente ocupada por uma colônia ilegal, Karmel, exclusiva para judeus. São os colonos mais violentos de toda a Cisjordânia, conhecidos por seus frequentes ataques à comunidade beduína, ataques que já são rotina na região: espancamentos, apedrejamento de casas e pessoas e roubo de rebanhos.

Propriedade contestada

Em 2004, as autoridades da ocupação começaram a construir também do lado palestino do muro que cerca Karmel, para expandir a colônia. Agora, Israel começou a construir uma chamada "estrada de patrulhamento" exatamente nessa área de terra dos beduínos.
Israel contesta judicialmente a propriedade da terra. Gayath Nasser, advogado que representa a família de Eid, solicitou à Corte Superior de Justiça israelense que ordene a imediata interrupção dos trabalhos de construção da estrada, até que a questão seja judicialmente decidida.

Mas Nasser diz que a corte está adiando a decisão e, até agora, não há qualquer resposta à ação impetrada pelos beduínos; assim, os trabalhos de construção prosseguem. Para o advogado, nenhuma sentença posterior, mesmo que favorável aos beduínos, conseguirá desfazer o dano já consumado à terra e à propriedade naquela região.

Al Jazeera procurou contato com as autoridades israelenses encarregadas da Cisjordânia, para ouvir o outro lado.

Fomos informados que só o exército estava autorizado a falar sobre o assunto. E o exército recusou-se a dar qualquer tipo de entrevista. Recebemos mensagem por e-mail, na qual se diz que a estrada é indispensável por razões de segurança e que o trabalho está legalmente autorizado.

Nas cortes de justiça

A questão, portanto, está posta em termos dos interesses dos beduínos contra os interesses do exército israelense. Nasser mostrou-nos os títulos de propriedade de al-Hathaleen e o mapa em que se detalham todos os lotes legais – documentos que, espera ele, comprovará que a área onde a estrada está sendo construída é propriedade legal da comunidade beduína. Ainda assim, tem poucas esperanças de que os beduínos consigam impedir a construção da estrada.

"É a justiça de Israel. Teríamos de poder discutir essas questões numa corte internacional", diz ele.

"A autoridade que avalia as ações de Israel na Cisjordânia não pode ser a autoridade do exército israelense de ocupação. A questão teria de ser julgada ou por cortes de justiça na Cisjordânia ou por uma corte internacional de justiça."

Além disso, a terra que está sendo invadida está dentro da "Área C", que constitui quase 60% da Cisjordânia e está toda incluída na área sobre a qual Israel tem controle como poder ocupante.

Eid prevê que a estrada dita "de segurança" estará pronta em poucas semanas. Quando estiver pronta, será fortemente protegida e exclusiva para judeus, mais uma estrada do apartheid. Apesar das dificuldades, os beduínos não desistirão da resistência e da ação judicial.

"Essa é a única terra que é propriedade dos beduínos", diz Eid. "Estamos aqui e ficaremos aqui, mesmo que tenhamos de enfrentar novas demolições e mais violência."

As similaridades entre Sionismo e Nazismo

Barone - blog escrevinhamentos

Um câncer vem se alastrando e corroendo os alicerces do debate sobre as políticas israelenses no Oriente Médio, em especial sobre sua postura em relação aos palestinos. Este câncer tem como objetivo destruir a fundamentação de qualquer argumento que contenha em seu bojo uma crítica a esta postura, classificando estes argumentos, sejam eles quais forem, como anti-semitas. Nos estágios mais avançados desta doença, a mais simples menção crítica a Israel é classificada como um ataque direto ao judaísmo, como uma atitude calcada na reafirmação do nazismo, como uma apologia ao anti-semitismo.

Este mal se alastrou de tal forma que até mesmo gente mais antenada com a questão refreia a língua na tentativa de ser “politicamente correto” e se adequar ao que convencionou-se como postura adequada na tratativa de assuntos que espetem Israel em suas feridas mais purulentas.

Dois temas são particularmente evitados: críticas ao sionismo e comparações entre este pensamento e o nazismo. Durante a última ofensiva israelense sobre a Faixa de Gaza, alguns levantaram a lebre, apontando as similaridades entre sionistas e nazistas. Prontamente seus argumentos foram condenados publicamente, não por falta de base, mas com a intenção correlacioná-los ao rol das idéias anti-semitas.

Este receio é a mola mestra das políticas israelenses de domínio sobre os palestinos. É a partir dela que os sionistas tomam a dianteira neste conflito, condenando os palestinos a uma existência a margem da civilização e entregando-os de bandeja para o fundamentalismo islâmico. Esta estratégia do quanto pior melhor, na qual Israel alimenta o ódio e a divisão entre os palestinos para justificar a ocupação ilegal da Cisjordânia, de parte de Jerusalém e do cerco à Faixa de Gaza, é a estratégia sionista para alcançar o objetivo final: a manutenção de todo o território onde hoje se encontra Israel, Cisjordânia e Faixa de Gaza sob o domínio do povo judeu e somente dele. O sionismo não prevê dois povos naquela região e isso já foi claramente explicitado por diversos políticos israelenses, entre eles o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ministro das relações exteriores, Avigdor Lieberman.

No entanto, não se pode condenar judeus ou israelenses por isso. Nem todos são adeptos declarados do sionismo. Muitos querem apenas (e tem todo o direito) de viver em segurança em sua pátria. Portanto, é preciso diferenciar claramente judaísmo e sionismo.

Penso que o judaísmo, como qualquer outra religião, deve ser respeitado e seus seguidores devem ter garantido o direito de professar sua fé. O sionismo, por outro lado, não é uma religião, mas um pensamento que se utiliza de um pilar religioso para alcançar objetivos políticos. Ora, sendo uma linha política, o sionismo é passível de controvérsias no campo ideológico. Haverá quem o defenda e quem o combata. E isso, de forma alguma, sigifica defender ou combater o judaísmo. É preciso separar as questões. Judaísmo é uma religião e seus praticante devem ser protegidos de quaisquer ações repressoras, racistas ou difamadoras. Sionismo é linha política, e como tal é passível de contestação.

Não podemos, então, aceitar a auto-censura que o lobby sionista tenta impor ao mundo, em especial quando elege assuntos proibidos, temas tabus.

SIONISMO E NAZISMO

Portanto, tracemos um paralelo entre o sionismo e o nazismo. Isso é possível? Vejamos. Quanto a seus objetivos, o sionismo preconiza a preservação e prosperidade do povo judeu, afastando a possibilidade de seu extermínio ou assimilação. Os nazistas, por sua vez, lutavam pela preservação e prosperidade da raça ariana, afastando a possibilidade de miscigenação com outras raças.

Para o sionismo, o Estado não é um fim, mas um meio para alcançar os seus objetivos. "Após nos tornarmos uma força poderosa, como resultado da criação do estado, nós aboliremos a partilha e nos expandiremos para toda a Palestina. (...) O estado será apenas um estágio na realização do sionismo e sua tarefa é preparar a base para nossa expansão por toda a Palestina", Ben Gurion, citado por Noam Chomsky, The Fateful Triangle: The United States, Israel and the Palestinians, Pluto Press, London, 1999.

Estado e Democracia

Da mesma forma, para os nazistas o Estado não era um fim, mas um meio para alcançar os seus objetivos. "Em geral, não se deve esquecer que a finalidade suprema da razão de ser dos homens não reside na manutenção de um Estado ou de um governo; sua missão é conservar a raça. E se esta mesma se achar em perigo de ser oprimida ou até eliminada, a questão da legalidade passa a plano secundário", Adolf Hitler, Minha Luta, cap. III.

Outro paralelo pode ser traçado sobre o conceito de democracia. A mídia sionista tem apresentado o Estado de Israel como a única democracia do Oriente Médio. Seria verdade se for considerado como democracia um sistema que privilegia grupos de cidadãos em relação a outros, como, por exemplo, a antiga democracia ateniense restrita aos eupátridas, a democracia branca sul-africana da época do apartheid e a estadunidense antes dos anos 60. A "democracia" sionista exige de antemão que os cidadãos não judeus reconheçam o Estado de Israel como sendo um estado judeu, ou seja, que reconheçam a si mesmos como cidadãos de segunda categoria. Isso implica em aceitar a "lei do retorno" a qual concede a qualquer judeu do mundo (que é assim reconhecido segundo as normas do judaísmo ortodoxo), independentemente de onde tenha nascido, o direito à cidadania israelense.

Em outras palavras, todos os milhões de judeus do mundo (que somam muito mais que a população judia do próprio Estado de Israel) podem tornar-se eleitores em caso de necessidade. É assim intolerável para o Sionismo a existência de uma maioria não-judia no Estado de Israel, exceto se dominada e submetida como eram os negros pelos brancos cristãos e judeus durante a vigência do apartheid sul-africano. O projeto original de Theodor Herzl era o de um estado administrado como uma empresa com um comando centralizado e restrito a judeus. Herzl, em sua obra O Estado Judeu, explicitamente rejeitou o sistema democrático para o Estado de Israel.

Ao contrário dos sionistas, que estabeleceram uma democracia de casta, os nazistas foram assumidamente antidemocratas ou, no dizer de Adolf Hitler, defendiam a "genuína democracia germânica de livre eleição do Führer, que se obriga a assumir toda a responsabilidade por seus atos". O sistema nazista baseava-se no militar, em que o líder tem todo o poder de decisão e comando em relação a seus subordinados e assume os méritos dos alvos alcançados e todas as responsabilidades pelos fracassos. Para o Nazismo só deve governar quem for capaz de arriscar sua própria vida para garantir sua posição de comando. A democracia para o Nazismo é a "ditadura do número", em que os mais simpáticos e não os mais capazes comandam. Para os nazistas, a democracia é um sistema em que os mais espertos e não os mais capazes, corajosos e honestos são os favorecidos.

Portanto, da mesma forma que o Sionismo, o Nazismo vê o Estado como um meio e não como um fim - no que os dois se distinguem do Fascismo, em que a instituição do Estado é posto como o alvo e o único capaz de administrar os conflitos internos. No Nazismo o alvo do Estado é a preservação da raça ariana, considerada ameaçada de destruição pela miscigenação com as demais raças, classificadas como inferiores pelos nazistas; no Sionismo o alvo é a preservação do povo judeu, ameaçado de destruição pelos gentios (os não judeus), seja pelo extermínio físico, seja pela assimilação.

Militarismo e Expansionismo

Outra similaridade entre nazismo e sionismo está no militarismo de sua sociedade. Para manter sua dominação, os sionistas necessitam de um poderoso sistema de dominação militar sobre a maioria palestina muçulmana, cristã e laica, somada a armas de propaganda. O Estado de Israel é o único país do Oriente Médio a ter armamentos nucleares e recebe anualmente dos EUA, além de apoio e proteção militar, bilhões de dólares.

Da mesma forma, uma das bases do Nazismo foi a crença de que o direito nasce da força e que a própria força já prova a quem pertence o direito de dominar: quem se deixa escravizar merece ser escravizado, defendiam. Os nazistas construíram para isso uma enorme máquina de guerra e o próprio Estado estruturou-se como uma organização militar.

Nazistas e sionistas compartilham a mesma estratégia expansionista. O ideal dos sionistas é refazer os limites que, segundo o Judaísmo, a Torá estabelece para o povo judeu viver. Esses limites hoje implicariam em tomar territórios que vão do Egito ao Iraque. Guerras expansionistas já foram empreendidas com este fim. Os nazistas, por sua vez, eram essencialmente expansionistas e defendiam que a segurança do Estado é tanto maior quanto for seu território. Como no Nazismo não há lugar para escrúpulos no que se refere a acumular poder.

Racismo: Semitismo e Arianismo

O Sionismo, como o Nazismo, defende que os judeus são uma raça. Embora os sionistas costumem declarar que o Sionismo seja um movimento não-religioso, o Judaísmo aceitar pessoas de todas as raças e terem os hebreus e os judeus durante sua história se miscigenado com muitas raças, isso pode estar ligado às crenças cabalísticas (a mística desenvolvida no Judaísmo da diáspora) de que os judeus possuem uma alma adicional, ao contrário dos gentios que só possuiriam uma alma animal e a outras tradições racistas - que não são aceitas por todos os judeus.

Jabotinsky, um líder de extrema-direita, defendia a superioridade racial do semita em relação aos demais povos do Oriente Médio. A luta contra o "anti-semitismo" é também, para alguns sionistas, uma luta de preservação racial. Em 1975, a Resolução 3379 Assembléia Geral das Nações Unidas classificou o Sionismo como racismo, entre outros motivos pelo forte apoio sionista ao apartheid sul-africano. Esta resolução, porém, foi revogada em 1991, por pressão dos EUA onde os sionistas têm forte presença meio à maior população judia do mundo e junto a várias igrejas cristãs que acreditam no direito judeu à Palestina.

Os nazistas acreditavam na superioridade racial ariana em relação às demais raças. Defendiam que entre os povos germânicos a raça ariana foi mais preservada da miscigenação com as "raças inferiores" do que em outras populações arianas da Europa e do mundo. Afirmavam que a superioridade da raça ariana manifesta-se nas várias civilizações que teriam criado no mundo antigo e no progresso científico e intelectual que as civilizações arianas conseguiram no mundo moderno.

O fato de os povos germânicos terem permanecido num estado próprio das sociedades pré-históricas até entrarem em contato com povos como os romanos e os semitas árabes e seu pouco progresso científico se comparado a povos ameríndios como os incas, maias e astecas, é justificado apelando-se para argumentos como as condições geográficas onde esses povos teriam vivido. O Nazismo propõe-se exatamente a impedir que a miscigenação do ariano continue a se dar, e vê nos judeus agentes interessados em promover essa "degradação" da única raça que, segundo acreditam, poderia impedi-los de dominar o mundo.

Limpeza étnica

Uma das bases do Sionismo é a crença de que judeus e gentios não podem viver em paz. Isso justifica para eles a expulsão sumária de não judeus. Golda Meir assim se expressou sobre isso: "Nós devemos perguntar a nós mesmos: 'Que tipo de Israel nós desejamos?' Eu digo: um Israel judeu, sem interrogações ou dúvidas. Um Israel judeu, sem o medo diário [de saber] se a minoria constitui agora cinco por cento ou não", citado em Davar, 6 de junho de 1969.

A propaganda sionista dissimula esse desprezo e xenofobia disfarçando-o como "valorização da diversidade" e estimulando outras sociedades a dividirem-se e isolarem-se em etnias.

Para o Nazismo todas as demais raças ameaçam a raça ariana, em especial pela miscigenação. O Estado deve garantir a homogeneidade da população: "(...) A organização de uma comunidade de seres moral e fisicamente homogêneos, com o objetivo de melhorar as condições de conservação de sua raça e assim cumprir a missão com que esta foi assinalada pela Providência. Esta e não outra coisa significam a finalidade e a razão de ser de um Estado", Hitler, MInha Luta, Cap. IV.

E então...?

terça-feira, 5 de maio de 2009

Do Le Monde Brasil....

Entre a água e a comida

Criar gado e cultivar trigo em pleno deserto. Na Arábia Saudita, essa é a realidade há mais de uma década. Porém, a alta produtividade nesses dois setores, resultante de investimentos pesados em tecnologia, pode ter um preço alto demais: o esgotamento das fontes aquíferas do país

Alain Gresh

Ao longo da estrada desértica que vai de Riyad a Kharj se alinham, uma ao lado da outra, fábricas de tâmaras que não nos deixam esquecer que a Arábia Saudita é o maior produtor mundial do fruto.

Na entrada da cidade, um grande cartaz anuncia a base aérea Príncipe Sultão, famosa por ter abrigado, até 2003, tropas americanas. Alguns quilômetros à frente, uma bifurcação conduz a uma porta bem protegida, sobre a qual uma inscrição proclama: “Al Safi, a maior fazenda integrada de criação de gado leiteiro do mundo”. O carro é desinfetado antes de ser autorizado a prosseguir. No hall de recepção está exposta uma cópia da página do Livro Guinness dos Recordes de 1998 dedicada à empresa por seus 3.500 hectares e 24 mil vacas – hoje contam-se 37 mil cabeças. Importado originalmente do Canadá, o gado malhado Holstein foi inseminado artificialmente. Os vitelos machos são abatidos para o mercado de carne e as fêmeas se tornam leiteiras.

A adaptação ao clima não foi simples. Refrigeradores mantêm a temperatura nos estábulos a menos de 27°C e painéis móveis protegem os animais de um sol escaldante. A ordenha é automatizada e controlada por computador. Na mesma área vê-se a usina de laticínios, também automatizada e dirigida pela sociedade francesa Danone, sócia do projeto desde janeiro de 2001. A fazenda produz 220 milhões de litros de leite por ano e supre cerca de um terço do que é consumido no país.

A companhia Al Safi nasceu do cérebro de um visionário, morto há dois anos, o príncipe Abdallah Al Fayçal, irmão mais velho do atual ministro das Relações Exteriores. Ele, que antes tinha pensado em rebocar ice- bergs do polo Norte para garantir o consumo de água no país, ofereceu ao reinado autos-suficiência em leite. “Nós atingimos altos desempenhos em produtividade: 33 litros por cabeça e por dia, acima das médias internacionais”, explica Karim Manssour, o jovem diretor geral de al Safi-Danone. “Contamos com 30 mil pontos de venda, 25 depósitos na Arábia, cinco no Golfo, um braço na Jordânia, outro no Iêmen e temos projetos para o Líbano e a Síria. São 2.500 pessoas trabalhando [fora as outras mil que trabalham na fazenda da qual a Danone não é parceira]. Um quarto delas é indiana. Ter apenas empregados sauditas é um desafio: é difícil encontrar trabalhadores locais para fazer serviços manuais, mas fazemos um esforço de buscá-los nas regiões pobres, no sul e no leste principalmente.”

De uma cabana de madeira surge um penacho de fumaça. É a água bombeada do solo, que sai a 70°C. Originalmente, bastava descer a 200 metros de profundidade para encontrá-la. Agora é preciso buscá-la a 2 mil metros. Mas isso não tem relação com o gado, diz Manssour: “Antes, o capim era cultivado aqui, mas nós deslocamos as plantações a 200 quilômetros para não esgotar o lençol freático. Temos também uma política de reciclagem da água”. A criação, garante ele, só consome de 3% a 4% da água do país, enquanto a agricultura absorve mais de 80%.

Poucos sabem disso, mas, nos anos 1980, a Arábia Saudita se transformou em um importante produtor de trigo. As autoridades garantiram aos agricultores um preço de compra mais alto do que o do mercado mundial, e a autossuficiência foi conquistada desde 1984. As áreas plantadas passaram de 67 mil hectares em 1980 para 907 mil em 1992, e a produtividade melhorou: 2,12 toneladas por hectare em 1980, 4,7 em 1988, depois 5,19 em 2005 – contra 6,98 na França, 4,22 na China ou 5,03 na Áustria. Foram criadas companhias privadas que geram lucros substanciais. Em 1993, a produção atingiu seu pico, com 5,3 milhões de toneladas, e as exportações ultrapassaram 2 milhões de toneladas. Na época, a organização das Nações Unidas para a alimentação e agricultura (FAO) louvou esse desempenho.

Trigo em pleno deserto? Mesmo que a Arábia Saudita esteja longe de se limitar a terras áridas e tenha, ao norte e principalmente ao sul, regiões verdejantes, dezenas de milhares de hectares dedicados ao trigo se impuseram sobre a areia. Para compreender como isso foi possível, é preciso remontar aos anos 1970, particularmente ao boom do petróleo do pós-1973.

O terceiro mundo sonhava então com uma “nova ordem internacional” e o Ocidente ameaçava utilizar sua “arma alimentar”, ou seja, cortar as exportações de trigo e leite para alguns Estados “hostis”. Ao mesmo tempo, vários governos afirmavam a vontade de garantir sua autonomia, entre eles, a Arábia Saudita. O dinheiro do petróleo parecia abrir todas as portas...

“Nós nos tornamos o principal exportador de água da região”, explica, irônico, um engenheiro agrícola que não deseja revelar seu nome. “Produzimos trigo ou outras variedades precoces que vendemos aos vizinhos, esgotando nossas fontes de água.” Há anos, ele tenta atrair a atenção das autoridades.

Um debate quente opôs os defensores da segurança alimentar aos que querem preservar as fontes aquíferas do país. Finalmente, no caso do trigo, foi o segundo grupo que ganhou. Riyad decidiu diminuir progressivamente as subvenções à produção local, para suprimi-las totalmente até 2016. Este ano, pela primeira vez em 25 anos, o rei- nado comprará 300 mil toneladas de trigo no mercado mundial.

Investimentos no exterior

Vice-ministro da agricultura, Abdoullah Al-Obeid não é dado a conversa fiada. Esse antigo membro da delegação encarregada de negociar a adesão, efetiva desde 2005, de seu país à Organização Mundial do Comércio (OMC) reconhece de bom grado:“No Ministério, pensamos que era preciso manter a produção de trigo. atingimos altos níveis de produtividade, principalmente no norte, e nessa região existe menos problemas de água. Gostaríamos de manter ali a produção”.

Turki Fayçal Al-Rasheed dirige uma importante sociedade agrícola, a Golden Grass Inc. Ele assistiu como observador às eleições legislativas no Kuwait e trabalha pela instauração de um sistema parlamentar na Arábia Saudita. Mas, nesse caso, compartilha as reservas de Al-Obeid: “Todos os países têm problemas de água, até os Estados Unidos. Entretanto, devemos continuar a cultivar. Isso permite dar assistência às zonas rurais pobres e nos ajuda também a dominar as tecnologias agrícolas de ponta para economia de água. Teria sido melhor associar as subvenções à utilização de mão-de-obra saudita”.

A autossuficiência continua a preocupar os responsáveis sauditas. “A crise alimentar de 2008”, explica Al-Obeid, “foi um sinal de alarme. A Arábia Saudita é um importador regular de produtos agrícolas, principalmente de arroz, milho e soja. Isso leva o reinado a investir no exterior. Tanto que enviamos delegações oficiais, compostas também de responsáveis do setor privado, para Turquia, Ucrânia, Egito, Sudão, Tailândia, Filipinas, Vietnã, Etiópia e Uzbequistão.” Ele se defende de qualquer viés colonialista e lamenta as fantasias da imprensa internacional: “Queremos investir na agricultura no exterior, mas não desejamos que toda a produção seja monopolizada pelo reinado, pelo contrário. Temos a intenção de aumentar as áreas cultivadas e vamos garantir que uma parte da produção permaneça no país que vai nos acolher”.

O medo de investimentos intensivos dos países do Golfo na agricultura do sul rendeu assunto de capa em muitos jornais. “Corrida às terras aráveis”, dizia o título do Le Monde de 13 de dezembro de 2008. O periódico publicou um mapa da organização não governamental Grain, afirmando, por exemplo, que a Arábia Saudita teria comprado 1.610.117 hectares pelo mundo. “Os Estados que monopolizam as terras agrícolas na África”, denunciava, por seu lado, o site Afrik.com em 12 de dezembro. “Passaram a mão nas terras agrícolas do sul”, explicava um professor de história do ensino médio num blog destinado a seus alunos [1].

Geralmente, quando uma ideia se torna lugar-comum na mídia, pode-se estar certo de que ela é, no mínimo, exagerada. Para medi-la, basta perguntar aos empresários sauditas envolvidos com a agricultura.

“Evoca-se muito os investimentos no Sudão”, reconhece Al-Rasheed, que dedicou vários artigos na imprensa local ao assunto. “Esse país dispõe de vários atributos: uma enorme área cultivável da qual somente 20% é utilizada; água em abundância, chuva e o rio Nilo. De fato, um clima favorável.” Já nos anos 1970, o Sudão era apresentado como “o celeiro do mundo árabe”. E, no entanto, segue Al-Rasheed, “os obstáculos são inúmeros: além da pobreza da agricultura sudanesa, com seu caráter artesanal e atraso técnico, não existe um regime claro de propriedade. Além disso, as terras visadas se situam em regiões petrolíferas – e, portanto, correm o risco de ser expropriadas de uma hora para outra. Quando tudo for acertado, e isso é antes de tudo responsabilidade das autoridades de Kartum, poderemos investir. Não é nada imediato.” O outro eldorado frequentemente evocado, o Egito, suscita as mesmas reservas. Quanto à Ásia, ela parece bem longe...

Os investimentos privados estrangeiros

No setor da agricultura têm uma história longa. Há vários séculos os países ocidentais estão presentes em suas antigas colônias, e as independências não alteraram essa situação.

O aumento do preço dos produtos agrícolas em 2008, apesar de breve, sem dúvida atiçou a cobiça. Mas a ideia está longe de ser realizada, e é um pouco abusivo denunciar a dominação colonial dos países do Golfo sobre as terras agrícolas do mundo. Ainda mais por se tratar de investidores privados que, se cultivam arroz ou trigo, é para vender no mercado mundial com o maior lucro possível. Pode-se duvidar de que eles reservarão a produção a seu país de origem.

A ONG Grain listou os projetos de investimentos agrícolas de diferentes países em 2008. Para a Arábia Saudita e os países do Golfo, trata-se quase sempre de intenções, visitas, declarações, mais que de contratos assinados. até o acordo dado como certo entre o grupo saudita Bin Laden e a Indonésia (US$ 4,3 bilhões para desenvolver 500 mil hectares de arroz basmati, particularmente apreciado pelos consumidores sauditas) não parece ser nada mais que um projeto. E a crise financeira, somada ao recuo – mesmo que provisório – dos preços dos insumos agrícolas, também vai limitar muitos apetites.

Com uma população que cresce rapidamente, lençóis freáticos poluídos ou esgotados, os projetos para racionalizar o consumo e a construção de novas usinas de dessalinização não são suficientes para garantir o abastecimento de água do país [2]. Como ninguém mais evoca o projeto de trazer icebergs do polo Norte, a Arábia Saudita deverá encontrar meios inéditos de garantir sua segurança alimentar.

*Alain Gresh é jornalista e integra a redação de Le Monde Diplomatique (França).



[1] http://tribouilloterminales.over-blog.com

[2] “Le secteur de l’eau en Arabie Aoudite” [O setor da água na Arábia Saudita], embaixada da França na Arábia Saudita, missão econômica, 22 de novembro de 2008. os dados datam de 2006.

Rock do Bom......

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cd1 - RED
01 - JimiHendrix - Hey Joe.mp3
02 - The Doors - Love Me Two Times.mp3
03 - Aerosmith - Janie's Got A Gun.mp3
04 - Van Halen - Jump.mp3
05 - Nirvana - Smells like teen spirit.mp3
06 - Whitesnake- Love Stranger.wma
07 - Pink Floyd - Another Break in The Wall Part I .mp3
08 - Alice In Chains - Man In The Box .mp3
09 - Metallica - Enter Sendman.mp3
10 - Bob Dylan - knockin on Heavens Door.mp3
11 - R.E.M - Losing My Religion.mp3
12 - ACDC - Back in Black .mp3
13 - Red Hot Chilli Pepers - Give It Away.mp3
14 - Pearl Jam - Black.mp3
15 - Slade - C'mon feel the noise.mp3
16 - Guns N' Roses - November Rain.mp3
17 - Ronnie James Dio - Rainbow In The Dark.mp3
18 - Sound Garden - Outshined.mp3
19 - Joan Jett -I Love Rock n Roll.mp3
20 - Kiss - Lick It Up.mp3
21 - Led zepelin - Rock and roll.mp3

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segunda-feira, 4 de maio de 2009

Assembleia dos Professores Estaduais do RS...


Educadores reafirmam defesa intransigente dos planos de carreira e do piso nacional


Reunidos em assembleia geral no dia 30 de abril, no Gigantinho, em Porto Alegre, os trabalhadores em educação da rede estadual deliberaram que vão utilizar todas as suas ferramentas de luta, inclusive a greve, para impedir a mudança, na Assembleia Legislativa, do Plano de Carreira do Magistério e do Plano de Carreira dos Funcionários de Escola. A categoria continuará lutando pela implantação do Piso Salarial Profissional Nacional como básico dos planos de carreira dos educadores.

Os trabalhadores em educação também aprovaram a continuidade dos atos regionalizados organizados pelo Fórum dos Servidores Públicos Estaduais. Os educadores também exigem a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na Assembleia Legislativa, para investigar as denúncias de corrupção no governo do estado. Ainda no mês de maio, os servidores realizarão um ato público estadual de protesto pelo Fora Yeda.

A assembleia geral ainda aprovou as seguintes propostas: campanha de apoio junto à sociedade em defesa dos planos de carreira da categoria, através de abaixo-assinado; organização de atividades do Fórum Popular da Educação Pública Gaúcha em nível regional; continuidade da “pressão” aos deputados em defesa dos planos de carreira; manifestação da categoria de que não reconhece a legitimidade da Agenda 2020 – fórum de empresários – pra discutir a carreira dos educadores e a educação pública no RS; realizar pesquisa com o conjunto da categoria sobre as condições de trabalho das escolas públicas; e a chamada extra.

Reivindicações – A assembleia geral aprovou a pauta de reivindicações da categoria. Entre outras reivindicações, a categoria reivindica:

1. reajuste salarial emergencial de 23,60%, correspondente à inflação de 2007, 2008 e a projeção para 2009 para professores e funcionários de escola;

2. implantação do Piso Salarial Profissional Nacional como básico do Plano de Carreira do Magistério, bem como a aplicação dos 2/3 relativos à Lei do Piso Salarial a partir de 1/1/2009, sobre o vencimento básico;

2. Inclusão do Piso Salarial no básico do Plano de Carreira dos Funcionários de Escola;

4. Manutenção dos planos de carreira dos professores e funcionários de escola, que são conquistas inegociáveis;

5. Ipe e Previdência Pública, com gestão paritária e garantia de todos os direitos e benefícios;

6. gestão democrática com autonomia das escolas e dos seus projetos político-pedagógicos;

7. implantação imediata do 1/3 de horas atividade, conforme a Lei do Piso Salarial;

8. manutenção do acordo de liberação dos dirigentes sindicais do CPERS

João dos Santos e Silva, assessor de imprensa do CPERS/Sindicato

domingo, 3 de maio de 2009

Carta do MST em homenagem a Augusto Boal



O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) divulgou a seguinte carta escrita em homenagem a Augusto Boal, falecido neste sábado, 2 de maio, aos 78 anos:

Companheiro Boal,

A ti sempre estimaremos por nos ter ensinado que só aprende quem ensina. Tua luta, tua consciência política, tua solidariedade com a classe trabalhadora é mais que exemplo para nós, companheiro, é uma obra didática, como tantas que escreveu. Aprendemos contigo que os bons combatentes se forjam na luta.

Quando ingressou no coletivo do Teatro de Arena, soube dar expressão combativa ao anseio daqueles que queriam dar a ver o Brasil popular, o povo brasileiro. Sem temor, nacionalizou obras universais, formou dramaturgos e atores, e escreveu algumas das peças mais críticas de nosso teatro, como Revolução na América do Sul (1961). Colaborou com a criação e expansão pelo Brasil dos Centros Populares de Cultura (CPC), e as ações do Movimento de Cultura Popular (MCP), em Pernambuco.

Mostrou para a classe trabalhadora que o teatro pode ser uma arma revolucionária a serviço da emancipação humana. Aprendeu, no contato direto com os combatentes das Ligas Camponesas, que só o teatro não faz revolução. Quantas vezes contou nos teus livros e em nossos encontros de teu aprendizado com Virgílio, o líder camponês que te fez observar que na luta de classes todos tem que correr o mesmo risco.

Generoso, expôs sempre por meio dos relatos de suas histórias, seu método de aprendizado: aprender com os obstáculos, criar na dificuldade, sem jamais parar a luta.

Na ditadura, foi preso, torturado e exilado. No contra-ataque, desenvolveu o Teatro do Oprimido, com diversas táticas de combate e educação por meio do teatro, que hoje fazemos uso em nossas escolas do campo, em nossos acampamentos e assentamentos, e no trabalho de formação política que desenvolvemos com as comunidades de periferia urbana.

Poucas pessoas no Brasil atravessaram décadas a fio sem mudar de posição política, sem abrandar o discurso, sem fazer concessões, sem jogar na lata de lixo da história a experiência revolucionária que se forjou no teatro brasileiro até seu esmagamento pela burguesia nacional e os militares, com o golpe militar de 1964.

Aprendemos contigo que podemos nos divertir e aprender ao mesmo tempo, que podemos fazer política enquanto fazemos teatro, e fazer teatro enquanto fazemos política. Poucos artistas souberam evitar o poder sedutor dos monopólios da mídia, mesmo quando passaram por dificuldades financeiras. Você, companheiro, não se vergou, não se vendeu, não se calou.

Aprendemos contigo que um revolucionário deve lutar contra todas, absolutamente todas as formas de opressão. Contemporâneo de Che Guevara, soube como ninguém multiplicar o legado de que é preciso se indignar contra todo tipo de injustiça. Poucos atacaram com tanta radicalidade as criminosas leis de incentivo fiscal para o financiamento da cultura brasileira. Você, companheiro, não se deixou seduzir pelos privilégios dos artistas renomados. Nos ensinou a mirar nos alvos certeiros.

Incansável, meio século depois de teus primeiros combates, propôs ao MST a formação de multiplicadores teatrais em nosso meio. Em 2001 criamos contigo, e com os demais companheiros e companheiras do Centro do Teatro do Oprimido, a Brigada Nacional de Teatro do MST Patativa do Assaré. Você que na década de 1960 aprendeu com Virgílio que não basta o teatro dizer ao povo o que fazer, soube transferir os meios de produção da linguagem teatral para que nós, camponeses, façamos nosso próprio teatro, e por meio dele discutir nossos problemas e formular estratégias coletivas para a transformação social.

Nós, trabalhadoras e trabalhadores rurais sem terra de todo o Brasil, como parte dos seres humanos oprimidos pelo sistema que você e nós tanto combatemos, lhes rendemos homenagem, e reforçamos o compromisso de seguir combatendo em todas as trincheiras. No que depender de nós, tua vida e tua luta não será esquecida e transformada em mercadoria. O teatro mundial perde um mestre, o Brasil perde um lutador, e o MST um companheiro. Nos solidarizamos com a família nesse momento difícil, e com todos e todas praticantes de Teatro do Oprimido no mundo.

Dos companheiros e companheiras do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

02 de maio de 2009.

Grande Obra...fantástico....

Vidas Secas, Nélson Pereira dos Santos




Formato: rmvb
Áudio: Português
Legendas: S/L
Duração: 1:40
Tamanho: 526 MB
Divididos em 06 Partes
Servidor: Rapidshare

Créditos: F.A.R.R.A.- Eudes Honorato

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Senha para descompactar: http://farra.clickforuns.net



Sinopse: Família de retirantes, Fabiano, Sinha Vitória, o menino mais velho, o menino mais novo e a cachorra Baleia, que, pressionados pela seca, atravessam o sertão em busca de meios de sobrevivência.


Curiosidades:

- Neste filme fica perceptível a influência marcante do neo-realismo italiano na obra do diretor Nelson Pereira dos Santos.

- Prêmio do OCIC e prêmio dos Cinemas de Arte em Cannes, 1964.

- Foi indicado à Palma de Ouro.

- Melhor Filme na Resenha de Cinema de Gênova, 1965.

- Único filme brasileiro a ser indicado pelo British Film Institute, em junho último, como uma das 360 obras fundamentais em uma cinemateca.


Elenco:

Átila Iório (Fabiano)
Genivaldo Lima
Gilvan Lima
Orlando Macedo (Soldado Amarelo)
Maria Ribeiro (Sinhá Vitória)
Jofre Soares (Fazendeiro)
Pedro Santos
Maria Rosa
José Leite
Antônio Soares
Clóvis Ramos
Gilvan Leite
Inácio Costa
Oscar Souza
Vanutério Maia
Arnaldo Chagas
Gileno Sampaio
Manoel Ordônio
Moacir Costa
Walter Mointeiro


Screen Shots:











sábado, 2 de maio de 2009

Linha de Passe - O FILME....


Gênero: Drama
Tempo de Duração: 108 minutos
Ano de Lançamento (Brasil): 2008
Direção: Walter Salles e Daniela Thomas
Gênero: Drama
Origem/Ano: BRA/2008
Formato: RMVB
Áudio: Português
Duração: 108 min
Tamanho: 387 MB
Servidor: Rapidshare (4 partes)
CRÉDITOS: Ronaldo - Almas Corsárias


Sinopse:

São Paulo. Reginaldo (Kaique de Jesus Santos) é um jovem que procura seu pai obsessivamente. Dario (Vinícius de Oliveira) sonha em se tornar jogador de futebol mas, aos 18 anos, vê a idéia cada vez mais distante. Dinho (José Geraldo Rodrigues) dedica-se à religião. Dênis (João Baldasserini) enfrenta dificuldades em se manter, sendo também pai involuntário de um menino. Os quatro são irmãos, tendo sido criados por Cleuza (Sandra Corveloni), sua mãe, que trabalha como empregada doméstica e está mais uma vez grávida, de pai desconhecido. Eles precisam lidar com as transformações religiosas pelas quais o Brasil passa, assim como a inserção no meio do futebol e a ausência de uma figura paterna.


Elenco:

João Baldasserini (Dênis)
Vinícius de Oliveira (Dario)
José Geraldo Rodrigues (Dinho)
Kaique de Jesus Santos (Reginaldo)
Sandra Corveloni (Cleuza)
Ana Carolina Dias

















O fino do Blues...O MELHOR GUITARRISTA DESCONHECIDO DO MUNDO

Este é o título de um documentário sobre o grande Roy Buchanan - 'O melhor guitarrista desconhecido do mundo'. Depois de tantos discos de funk’n’soul, fiquem agora com um pouco de blues.

Segue a discografia desse guitarrista fenomenal, que é Roy Buchanan, aqui estão os discos lançados em vida e algumas coletânias póstumas. Roy morreu em 1988. Quem não conhece, não perca tempo e baixe logo de uma vez.

Creditos: EuOvo

1971 Buch and The Snake Stretchers


1. Sweet dreams
2. Down by the river
3. Since you’ve been gone
4. I am a lonesome fugitive
5. The messiah will come again
6. Johnny B. Goode

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1972 Roy Buchanan

1. Sweet dreams
2. I am a lonesome fugitive
3. Cajun
4. John's blues
5. Haunted house
6. Pete's blues
7. The messiah will come again
8. Hey good lookin'

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1973 Second Album

1. Filthy Teddy
2. After hours
3. Five string blues
4. Thank you Lord
5. Treat her right
6. I won't tell you no lies
7. Tribute to Elmore James
8. She once lived here

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1973 That's What I am Here For

1. My baby says she's gonna leave me
2. Hey Joe
3. Home is where I lost her
4. Rodney's song
5. That's what I am here for
6. Roy's bluz
7. Voices
8. Please don't turn me away
9. Nephesh

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1974 Amazing Grace Evanston

1. Done your daddy dirty
2. Reelin' and rockin'
3. Hot cha
4. Roy's bluz
5. Change my mind
6. Hey Joe/ Foxy lady
7. Johnny B. Goode
8. Further on up the road
9. I hear you knockin'
10. Sweet dreams

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1974 In the Begining

1. Rescue me
2. I'm a ram
3. In the beginning
4. CC rider
5. Country preacher
6. You're killing my love
7. She can't say no
8. Wayfaring pilgrim

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1975 Live Stock

1. Reelin' and rockin’
2. Hot cha
3. Further on up the road
4. Roy's bluz
5. Can I change my mind
6. I'm a ram
7. I'm evil

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1976 A Street Called Straight

1. Running out
2. Keep what you got
3. Man on the floor
4. Good God have mercy
5. Okay
6. Caruso
7. My friend Jeff
8. If six was nine
9. Guitar cadenza
10. The messiah will come again
11. I still think about Ida Mae

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1977 Loading Zone

1. Heat of the battle
2. Hidden
3. Circle
4. Adventures of Brer Rabbit and Tar Baby
5. Ramon's blues
6. Green onions
7. Judy
8. Done your daddy dirty
9. Your love

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1978 Live in Japan

1. Soul dressing
2. Sweet honey dew
3. Hey Joe
4. Slow down
5. Lonely days lonely nights
6. Blues otani
7. My baby says she's gonna leave me
8. Sweet dreams

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1978 You’re Not Alone

1. The opening... Miles from earth
2. Turn to stone
3. Fly... Night bird
4. 1841 shuffle
5. Down by the river
6. Supernova
7. You're not alone

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1980 My Babe

1. You gotta let me know
2. My babe
3. It should’ve been me
4. Secret love
5. Lack of funk
6. Dr. Rock’n’roll
7. Dizzy miss Lizzy
8. Blues for Gary
9. My sonata

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1985 When a Guitar Plays the Blues

1. When a guitar plays the blues
2. Chicago smokeshop
3. Mrs. pressure
4. A nickel and a nail
5. Short fuse
6. Why don’t you want me
7. Country boy
8. Sneaking Godzilla through the alley
9. Hawaiian punch

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1986 Dancing on the Edge

1. Peter Gunn
2. The chokin kind
3. Jungle gyn
4. Drowning on dry land
5. Petal to the metal
6. You can't judge a book by the cover
7. Cream of the crop
8. Beer drinking woman
9. Whiplash
10. Baby baby baby
11. Mathew

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1987 Hot Wires

1. High wire
2. That did it
3. Goose grease
4. Sunset over Broadway
5. Ain’t no business
6. Flash Chordin
7. Somewhere
8. 25 miles
9. These arms of mine
10. Country boogie
11. The blues lover

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1993 Guitar on Fire (The Atlantic Sessions)

1. Ramon’s blues
2. The heat of the battle
3. Hidden
4. Green onions
5. Judy
6. Adventures of Brer Rabbit and Tar Baby
7. Turn to stone
8. Fly... Night bird
9. Supernova
10. Down by the river
11. Running out
12. Man on the floor
13. Okay
14. My friend Jeff
15. If six was nine
16. The messiah will come again

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2001 Deluxe Edition

1. Peter Gunn
2. That did it
3. Chicago smokeshop
4. Mrs. pressure
5. Ain’t no business
6. Blues for Jimmy Nolan
7. A nickel and a nail
8. Mathew
9. You can't judge a book by the cover
10. Beer drinking woman
11. Flash Chordin
12. These arms of mine
13. Whiplash
14. When a guitar plays the blues
15. Hawaiian punch
16. The last word

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A terra enferma III


10800 bilhões de filhos a mais, cada um disposto a te destruir.

Por Raúl Crespo. Venezuela

Enferma como estás tens parido 6600 bilhões de pessoas e te projetam até 10800 bilhões de filhos a mais, cada um disposto a te destruir.

A incapacidade dos capitais para promover uma relação harmoniosa no crescimento da humanidade, nisto, os programas científicos e tecnológicos dos Estados Unidos, Rússia, China e outras potências que não superam os dedos das mãos te estão destruindo mãe terra. Essa ciência é seu melhor aliado.

Ainda não o tem conseguido, mas te tem doente, lhes permite em algum momento abrigar a esperança de que mediante o estrondo bem cronometrado dos projéteis nucleares possam terminar contigo. Enquanto isso, te sangram constantemente, te perfuram por aqui e por lá. Graças ao teu sangue, teus filhos se desenvolvem, se vestem, inclusive se alimentam, teu sangue é a base para uma sociedade petroquímica, por desgraça, uma das principais calamidades que afetam à humanidade. Causadora das piores guerras do século passado e do que começa. Teu sangue é utilizada para o esbanjamento econômico, instabilidade e empobrecimento de muitas nações à quais dotaste de teu sangue para o seu desenvolvimento.

Trás incontáveis golpes de estado, ditaduras e manipulação de democracias, estes países, seus povos, mais da metade de teus filhos estão submetidos à escravidão social, a perda de povos indígenas e a desaparição de espécies trás a destruição de milhões de hectares de bosques, poluição da água doce, do ar, das cidades, do solo e da água dos sete mares. A acumulação de gigantescas quantidades de lixo químico e plástico. A mudança climática, a aparição de doenças degenerativas, as mortes, trás elas, está o petróleo. Teu sangue.

O anteriormente anotado, é o sucesso do desenvolvimento humano. O sucesso da estratégia para este desenvolvimento depende de manter viva a capacidade de sangrar-te. Quando a história, desde meados do século XX nos anunciava tua doença Pacha Mama, a tecnologia que usam te consome mais. Tu, mãe terra, reages com uma constante febre para aliviar tua temperatura. Poucos se preocupam, o resto é indiferente à tua calamidade.

Teu sangue e recursos têm dividido aos teus filhos, 20% deles exploram o resto. Seu poder econômico, industrial e militar, depende dos recursos dos explorados e, isto tem uma longa e triste história de realidade. Tem servido mal ao equilíbrio dos teus filhos. O século XX foi o século do envenenamento e da morte massiva da gente e da doença de nossa mãe. Esta enfermidade é um envenenamento não só produzido durante o processo de extração de teu sangue pelos resíduos, os derrames por terra e mar, também contribuem à acidificação de tuas lágrimas.

Teu sangue serve para que teus filhos se convertam em sociedade petroquímica. Os agroquímicos, os COPS, os combustíveis, os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, os fármacos, os dejetos hospitalares e outros compostos que se produzem a partir de teu sangue já transformados em comodidade, ajuda e lixo, descarregam-se e se acumulam em ti... te estão matando minha mãe.

A defesa de tua saúde e a saúde dos teus filhos, a alimentação, a luta por te ajudar com fontes de energia que te permitam recuperar-te, por uma agricultura sustentável e soberana, a luta por despoluir-te e aliviar tua temperatura, a busca de uma química verde associada à nova política para ajudar-te, a luta contra os interesses desses 20% dos teus filhos egoístas que habitam nações industrializadas culpadas do teu envenenamento, a luta pela paz em teu seio, depende em grande medida de uma consciência que não temos para apertar à indústria que te sangra e à civilização que a sustenta.

Essa civilização está em crise, porque a civilização petroleira chegou ao seu topo, porém, realizam-se gestões para continuar com o sangramento. A solução a essa crise não está em marcha, sua saída se retrasa, enquanto os traços mais decadentes da crise se salientam de forma mais e mais letal.

Entretanto, resulta obvio que o convite a uma nova civilização requer da criação de alternativas técnicas, científicas, culturais, freadas pelos interesses mesquinhos dos teus filhos ricos, a quem só lhes interessam os aspectos macroeconômicos, financeiros, políticos, de dominação que evitem construir alternativas de solução e restaurar a paz e a equidade entre os povos, recuperar tua saúde e que os países onde habitam teus filhos pobres possam negociar suas dívidas financeiras internacionais e compensar o saqueio que ocasionou teu sangramento, assegurar a justiça e a democracia dos teus recursos que os compartes com todos, mas, que poucos se apropriaram para o seu enriquecimento. Negam-se a frear o veneno que te mata.

Em nome de todos teus filhos te peço perdão minha mãe. Os que continuam adoecendo-te, os indiferentes, e por nós que estamos limitados para te ajudar de melhor maneira. Perdoa-nos por não ajudar como te mereces nossa senhora. Proporcionas-nos vida e nós morte.

Versão em português: Raul Fitipaldi, de América Latina Palavra Viva.