terça-feira, 12 de maio de 2009

A midia de esgoto se revela....

O "Rio Grande" merece isso!

O editorial de hoje do jornal Zero Hora merece ser guardado. É um registro importante para alguém que deseje fazer um dia uma história do comportamento editorial da mídia gaúcha. Raras vezes, a posição editorial do grupo RBS mostrou-se tão desnudada. É uma constrangedora exibição de cinismo, ignorância, delírio, mentira, hipocrisia e irresponsabilidade. Intitulado “O Rio Grande não merece isso!”, o editorial coloca no mesmo saco acusados de roubo, desvio de dinheiro público, formação de quadrilha, peculato, desvio, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, entre outros crimes, e os denunciantes. Vamos a ele (o texto em itálico refere-se ao editorial):

"Os gaúchos vivem um momento triste da história política deste Estado. Como se não bastassem os inevitáveis problemas decorrentes da crise econômica mundial e das armadilhas do clima, lideranças políticas, autoridades e instituições vêm protagonizando um deplorável jogo de acusações, suspeitas e mentiras que só confunde e decepciona a população. Os cidadãos rio-grandenses já não sabem em quem acreditar, tal é o emaranhado de denúncias sem provas, explicações pouco convincentes, gravações misteriosas e desarrazoadas manobras partidárias voltadas unicamente para a conquista do poder. Será tão difícil assim para o Rio Grande e sua gente retomar o caminho da verdade e da dignidade?"

A primeira frase é verdadeira. Uma das únicas em todo o texto. Na segunda frase, já aparecem a ignorância e a irresponsabilidade. Entre as mazelas do Rio Grande figuram as “armadilhas do clima”. Como assim, “armadilhas”? Para a RBS, o clima é um agente ardiloso que está colocando armadilhas a frente do pobre povo gaúcho? Os fenômenos climáticos atípicos que vem se repetindo com regularidade crescente no Estado (como secas, furacões, enchentes, entre outros) são apresentados como sendo algo completamente dissociado da ação humana. O desmatamento desenfreado, a desertificação, a morte de rios, riachos, lagos e açudes, a destruição de áreas fundamentais para o equilíbrio ambiental – tudo isso é reduzido à categoria de “armadilhas” do clima.

O mesmo parágrafo opera uma lamentável diluição de responsabilidades entre acusadores e acusados. “Os cidadãos riograndenses já não sabem em quem acreditar”, diz o texto. Que tal acreditar nas instituições responsáveis por apurar denúncias de roubo de dinheiro público? Que tal, por exemplo, divulgar ampla e didaticamente para a população o resultado das investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal na Operação Rodin, que denunciou, com fartas provas, a existência de uma quadrilha instalada no aparelho do Estado, operando inclusive com um braço midiático. Nunca é demais lembrar que, logo após o início da Operação Rodin, uma das pautas dos veículos da RBS foi sobre o uso de algemas em “homens de bem”.

"As mais recentes denúncias contra o atual governo do Estado, de uso indevido de recursos de campanha, lançam uma nova carga de suspeições no ventilador da moralidade pública. De um lado, está uma governadora acuada por incessantes ataques de oposicionistas, servidores descontentes com a administração e inimigos políticos velados. De outro, está uma oposição ansiosa para transformar qualquer gota d’água em tsunami, sustentada tanto pelo fogo amigo de quem gravita em torno do poder com interesses subalternos quanto pela munição clandestina de quem deseja conquistá-lo. No meio deste fogo cruzado, estão os cidadãos, os contribuintes, os eleitores deste Estado, cada vez mais desiludidos com a classe política e confusos em relação a seus representantes".

Para a RBS, a governadora está “acuada por ataques de oposicionistas, uma oposição ansiosa e inimigos políticos velados”. A governadora não estaria acuada por investigações de instituições republicanas como a Polícia Federal, o Ministério Público Federal, o Ministério Público de Contas e a Assembléia Legislativa, apenas para citar algumas??? E “no meio do povo cruzado” estaria os “cidadãos, contribuintes e eleitores cada vez mais desiludidos com a classe política”. Para a RBS, os cidadãos, contribuintes e eleitores do Rio Grande do Sul não têm qualquer responsabilidade sobre suas escolhas políticas. São eternas vítimas da “classe política” que, supostamente, não é escolhida por eles.

"Ninguém é convincente neste episódio lamentável: nem os denunciantes, que levantam suspeitas sobre tudo e todos, e não conseguem provar nada; nem o governo, que parece mais preocupado em desqualificar seus acusadores do que em se abrir à transparência exigida pelos cidadãos. E o pior é que as instituições independentes, que poderiam abreviar a angústia da população, mostram-se no mínimo insensíveis. Como justificar, por exemplo, que o Ministério Público Federal, ao qual se atribui a guarda de provas decisivas para o equacionamento do impasse, não venha a público para, pelo menos, esclarecer se elas existem?"

Mais uma vez a operação de diluição entre acusadores e acusados. Esse parágrafo beira a cumplicidade com os acusados de formar quadrilhas para saquear o estado. E as “instituições independentes” são insensíveis por não dizerem o que a RBS quer na hora que ela quer.

"Cogita-se, agora, da formação de uma CPI na Assembleia Legislativa do Estado para investigar as novas denúncias contra o governo. Com todo respeito a esse instrumento de ação parlamentar, é difícil imaginar que a pretendida comissão não venha a se transformar apenas num palanque eleitoral da disputa política para o pleito do próximo ano. Numa situação normal, se fosse para realmente apurar a verdade, a investigação seria bem-vinda. Mas no atual momento e considerando-se a mesquinhez das posições políticas vigentes, tende a ser uma perda de tempo e um novo fator de descrença da sociedade nos seus representantes, independentemente da sigla partidária que defendem".

Aqui, o instrumento da CPI é apontado como “palanque eleitoral da disputa política”. Memória é bom e não faz mal a ninguém. No dia 27 de abril de 2001, o mesmo jornal Zero Hora publicou um editorial elogiando a CPI da Segurança Pública que estaria “cumprindo o seu papel”: “bastou uma inspeção feita de surpresa no Instituto Geral de Perícias (IGP), na capital, para que representantes da comissão de inquérito pudessem constatar in loco as graves deficiências materiais e de pessoal desta instituição cujo trabalho é essencial para o combate à criminalidade”, afirmou o editorial.

Na mesma linha, no dia 22 de março de 2001, a então editora de Política de ZH, Rosane de Oliveira, escrevia: “O sucateamento da frota da Brigada Militar e da Polícia Civil não é uma abstração criada pelos opositores do governo (Olívio) para justificar a criação de uma CPI (...). O governo do Estado está diante de um problema que exige ação imediata” . Nestes e em outros textos de opinião publicados na época não há referências ao “palanque da oposição”

"O que não pode é persistir esta situação de irresponsabilidade coletiva, que só faz mal ao Estado. O Rio Grande, por sua tradição política e pela índole de sua gente, não merece tanto constrangimento. Ainda que um parlamentar da terra tenha dito recentemente que está se lixando para a opinião pública, somos nós – os cidadãos comprometidos com o progresso e a justiça – que podemos mudar este estado de coisas, transformando a indignação em protesto, em manifestações públicas, em voto consciente, em repúdio inequívoco às mentiras e falsidades. O Rio Grande exige mais grandeza política de seus representantes políticos".

A irresponsabilidade que faz mal ao Estado é a da RBS e seus agentes político e midiáticos que não respondem por suas escolhas políticas e editoriais. Há décadas, a RBS defende e integra um esquema de poder político e econômico que anda de mãos dadas com a privatização do Estado, a destruição ambiental e a criminalização dos setores da sociedade que lutam contra isso. Quando os privatizadores do bem público são pegos com a boca na botija questiona-se o uso de algemas e dilui-se acusadores e acusados. Apresentando-se como porta-voz da “índole do povo gaúcho”, a RBS oculta seus interesses políticos e empresariais, sonega informações, transforma o clima em um inimigo ardiloso, pisoteia a memória e a consciência histórica do Estado.

Uma última observação: o Rio Grande merece isso sim. Shakespeare colocou na boca de Hamlet: “se todos recebessem o que merecessem, ninguém escaparia do chicote”. O Rio Grande do Sul e a população do Estado, apontada miticamente como a “mais politizada” do país, têm o dever de responder por suas escolhas e omissões.

Grande Chavez...

Chávez desapropria terras e acusa conspiração da imprensa


O presidente venezuelano, Hugo Chávez, assinou, neste domingo (10), ordens de desapropriação de 10 mil hectares, como forma de apoiar as políticas de luta contra os latifúndios e terras ociosas e de estímulo à produção de alimentos. Também acusou a imprensa venezuelana de conspirar contra seu governo.



A assinatura do documento aconteceu durante o programa "Alô Presidente", realizado perto de sua terra natal, no estado Barinas, em cujas terras se produzirão as expropriações. Segundo Chávez, as terras desapropriadas não estavam sendo aproveitadas ou as pessoas que se diziam donas não tinham documentos que comprovassem sua condição de verdadeiros proprietários.

O presidente explicou que está consciente de que as medidas geram críticas a seu Governo por parte dos setores dominantes. "Podem haver ocupantes e produtores produzindo na terra, mas se não a produzem bem, perdem o direito de explorá-la", acrescentou o presidente.

Chávez argumentou que algumas das granjas desapropriadas estavam dedicadas ao cultivo da cana-de-açúcar, que esgota rapidamente a terra, quando seu destino deve ser a produção de tomates, pimentões ou cebolas. Segundo ele, parte das terras pertencia a pessoas que não morava nelas, mas apenas as aproveitamavm ocasionalemnte nos fins de semana.

"A terra é, por natureza, propriedade de todos. Se alguém está ocupando uma terra, por razões diversas, mas não vive nela, vive na cidade e paga uma miséria para que alguém cuide dela, isso tem que acabar. Aquele que qiueira trabalhar na terra, que venha trabalhar de verdade", colocou.
O Governo venezuelano assinalou que prosseguirá com a desapropriação de latifúndios e terras mal utilizadas com o objetivo de alcançar a autosubsistência do país.

Críticas à imprensa privada venezuelana

Também neste domingo, Hugo Chávez, acusou os meios de comunicação privados de incitarem o ódio entre os venezuelanos, manipularem informações e de conspirarem contra seu governo, atiçando rebeliões militares e tentativas de assassinato. Ele prometeu tomar medidas severas para impedir tal situação e lembrou que a as empresas de radiodifusão funcionam sob concessão pública.

"Não tenham dúvida de que estão brincando com fogo, manipulando, incitando o ódio. Todos os dias, televisões, rádios, jornais... Eu só digo a vocês e ao povo venezuelano que isso não vai continuar. Essas ondas eletromagnéticas são de propriedade pública, social", advertiu Chávez durante seu programa semanal "Alô presidente".

Chávez ainda relembrou a diferença entre crítica e conspiração e reforçou que não permitirá que alguns meios de comunicação passem por cima da lei. "Existe uma concessão que alguém fornece para que os meios de comunicação operem. Tudo tem que estar regulamentado e é para isso que existem as leis", explicou.

Créditos: vermelho




segunda-feira, 11 de maio de 2009

Desculpem a moléstia

Segundo a revista [i]Foreign Policy[/i], a Somalia é o lugar mais perigoso do mundo. Mas quem são os piratas? Os mortos de fome que assaltam navios ou os especuladores de Wall Street, que há anos assaltam o mundo e agora recebem multimilionárias recompensas por suas atividades? Por que o mundo premia os que o saqueiam? Por que a justiça é cega de um único olho? Wal Mart, a empresa mais poderosa de todas, proíbe os sindicatos. McDonald’s, também. Por que estas empresa violam, com delinqüente impunidade, a lei internacional?

Quero compartilhar com vocês algumas perguntas, moscas que zumbem na minha cabeça:

O zapatista do Iraque, o que jogou os sapatos contra Bush, foi condenado a três anos de prisão. Não merecia, na verdade, uma condecoração?

Quem é o terrorista? O zapatista ou o zapateado? Não é culpado de terrorismo o serial killer que, mentindo, inventou a guerra do Iraque, assassinou a um montão de gente, legalizou a tortura e mandou aplicá-la?

São culpados os habitantes de Atenco, no México, ou os indígenas mapuches do Chile, ou os kekchies da Guatemala, ou os camponeses sem terra do Brasil, todos acusados de terrorismo por defender seu direito à terra? Se sagrada é a terra, mesmo se a lei não o diga, não são sagrados também os que a defendem?

Segundo a revista Foreign Policy, a Somalia é o lugar mais perigoso do mundo. Mas quem são os piratas? Os mortos de fome que assaltam navios ou os especuladores de Wall Street, que há anos assaltam o mundo e agora recebem multimilionárias recompensas por suas atividades?

Porque o mundo premia os que o saqueiam?

Por que a justiça é cega de um único olho? Wal Mart, a empresa mais poderosa de todas, proíbe os sindicatos. McDonald’s, também. Por que estas empresa violam, com delinqüente impunidade, a lei internacional? Será que é por que no mundo do nosso tempo o trabalho vale menos do que o lixo e valem menos ainda os direitos dos trabalhadores?

Quem são os justos e quem são os injustos? Se a justiça internacional realmente existe, por que não julga nunca aos poderosos? Não são presos os autores dos mais ferozes massacres? Será que é porque são eles que têm as chaves das prisões?

Por que são intocáveis as cinco potências que tem direito de veto nas Nações Unidas? Esse direito tem origem divina? Velam pela paz os que fazem o negócio da guerra? É justo que a paz mundial esteja a cargo das cinco potências que são as cinco principais produtoras de armas? Sem desprezar aos narcotraficantes, este também não é um caso de “crime organizado”?

Mas não demandam castigo contra os senhores do mundo os clamores dos que exigem, em todos os lugares, a pena de morte. Só faltava isso. Os clamores clamam contra os assassinos que usam navalhas, não contra os que usam mísseis.

E a gente se pergunta: já que esses justiceiros estão tão loucos de vontade de matar, por que não exigem a pena de morte contra a injustiça social? É justo um mundo em que a cada minuto destina três milhões de dólares aos gastos militares, enquanto a cada minuto morrem quinze crianças por fome ou doença curável? Contra quem se arma, até os dentes, a chamada comunidade internacional? Contra a pobreza ou contra os pobres?

Porque os adeptos fervorosos da pena de morte não exigem a pena de morte contra os valores da sociedade de consumo, que cotidianamente atentam contra a segurança pública? Ou por acaso não convida ao crime o bombardeio de publicidade que aturde a milhões e milhões de jovens desempregados ou mal pagos, repetindo para eles dia e noite que ser é ter, ter um automóvel, ter sapatos de marca, ter, ter, e que não tem, não é?

E por que não se implanta a pena de morte contra a pena de morte? O mundo está organizado a serviço da morte. Ou não fabrica a morte a industria militar, que devora a maior parte dos nossos recursos e boa parte das nossas energias? Os senhores do mundo só condenam a violência quando são outros os que a exercem. E este monopólio da violência se traduz em um fato inexplicável para os extraterrestres e também insuportável para os terrestres que ainda queremos, contra toda evidência, sobreviver: os humanos somos os únicos especializados no extermínio mútuo e desenvolvemos uma tecnologia da destruição que está aniquilando, de passagem, ao planeta e a todos os seus habitantes.

Esta tecnologia se alimenta do medo. É o medo que fabrica os inimigos que justificam o desperdício militar e policial. E em vias de implantar a pena de morte, que tal se condenamos à morte o medo? Não seria saudável acabar com essa ditadura universal dos assustadores profissionais? Os semeadores de pânico nos condenam à solidão, nos proíbem a solidariedade: salve-se quem puder, destruam-se uns aos outros, o próximo é sempre um perigo que se aproxima, olho, cuidado, esse cara vai te roubar, aquele vai te violar, este carrinho de nenê esconde bomba muçulmana e se essa mulher te olha, essa vizinha de aspecto inocente, certamente vai te contagiar com a gripe Porcina.

No mundo de cabeça para baixo, dão medo até os mais elementares atos de justiça e de bom senso. Quando o presidente Evo Morales começou a refundação da Bolívia, para que esse país de maioria indígena, deixasse de ter vergonha de olhar no espelho, provocou pânico. Este desafio era catastrófico do ponto de vista da ordem racista tradicional, que dizia que era a unida ordem possível. Evo era, trazia o caos e a violência e por sua culpa a unidade nacional ia explodir em pedaços. E quando o presidente equatoriano Rafael Correa anunciou que se negava a pagar as dívidas não legítimas, a noticia produziu terror no mundo financeiro e o Equador foi ameaçado com terríveis castigos, por estar dando um tão mau exemplo. Se as ditaduras militares e os políticos ladrões foram sempre mimado pelos bancos internacionais, não nos acostumamos já a aceitar como fatalidade do destino que o povo pague o garrote que o golpeia e a cobiça que o saqueia?

Mas será que se divorciaram para sempre o bom senso e a justiça? Não nasceram para andar juntos, bem pegadinhos, o bom senso e a justiça?
Não é de bom senso, e também de justiça, esse lema das feministas que dizem que se nós, os machos, ficássemos grávidos, o aborto seria livre? Por que não se legaliza o direito ao aborto? Será porque então deixaria de ser o privilegio das mulheres que podem paga-lo e dos médicos que podem cobrá-lo?

O mesmo acontece com outro escandaloso caso de negação da justiça e do bom senso: por que não se legalizam as drogas? Por acaso não se trata, como no caso do aborto, uma questão de saúde publica? E o país que tem mais drogados, que autoridade moral tem, que autoridade moral tem para condenar aos que abastecem sua demanda? E por que os grandes meios de comunicação, tão consagrados à guerra contra o flagelo da droga, não dizem nunca que ela provêm do Afeganistão quase toda a heroína que se consome no mundo? Quem manda no Afeganistão? Não é esse um país ocupado militarmente pelo pais messiânico que se atribui a missão de salvar a todos nós?

Por que não se legalizam as drogas pura e simplesmente? Não será porque elas dão o melhor pretexto para as invasões militares, além de brindar os mais suculentos lucros aos bancos que de noite trabalham como lavanderias?

Agora o mundo está triste porque se vendem menos carros. Uma das conseqüências da crise mundial é a queda da próspera indústria automobilística. Se tivéssemos algum resto de bom senso e um pouquinho de sentido de justiça, não teríamos que celebrar essa boa noticia? Ou por acaso a diminuição de automóveis não é uma boa noticia, do ponto de vista da natureza, que estará um pouquinho menos envenenada e dos pedestres, que morrerão um pouco menos?

Segundo Lewis Carroll, a Rainha explicou a Alice como funciona a justiça no país das maravilhas:

- Ai você tem – disse a Rainha. Está preso cumprindo sua condenação; mas o processo só vai começar na segunda-feira. E, claro, o crime será cometido no final.

Em El Salvador, o arcebispo Oscar Arnulfo Romero comprovou que a justiça, como a serpente, só morde aos descalços. Ele morreu baleado, por denunciar que no seu país os descalços nasciam condenados de atenção pelo delito de nascimento.

O resultado das recentes eleições em El Salvador não é de alguma forma uma homenagem. Uma homenagem ao arcebispo Romero e aos milhares que como ele morreram lutando por uma justiça justa no reino da injustiça?
Às vezes acabam mal as historias da História, mas ela, a História, não acaba. Quando diz adeus, está dizendo até logo.

Créditos: Agencia Carta Maior

Tradução: Emir Sader

Complete Jazz at Massey Hall - 1953



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1. Perdido
2. Salt Peanuts
3. All the Things You Are
4. 52nd Street Theme
5. Drum Conversation - Max Roach
6. Cherokee
7. Enbraceable You
8. Hallelujah (Jubilee)
9. Sure Thing
10. Lullaby of Birdland
11. I've Got You Under My Skin
12. Wee (Allen's Alley)
13. Hot House
14. Night in Tunisia

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Charlie Parker (alto saxophone)
Dizzy Gillespie (trumpet)
Bud Powell (piano)
Charles Mingus (double bass)
Max Roach (drums)

Download aqui

Holocausto em Gaza...

Inúmeras plantações de frutas desapareceram da faixa de Gaza, e fazendas inteiras foram destruídas

Inúmeras plantações de frutas desapareceram da faixa de Gaza, e fazendas inteiras foram destruídas



Erin Cunningham

IPS


Os restos das milhares de casas destruídas espalham amianto no ar, enquanto a infra-estrutura dilapidada lança esgoto no mar Mediterrâneo. A profunda crise ambiental que a Gaza sitiada já sofria foi agravada pela última guerra. Ao longo de toda a Operação Chumbo Derretido, que durou três semanas, Israel atacou quase toda a infra-estrutura deste território costeiro. Casas, comércios, fábricas, redes elétricas, sistemas de distribuição de água e unidades de tratamento de esgoto foram reduzidos a montanhas de escombro.


Uma avaliação preliminar do dano ambiental e da infra-estrutura, elaborada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) indica que o ataque israelense, além de exarcebar as dificuldades já existentes em Gaza, criou novas ao contaminar tanto a terra como os ambientes urbanos, deixando uma pilha de escombros sem precedentes. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) anunciou no mês passado que enviaria uma equipe de especialistas à faixa de Gaza neste mês para avaliar as principais ameaças à população.


Antes da guerra, a infra-estrutura local estava paralisada devido a três anos de sanções e mais 18 meses de bloqueio conjunto egípicio-israelense que proibia a importação de todos os bens “essenciais”. Muitas áreas de Gaza, particularmente os crescentes acampamentos de refugiados, careciam de sistemas de saneamento. Onde existiam, não havia geradores ou eletricidade relacionada. A proibição de importar materiais para sua manutenção, como cimento, aço e tubulações, os condenava ao mau estado perpétuo.


Um informe divulgado pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários apenas 10 dias antes do início da Operação Chumbo Derretido indicava que pelo menos 80% da água fornecida em Gaza “não atendia aos padrões da Organização Mundial da Saúde para ser bebida”. A “muito necessária manutenção é impedida por falta de tubulações, peças e materiais de construção. A degradação resultante do sistema impõe um grande risco sanitário público”, diz o documento.


As restrições aos bens e aos materiais deixaram pelo menos 70% da terra agrícola de Gaza sem irrigação, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), enquanto as autoridades foram obrigadas a lançar aproximadamente 70 milhões de litros de esgoto ao mar diariamente. A escassez de combustível faz com que a coleta de lixo não seja freqüente, no melhor dos casos.


Durante o ataque, os projeteis israelenses afetaram os já frágeis sistemas de saneamento e tratamento de água, fazendo com que a água potável e a contaminada se misturassem nas áreas mais populosas de Gaza. Os tanques israelenses prejudicaram a maior estação de tratamento de água da região, na área de Sheikh Aljeen, fazendo com que o esgoto agora seja lançado diretamente na vizinhança, em fazendas e no mar. Quarenta por cento dos tanques de água nos tetos das casas de Kahn Younis foram danificados ou destruídos, e quatro poços ficaram completamente arruinados na cidade de Gaza, em Beit Hanoun e em Jabaliya, segundo o grupo Água, Saneamento e Higiene (Wash), que trabalha vinculado ao Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas.


“Depois da guerra, o maior impacto se sente nas áreas setentrionais de Gaza, onde a maioria das redes de água foi destruída”, disse Najla Shawa, a chefe de informação da Wash. “Em Kahn Younis também, onde apenas 30% contam como rede de saneamento”, acrescentou. Dez milhões de litros de esgoto são lançados mais do que antes da guerra no mar Mediterrâneo, afirmou Wash, ameaçando a vida marinha na costa de Gaza. Os mísseis israelenses também afetaram fábricas em áreas urbanas residenciais e rurais, liberando substâncias químicas potencialmente tóxicas tanto no ar quanto no solo. As pilhas de escombros que continuam marcando a paisagem de Gaza conteriam grandes quantidades de amianto, uma fibra mineral cancerígena usada comumente na construção civil.


“O lixo da demolição criada pelas últimas hostilidades contêm potenciais materiais de risco, como o amianto”, disse à IPS em conversa telefônica desde Genebra um representante do escritório de Pós-conflito e Administração de Desastres do Pnuma. “Os altos níveis de exposição ao amianto estão vinculados com o câncer de pulmão”, afirmou. Mais de 20 mil edifícios e cinco mil casas foram destruídos, segundo autoridades locais. Aproximadamente 600 mil toneladas métricas de escombros ainda devem ser retiradas.


Em fevereiro, estudos sobre mostras do solo de Gaza concluíram que havia fósforo branco. A pesquisa foi feita pela Universidade Técnica Yildiz, de Istambul, na Turquia. O solo de Gaza será afetado no longo prazo pelo uso por parte de Israel de fósforo branco na guerra, disse Sameera Rifai, representante da União Internacional para a Conservação da Natureza nos Territórios Palestinos Ocupados. “O solo da terra agrícola agora está contaminado pelas armas israelenses, particularmente o fósforo branco”, disse Rifai à IPS. Esta substância é um agente químico incendiário, e pode permanecer inalterado nos sedimentos do solo e nos corpos dos peixes por muitos anos, segundo a Agência para o Registro de Enfermidades e Substancias Tóxicas dos Estados Unidos. IPS/Envolverde


* Este artigo é parte de uma série produzida pela IPS (Inter Press Service) e pela IFEJ (Federação Internacional de Jornalistas Ambientais) para a Aliança de Comunicadores para o Desenvolvimento Sustentável (www.complusalliance.org).



A ameaça dos transgênicos


Luciano Martins Costa


O tema agricultura frequentou a imprensa no final de semana e volta na segunda-feira (11/5) em reportagem da Folha de S.Paulo. O agronegócio já é responsável por mais de 44% da pauta de exportações brasileira, informa neste início de semana a Gazeta Mercantil, mas a grande história do campo ainda não sensibilizou a imprensa como deveria.

Trata-se da ameaça das sementes transgênicas.

A Folha de S.Paulo escolheu o assunto para manchete no domingo (10), noticiando que o Brasil não tem controle sobre a expansão do milho transgênico. Ainda no domingo, o Estado de S.Paulo afirmava que o agronegócio brasileiro se recupera e pode ter um desempenho equivalente ao de 2008, por causa da alta recente dos preços internacionais dos produtos agrícolas.

Na segunda (11), a Folha volta ao assunto, anotando que o Instituto de Defesa do Consumidor e outras entidades de direitos civis estão cobrando do governo medidas imediatas de garantia para as informações sobre a presença de organismos geneticamente modificados em alimentos ou ingredientes alimentares.

O fato é que ninguém ainda fez a conexão entre o crescimento das exportações brasileiras de alimentos e a incapacidade do setor de assegurar as características de seus produtos.

Partícipe do crime

No Brasil e em outros países do mundo, as indústrias de alimentos são obrigadas a colocar nas embalagens de seus produtos o símbolo que identifica a presença de organismos geneticamente modificados. Isso por causa dos riscos que podem representar para a saúde das pessoas. Mas a expansão indiscriminada de sementes transgênicas, principalmente de soja e milho, já impossibilita esse controle.

A imprensa ainda não viu esse problema como o risco que representa para a economia brasileira.

Há pouco mais de dez anos, quando os movimentos ambientalistas começaram a questionar a manipulação genética de sementes, a imprensa, em sua maior parte, tomou a defesa da indústria química. De nada adiantaram os avisos de cientistas, dizendo que seria impossível impedir a contaminação das lavouras tradicionais e a constatação de que apenas duas ou três grandes multinacionais sairiam ganhando com a produção de transgênicos.

Agora que os alertas dos ambientalistas se tornam uma realidade concreta e assustadora, os jornais fingem que o problema é a falta de fiscalização do governo. Neste caso, a imprensa é mais do que cúmplice. É coautora do crime.

A crise nossa de cada dia

A crise nossa de cada dia

por Raúl Zibechi [*]

'O almoço do trolha', Júlio Pomar, 1947. Entre as pessoas de esquerda e os lutadores anti-sistémicos costuma predominar a ideia de que a crise actual é uma crise "deles", do capital e dos capitalistas, que tem consequências dramáticas sobre o mundo do trabalho. Mais difícil é aceitar que atravessamos, também, uma crise "nossa", dos modos e estratégicas em que vimos compreendendo o modo de dominação e as saídas possíveis num sentido emancipatório.

Se nos apoiarmos numa certa leitura de Marx, podemos concluir que estamos perante uma crise fenomenal de superprodução, uma vez que o capitalismo conseguiu produzir montanhas de mercadorias que não podem ser adquiridas pela população, o que só pode ser resolvido mediante a destruição das mercadorias sobrantes e dos milhões de postos de trabalho que as produzem. Esta análise põe em lugar destacado as leis da economia política, muito em particular a tendência decrescente da taxa de lucro, como centro de gravitação do declínio da acumulação de capital.

Se nos apoiarmos na leitura de Marx, podemos concluir que a crise em curso se deve a uma insuficiente subordinação do trabalho ao capital, o que faz com que este fuja para outros espaços geográficos à procura de novas formas de acumulação, como a que David Harvey baptizou "acumulação por despossessão", que inclui o sobredimensionamento do sistema financeiro e o conjunto de receitas neoliberais que se aplicaram sob o impulso do Consenso de Washington. Esta leitura destaca o papel da luta de classes, tanto na gestação como na resolução das crises, que se considera como chave mestra da ordem (e do caos) social.

Não se trata de optar uma ênfase ou outra. Ambas atravessam de modo contraditório a obra de Marx. Contudo, entre economistas, políticos e militantes costuma predominar o primeiro olhar, positivista digamos, que tende a priorizar a crise como algo essencialmente alheio cujas consequências são pagas pelos de baixo. Diante de nós estão a acumular-se algumas evidências que nos deveriam levar a navegar por aquela definição de Marx que sustenta que "a história de todas as sociedades é a história da luta de classes".

Nas últimas semanas alguns destacados funcionários do governo estado-unidense e directores de multinacionais asseguraram que há sintomas de que a crise chegou ao fundo ou está em vias de ser superada. As bolsas estão a recuperar-se lentamente, o consumo em algumas rubricas mostra sintomas de reactivação e certos sectores da produção estariam novamente a levantar voo. Contudo, as quebras continuam, os défices aprofundam-se e, sobretudo, as taxas de desemprego não param de crescer. Um sector nada desprezível dos de cima mostra-se optimista e apenas esse dado torna-se preocupante, pois revela que o que eles entendem por sair da crise é muito diferente do que sentem e aspiram os de baixo.

A crise actual é uma excelente oportunidade para reforçar a subordinação do trabalho, como a classe dominante tem procurado fazer desde a enorme crise do fordismo e do taylorismo da década de 60.

Neste ponto, e por doloroso que seja, devemos reconhecer que, mais de um ano depois de instalada a crise, não existiram reacções importantes dos trabalhadores. Ainda que seja possível e desejável que isso aconteça, não há indícios fortes a indicar que essa tendência se vá modificar. Sem potentes e contínuos movimentos e levantamentos, o capital poder dormir tranquilo e conduzir a crise de modo a que reforce o ponto central dos seus objectivos de classe: uma maior domesticação do trabalho.

Aqui cabem duas apreciações. Por um lado, a longa experiência sindical não serviu para reforçar as tendências operárias para superar o capitalismo e, pelo contrário, aprofundou a aspiração a integrar-se no sistema do modo mais favorável possível. A impressão dominante é que não se trata sequer de mudar equipes dirigentes, uma vez que é a própria "forma sindicato" que mostra limites consistentes. Neste sentido, a experiência latino-americana, onde nenhuma das já importantes lutas contra o neoliberalismo foi protagonizada pelo movimento sindical, pode servir de orientação. Os trabalhadores levantaram-se sob outras identidades (como moradores, imigrantes, pobres, desempregados...), mas o eixo das suas lutas não se centrou no lugar de trabalho solidamente dominado pelo patronato.

A segunda questão relaciona-se com o Estado e a democracia representativa. O grosso das lutas conduzidas pelas esquerdas centram-se em exigências aos estados ou para ganhar espaços mediante a participação em processos eleitorais, como vem fazendo a esquerda revolucionária francesa com grandes expectativas de acumular votos e cargos públicos para continuar a luta em melhores condições.

Ambas as lógicas, a sindical e a estatista, estão inspiradas na acumulação de forças, um conceito simétrico ao de acumulação de capital, que na história das lutas dos oprimidos mostrou enormes limitações no caminho rumo à emancipação. Poderiam dar-se muitos mais exemplos (o conceito de organização, o papel da tomada do poder estatal, a relação entre local e global, as transições, etc) que ilustram que a famosa crise não é só "deles" e sim nossa também, do conjunto de teses, das formas de compreender a sociedade e das práticas cunhadas desde a revolução francesa.

Não há um caminho traçado para sair deste labirinto, em grande medida porque sabemos que é mais fácil sair do erro que da confusão. A única coisa segura é que só um amplo e multifacético conjunto de levantamentos, rebeliões e insurreições, à escala local e global, pode permitir encontrar caminhos necessariamente novos para fazer da crise uma via de superação do capitalismo. O restante haverá que reapreendê-lo, porque em tempos de confusão sistémica impõe-se criar novas formas de acção.

[*] Jornalista, uruguaio.

O original encontra-se em http://www.jornada.unam.mx/2009/05/08/index.php?section=opinion&article=042a1pol


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

domingo, 10 de maio de 2009

TUCANOGATE: TODOS OS HOMENS DE YEDA CRUSIUS











Do blog Cloana News

Se você, como nós, está desconfiado das verdadeiras intenções da revista Veja com a reportagem que "compromete" o governo da tucana, é oportuno recapitular as denúncias mais cabeludas que estão no colo de Madame, e que ela, ainda, não explicou nem contestou.

* Para a campanha pelo governo do estado, em 2006, foram entregues 500 mil reais pela Mac Engenharia. Na reunião, estavam presentes Marcelo Cavalcante, Lair Ferst, Chico Alencar (do PSDB, ex-secretário de governo do município de Canoas), Aod Cunha (ex-secretário estadual de Fazenda), Delson Martini (ex-secretário-geral de governo) e Carlos Crusius (marido de Yeda Crusius).

* Fumageiras de Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires entregaram duas parcelas de 200 mil reais à campanha, na presença de Ferst e Aod, que enfatizaram o fato de que não dariam recibo por ordem da então candidata Yeda Crusius.

* O deputado José Otávio Germano (PP-RS) doou 400 mil reais para a campanha a título de "crédito político", na presença de Marcelo Cavalcante, Ferst e da própria candidata.

* Vídeo mostra toda a formatação da compra da casa da governadora eleita, com a entrega de 400 mil reais em dinheiro. Estavam presentes Ferst e um corretor de nome Alberti.

* Já empossada, a governadora não aceita a distribuição do lucro do esquema no Detran, pois considera 100 mil reais mensais muito pouco. A reunião - única citada sem registro em vídeo - contou com Yeda, Ferst, Flávio Vaz Netto (ex-diretor do Detran) e Dorneu Maciel (da executiva estadual do PP e ex-diretor geral da Assembléia Legislativa).

* Delson Martini e Walna Vilarins Menezes, secretária de Yeda, fazem a distribuição de "mensalinhos", na presença de Cavalcante e Ferst.

* Humberto Busnello (vice-presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul) entrega 100 mil reais para Aod Cunha, na presença de Lair Ferst.

* Conversa revela que contas particulares de pessoas ligadas ao governo, inclusive Yeda Crusius, são pagas por agências de publicidade, principalmente a DCS. Ferst e Cavalcante aparecem no vídeo.

* Lair Ferst negocia reforma da casa da governadora com a Magna Engenharia.

sábado, 9 de maio de 2009

E ainda falam mal de Chavez...

Venezuela avança na nacionalização do petróleo



Chávez retoma a posse estatal do transporte de petróleo no lago Maracaibo. Imagem VTVA lei aprovada em Caracas permitiu a expropriação das empresas que dominavam o transporte e os portos da extração de petróleo do lago Maracaibo, após anos de conflitos com os trabalhadores e cobrança de tarifas excessivas, graças ao seu monopólio. Entre as empresas a serem indenizadas pela Venezuela está a Halliburton, ligada ao ex-vice presidente dos EUA Dick Cheeney.

"O petróleo não pode estar ligado ao capricho de nenhum privado", disse Rafael Ramírez, ministro da Energia e Petróleo. Com estas nacionalizações das atividades conexas à extração do petróleo, a empresa estatal PVDSA vai absorver oito mil trabalhadores que eram contratados e subcontratados pelas empresas privadas a operar no Lago Maracaíbo, onde se encontra uma das principais reservas de petróleo do país e que fica numa província onde o poder político está nas mãos da oposição.

Para Hugo Chávez, este é o início de "uma batalha naval libertadora", com o Estado a tomar posse de mais de 300 lanchas, 39 terminais e portos, dezenas de rebocadores e 5 diques. Nos planos do presidente venezuelano, esta nacionalização permitirá reduzir em 20% os custos de produção, já que nas suas contas os privados arrecadavam 50% de lucro na produção de cada barril. Mas a maior vantagem para o governo será sem dúvida deixar de ficar refém dos bloqueios por parte das empresas privadas que podiam paralisar por completo a produção de petróleo.

O ministro do petróleo diz que todos os trabalhadores agora absorvidos ficarão protegidos ao abrigo da convenção coletiva de trabalho petrolífero e nota que "desde 2005, a PVDSA absorveu 21 mil trabalhadores que antes estavam subcontratados a entidades externas e deu-lhes o estatuto de contratados permanentes. A velha PVDSA fugia das suas responsabilidades sociais com os trabalhadores e nós assumimo-las em pleno.

Sobre as poupanças que a nacionalização permite, Rafael Ramírez diz que "já no princípio do ano denunciámos que havia uma sobretaxa nas tarifas cobradas pelos serviços, e como era um monopólio não tínhamos outra opção. Não podemos extrair o petróleo se não temos o controle das lanchas, dos terminais; passava-se o mesmo com a extracção de gás, no norte de Monagas 500 mil barris diários dependiam de uma injecção que estava nas mãos de uma transnacional norte-americana".

As empresas nacionalizadas receberão as indenizações em títulos da dívida pública e os conflitos com o Estado serão dirimidos em tribunais venezuelanos. No entanto a lei prevê que o Estado possa tomar posse das empresas enquanto os processos decorrem nos tribunais, nacionais ou internacionais, como é o caso desde 2007 da ação interposta contra a PVDSA pela multinacional Exxon Mobil.

O Sétimo Selo, de Bergman...

Det Sjunde Inseglet, Ingmar Bergman



Formato: RMVB
Áudio: Sueco
Legendas: Português-BR
Duração: 1:36
Tamanho: 504MB (05 partes)
Servidor: Rapidshare


Créditos: F.A.R.R.A.-Welck



http://rapidshare.com/users/18K8ZY


Senha para descompactar:

http://farra.clickforuns.net



Sinopse:

Suécia, Idade Média. De volta das Cruzadas, o cavaleiro Antonius Block (Max Von Sydow, de O Exorcista) encontra sua terra devastada pela peste e pela inquisição. Quando ele mesmo se depara com a personificação da morte, aceita-a como um visitante aguardado, mas propõe-lhe uma aposta, e numa das seqüências mais inesquecíveis da história do cinema, desafia a morte para uma disputa de xadrez, esperando ganhar tempo para indagar sobre o sentido da vida e, conseqüentemente, o sentido da morte.

Dirigido por Ingmar Bergman, o filme ambienta-se em um dos mais obscuros e apocalípticos períodos da Idade Média européia. O título é uma remissão ao livro bíblico denominado Apocalipse ou Revelação, especificamente aos capítulos oitavo, nono e décimo. No desenrolar do enredo torna-se clara a preocupação do diretor em buscar, no passado, um período que traga à tona questões ainda presentes no mundo contemporâneo.

O filme foi lançado em 1957, período em que os traumas da Segunda Guerra Mundial e da bomba atômica ainda marcavam a vida dos europeus. As décadas de 50 e 60 encerram o período de maior temor pela derrocada de uma guerra nuclear que destruísse o mundo em instantes. Acresce-se a isto que os traumas do holocausto e da mortandade desencadeados na guerra não haviam sido esquecidos, mas, pelo contrário, as pessoas pressentiam que tudo fora um presságio de que o homem seria o grande responsável pelo apocalipse final.






Elenco:

Max von Sydow - Antonius Block
Gunnar Björnstrand - Jöns
Bengt Ekerot - Morte
Nils Poppe - Jof
Bibi Andersson - Mia
Inga Gill - Lisa
Maud Hansson - Bruxa
Inga Landgré - Karin


Detalhes Técnicos:

Direção: Ingmar Bergman
Roteiro: Ingmar Bergman
Gênero: Drama/Fantasia
País: Suécia
Duração: 96 minutos