terça-feira, 19 de maio de 2009

OS CORDEIROS E A GRIPE SUÍNA

OS CORDEIROS E A GRIPE SUÍNA

texto de LAERTE BRAGA


Fatura ainda a indústria de máscaras. Pandemia, tantos casos não sei onde, ameaça de morte de tantas pessoas e reflexo na economia, claro. As ações dos laboratórios GLAXO e ROCHE, ambos em baixa, disparam nas bolsas do mundo inteiro.
Não sei se Gilmar Mendes tem alguma coisa a ver com isso. Sei que o presidente da STF DANTAS INCORPORATION LTD ligou para a governadora do Pará e pediu a ela que tomasse providências enérgicas contra o MST " Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra ". O "presidente" da empresa dita suprema corte tem negócios por lá em parceria com Daniel Dantas.

Sei também que o ministro Carlos Alberto Menezes "Direito" (cúmulo da esculhambação), funcionário qualificado da STF DANTAS INCORPORATION LTD e empregado de Gilmar Mendes no tal Instituto Brasiliense de Direito Público, desde os tempos de ministro " vá lá " do STJ " dito Superior Tribunal de Justiça " entrou na farra das passagens. As passagens em si existem em qualquer parlamento ou tribunal de qualquer país do mundo e se prestam a que parlamentares e juízes possam se movimentar no exercício de suas funções, ou para o melhor exercício dessas funções e, como gostam de dize, "em sendo necessário".

O tal "Direito" " putzgrila é o fim " gostava de viajar de primeira classe, furar as filas de embarque em viagens para o exterior com a mulher, com toda a certeza no tal "em sendo necessário" e no regresso com a "missão cumprida" passava ao largo da Alfândega.

Tudo isso tem um nome segundo outro ministro Marco Aurélio Melo " liturgia ". A liturgia da tal suprema corte. Difere na forma, só na forma, na essência é a mesma coisa da liturgia do Comando Vermelho, ou do PCC. Aproxima-se da liturgia, por exemplo, de qualquer banco do mundo, ou laboratório especialista em produção de medicamentos contra gripes.

Nesse diapasão vivemos a temporada da gripe suína. Já tivemos aquela atribuída aos frangos e com certeza teremos a dos canários, dos urubus, a dos beija-flores, tudo na esteira dos cordeiros que William Bonner chama de Homer Simpson.

Corrida às farmácias. E a culpa é do México.

Com transformação do México em estado da federação norte-americana e o tal do NAFTA, tratado de livre comércio que envolve os EUA e o Canadá " o México repito é província, estado " os norte-americanos descobriram que poderiam despejar todos os dejetos industriais, químicos, nucleares, hospitalares no seu mais novo estado. Podiam criar um muro para evitar que mexicanos fossem lá perturbá-los e aproveitar alguns para serviços domésticos, ou funções outras que não aquelas compatíveis com os altos desígnios dos senhores do mundo.

Uma tal Smithfiel Foods mantém a 10 quilômetros da cidade de La Glória , um daqueles povoados onde ainda se toca La Malagueña uma criação de porcos das Granjas Carrol. Foi por ali nesse antro de progresso que se manifestaram pela primeira vez sintomas do que hoje com todas as letras se intimida como pandemia. E foi que um menino de 4 anos, Edgard Hernández contraiu o vírus. Vírus originário de suínos, os populares porcos, em ser humano, pelo menos em tese, mutações genéticas e pronto. Prato feito. Está na coluna de "decorrências previsíveis do progresso"

É só juntar as empresas do setor, os laboratórios que produzem os medicamentos para o combate a esse tipo de gripe e tirá-los da perspectiva de falência.

Uma boa verba publicitária e um ajuste com a Organização Mundial de Saúde, monitorada pelos grandes laboratórios e qualquer William Bonner da vida muda de expressão e assume ares de respeitabilidade e preocupação com o próximo " não tem a menor idéia do que seja isso, mas tem que representar " e coloca todos os cordeiros em fila indiana nem tanto na busca de proteção contra a tal gripe.

Fatura ainda a indústria de máscaras. Pandemia, tantos casos não sei onde, ameaça de morte de tantas pessoas e reflexo na economia, claro. As ações dos laboratórios GLAXO e ROCHE, ambos em baixa, disparam nas bolsas do mundo inteiro. Um médico que viveu semelhante situação na gripe aviária dá conta que passado o pânico forjado, montado, boa parte dos hospitais tiveram que jogar fora mais de 90% dos medicamentos estocados para o combate à gripe. Como não houve a tal pandemia, expirou a data de validade dos ditos medicamentos.

Um golpe desse porte nem Gilmar Mendes, ou Fernando Henrique Cardoso " apesar da familiaridade com porcos, ou porcarias, como a filha no Senado, recebendo sem trabalhar ".

É negócio de bilhões, de fazer inveja a qualquer quadrilha em qualquer canto do mundo.

Só não explicam que as tais Granjas Carroll produzem um milhão de porcos por ano e as fezes e urinas dos ditos são depositadas em tanques de oxidação, ao ar livre e ali vira uma espécie de moradia de moscas. Formam assim que nem nuvens de gafanhotos e depois vão se espalhando pelos quatro cantos dos quatro cantos do mundo.

Os moradores de La Glória uma cidade em nível inferior ao das granjas " solo ", recebe, de quebra, água poluída nos riachos e nos chamados lençóis freáticos. O subsolo está contaminado pelos tanques.

Denúncias? As mais diversas.

Providências. Paciência, alguém tem que pagar pelo "progresso".

Nos EUA não querem saber das tais granjas. Os governos dos estados " esses com estrelas na bandeira do Tio Sam, o México ainda não alcançou esse galardão " da Virginia e da Carolina do Norte expulsaram a empresa de suas áreas que por conta do NAFTA, foram para o México em 1994. Atanásio Duran é o nome de um deputado que levou documentos desse fato ao Parlamento do extinto México " extinto como país livre e soberano.

Para ficar por aqui, sem considerar outras tantas questões, como a forma como os porcos são criados, a alimentação que recebem, hormônios, antibióticos, etc, tudo para estalar um lombo dourado e suculento no churrasco de domingo, ou do feriado, nos melhores restaurantes em criações de arte dos melhores chefes de cozinha, sem falar que a empresa mantém uma "fundação social" em La Glória , onde aplica uma miséria para disfarçar os crimes que comete.

Obama quando fala em Cuba, Venezuela, Bolívia, etc, fala em "esperamos gestos de boa vontade desses governos para conversarmos". Quem disse que ele é negro no sentido histórico da palavra? Branco de olhos azuis.

Que gestos de boa vontade?

Pense bem. Um esforço assim de meia hora sem televisão. Que diferença tem o tratamento dispensado aos porcos em La Glória e aos humanos no resto do mundo pela indústria do progresso e dos avanços tecnológicos?

Entra aí a questão das pequenas propriedades rurais em que a criação de animais atende à demanda de cada uma das localidades e pessoas, lógico, mas não proporciona lucros fabulosos às grandes empresas à direita do deus MERCADO. Aí a reforma agrária é mal negócio. Para eles.

As gripes são reflexo do modelo, conseqüência do modelo " político e econômico " e uma especialista no assunto, Dona Miriam Leitão recebe para defender todas as porcarias necessárias aos porcos que comandam os "negócios" dos suínos animais.

É uma grande cadeia. Mas aquela onde deveriam estar os empresários do "progresso", Gilmar Mendes, o tal "Direito" Daniel Dantas, todos à direita do deus MERCADO ou braços do esquema como a mídia, a grande mídia que vende a idéia de PANDEMIA.

Palavra trissílaba, mas com um efeito devastador para os cordeiros cá embaixo e altamente lucrativo por porcões lá de cima. Soa até assim que nem os Cavaleiros da Távola Redonda chegando para libertar o povo inglês oprimido e o diabo a quatro.

Só que isso é lenda, gostosa de se ler, de se ver, mas o tal "progresso" não. Não tem como um rei Artur arrancar a espada da pedra e Merlin preparar poções mágicas. Os laboratórios em associação com a agroindústria, o agro negócio, os bancos, as grandes corporações, a turma toda, empresários, latifundiários e banqueiros, sumiram com a espada, com a pedra, com tudo e tangem o rebanho de cordeiros no milagre da tecnologia, a tal televisão, entre nós com destaque para a REDE GLOBO e outras menores.
Ah! Tem um trem aí chamado peróxido de hidrogênio (água oxigenada), que mata qualquer vírus ou bactéria aeróbica. É só inalar. Oxiflower em um copo de água fervente, cobrir a cabeça, inalar o vapor e o vírus e liquidado. Pela manhã e à noite. Essa história que água oxigenada é só para tornar louras ou louros algumas mulheres e homens é conversa. Serve para outras coisas também.
E o vírus da gripe suína é muito mais fraco que alguns dos vírus de gripes que anualmente assolam as pessoas no mundo.
A velha fábula do lobo, no caso lobos e os cordeiros. Eles bebem a água limpa lá em cima e para devorarem os cá de baixo, dizem que quem bebe aqui embaixo está sujando a deles. Invertem até a lei da gravidade.
Culpa do Protógenes, do juiz De Sanctis, do MST. É possível que para uma averiguação in loco o ministro dito Direito viaje com a mulher na primeira classe para a eventualidade de qualquer ação na dita corte suprema por aqui em termos de gripe suína.

E tem um detalhe. A chancelaria do estado terrorista de Israel chamou o embaixador do Brasil naquele país criado em terras palestinas, para exigir explicações sobre a visita do presidente do Irã agora dia 6 de maio.
Deveríamos devolver o embaixador deles aqui. A palavra de ordem de Obama não é combater o terrorismo? Os caras assaltam, matam, torturam, estupram palestinos e ainda querem explicações da gente? Essa é a gripe nazi/sionista.
E nem pense que é brincadeira não, mas já criaram um game com o nome de swinefighter.com. Você mata os porcos voadores que rondam e ameaçam o planeta. O negócio consiste em aplicar injeções letais nos tais porcos. Mais ou menos como as injeções letais do tal "progresso" de fezes e urina de porcos.
Se o tal ministro "Direito" for o relator de algum caso relativo à gripe suína o parecer, ou relatório do tal ministro "Direito", evidente, será OINC, OINC, OINC.
Como nos filmes de Miguel Aceves Mejia, cantando, eliminando bandidos e tudo em seu cavalo branco. Como te llamas? José. Bam, bum! Te llamavas. A diferença hoje é que as balas seriam de material extraído de pernis traseiros.
"Beijar teus lábios quisera/Malagueña minha amada..." Mas a máscara não deixa!
É o "progresso".
Autor: LAERTE BRAGA

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Buddy Rich, num solo fantástico:Grande Baterista...

A crise vista de... (nova série no Monde diplomatique)


Um jornalismo que dê prioridade à investigação e à reportagem de qualidade será provavelmente o mais bem preparado para enfrentar a actual crise da imprensa. Por oposição a um jornalismo assente na repetição, no copiar-colar (não confundir com a importância de organizar a informação, de criar ligações).

Como afirma Jeff Jarvis aqui, «cada minuto do tempo de um jornalista deveria servir para acrescentar valor ao ecossistema da informação», «um valor único e de qualidade».

O Monde diplomatique sempre apostou na investigação e na reportagem, mas agora pode fazê-lo fortalecido pelas 73 edições que tem em todo o mundo. Este mês iniciou a publicação de uma série de artigos intitulada «A crise vista de…». Mensalmente, vai olhar a forma como a crise económica atinge as populações de forma diferente, consoante o nível de abertura do país, a sua regulamentação, a sua protecção social… Explorando a realidade de uma cidade média, na Europa, na Ásia, em África ou nas Américas. Uma cidade industrial, mineira, turística ou simplesmente residencial.

A série abre com uma reportagem em Kherson, na Ucrânia, da jornalista Mathilde Gonaec. Informação sobre o período da URSS, a independência, a financeirização da economia, a crise, o desemprego, a desprotecção social, a revolta dos operários, na primeira pessoa. As soluções possíveis. Vale a pena ler.

É com informação que se constrói cidadãos – europeus ou do mundo. Algo que o Vasco Graça Moura que escreve este artigo contra os «euroanalfabetos» parece ter esquecido quando, a 6 de Maio, no Parlamento Europeu, votou a favor de os operadores de Internet ou as autoridades administrativas poderem cortar o acesso dos utilizadores à Internet sem decisão judicial prévia. Felizmente, perdeu. Felizmente também, os projectos de informação alternativa continuam aí.

Luto nacional no Uruguai e no Mexico por morte de Benedetti





Em dia de luto nacional, os restos do poeta e escritor uruguaio Mario Benedetti estão sendo velados com honras pátrias na sede do Palácio Legislativo, confirmaram fontes oficiais.
O prestigioso intelectual faleceu neste domingo nesta capital aos 88 anos de idade, vítima de uma insuficiência renal e depois de sofrer desde inícios de 2008 severos quebrantos de saúde devido a problemas intestinais e a uma doença respiratória crônica de longa evolução.
Seus restos serão velados no Salão dos Passos Perdidos do Parlamento, a partir de 09:00 hora local (12:00 GMT), informou o diretor de Cultura da Intendência de Montevidéu e amigo pessoal de Benedetti, Mauricio Rosencof.
Se Mario não deixou instruções em contrário, na terça-feira 19, seus restos serão depositados no Panteón Nacional do Cemitério Central, disse Rosencof. Se respeitarão cabalmente as disposições que tenha deixado para seu velório e enterro, acrescentou.
Está previsto que no enterro participem o presidente Tabaré Vázquez e o vice-presidente Rodolfo Nin Novoa.
Autor mais de 80 livros de poemas, novelas, relatos, ensaios e teatro, bem como de guias de cinema e crônicas de humor, Benedetti mereceu lauros tão preciosos como a Rainha Sofía de Poesia Ibero-americana, o Méndez Pelayo ou o Ibero-americano José Martí.
Figura ilustre das letras de seu país e um dos grandes da literatura hispano-americana, a última de suas obras que viu a luz foi o poemario "Testemunha de um mesmo", em agosto do passado ano. Benedetti deixou inconcluso um novo livro de poesia de título provisório "Biografia para encontrar-me".


México também lamenta a morte de Benedetti

Gabriela Guerra Rey

Um ícone da literatura iberoamericana faleceu em Montevidéu, Mario Benedetti, sua perda é sentida hoje na imprensa mexicana e no sentimento de que cresceu com sua prosa e adoraram sua poesia.
"Tenho uma manhã que é minha e uma manhã que é de todos, a minha acaba amanhã, mas sobrevive a outra", com essa frase apareceu na segunda-feira o poeta em primeira página do La Jornada.
Os meios em geral fizeram-se eco de uma notícia que pela primeira vez em vários dias obriga a se tomar uns minutos de dor pelo desaparecimento físico do autor, sem pensar em crise, violência, eleições, ou a influenza A(H1N1), epidemia que afeta o país dos astecas há mais de um mês.
O próprio rotativo recordou uma entrevista de 1997 com o autor, na que afirmou: "não tenho uma atitude subversiva, mas crítica, digo o que me parece mau".
O ururguaio, quiçá o mais emblemático de seu tempo, teve que abandonar seu país depois do golpe militar de 1973, a ditadura o buscou para o prender e cumprir a sentença de morte já ordenada.
Mas só agora, mais de 35 anos depois, é que se deixa prender, não por seus perseguidores, mas pela velhice e a doença.
Em 1983 foi que começou seu desexílio, como o mesmo o denominou, tema que abordou em muitas de suas obras, refletiram as páginas dos jornais nesta nação. Sua morte levou ao governo uruguaio a decretar luto nacional e realizar sua velório com honras pátrias no Salão dos Passos Perdidos do Palácio Legislativo, sede do Congresso.
O México no meio da difícil situação que enfrenta por estes dias, também estará sentindo por sua perda.
Segundo refletiu o matutino Milênio, os problemas recentes de saúde do escritor de Obrigado pelo fogo, estavam relacionados com um mau funcionamento intestinal. Já no ano anterior várias vezes se temeu por seu frágil estado.
Esta publicação começou sua homenagem recordando que ao redor de Benedetti não tinha só leitores apaixonados, tinha quem venerava sua palavra, sua forma de ver o mundo, a realidade social e política, mas também sua maneira de contar o amor e o desamor.
Também, Milenio relembra as façanhas do humanista e do literato.
"Um escritor que cantou à vida como poucos e respeitou sua consciência como ninguém", "fez da ética uma arma para se abrir passo na vida", indicou o rotativo.
Para Mario Benedetti, a poesia era um sótão de almas, uma janela para a utopia e uma drenagem da vida, que ensina a não temer à morte, assim se recordou nesta nação da América Latina, comovida também por sua morte.
A página digital yucateca PorEsto, titula Adeus a um grande, a despedida para o homem nascido em 14 de setembro de 1920 em Paso de los Toros.
Benedetti foi distinguido ao longo de sua vida com o doutorado Honoris Causa por várias universidades latinoamericanas e europeias.
Autor de dezenas de livros de poemas, prosa, contos, novelas e ensaios, bem como de teatro.
Recebeu numerosos prêmios, entre os quais figura o Internacional Menéndez Pelayo em 2005, a Rainha Sofía de Poesia Iberoamericana em 1999 e o Iberoamericano José Martí em 2001.
Sem estridências de nenhum tipo, a prodigiosa pluma fez da discrição e da humildade rasgos genuínos que o acompanharam até o dia do adeus, para deixar um legado que ultrapassa as fronteiras do literário, concluiu PorEsto.
Texto: Prensa Latina /PatriaLatina

O conto da Microsoft

O conto da Microsoft

Por Brunna Rosa - Revista Fórum

Em 2003, a Microsoft lançava mundialmente o projeto Parceiros na Aprendizagem, em que se planejou e executou durante cinco anos uma série de iniciativas educacionais em diversos países do mundo. No Brasil, três programas formam o conjunto principal da atuação da empresa na educação pública brasileira, Aprendendo em Parceria (AP), Gestor Escolar e Tecnologia (GET) e Aluno Monitor (AM), este último o principal dos programas em execução até hoje no país e que promove a formação dos alunos em conceitos básicos de tecnologia, a partir do conceito da multiplicação de conhecimentos para educadores e alunos. O primeiro estado que aderiu à iniciativa foi a Paraíba, em 2004, exemplo seguido posteriormente por Goiás, Pernambuco, São Paulo e que tem atualmente 67 outras parcerias, entre elas as secretarias de Educação, municipais e estaduais, além de organizações não governamentais (Ongs).
O resultado é que, juntos, os três programas treinaram cerca de 246.282 professores, 232.176 alunos, 24 mil gestores em 13.651 escolas. Os dados pertencem à própria Microsoft, em seu relatório final sobre o Parceiros na Aprendizagem, divulgado em 2008. “Trata-se, portanto, de um compromisso da empresa com a educação pública para desenvolver o potencial pleno de gestores, educadores, estudantes e da comunidade escolar, por meio de tecnologias de apoio pedagógico especializado e capacitação de educadores”, explica o texto no relatório final, que apesar de trazer os números das capacitações e as diretrizes para futuras alterações nos projetos, dados como os investimentos das secretarias de Educação e seus respectivos impactos na sociedade não existem.
O fato é que a Microsoft está investindo, cada vez mais, em seus projetos e os inserindo na educação pública do Brasil. Isso pode não ser tão bom quanto parece. Frente à inquestionável redução nos gastos, que dizem respeito às aquisições de licenças dos softwares proprietários, a partir da opção pela utilização do software livre, e a política do governo federal que quer universalizar o acesso aos computadores, como ferramenta de auxílio educacional, a Microsoft lança mais uma vez o seu “canto da sereia”.
No final de 2008, o Windows Educação foi apresentado como a solução frente aos altos valores de mercado das suas licenças. A promessa é que cada licença do sistema operacional e do pacote de software Office custe US$ 7. A Microsoft apresentou aos representantes do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) o novo projeto. A iniciativa já começou a dar frutos para esta nova empreitada da Microsoft. Em abril deste ano, a Secretaria Estadual de Educação do Rio Grande do Sul oficializou durante o Fórum de Líderes de Governo das Américas, promovido pela própria Microsoft e que reúne representantes de governos, ONGs e empresas, a parceria entre o Rio Grande do Sul e a empresa.
O acordo prevê, entre alguns projetos, a implementação do Windows Educação, o que transforma o estado no primeiro a entregar todos seus computadores ao monopólio da licença. Serão cerca de 1,2 milhão de alunos das escolas públicas que irão utilizar uma única plataforma de software, e esta é exatamente a grande crítica da comunidade de software livre no país. “Este acordo é uma tragédia, nada mais é que um tráfico de licenças, a custos mais baixos e intermediado pelo governo, para contaminar os usuários e mantê-los dependentes”, critica Marcelo D’Elia Branco, coordenador geral da Associação Software Livre.org. Para ele, a iniciativa não estimula e nem fomenta o desenvolvimento e a criatividade de novas plataformas. “O governo, ao realizar essa parceria, não está trabalhando com a idéia da pluralidade educacional, além de passar a destinar recursos públicos para uma empresa privada cujo fim é ensinar os alunos a serem consumidores de uma única plataforma. Isso é moralmente condenável”, vaticina Marcelo Branco.
O acordo entre o governo gaúcho e a Microsoft, ainda prevê a disponibilização de e-mails “gratuitos” para os alunos, professores e diretores. “A Microsoft, mais uma vez, está defendendo, publicamente, a tese de que a inovação na indústria do software deve acontecer, somente, sob o controle e na direção da multinacional,” reflete Ken Wasch, presidente do Software & Information Industry Association (SIIA). Para ele, a empresa está “hegemonizando” as necessidades para poder vender seus produtos. “Não há nenhuma solução ‘tamanho único’ para as necessidades de software das corporações, ao redor do mundo. Contudo, a Microsoft está empregando táticas de relações públicas para incitar o medo entre as empresas e governos que estão considerando migrar para o modelo do software livre”.
Acordo parecido celebrou o estado de São Paulo, em outubro de 2008, quando o governador José Serra (PSDB) assinou a parceria com o presidente mundial da Microsoft, Steve Ballmer, para lançar programas de tecnologia na educação da rede pública. O acordo prevê que todos os alunos e professores de escolas estaduais, do ensino básico e técnicas, passarão a ter e-mails e acesso a novas tecnologias digitais e a informações sobre educação e internet.
“Essa rede corporativa vai facilitar muito a comunicação. Não se trata apenas de que vai abrir uma conta e vai usar a conta, mas vai facilitar muito a integração de toda a comunidade envolvida das escolas com os alunos, da secretaria com as escolas, enfim, é um passo adiante muito importante nessa área de informática no estado de São Paulo. É o maior convênio do mundo nessa matéria, em termos de volume de pessoas que serão beneficiadas”, disse o governador José Serra durante o anúncio da parceria.
São quase 5,5 milhões de alunos, professores, diretores, supervisores, dirigentes de ensino e professores-coordenadores da rede estadual de Ensino Fundamental e Médio, além do Centro Paula Souza, que administra Escolas Técnicas (Etecs) e Faculdades de Tecnologia (Fatecs) do estado de São Paulo, que estão tendo acesso aos e-mails de até 5 Gigabytes (Gb), menos do que o Google fornece gratuitamente, isso é, 6 Gb, ou que o provedor Yahoo proporciona, que atualmente não mantém limites de armazenamento. O anúncio também foi feito 12 anos após o lançamento do primeiro grande webmail grátis e de alcance internacional. “Quanto valerá isto no mercado dos ‘unique visitors’ [visitantes únicos]? Por que o poder público deveria incentivar um serviço privado que será beneficiado com os milhares de acessos de seus alunos e professores? Não seria o caso de o poder público cobrar por esse benefício ao setor privado?”, questiona Sergio Amadeu, doutor em Ciência Política e professor da Faculdade de Comunicação Cásper Líbero.
Já Marcelo Branco lembra que o governo federal, por meio do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), mantém o serviço de disponibilização gratuita de webmail para os entes federativos utilizarem, em código aberto. “O governo federal tem um programa de disponibilização gratuita de webmail em código aberto. O que faz com que estes estados e municípios prefiram, ao invés de incentivar uma produção nacional e em código aberto, as parcerias com a Microsoft?”, questiona o ativista.
“A compra exclusiva de um fornecedor dominante irá impedir que, ao sair da escola, os jovens tenham acesso à tecnologia da informação”, avalia o engenheiro eletrônico Carlos Rocha. “Além de economizar milhões de reais para as escolas, a tecnologia aberta do software livre faz muito mais sentido para a educação. O objetivo da escola não é treinar operadores de computador mas, ao contrário, ensinar o aluno a explorar e a aprender sozinho, a raciocinar e a conceber e, assim, preparar o jovem, para a dinâmica da vida”, defende Rocha, que também ressalta a importância da pedagogia do software livre. “O educador consciente quer a pedagogia aberta, e o ensino com qualidade deve fazer os estudantes compreenderem por que as coisas acontecem. O acesso ao código aberto dos programas oferece esta compreensão, recompensa a curiosidade, e dá aos estudantes a possibilidade de ver, exatamente, como as coisas funcionam.”
Alternativas existem e não são poucas. São experiências que privilegiam, ao contrário do modelo apresentado pela Microsoft, a interatividade, a troca de conhecimento, o conhecimento compartilhado e a autonomia de seus participantes. E alternativas como esta a Fórum trará na sua edição de junho, aliás, mês em que acontece o 10º Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS).

domingo, 17 de maio de 2009

Hoje é o Dia Internacional contra a Homofobia





Do sitio EsquerdaNet
Uma associação LGBT chilena comemora este dia explicando à população os vários comportamentos sexuais e nomeadamente a diferença entre homossexualidade e transexualidade. Foto do flickr
Celebra-se este Domingo, 17 de Maio, o Dia internacional de Combate à Homofobia, com iniciativas em mais de 50 países. Foi precisamente a 17 de Maio de 1990 que a Organização Mundial de Saúde retirou a homossexualidade da lista de doenças mentais. Vinte anos depois, a questão continua a levantar polémica em Portugal.

O Dia Internacional contra a Homofobia, lançado por iniciativa de uma organização de Quebeque, é celebrado em cerca de 50 países para lembrar que se "a homossexualidade não tem fronteiras", tal como a discriminação a ela associada.

"Há 192 países na ONU e, na metade, a homossexualidade é ainda proibida, principalmente no continente africano, nos países árabes e na Ásia", destaca Laurent McCutcheon, presidente da Fundação Emergence. A primeira comemoração aconteceu em Quebeque, em 2003 e a ideia foi ganhando força noutros países. No ano passado, Louis-George Tin, um dos principais promotores do Dia internacional Contra a Homofobia esteve presente nas Jornadas promovidas pelo Bloco de Esquerda sobre o tema.

As comemorações realizam-se um dia depois da polícia russa ter impedido uma manifestação pelos direitos LGBT. Os homossexuais russos pretendiam aproveitar a realização da final do Festival da Eurovisão em Moscovo para se manifestarem em defesa dos seus direitos. Os activistas - que seguravam nas mãos cravos brancos e cartazes onde se lia "Direitos Iguais sem Compromissos" e "Homofobia é a vergonha do país" - só conseguiram estar reunidas pouco mais de cinco minutos porque apareceu a polícia e deteve praticamente todos os presentes.

A data escolhida para o Dia Internacional contra a Homofobia coincide com o dia (17 de Maio de 1990) em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da sua lista de doenças mentais (a Associação Americana de Psiquiatria já o havia feito em 1973). "Há ainda muito trabalho a fazer", destaca, no entanto, o presidente da Emergence. Apenas sessenta e sete países assinaram a declaração relativa aos "direitos do homem e à orientação sexual e identidade de género", apresentada no ano passado pela Assembleia-Geral da ONU por iniciativa da França e da Holanda. "O Vaticano não quis assiná-la", comenta McCutcheon.

Mesmo quase 20 anos depois da decisão da OMS, dois médicos, em declarações à imprensa, afirmaram no dia 2 de Maio que é possível e desejável condicionar medicamente a orientação sexual e identidade de género dos indivíduos, associando a homossexualidade a perturbações/distúrbios mentais. Mais de 20 associações condenaram com veemência estas declarações, classificando-as de retrógradas e irresponsáveis.

Vê o comunicado das Associações

Consulta o dossier LGBT

Matando a saudade...

THE BEATLES: THE ROOFTOP CONCERT - 1969


Formato: RMVB
Tamanho: 126MB
Audio: Inglês
Legenda: N/C
Duração: 00:21min.
Servidor: Rapidshare (arquivo único)
créditos: F.A.R.R.A.-cezzarus


LINK:
http://rapidshare.com/files/224633103/cezzarus_BRC_FORUM_FARRA.rar


Senha para descompactar:

http://farra.clickforuns.net



Sinopse: Show histórico gravado no terraço de um prédio em Londres no ano de 1969. Foi o primeiro concerto aberto dos Beatles desde 1965.


Set List

1. Get Back
2. Don't Let Me Down
3. I've Got A Feeling
4. One After 909
5. Dig a Pony
6. Get Back (Reprise)



CENAS DO SHOW:



sábado, 16 de maio de 2009

Grande Led Zeppelin

THE SONG REMAINS THE SAME - 1976
CD 1
CD 2

Alma poética de uma militante sindical...


Desejos

Se soubesse como começou,
talvez entendesse onde estou...

Não sei!
E, também, não importam motivos,
se valem as emoções...

Sair do sério,
perder o senso,
deixar-se levar
ou ir por puro prazer...
E, depois de tudo,
ser demasiado feliz
(por saber-se viva)
é o sinal de que
tudo vale a pena...
Que mais poderia eu querer???

Eunice Couto

Feios, sujos e malvados


por Adriana Facina (UFF/Observatório da Indústria Cultural)





Se vocês estão a fim de prender o ladrão
Podem voltar pelo mesmo caminho
O ladrão está escondido lá embaixo
Atrás da gravata e do colarinho
O ladrão está escondido lá embaixo
Atrás da gravata e do colarinho

Só porque moro no morro
A minha miséria a vocês despertou
A verdade é que vivo com fome
Nunca roubei ninguém, sou um trabalhador
Se há um assalto à banco
Como não podem prender o poderoso chefão
Aí os jornais vêm logo dizendo que aqui no morro só mora ladrão

Se vocês estão a fim de prender o ladrão
Podem voltar pelo mesmo caminho
O ladrão está escondido lá embaixo
Atrás da gravata e do colarinho
O ladrão está escondido lá embaixo
Atrás da gravata e do colarinho

Falar a verdade é crime
Porém eu assumo o que vou dizer
Como posso ser ladrão
Se eu não tenho nem o que comer
Não tenho curso superior
Nem o meu nome eu sei assinar
Onde foi se viu um pobre favelado
Com passaporte pra poder roubar

Se vocês estão a fim de prender o ladrão
Podem voltar pelo mesmo caminho
O ladrão está escondido lá embaixo
Atrás da gravata e do colarinho
O ladrão está escondido lá embaixo
Atrás da gravata e do colarinho

No morro ninguém tem mansão
Nem casa de campo pra veranear
Nem iate pra passeios marítimos
E nem avião particular
Somos vítimas de uma sociedade
Famigerada e cheia de malícias
No morro ninguém tem milhões de dólares
Depositados nos bancos da Suíça

Se vocês estão a fim de prender o ladrão
Podem voltar pelo mesmo caminho
O ladrão está escondido lá embaixo
Atrás da gravata e do colarinho
O ladrão está escondido lá embaixo
Atrás da gravata e do colarinho
(Vítimas da sociedade – Crioulo Doido e Bezerra da Silva)


A recente cobertura da grande mídia sobre as favelas cariocas têm me chamado atenção. Pauta obrigatória e diária, as favelas aparecem ora como ameaça ecológica, ora como alvo de políticas públicas que são consideradas bem sucedidas e, nesta semana, como focos da violência que se expande pelo asfalto e assusta os moradores de bairros tradicionais da Zona Sul. Em todas as notícias, muitas mentiras são continuamente reiteradas, demonstrando, ao mesmo tempo, uma intenção ideológica clara de criminalizar a população favelada e defender soluções coercitivas para seu controle (vide as ocupações policiais do Dona Marta e da Cidade de Deus), bem como um olhar de classe média que informa a cobertura jornalística. Os repórteres e editores possuem um estranhamento tão profundo em relação ao mundo dessas populações que raramente aguçam ouvidos e olhos para perceber essas realidades sob outros ângulos. Desse modo, vários clichês são repetidos como verdades inquestionáveis.



A própria idéia de crime organizado deve ser vista com cuidado. Se existe crime organizado, certamente ele não está nas favelas. As facções são baseadas em alianças frágeis, muito dependentes do perfil dos “donos do morro”, autoridades sempre mais ou menos efêmeras que ditam as regras e definem o ambiente das comunidades. De acordo com isso, uma mesma favela pode ter um clima mais neurótico ou mais tranqüilo. Outros fatores também entram aí, como a ameaça de invasão policial ou miliciana ou mesmo de outra facção. Mesmo dentro de um mesmo comando, há rivalidades e invasões por grupos rivais em geral são gestados dentro do próprio grupo que está no comando da favela invadida, por aqueles que são considerados “traíras”. Estes são movidos pela ambição de tomar o lugar do chefe. Essa instabilidade demonstra que o crime dentro das favelas está longe de ser organizado, ainda que existam hierarquias, regras, condutas que estruturam esses coletivos.



Organizada é a chegada da droga nas favelas. Recentemente, foi veiculado na imprensa que uma mesma oranização vende a droga para facções rivais do Rio. Essas drogas chegam em fluxo contínuo e mesmo em períodos de “guerra” continuam a ser vendidas. Ao argumento de que o crime realmente organizado está fora das favelas, já que nelas não se produzem entorpecentes e nem armas, se responde com a denúncia da existência de um suposto laboratório de refino de cocaína na Rocinha, o que os moradores da localidade negam, e que na própria mídia aparece como sendo um local onde se mistura cocaína pura a farinha ou outras substâncias para ampliar os lucros de quem a vende. “Malhar” cocaína é bem diferente de refiná-la, processo complicado que, ao que parece, não é a especialidade brasileira na divisão do trabalho que apóia o comércio internacional da substância.



Organizada é a venda das armas que vão parar nas mãos daqueles que são responsáveis pelo varejo da droga. O arsenal que qualquer um que entra nas favelas onde há venda de drogas pode ver chega em parte pelas mãos das próprias forças estatais. Não são poucas as histórias de seqüestro de fuzis, com pedido de resgate para devolvê-los, feitos por aqueles que se dizem ao lado da lei. Organizada também é a produção dessas armas e a sua distribuição pelo mundo. Nenhuma das grandes armas que se vêm nas favelas: AR-15s, AKs, G3, etc são produzidas no Brasil. São empresas multinacionais, totalmente legalizadas, que fabricam essas armas massivamente, independentemente de seus países estarem ou não em guerra. Essas armas são fabricadas sem controle, em uma quantidade que, para tornar sua comercialização lucrativa, precisa de grandes e pequenas guerras sendo fomentadas cotidianamente no mundo. Nossa “guerra particular” é fundamental nisso e o proibicionismo em relação à venda e consumo de drogas é um combustível essencial. Mais armas pros comerciantes, mais armas para o Estado combater os comerciantes. Dinheiro que poderia ser investido na saúde, educação, cultura, emprego para de fato combater as causas da violência. Hoje o que se gasta para combater o comércio e o consumo das substâncias proibidas é mais do que se gastaria em saúde pública para tratar os drogadictos caso seu uso fosse liberado.



Organizada também é a entrada do dinheiro ilegal do tráfico internacional de drogas e armas no sistema financeiro. Os bancos, instituições financeiras do mundo “legal”, recebem esse dinheiro e ajudam assim a limpá-lo, permitindo que ele vá alimentar legalidades e ilegalidades que são parte de uma mesma coisa sob o capitalismo financeirizado. Dito de outra maneira, não é possível existir tráfico de drogas, seja o grande tráfico internacional seja o varejo das favelas, sem a conivência das instituições financeiras.



Isso demonstra o quanto é falsa e mistificadora a culpabilização dos usuários de drogas pela violência gerada pela presença e uso de armas de grosso calibre por toda a cidade. O consumo de maconha, por exemplo, é histórico entre as camadas populares de nossa cidade, compondo estilos de vida e assumindo sentidos culturais negados pelo proibicionismo. Quanto à classe média, tal consumo se difundiu sobretudo no esteio da contracultura, a princípio como contestação à sociedade de consumo e depois adquirindo novos significados, mas sempre com algum resquício de rebeldia. No caso dos chamados viciados, sobretudo em pó e crack, são pessoas que merecem tratamento, pois são portadores de uma doença que deve ser vista como problema de saúde pública e não como resultado de falhas de caráter. Dizer que esses são os vilões que estão por trás dos muitos tiros que foram trocados na esquina da Toneleiros com Santa Clara é uma maneira confortável de simplificar as coisas, desresponsabilizar o Estado e sua fracassada política de combate ao crime e obscurecer a importância daqueles que verdadeiramente lucram com essas “guerras” que aumentam a venda de armas e jornais.



Algumas perguntas ficam sem respostas. Por que, por exemplo se elegem as favelas como o palco do combate ao comércio de drogas? Todos sabem que o comércio e consumo de substâncias ilegais correm soltos em boates freqüentados pela classe média e classe média alta carioca e no entanto não existem registros de “operações” realizadas nessas localidades. Nem em condomínios de luxo onde se consomem drogas e que também invadem áreas de mata atlântica, poluem lagoas e mares numa escala muito mais ameaçadora do que os barracos das favelas. Por que os inimigos da sociedade foram eleitos entre aqueles para quem o comércio varejista de drogas é emprego, é alternativa de uma vida sem muitas alternativas? A grande maioria dos jovens que hoje empunham as armas nas favelas não têm acesso à educação de qualidade, à saúde, ao emprego digno, à equipamentos culturais públicos ou privados ( muitos jamais foram ao cinema, por exemplo). São esses os inimigos da sociedade?



Em meio a essas reflexões, lembrei de uma frase de Bertolt Brecht: “Aquele que desconhece a verdade é simplesmente um ignorante, mas aquele que a conhece e a chama de mentira é um criminoso.” Brechtianamente, cabe perguntar: De quantos crimes cotidianos é feito o combate ao crime no Rio de Janeiro?