quinta-feira, 16 de julho de 2009

BEM VINDO AO MUNDO MARAVILHOSO DO MULATO ASTATKE

Mulato Astatke é considerado o pai do Ethio Jazz. Quediabéisso? É o seguinte... O cara misturou o jazz com a música latina, ritmos caribenhos etc, e juntou com a música tradicional etíope.

Alguns dizem que o Mulato é o único habitante de um mundo criado por ele mesmo. Mas antes de tudo isso ele havia nascido na Etiópia e se mudado ainda adolescente para Londres, na Inglaterra. Foi lá que ele colheu as sementes, que depois transformaria nesse mundo maravilhoso do Ethio Jazz.

Depois de discos antológicos nas décadas de 60 e 70, Mulato mereceu um volume próprio na coleção de discos da música etíope, ‘Ethiopiques Vol. 4’. Em 2007, Mulato se apresentou no Red Bull Music Academy, acompanhado pelos ‘Heliocentrics’, um coletivo londrino de músicos, Djs e produtores de jazz. Essa apresentação foi transmitida pela rádio ‘Cargo London’. Após perceberem a empatia musical e a genialidade do músico etíope, os ‘Heliocentrics’ levaram o Sr. Astatke para um estúdio e gravaram um álbum sensacional, que foi lançado agora em 2009.

Então se você ainda não conhece esse etíope... Não perca mais tempo e abrace todos os discos, porque eu recomendo todos eles. E quem tiver mais discos desse genial músico, coloque por favor nos comentários.

2009 Inspiration Information (& The Heliocentrics)

1. Masengo
2. Cha cha
3. Addis black widow
4. Mulatu
5. Blue nile
6. Esketa dance
7. Chik chikka
8. Live from Tigre Lounge
9. Chinese new year
10. Phantom of the panther
11. Dewel
12. Fire in the zoo
13. An epic story
14. Anglo Ethio suite

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2008 Live at Broadcasting Cargo London (& The Heliocentrics)

1. Yekermo sew
2. Gubulye
3. Yegelle tezeta
4. Mulatu
5. Kulumanqualeshi
6. Kaselefkut hulu
7. Ethio blues
8. Yekatit
9. Munaye
10. Netsanet

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2005 Mulato Astatke (EP)

1. Emnete
2. Ebo lala
3. Yekitir tezeta
4. Asiyo belema

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2005 Ethiopiques Vol. 4

1. Yekermo sew (A man of experience and wisdom)
2. Metche dershe (When am I going to reach there?)
3. Kasalefkut hulu (From all the time I have passed)
4. Tezeta (Nostalgia)
5. Yegelle tezeta (My own memory)
6. Munaye (My muna)
7. Gubelye (My gubel)
8. Asmarina (My asmara)
9. Yekatit (February)
10. Netsanet (Liberty)
11. Tezetayé antchi lidj (Baby, my unforgettable remembrance)
12. Sabye (My saba)
13. Ené alantchi alnorem (I can't live without you)
14. Dewel (Bell)

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1972 Mulato of Ethiopia

1. Mulatu
2. Mascaram setaba
3. Dewel
4. Kulunmanqueleshi
5. Kasalefkut-hulu
6. Munaye
7. Chifara

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1966 Afro Latin Soul 1 & 2 (& His Ethiopian Quintet)

1. I faram gami I faram
2. Mascaram setaba
3. Shagu
4. One for buzayhew
5. Alone in the crowd
6. Almaz
7. Mulatu's hideway
8. Askum
9. A kiss before dawn
10. Playboy cha cha
11. The panther (Boogaloo)
12. Konjit (Pretty)
13. Soul power
14. Lover's mambo
15. Love mood for two
16. Jijiger
17. Girl from Addis Abada
18. Karayu
19. Raina

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Créditos: EuOvo

EM REUNIÃO DE NÃO-ALINHADOS, RAÚL DEFENDE CAUSA PALESTINA

Do blog Convenção2009

SHARM EL-SHEIKH, 15 JUL (ANSA) - O presidente de Cuba, Raúl Castro, disse hoje que o apoio à "justa causa" do povo palestino é uma prioridade do Movimento dos Países Não-Alinhados (MNOAL), que se reúne em Sharm el-Sheikh, no Egito.

Ao discursar durante a 15ª Conferência do MNOAL, ele assegurou que o movimento "sustentará os esforços do povo palestino enquanto seus direitos não forem reafirmados" e incentivará o diálogo para buscar a paz em todo o Oriente Médio.

Raúl, que após três anos entregará a presidência temporária do bloco ao mandatário egípcio, Hosni Mubarak, pediu ainda "uma solução para a crise econômica que tenha a colaboração de todos os países do mundo".

Ao se referir à posição MNOAL sobre o assunto, ele enfatizou que "o movimento confirmou sua convicção de que todos os países do mundo devem tomar parte na busca de soluções efetivas e justas à atual crise".

Mubarak, por sua vez, defendeu a existência de uma ordem mundial política, econômica e comercial "mais justa e equilibrada", com uma "representação adequada" dos países em desenvolvimento nos organismos internacionais e financeiros.

Já o líder líbio, Muammar Kadafi, argumentou em favor de um assento para a África no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

"O atual desenho da ONU sofre com o desequilíbrio de forças, porque todo o Sul do mundo não está representado, incluindo o sul da Ásia, da África e da América Latina", disse ele, ressaltando que "os não-alinhados representam o mundo", já que correspondem a 115 dos cerca de 180 países das Nações Unidas.

Para Kadafi, um lugar permanente no Conselho de Segurança "é um direito da África, pelos sacrifícios de seus povos na grande luta contra o colonialismo".

Fonte: ANSA.

Definições para o ato de ler




Do sitio correio da cidadania



Escrito por Gabriel Perissé


Ler é arder no fogo das palavras.

Ler é beber do vinho, do veneno, da verdade.

Ler é crescer para todos os lados.

Ler é debater e debater-se.

Ler é eleger o livro, o conto, o aforismo, jamais votar em branco.

Ler é fender, sem ofender a ninguém.

Ler é gemer, sentindo a dor que não dói, queimando de medo e de amor.

Ler é haver, haja o que houver.

Ler é incorrer, correndo para longe sem parar.

Ler é jazer em vida.

Ler é kaiser ser do meu pobre império.

Ler é lazer que leva a ler melhor.

Ler é mexer fundo no mais profundo de mim mesmo.

Ler é nascer de novo.

Ler é obedecer calado ao silencioso chamado.

Ler é perder tudo e tudo ganhar nesta perda.

Ler é querer, só não me pergunte o quê.

Ler é rever, palíndromo ao lado de outros: reler, reter e reger.

Ler é ser, e sequer outra coisa pode ser.

Ler é tecer a manhã, estender a tarde, e à noite ter nas mãos um novo amanhecer.

Ler é umedecer os meus lábios para enfim dizer.

Ler é ver, e vender a alma a mim mesmo.

Ler é webmaster ser da própria existência.

Ler é xover com "x" para manter a ordem.

Ler é ynventar um verbo com "y" e ver no que vai dar.

Ler é zíper a fechar e abrir.

Ler, enfim, é percorrer as letras e nunca chegar ao fim. Porque o abecedário é pouco para tanta fome e sede de leitura.

Ler é 1 dos muitos atos que nos fazem ler quem de fato somos.

Ler é 2 livros ler ao mesmo tempo e neles se espelhar.

Ler é 3 vezes mais do que qualquer outro prazer solitário.

Ler é 4 paredes, entre as quais descobrimos quem é inferno ou paraíso para os outros.

Ler é 5 dias no deserto para descobrir o errado, e o certo.

Ler é 6 por meia dúzia, pequena quantidade incerta.

Ler é 7 dias de trabalho, de sol a sol, de lua a lua.

Ler é 8, ou oitenta.

Ler é 9, fora e dentro de mim, viagem para o aquém e o além.

Ler é 10, nota máxima, gesto musical do leitor compulsivo.

Ler letra ou numeral é, em suma, um delito legal.

Gabriel Perissé é Doutor em Educação pela USP e escritor

Website: http://www.perisse.com.br/


Geraldo Azevedo [1981] Inclinações Musicais



Intérprete: Geraldo Azevedo
Álbum: Inclinações Musicais
Ano: 1981
Selo/Gravadora: Ariola
Nº de catálogo: 201.626


1. Caravelas
(Geraldo Azevedo / Carlos Fernando)
2. Dia Branco
(Geraldo Azevedo / Renato Rocha)
3. Canta Coração
(Geraldo Azevedo / Carlos Fernando)
4. Coqueiros
(Geraldo Azevedo / Marcus Vinicius)
5. Um Dia
(Caetano Veloso)
6. Moça Bonita
(Geraldo Azevedo / Capinan)
7. Inclinações Musicais
(Geraldo Azevedo / Renato Rocha)
8. La Primera Vez (En El Instituto Y En La Universidad)
(Garcia Lorca / Renato Rocha)
9. Campo Alegre
(Geraldo Amaral)
10. Vento de Vozes
(Geraldo Azevedo / Pipo Spera / Eduardo Marques (2))
11. Lucas
(Geraldo Azevedo / Pipo Spera / Eduardo Marques (2))



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A Velhinha de Três Passos

Artigo de Eduardo Tessler, publicado no Terra Magazine. Tessler é jornalista, consultor de empresas de comunicação e editor do blog Mídia Mundo.

Parem as máquinas!

Depois que a Velhinha de Taubaté teve sua morte anunciada, em agosto de 2005, faltava alguém para acreditar no inacreditável. Faltava. Agora não falta mais.

A nova Velhinha vem da cidade gaúcha de Três Passos, pouco mais de 23 mil habitantes, onde foi prefeita.

Morou toda a vida quase na fronteira com a Argentina, acha que Carlos Menem foi um grande presidente, assim como José Sarney.

Mas desde o início de 2007 vive em Porto Alegre. Veio ficar perto de uma pessoa que admira muito, a governadora Yeda Crusius.

“Graças ao esforço do governo, o Estado hoje está em ordem”, diz a Velhinha, alheia aos escândalos que cercam Yeda, do desvio de verbas à compra de sua casa, passando pela morte misteriosa do representante do governo gaúcho em Brasília. “Isso se deve à coragem e vontade de mudar da nossa governadora que vem lutando a cada dia para saldar dívidas, cortar despesas e aumentar a receita”, garante a Velhinha de Três Passos.

Ninguém mais acredita na governadora. Nem a própria governadora. Sem saber como se defender de nova enxurrada de denúncias, Yeda agora parte para o ataque ao ministro Tarso Genro. Segundo ela, as denúncias são armadas por Tarso, com o objetivo de tirá-la do páreo nas eleições de 2010.

“É isso mesmo, se deixarem Yeda será reeleita”, garante a Velhinha de Três Passos, que acredita que Yeda conseguiu comprar uma casa de R$ 800 mil apenas com suas economias. E que não declarar tais economias no Imposto de Renda foi somente porque ela estava muito ocupada comandando o Rio Grande.

A Velhinha costuma sentar em frente do Palácio Piratini e comer bolinhos de chuva, para esperar um eventual aceno de Yeda de um dos terraços. Às vezes, vai ao prédio ao lado, da Assembléia Legislativa.

Sobre as denúncias que assolam a governadora, a Velhinha é enfática: “não há provas”.

Dia desses a Velhinha foi ao plenário da Assembléia Legislativa, onde os deputados preparam uma CPI sobre os escândalos que gravitam em torno ao governo. Alheia a tudo, com seu eslaque cor de abóbora e o penteado estilo Marta Rocha, disparou: “O governo está buscando resultados. Não é possível que a sociedade gaúcha não perceba as coisas boas que o governo vem realizando. Não se ouve falar disso porque essa mulher enfrenta de todas as formas o embate político, as acusações, as denúncias. Nós continuamos a trabalhar. O estado vai reconhecer porque esse governo é um governo de resultados”.

O resultado, até agora, é um nocaute técnico sofrido pela governadora.

Só a Velhinha de Três Passos, 67 anos, ainda acredita em Yeda. Viúva, a Velhinha planeja voltar à sua Três Passos logo que o terremoto Yeda terminar. Ou seu governo vencer.

Na bagagem, um convite à atual governadora para um chá com bolinhos de chuva em Três Passos.

Juntas, elas poderão escutar no rádio as notícias da Radio Mitre, que fala diretamente de Buenos Aires. E saber das novidades de outra líder política admirada pela Velhinha, que anda em maus lençóis, a presidente Cristina Kirchner.

“Acho até que as duas, Yeda e Cristina, são bem parecidas”, diz a Velhinha, com ar de elogio, sem entender os sorrisos de quem escuta a sentença.

Alguém precisa acreditar em Yeda, já que nem seu ex-marido a leva mais a sério. Alguém precisa defendê-la em programas de TV e de rádio. Alguém precisa enxergar algo de bom no governo Yeda, onde a Secretaria da Transparência está opaca, já com um terceiro secretáro em pouco mais de um ano.

Sim, deixem com a Velhinha.

Ilustração: Hupper

quarta-feira, 15 de julho de 2009

O esgoto da midia corporativa chama-se...

O rodapé de Gore Vidal

Por Luiz Antonio Magalhães

Muita gente já aconselhou este observador a não perder tempo com Diogo Mainardi. De fato, comentar os textos do colunista da revista Veja é até aborrecido, ele vive repetindo os mesmos preconceitos e destila seu ódio contra o presidente Lula. Mas vez por outra, quando Mainardi se supera, vale a pena registrar, digamos assim, o novo patamar alcançado.

E na edição desta semana (nº 2121, de 15/07/2009), Diogo Mainardi subiu mais um degrau. Seu texto, reproduzido ao final desta nota, é um retrato acabado do pensamento da ultradireita tupiniquim. Desta vez, ele escreve sobre o compositor e escritor Chico Buarque de Holanda, a quem qualifica de "uma fraude". Vale a pena ler a coisa toda apenas para perceber como são ridículos os "argumentos" do colunista do semanário mais lido do país.

A construção do texto é centrada na figura de uma tal Edna O´Brien, escritora irlandesa que "entendeu" a fraude chamada Chico Buarque e não conseguiu dormir em Paraty por causa da irritante "batucada" que não parava durante a noite. Pior, também não dormiu no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, por causa da festa de casamento do jogador Alexandre Pato. Bem, para resumir a história, Mainardi jantou com a azarada O´Brien e parece que Chico Buarque foi o grande assunto do repasto. Ela "entendeu" algo que Dioguinho sempre soube: Chico nada entende de literatura e o Brasil é um país atrasado, onde a batucada nunca silencia.

Grande escritor

Dá até preguiça comentar, mas vamos lá: Mainardi certamente conhece mais literatura do que Chico Buarque. Senão vejamos. O colunista de Veja, que atualmente vive no Rio de Janeiro, deve morrer de saudades de Veneza e do tempo em que se divertia na Itália discutindo alta literatura com o grande escritor norte-americano Gore Vidal. Há controvérsias, porém, se foi Vidal quem primeiro introduziu a literatura na vida de Dioguinho. De qualquer forma, Chico jamais teve este prazer, de maneira que Mainardi deve mesmo saber mais do que o compositor quando o assunto é literatura.

Apesar de seu profundo conhecimento, o colunista de Veja não se arrisca sozinho: para dizer que Chico Buarque é "uma fraude", precisa do aval de alguém do Velho Mundo, pois tem pelo menos a consciência de que uma palavra sua contra Chico não seria nem levada a sério (como de resto quase tudo que escreve).

Em um futuro que este observador espera não estar tão próximo, isto é, quando estivermos todos mortos, Chico Buarque vai aparecer nos livros de história como um dos maiores artistas brasileiros. Já o grande escritor, cineasta e colunista Diogo Mainardi talvez, vejam bem, talvez, acabe em algum dos rodapés da biografia de Gore Vidal (that brazilian boy...). Uma diferença e tanto.

***

Edna entendeu tudo

Diogo Mainardi # reproduzido de Veja, edição 2121, 15/07/09

Edna O’Brien está fazendo um conto sobre "Chico". Ela pronuncia "Chico" com um "T" na frente, como em Chico Marx. Por isso mesmo, "Chico", em seu conto, ganhou o nome de Harpo, como em Harpo Marx. Mas o inspirador da festejada escritora irlandesa – pode bater no peito – é o nosso "Chico": Chico Buarque.

Edna O´Brien conheceu "Chico" uma semana atrás, na Flip, em Paraty. Depois de participar de um debate, ela foi arrastada a um encontro entre Chico Buarque e Milton Hatoum. O que ela afirmou, assim que conseguiu escapar do encontro? Que Chico Buarque era uma fraude. O que ela afirmou em seguida, durante o jantar? Que se espantou com a empáfia e com o desconhecimento literário dos dois autores. E o que ela repetiu para mim, alguns dias mais tarde, em outro jantar, no Rio de Janeiro? Que Chico Buarque era uma fraude, que ela se espantou com sua empáfia e com seu desconhecimento literário, e que se espantou mais ainda com sua facilidade para enganar a plateia da Flip.

No conto de Edna O´Brien, Chico Buarque – ou Harpo – é tratado como "Astro do rock". O personagem é inspirado em Chico Buarque, mas tem também umas pitadas de Bono, do U2, admirador de Edna O´Brien. A narradora – uma autora irlandesa – está numa feira literária no Brasil. De alguma maneira, ela é inserida no séquito de um cantor que, como Chico Buarque, se meteu a fazer romances. Há uma atmosfera onírica no conto. Essa atmosfera onírica foi estimulada pelo fato de Edna O´Brien, nas quatro noites que passou em Paraty, atormentada pela batucada permanente do lado de fora da janela de seu hotel, nunca ter dormido. Quando saiu de Paraty, ela se refugiou no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, mas continuou insone, atormentada pela festa de casamento de Pato, o jogador do Milan, com Sthefany Brito, a atriz de Chiquititas. Sthefany é com "Y", como Paraty, e "Chiquitita" tem um "T" na frente, como Chico Marx.

Eu já resenhei um romance de Chico Buarque: Benjamim. Nele, um homem à beira da morte relembra o passado, misturando realidade e sonho. Em Leite Derramado, seu último romance, um homem à beira da morte relembra o passado, misturando realidade e sonho. Chico Buarque, como Harpo, é o buzinador das letras: fon-fon. Ele está para a literatura assim como Dilma Rousseff está para as teses de mestrado. Ou assim como José Sarney está para Agaciel Maia. Edna O´Brien passou apenas uma semana no Brasil. Mas ela entendeu tudo: neste país fraudulento, o que mais espanta é a facilidade para enganar a plateia, enquanto a batucada continua do lado de fora.

Lou Reed - Discografia

Links enviados por Pedro do Blog The Ocho
Créditos: LagrimaPsicodelica
Lou Reed (Brooklyn, New York, 2 de Março de 1942) é um cantor, guitarrista e compositor norte-americano. É por alguns considerado o pai da música alternativa, poeta das esquinas de Nova Iorque. Foi um dos vocais do The Velvet Underground, influenciando Iggy Pop, New York Dolls e David Bowie. Mais tarde toda a cena pós-punk inglesa. Admirador de Poe e Raymond Chandler, além de James Joyce, a quem faz referências em Blue Mask.

Transformer (1972) -
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Berlin (1973) -
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Rock n' Roll Animal (1974) -
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Metal Machine Music (1975) -
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Coney Island Music (1975) -
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Rock n' Roll Heart (1976) -
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Street Hassle (1978) -
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The Bells (1979) -
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Growing up in Public (1980) -
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The Blue Mask (1982) -
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Legendery Hearts (1983) -
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New Sensations (1984) -
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Mistrial (1986) -
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Magic & Loss (1992) -
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Set The Twilight Reeling (1996) -
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Exstasy (2000) -
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Do blog VelhoComunista...

As massas: sua consciência, sua organização e sua direção

Traduzido por Rosalvo Maciel
.
Os povos do mundo, progressivamente, voltaram a assumir a ofensiva nos processos sociais. Desde o enorme refluxo que significou a queda das experiências socialistas nos países da URSS e do Bloco Socialista da Europa Oriental, o «pólo» das forças progressistas e das lutas de libertação se recuperou a um passo muito mais acelerado do que muitos esperavam e do que outros desejavam.

A ficção da unipolaridade, que pretenderam – com certo êxito – vender-nos, tem batido cada vez mais, desde os próprios anos 90, com a existência real e continuação deste outro pólo que, apesar da debilidade e das deserções, se manteve firme na luta contra o capitalismo e sua expressão neoliberal, contra o imperialismo e sua política militarista, por um mundo de paz e de justiça, livre de exploração.

É bem verdade que, nos primeiros anos, ante um imperialismo embriagado de triunfalismo ao surgir hegemônico ganhando a Guerra Fria, as forças progressistas no mundo tiveram que assumir una tática defensiva, reivindicando os princípios de luta – em muito difíceis condições -, assim como a necessidade da permanência de suas estruturas organizadas mais conseqüentes.

Durante este breve tempo, na busca de muitos por novos paradigmas, avançaram concepções e explicações distorcidas da luta social, pretendendo criar «algo novo, distinto».

Assim, foram ganhando espaço os discursos assembleistas, onde tudo tem que ser discutido e tudo aprovado por todos em grandes assembléias onde todos participam, sem importar quanto dure a discussão e se sobre o que devia discutir-se já havia perdido a pertinência, só com o hipotético principio de discutir, ainda que realmente se produzisse uma inatividade das massas.

Os discursos horizontalistas, nos quais se expunha a suposta necessidade de eliminar toda forma de organização «vertical» por ser «antidemocrática», nada de presidentes, secretários gerais, coordenadores, chefes, responsáveis, delegados, juntas diretivas, direções nacionais, nada que desse noção a «hierarquia», gerando-se realmente uma paralisia das massas.

Os discursos basistas, onde nada devia ver-se, discutir-se ou resolver-se sem passar pelo filtro das bases – textualmente falando -, isto é, não era ter no centro do conjunto de decisões o interesse e as necessidades das bases (termo muito empregado em contraposição das massas para dar-lhe personificação beligerante), mas que fossem as bases as que decidissem tudo, claro, em grandes assembléias horizontais, sem importar o caráter e tipo de tema ou discussão; mas, ao não permitir-se nenhum tipo de estruturação, era impossível – adicionalmente ao já longo tempo transcorrido - a instrumentação prática em âmbitos geográficos ou políticos diversos.

Claro, a tudo isto se somou «o milagre» da Internet, um verdadeiro salto tecnológico nas comunicações, dando origem – ainda na busca de caminhos - à representação midiática da luta, a substituir a possibilidade das diversas formas de luta de massas – transversalizadas por um profundo combate ideológico - pela chamada «batalha de idéias» através de páginas Web que ilusoriamente transformaram as consciências e produziram as mudanças necessárias, isto é, as guerrilhas cibernéticas para a «guerra de quarta geração».

Apesar destas concepções e explicações distorcidas, as forças progressistas – e muitos dos desiludidos - corroboraram na prática concreta a necessidade de manter a luta, porque esta não tem limites nem fronteiras, que é necessário discutir e ganhar adeptos por todas as formas necessárias, mas, que devem existir estruturas organizativas que permitam ativar este potencial, operacionalizar e instrumentar linhas políticas de ação.

As históricas condições objetivas e subjetivas para a luta e as transformações revolucionárias mantém sua vigência.

As massas seguem sendo o fator fundamental, imprescindível, definidor nos momentos fundamentais da luta revolucionaria.

Mas, é o único fator? Não. As massas sem consciência de classe, sem organização, sem política clara, sem uma direção orgânica que expresse seus desejos, interesses e necessidades, não cumprirão sua função histórica.

Esse é um dos ensinamentos que emanam dos recentes acontecimentos em Honduras.

Esse é um dos ensinamentos dos que – por fim - deveríamos aprender no processo venezuelano.
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Original em Tribuna Popular

Nada é por acaso....

As cinco regras da propaganda de guerra

Roteiro para descodificar a informação

por Michel Collon [*]

Em cada guerra, golpe de Estado ou agressão efectuada pelo Ocidente, os grandes media aplicam estas cinco "regras da propaganda de guerra". Utilize esta grelha de leitura nos próximos conflitos. Ficará impressionando por reencontrá-las todas as vezes: 1- Esconder a História. 2- Esconder os interesses económicos. 3- Diabolizar o adversário. 4- Branquear os nossos governos e os seus protegidos. 5- Monopolizar a informação, excluir o verdadeiro debate.


Cartoon de Latuff.

Aplicação ao caso de Honduras

1- Esconder a História. Honduras é o exemplo perfeito da "república bananeira" nas mãos dos EUA. A dependência e a pilhagem colonial provocaram um enorme fosso entre ricos e pobres. Segundo a ONU, 77% são pobres. O exército hondurenho foi formado e enquadrado – até nos piores crimes – pelo Pentágono. O embaixador estado-unidense John Negroponte (1981-1985) era chamado "o vice-rei de Honduras".

2- Esconder os interesses económicos. Hoje, as multinacionais estado-unidenses (banana Chiquita, café, petróleo, farmácia, ...) querem impedir este país de conquistar a sua independência económica e política. A América do Sul une-se e vira à esquerda, mas Washington quer impedir que a América Central siga pelo mesmo caminho.

3- Diabolisar o adversário. Os media acusaram o presidente Zelaya de pretender fazer-se reeleger para preparar uma ditadura. Silêncio sobre os seus projectos sociais: aumento do salário mínimo, luta contra a hiper-exploração nas fábricas-prisão das firmas estado-unidenses, diminuição do preço dos medicamentos, ajuda aos camponeses oprimidos. Silêncio sobre a sua recusa de encobrir os actos terroristas made in CIA. Silêncio sobre a impressionante resistência popular.

4. Branquear os nossos governos e os seus protegidos. Esconde-se o financiamento do putsch pela CIA. Apresenta-se Obama como neutro quando ele se recusou a encontrar e apoiar o presidente Zelaya. Se ele houvesse aplicado a lei e suprimido a ajuda estado-unidense às Honduras, o golpe teria sido rapidamente sufocado. Le Monde e a maior parte dos media branquearam a ditadura militar falando de "conflito entre poderes". As imagens de repressão sangrenta não são mostradas ao público. Logo, um contraste gritante entre a diabolização do Irão e a discreção sobre o golpe de Estado hondurenho "made in CIA".

5- Monopolizar a informação, excluir o verdadeiro debate. A palavra é reservada às fontes e peritos "aceitáveis" para o sistema. Toda análise crítica sobre a informação é censurada. Assim, os nosso media impedem um verdadeiro debate sobre o papel da multinacionais, dos EUA e da UE no subdesenvolvimento da América Latina. Nas Honduras, os manifestantes gritam " TeleSur! TeleSur! " para saudar a única televisão que os informa correctamente.

O original encontra-se em www.michelcollon.info

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

terça-feira, 14 de julho de 2009

Contra o neo liberalismo o neo peleguismo.....

O neo pelego



Heitor Scalambrini Costa

pelego

No instrumental dos peões, pelego é um pano grosso e dobrado, ou uma pele de carneiro curtida, mas ainda com a lã, que se coloca em cima do arreio. O cavaleiro monta sobre o pelego antes de montar sobre o cavalo. Conforme o mestre Aurélio, pelego é: a pele do carneiro com a lã; pele usada nos arreios à maneira de xairel; indivíduo subserviente, capacho. É sobre essa última definição que quero comentar.

O termo pelego foi popularizado durante o governo de Getúlio Vargas, nos anos 1930. Imitando a Carta Del Lavoro, do fascista italiano Benito Mussolini, Vargas decretou a Lei de Sindicalização em 1931, submetendo os estatutos dos sindicatos ao Ministério do Trabalho. Pelego era então o líder sindical de confiança do governo que garantia o atrelamento da entidade ao Estado. Décadas depois, o termo voltou à tona com a ditadura militar. Pelego passou a ser o dirigente sindical apoiado pelos militares, sendo o representante máximo do chamado sindicalismo marrom. A palavra, que antigamente designava a pele ou o pano que amaciava o contato entre o cavaleiro e a sela, virou sinônimo de traidor dos trabalhadores e aliado do governo e dos patrões. Logo, quando se chamado de pelego, significava que a pessoa era subserviente/servil/dominada por outra, ou seja, capacho, puxa-saco, bajulador.

Mas como se pode definir esse trabalhador que se acovarda, que aceita tudo o que o patrão e o governo querem, sem questionar? Pelego é trabalhador que se deixa montar pelo patrão e/ou pelo governo; é o que não consegue reagir frente à humilhação; é quem não luta por seus direitos, por medo das conseqüências; é o pusilânime que se esconde atrás de desculpas esfarrapadas para justificar a própria covardia; o que não tem coragem de lutar, o(a) COVARDE, enfim, o que se esconde atrás daqueles que lutam, aproveitando da peleja alheia como um parasita. Pelego é aquele trabalhador que não sabe o significado da palavra solidariedade, o egoísta que não consegue ver nada além de suas próprias e momentâneas necessidades; é aquele(a) que, terminada a greve, não consegue olhar nos olhos de seus companheiros, porque se sente uma sub-pessoa, uma não-gente, pois lhe falta uma parte essencial a todo ser humano que se preze: o brio, a coragem, o amor próprio, a nobreza de caráter, enfim.

Em tempos mais recentes, com a eleição do governo Lula, presidente originário do movimento sindical, os movimentos sociais foram cooptados e trazidos para dentro do aparelho do Estado, e lá eles se neutralizaram, se anestesiaram, se despolitizaram. O "oficialismo" tirou qualquer possibilidade de crítica e de reivindicação política. Os sindicalistas, militantes tornaram-se assim, em muitos casos, funcionários do governo. E agora, quem arbitra e decide tudo é o presidente. De fato, esses movimentos, os trabalhadores e muitos sindicatos confundiram a necessária postura de autonomia que deveriam manter em defesa dos direitos dos trabalhadores, e não souberam lidar com esta realidade. Tornaram-se parceiros, associados do governo e dos patrões, chamados agora de neo pelegos. Todos irmanados no mesmo interesse, como se fosse possível apagar, negar as classes sociais. Como se não existisse mais o capital e o trabalho. Existe maior embuste? Sem deixar de mencionar que tiveram mais recentemente, aprovado o imposto sindical, e que recebem recursos financeiros de vários Ministérios e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Só a militância crítica há de nos livrar da sina de ser neo pelego. Afinal, a gente pode até morrer teso, mas nunca perdendo a pose. Tudo pode ser tirado, mas não se pode tirar a coragem de lutar de uma pessoa decidida. Recuso-me a sair da militância política pela construção de uma sociedade justa, solidária, que leve em conta a humanidade dos homens e mulheres em qualquer parte do mundo. Não é esta a grande e universal luta dos trabalhadores?

Ser neo pelego? Nenhum trabalhador ou trabalhadora jamais deveria passar por essa infâmia.

Heitor Scalambrini Costa é professor da Universidade Federal de Pernambuco