quinta-feira, 30 de julho de 2009

Os genocidas apoiados pela Igreja e ocultados pela História















Por Stefano, no blog In Go(l)d We Trust

A grande mídia adora falar da Alemanha Nazista, mas omite outro regime sanguinário: a Ustasha croata. O regime Ustasha — Estado "Independente" da Croácia (NDH, em croata Nezavisna Država Hrvatska) nasceu em 1941 graças à invasão nazi-fascista na Iugoslávia durante a 2GM. O Vaticano apoiou o regime de Ante Pavelic porque desejava um poderio católico nos Balcans.

O NDH (mistura de nazismo com inquisição católica) exterminou cerca de 1 milhão de sérvios (cristãos ortodoxos), 60 mil judeus, 30 mil ciganos e milhares de opositores. A cumplicidade da igreja católica com este regime sanguinário foi intensa, a ponto de padres liderarem conversões forçadas de sérvios, massacres e campos de extermínio (Jasenovac, por exemplo).

A crueldade Ustasha era tão grotesca que chocava até mesmo os alemães e italianos, que tiveram que dar um freio na Ustasha. O chefe religioso do NDH, cardeal Stepinac, foi beatificado pelo papa JP2 em 1998.

O assunto Ustasha é um grande tabu na grande mídia nacional e internacional, graças ao lobby da igreja católica. O El País da Espanha chegou a relatar em 1986 o atrito entre a imprensa oficial e a católica se o clero romano estava envolvido ou não com os crimes de Andrija Artukovic (ministro do NDH). O Vaticano, após a queda do NDH, jamais admitiu qualquer responsabilidade, nem mesmo parcial pelas atrocidades aí cometidas, nem mesmo um pedido de perdão.

Em verdade, quando acusado, ele nega qualquer conexão com todo o regime croata. Quando solicitado a expressar o seu repúdio pelos feitos cometidos pela Ustasha no NDH, ele faz um silêncio cúmplice. Nem mesmo o site oficial do Vaticano possui texto repudiando as barbaridades do regime do NDH (nem um pedido de perdão). O papa JP2 nunca aceitou visitar Jasenovac, atitude compartilhada pelo atual papa B16.

O Vaticano, através de $eu banco, receptou e lavou o dinheiro roubado pelos fugitivos do regime nazi-católico da Croácia (Ustasha) no final da 2GM, além de ajudar vários figurões do NDH que nem Ante Pavelic,Andrija Artukovic e Dinko Sakic fugirem pra América do Sul(Operação Ratlines). A cumplicidade vaticana com os croatas lhe rendeu uma ação judicial. Advogados dos Estados Unidos, representando sobreviventes e parentes de vítimas do regime Ustasha, estão tentando processar, sem sucesso, o Banco do Vaticano.

Este texto se encontra em: www.vermelho.org.br

Resistência em Honduras...

Greve civil nacional em novo dia antigolpista em Honduras





Escrito por Bianka de Jesus


Imagen de muestra

Uma greve civil nacional do setor estatal, marchas e tomadas de estradas e instituições públicas caracterizam hoje em Honduras o trigésimo terceiro dia de resistência popular ao golpe militar.

A greve, de 48 horas, foi convocada no último domingo pelas três centrais sindicais, ao termo de uma assembléia da Frente Nacional contra o golpe de Estado para adotar estratégias para a recuperação da ordem constitucional.

Às manifestações de hoje e amanhã se somarão os seis sindicatos do magistério nacional, os quais em uma estratégia para evitar a perda do curso escolar, dão aula nos três primeiros dias da semana.

Os mestres e professores mantiveram uma paralisação durante três semanas depois da ação militar do dia 28 de junho passado.

Durante os três últimos dias, os membros da Frente fecharam os acessos dos principais complexos de luxuosas e caras lojas da cidade, em repúdio à participação dos empresários aos golpistas.

O protesto afetou, ontem, ao Metro Mall, entre cujos proprietários se encontram o ex-presidente de origem panamenha Ricardo Maduro.

Forças do exército e da polícia antimotins aproximaram-se dos manifestantes e causaram momentos de tensão diante do temor de um novo ataque com armas de guerra, evitado pelos dirigentes da marcha, que fizeram questão do caráter pacífico desta.

O governo de facto prorrogou novamente o toque de recolher no oriental departamento do Paraíso, submetido ao estado de sítio há seis dias, o que provocou uma emergência humanitária na zona.

Tropas do exército e da polícia mantêm destacamentos na estrada Panamericana, caminho ao posto de Las Manos, fronteiriço com a Nicarágua, para impossibilitar a passagem de milhares de pessoas que esperam reunir-se com o presidente Manuel Zelaya, que prepara sua volta ao país.

A mãe de Zelaya, Hortensia Rosales, sua esposa, Xiomara Castro, e a filha do casal Hortensia, encontram-se retidas nesses postos desde a passada sexta-feira em uma perigosa viagem para reunir a família.

As vigílias populares na embaixada da Venezuela e da emissora Rádio Globo continuaram ontem à noite pelo sexto dia consecutivo em um esforço de protegê-las de ações das forças policiais.

Sobre os diplomatas venezuelanos pesa uma ordem de expulsão, recusada por eles por não reconhecerem ao governo de facto, enquanto à radio mantém uma cobertura permanente da resistência popular contra os golpistas.

EUA impõem à Colômbia cinco bases militares



 OBAMA O SORRISO E AS ARMAS







O fraseado não esconde a realidade: A estratégia imperialista e os métodos são imutáveis, com ou sem o bem-falante Barack Obama. O Equador não renovou o acordo da base militar de Manta? Obama impõe cinco bases à Colômbia, onde narcotraficante presidente Uribe não levanta ondas, nem sequer à imunidade criminal dos norte-americanos…

Antonio Albiñana* - www.odiario.info

«A Colômbia perderá soberania e converter-se-á numa base de operações, uma espécie de porta-aviões contra os países vizinhos.» Quem assim fala não é suspeito de anti-americanismo primário, é o senador Rafael Pardo, ex-ministro da Defesa colombiano e candidato do centro à sucessão do presidente Álvaro Uribe.

O plano dos EUA de instalar os seus militares em cinco pontos do território colombiano, com um máximo de 800 militares e 600 civis, criou um clima emocional que se propagou aos Estados vizinhos, sobretudo à Venezuela e ao Equador. As negociações, secretas, desenrolaram-se nos últimos meses nos EUA e o acordo já está alcançado, faltando apenas uma quinta ronda negocial em Bogitá.

Trata-se de substituir a base de Manta, no Equador, o mais importante centro de operações estadunidense na região depois da saída do Panamá, cujo prolongamento o presidente Rafael Correa recusou negociar. Principalmente, depois de se saber que foi em Manta que se montou e apoiou o bombardeamento colombiano de território equatoriano [ver www.odiario.info/articulo.php?p=651&more=1&c=1] para liquidar o dirigente das FARC Raul Reyes. A acção, em que morreram 27 pessoas entre elas um equatoriano, foram uma violação da soberania do Equador, condenada por toda a América Latina e teve como consequência o corte de relações entre a Colômbia e o Equador.

Uma zona de forte presença de guerrilheiros

As responsabilidades que estavam atribuídas a Manta, teoricamente para lutar contra o narcotráfico, vão ser transferidas para três bases militares na Colômbia: Malambo no Atlântico, Tolemaida na região de Tolima, e Larandia em Caquetá, uma zona de forte presença guerrilheira. Mais tarde prevê-se a instalação do Exército estadunidense noutros pontos da Colômbia.

Perante o escândalo suscitado, porta-vozes do Governo apressaram-se a afirmar que será só uma «ampliação» do acordo vigente com os EUA e que nas bases também haverá militares colombianos. A realidade é que as acções dos estadunidenses se ampliarão na luta contra o narcotráfico e o terrorismo. E do Pacífico até ao Caribe.

O Governo de Uribe tenta agora por todos os meios desmentir que seja uma transferência da base militar de Manta, o que foi unilateralmente anunciado pelo próprio embaixador estadunidense, William Bronfield, há algumas semanas. Bronfield foi o cérebro da operação militar dos EUA em Dezembro de 1989 no Panamá, quando os aviões norte-americanos arrasaram um bairro inteiro para levar o seu antigo aliado Noriega, à ciusta de pelo menos 2.000 mortos civis, entre eles o fotógrafo espanhol Juantxu Rodriguez.

O candidato preferido por Uribe para a sua sucessão, o ex-ministro Óscar Filipe Árias, com a alcunha de Uribito, disse há duas semanas que as novas ases estadunidenses se destinam «a defender os colombianos da vizinhança».

A cooperação pacífica dos EUA

Esta ofensiva de deslocação de efectivos, meios militares e tecnologia avançada para a Colômbia rompe com a dinâmica aberta pelo presidente Barack Obama, que nas suas primeiras intervenções tratou de abrir novos caminhos na América Latina, baseados na cooperação pacífica, e com acento nos problemas sociais, afastando-se do autoritarismo que participou na instalação de quase todas as ditaduras do continente.

Além disso, a instalação destas bases tornará inviável a iniciativa da UNASUR, a aliança regional liderada pelo Brasil para evitar situações de crise entre apíses vizinhos. OEquador e a Venezuela já se manifestaram contra a presença militar dos EUA na região.

Para o líder da aliança de esquerda Pólo Democrático, o jurista Carlos Gaviria, «é vergonhoso o ter-se chegado a um acordo, e devia ser objecto de um debate público. Estamos a converter-nos num país subordinado aos Estados Unidos».

Um capítulo do acordo que levanta muita indignação é a imposição dos EUA de que o seu pessoal goze de total imunidade perante a justiça colombiana. Há o precedente do Equador, que reclamou em vão contra o facto de mais de 300 norte-americanos que nunca puderam ser julgados por acusações de delitos diversos, incluindo roubos e homicídios. Na Colômbia houve inúmeros incidentes, incluindo tráfico de drogas, com estadunidenses que actuavam soba a fachada de «assessores civis», quando na realidade eram agentes secretos.


* António Albiñana é colaborador da Agência EFE


Este texto foi publicado no diário espanhol Público, de 16 de Julho de 2009


Tradução de José Paulo Gascão

OS VAMPIROS - 1915 - Clássico do cinema mudo...



Les Vampires



Informações:

Título Original: Les Vampires
Diretor: Louis Feuillade
Autor: Louis Feuillade
Release Data: 13 Novembro 1915 (França)
Genêro: Ação/Aventura/Crime/Drama/Fantasia/Misterio/Thriller
Duração: USA:399 min (DVD)
País: France
Idioma: Alguns textos em Inglês
Color: colorizado
Créditos e uploader: F.A.R.R.A.-Christine

Sinopse:

"Les Vampires" (1915 - 398 minutos - P&B) é um seriado clássico de cinema mudo dirigido por Louis Feuillade. Dividido em dez episódios, conta as aventuras de um grupo de assaltantes mascarados que assombrava Paris.

Estrelado pela mítica atriz Musidora - a primeira vamp do cinema europeu - , o seriado ganhou fama em virtude da admiração que provocou em gente como André Breton e LuisBuñuel,seduzidos pelas imagens oníricas que repentinamente invadiam a narrativa.

Salvo da destruição e após anos de esquecimento, "Les Vampires" voltou a ser exibido a partir da década de 60 em concorridas sessões que marcaram época especialmente em Paris, Londres e Nova York.

Hoje, o diretor Feuillade é colocado ao lado de outros gênios do período mudo do cinema como Griffith, Stroheim, Murnau e Gance.



Elenco:

Musidora ... Irma Vep
Édouard Mathé ... Philippe Guérande
Marcel Lévesque... Oscar Mazamette
Jean Aymé ... Le Grand Vampire
Fernand Herrmann... Juan-José Moréno / Brichonnet
Stacia Napierkowska... Marfa Koutiloff
Edmund Breon ... Secrétaire de Satanas (as Edmond Bréon)
Renée Carl ... L'Andalouse
Miss Édith ... Comtesse de Kerlor
Jacques Feyder ... (episode V: L'évasion du mort)
Rita Herlor ... Mrs Simpson


Senha para Descompactar:
Código:
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Partes:

1 - A Cabeça Cortada (31 minutos)

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2 - O Anel que Mata (13 minutos)

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3 - O Livro Vermelho (39 minutos)

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4 - O Espectro (30 minutos)

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5 - A Fuga do Homem Morto (35 minutos)

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6 - Olhos Hipnóticos (53 minutos)

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7 - Satanus (42 minutos)

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8 - O Mestre do Trovão (50 minutos)

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9 - O Envenenador (48 minutos)

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10 - O Casamento Terrível (57 minutos)

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quarta-feira, 29 de julho de 2009

O PT de Lula e o outro PT...

Autoritarismo e luta pelo poder




Escrito por Waldemar Rossi
no Correio da Cidadania

Os efeitos causados no Senado pelos desmandos do seu presidente, José Sarney, chegaram ao Planalto e estão provocando fortes rachaduras no "edifício" político do Executivo. Embora saibamos que os senadores do PT têm caminhado de mãos dadas com o presidente Lula, apoiando-o incondicionalmente em todas as suas ações, incluindo as reformas que visam eliminar direitos dos trabalhadores, no episódio em pauta está claro que o racha está dado, já que as divergências vêm à tona. Se para Lula é necessário manter Sarney na presidência do Senado - apesar de tantas falcatruas e crimes por ele cometidos -, porque é seu aliado em tudo o que interessa ao seu projeto de governo, para os senadores petistas, manter apoio a mais um corrupto, publicamente denunciado pela mídia, pode significar suas mortes políticas, porque já sentem na carne os efeitos da decepção popular, através das cobranças amiudadas dos seus eleitores.

Embora não dê demonstração, a postura de Lula em defender Sarney a qualquer preço está deixando sua imagem arranhada no imaginário popular. Isto se deve ao fato de que, mesmo aceitando passivamente tantos desvios éticos por ele praticados, o povo sempre espera que algum político venha provar que vale a pena continuar acreditando no sistema e nas eleições. Apesar de conformado historicamente com a corrupção dos políticos em geral, o sonho popular é que isso possa ser diferente, que possa haver uma nesga de correção em alguém que chegue "lá em cima". Neste sentido, enquanto Lula ainda se sente "por cima da carne seca", os senadores já não têm essa mesma segurança e o racha está se dando num verdadeiro "salve-se quem puder".

Dos 12 senadores petistas, pelo menos oito querem que Sarney deixe a presidência do Senado, conforme notas públicas, incluída a resposta de Suplicy ao ministro José Múcio: "Se o ministro José Múcio tiver o cuidado de ouvir os senadores do Partido dos Trabalhadores, vai ver que esta posição é majoritária e consistente". Já o senador Flávio Arns foi taxativo ao dizer que a posição da bancada é "totalmente contrária" à do presidente Lula. E que "A bancada é uma coisa, o presidente da República é outra". O jogo de braços está dado.

O episódio, se olhadas com olhos bem abertos as curtas histórias políticas do PT e principalmente de Lula, vem revelar que a ânsia pelo poder foi, ao longo dos anos, gerando posturas e práticas de autoritarismo. E isto milhares de petistas puderam bem sentir durante vários anos de vida partidária. Lula, ao perceber que tinha carisma e que isto poderia levá-lo a uma posição de destaque na política nacional, começou a agir para que nada pusesse em risco sua trajetória pessoal. Para tanto, partido, sindicato e central sindical tinham que ser transformados em correias de transmissão de sua ascensão pessoal.

Foi assim que muitos militantes de peso e com possibilidades de fazer um crescimento político com destaque nacional foram sendo, discreta, mas eficaz e progressivamente, colocados à margem da vida partidária e sindical. Muitos o foram até de forma cruel e alguns até execrados publicamente. Lula nunca admitiu que alguém pudesse a ele se equiparar. A diferença com muitos outros ditadores históricos estava na forma sutil e ardilosa de promover a marginalização. Correntes internas, quando não cooptadas, foram eliminadas. Quem ousou não se enquadrar às suas ordens ou aspirações pessoais foi sendo progressivamente desacreditado dentro do "seu" partido, dentro do "seu" sindicato e da própria "sua" CUT.

Ainda é muito cedo para se conhecer o desfecho do atual episódio na vida do PT. Mas está claro que a tal unanimidade tão apregoada pelos dirigentes da corrente majoritária sempre foi pura balela e que decisões foram inúmeras vezes impostas através de posturas autoritárias – embora acompanhadas de sorrisos mal disfarçados ou irônicos – e muita chantagem política. Quem viveu isso na carne sabe como é.

Para quem ainda tiver dúvidas do que vai aqui refletido bastará fazer uma retrospectiva dos anos de governo petista e perceber quanta gente que, tendo acreditado na lealdade política de Lula com seu povo, ao perceber o engodo, deixou seus postos no governo e voltou à vida normal. Alguns deles ousaram escrever sobre suas decepções, enquanto que outros aceitaram fazer apenas breves declarações. Seus testemunhos devem ser considerados. E todos os amantes da justiça têm o dever de agir para que o povo trabalhador não tenha um prejuízo ainda maior do que já vem tendo. Prejuízo por não conseguir entender esse tão enganador e baixo jogo político que visa apenas à disputa pelo poder político e vantagens pessoais, em total desprezo aos direitos e à dignidade de todo um povo.

Waldemar Rossi é metalúrgico aposentado e coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Carlos Santana - Discografia

Carlos Alberto Santana Barragán, mais conhecido como Santana (Autlán de Navarro, 20 de julho de 1947), é um conhecido guitarrista e compositor mexicano. Tornou-se famoso na década de 1960 com a banda Santana Blues Band, conhecida posteriormente apenas como Santana - mais precisamente com a sua atuação no Festival de Woodstock em 1969, onde ganhou projeção mundial.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Santana

CRÉDITOS: www.lagrimapsicodelica.blogspot.com


senha/password: lagrimapsicodelica

1969 – Santana: Download

1970 – Abraxas: Download

1972 – Caravanserai: Download

1973 - Love Devotion Surrender: Download

1973 – Welcome: Download

1974 – Borboletta: Download

1974 – Illuminations: Download

1974 – Lotus: Download

1976 – Amigos: Download

1977 – Festival: Download

1977 – Moonflower: Download

1978 - Inner secrets: Download

1979 – Marathon: Download

1979 - Oneness - Silver Dreams, Golden Reality: Download

1983 - Havana Moon: Download

1992 – Milagro: Download

1996 - La fuente del ritmo: Download

1997 – Aniversario: Download

1997 - Live at Fillmore 68: Download

1997 - The Collection: Download

1999 – Supernatural: Download

2002 - Black magic woman: Download

2002 – Shaman: Download

Poesia das buenas....

Canção do Remendo e do Casaco

Bertold Brecht


Sempre que a nosso casaco se rasga

Vocês vêm correndo dizer: assim não pode ser

Isso vai acabar, custe a que custar!

Cheios de fé vão aos senhores

Enquanto nós, cheios de frio, aguardamos.

E ao voltar, sempre triunfantes

Nos mostram o que por nós conquistam:

Um pequeno remendo.

Ótimo, eis o remendo

Mas onde está

O nosso casaco?

Sempre que nós gritamos de fome

Vocês vêm correndo dizer: Isso não vai continuar

É preciso ajudá-las, custe a que custar!

E cheias de ardor vão aos senhores

Enquanto nós, com ardor no estômago, esperamos.

E ao voltar, sempre triunfantes

Exibem a grande conquista:

Um pedacinho de pão.

Que bom, este é o pedaço de pão

Mas onde está

O pão?

Não precisamos só do remendo

Precisamos o casaco inteiro.

Não precisamos de pedaços de pão

Precisamos de pão verdadeiro.

Não precisamos só do emprego

Toda a fábrica precisamos.

E mais a carvão

E mais as minas

O povo no poder.

É disso que precisamos.

Que têm vocês

A nos dar?

O caráter e a política




Escrito por Roberto Malvezzi

De tanto ouvir políticos eleitos nos mandarem esquecer tudo que tinham dito, até tudo que tinham escrito, ficou difícil esperar por ética na política brasileira. Parece que a primeira exigência do poder aos eleitos é despir-se do caráter.

Na década de 80, pelas Comunidades Eclesiais de Base, fizemos muitos trabalhos no sentido de educar nosso povo para uma nova ética na política. Vários políticos que hoje estão no poder, até enchendo suas roupas íntimas com dinheiro, participavam dessas formações. Por um momento foi possível sonhar com uma nova classe política, com um novo comportamento perante a coisa pública. Porém, bastou a chegada ao poder.

Ninguém pode dizer que não é corruptível enquanto não tiver dinheiro e poder. Essa é a prova dos nove da qual poucos escapam, embora sempre haja honrosas exceções.

Sarney já foi cassado pelo povo do Maranhão e refugiou-se no Amapá. Sua filha perdeu a eleição de governadora no voto, mas reconquistou o poder no tapetão. Quem não sabe a trajetória política e ética de Sarney? A grande mídia, que hoje tanto o condena? O problema dele não é a "contratação do namorado da neta que quer ocupar o lugar do irmão deposto pelo não sei o que do não sei o que lá". Sarney está no lado errado.

Quer ficar com Lula. Agora é um estorvo. Logo ele, que conseguiu moldar Lula à sua imagem e semelhança.

Nesse jogo de moral farisaica que permeia o mundo da política é preciso não perder de vista o verdadeiro escândalo que assolou o país esses dias: a entrega de 67 milhões de hectares de terras públicas nas mãos de grileiros privados, além da aplicação de bilhões de reais em obras públicas do PAC que degradam o ambiente e agridem as comunidades tradicionais.

Quanto ao senado, salvo as exceções de sempre, é melhor ressuscitar Calígula e indicar Incitatus como senador. Cavalo se vende por um molho de capim, mas, ao menos, não sabe o que faz.

Roberto Malvezzi (Gogó), ex-coordenador da CPT, é agente pastoral.

Questão energética na AL...

Trabalhadores da energia em época de crise

por James Petras [*]

A situação do sector energético na América Latina é determinada pelas correlações internas e externas de forças políticas, pelo nível da organização e do poder das classes no interior das classes dirigentes e trabalhadoras, pela situação da economia mundial e pela força e fraqueza do imperialismo americano. A 'situação do sector energético' refere-se a diversas variáveis em termos da propriedade, do peso na economia e da distribuição das receitas do petróleo no seio da estrutura de classes.

Correlação de forças interna e externa

A correlação de forças entre capitalistas e trabalhadores no sector energético na América Latina varia muito: Na Venezuela, o governo de Chavez, com o apoio dos sindicatos dos trabalhadores petrolíferos, alargou a propriedade pública e distribuiu as receitas do petróleo através de subsídios à alimentação, de programas de saúde universal e de educação pública. No outro extremo, na Colômbia, com o presidente Uribe, as empresas petrolíferas privadas estrangeiras têm um controlo cada vez maior, os lucros são repatriados para os países imperialistas ou retirados do país pela elite interna, as receitas governamentais subsidiam a oligarquia e os esquadrões da morte, apoiados pelo governo, e os militares, para assassinarem e ameaçarem os dirigentes sindicais e comunitários.

Entre estes dois extremos da esquerda nacionalista e da direita neo-fascista, existem outras variantes: social-democrata, liberal social e neo-liberal.

A Bolívia e o Equador, com Evo Morales e Rafael Correa, representam a posição social-democrata, propondo 'parcerias' entre o 'estado' e as empresas petrolíferas capitalistas estrangeiras, que partilham os lucros da exploração do petróleo bruto. As empresas estrangeiras continuam a controlar a maior parte ou toda a refinação e comércio e o governo social-democrata teve que estabelecer os seus próprios 'sistemas de comercialização'.

As políticas 'liberais sociais' encontram-se no Brasil e na Argentina, onde as principais companhias petrolíferas são 'estatais' apenas no nome, já que são transaccionáveis nos mercados de acções da América Latina e da Wall Street. As receitas estatais são distribuídas em proporção desigual, o grosso é para subsidiar o sector agro-mineral e o quinhão mínimo para financiar programas sociais – incluindo programas básicos contra a pobreza.

As políticas neoliberais encontram-se no México e no Peru, onde as antigas empresas petrolíferas e os recursos energéticos, inicialmente de propriedade pública, foram entregues a empresas petrolíferas e energéticas estrangeiras. No México foi apenas a militância do Sindicato dos Trabalhadores de Electricidade (SME) que impediu o governo de privatizar a sua indústria estratégica. Com os regimes neo-liberais as receitas do petróleo e da energia foram distribuídas quase exclusivamente pela classe dominante estrangeira e interna e apenas alguns 'incentivos' destinados aos trabalhadores, camponeses e comunidades índias sob a forma de “programas de pobreza” de subsistência. Os regimes neo-liberais desinvestem e espoliam as empresas públicas, reduzindo a sua capacidade de produção e deixando-as endividadas, com uma tecnologia obsoleta e uma capacidade reduzida para cumprir as suas obrigações ultramarinas.

O impacto da explosão económica e da recessão global (2003-2009)

O desempenho e a propriedade do sector energético são influenciados pela luta de classes interna, pela situação da economia mundial e pela subida e declínio do imperialismo americano. A crise do neoliberalismo e as rebeliões populares entre 1999-2005 marcaram o final da fase principal da privatização em grande escala em muitos países da América Latina. O derrube dos governos de De la Rua na Argentina, de Sanchez de Losada na Bolívia (Abril de 2002) e o lockout patronal (Dezembro 2002 – Fevereiro 2003) levaram os movimentos de massas radicais a estabelecer uma nova agenda. A re-nacionalização do sector energético — petróleo, sector eléctrico, minas e outros sectores estratégicos.

Mas as rebeliões populares, com excepção da Venezuela, não conduziram a governos de trabalhadores-camponeses. Pelo contrário, as alianças, encabeçadas pela classe média centro-esquerda, com as classes populares levaram a algumas reformas parciais. Na Bolívia, Evo Morales reforçou o papel do estado em parceria com 42 companhias de petróleo e gás de propriedade estrangeira. Na Argentina, Kirchner fundou uma companhia estatal mas recusou-se a renacionalizar a YPF/Repsol. No Equador, Correa aumentou os impostos às empresas petrolíferas, mas as companhias multinacionais estrangeiras continuam a produzir 57% do petróleo. No Brasil, Lula recusou-se a renacionalizar as empresas privatizadas – e a maior parte das acções da Petrobrás manteve-se na mão de investidores privados.

A principal luta contra a exploração das companhias energéticas e mineiras no Peru, na Colômbia, no Equador e no Chile foi travada pelos movimentos índios que, nalguns casos, foram apoiadas por trabalhadores petrolíferos e organizações camponesas. A razão é óbvia. As companhias energéticas não andavam apenas a explorar a mão-de-obra, andavam a destruir a sua economia e as suas condições de vida através da contaminação maciça pelo ataque ao seu ambiente tradicional.

No Brasil, a promoção de Lula, em grande escala e a longo prazo, de gigantescas plantações de açúcar multinacionais e de refinarias para produção de etanol expulsou milhares de pequenos agricultores e comunidades índias e intensificou a exploração dos trabalhadores rurais. O movimento dos trabalhadores rurais sem terra (MST) e outros movimentos rurais sociais, aliados a Lula, envolveram-se em lutas defensivas. Mas, sem aliados urbanos, não conseguiram derrotar a aliança de Lula e da agro-indústria.

Trabalhadores urbanos e sindicatos

A principal força motora das rebeliões populares contra o neoliberalismo varia nos diversos países e nas diversas épocas.

No Equador, os trabalhadores petrolíferos, mineiros e fabris, juntaram-se aos movimentos de massas camponeses para derrubar Noboa no início da década. Na Argentina, os trabalhadores desempregados e a classe média encabeçaram a luta para derrubar De la Rua. Na Venezuela, os trabalhadores petrolíferos correram com uma minoria que apoiava o lockout patronal e a maioria assumiu o controlo e pôs os poços a funcionar em apoio ao presidente Chavez. Mas durante toda essa década os trabalhadores do sector energético organizaram-se e defenderam militantemente o seu sector económico, opondo-se à privatização e protegendo os seus padrões de vida através da luta de massas. No entanto, a sua presença nas rebeliões populares foi reduzida. Em muitos casos as direcções dos sindicatos da energia apoiaram os regimes centro-esquerda a fim de garantir concessões salariais e protecção no trabalho. Quando muito, os sindicatos da energia envolveram-se em manifestações de solidariedade com a luta de massas dos camponeses, índios e desempregados.

Paradoxalmente, a forte e militante organização dos sindicatos da energia conduziu a ganhos económicos e reformas sectoriais, que provocaram ilhas de abastança profundamente segregadas no meio de uma massa de pobres urbanos e rurais. A década passada testemunhou o declínio dos trabalhadores petrolíferos enquanto vanguarda nas rebeliões populares. Houve outras classes que ocuparam o seu lugar. Isto criou um perigo estratégico porque, no decurso das privatizações em grande escala do sector energético, os trabalhadores vão deixar de contar com o apoio do resto da classe trabalhadora e dos camponeses.

Embora a exploração do petróleo no Amazonas crie 'empregos para os trabalhadores petrolíferos', destrói o meio de vida das comunidades índias e instala um conflito mortal entre as empresas petrolíferas e os seus trabalhadores contra a massa de artesãos, pequenos agricultores e comunidades índias dependentes da agricultura, da pesca e do artesanato na proximidade das operações petrolíferas e mineiras.

A recessão mundial e o sector energético

A crise mundial não pode ser resolvida apenas com greves e protestos. Nem sequer a renacionalização, por si só, pode criar a base para uma recuperação nacional. A única alternativa que os trabalhadores da energia têm é uma 'revolução político-cultural' em que repensem a sua estratégia básica e passem para além de lutas sectoriais.

A actual repressão, profunda e prolongada, só pode ser combatida a nível político-nacional – virando-se para a formação de uma ampla aliança política de massas com as classes populares e com uma estratégia de conquista do poder estatal. Face ao colapso do capitalismo, a luta sindical deixa de ter eficácia. Os sindicatos só podem ter êxito se fizerem uma viragem decisiva para os movimentos anti-capitalistas – uma viragem para uma adesão explícita ao socialismo.

Actualmente toda a classe capitalista se apoderou do controlo do estado, especificamente do erário público, para financiar a sua sobrevivência e recuperação à custa dos trabalhadores, camponeses, índios e pobres urbanos. À medida que a crise se aprofundar, a rebelião de massas urbana e rural vai de novo quebrar os laços da hegemonia burguesa. Vai levantar-se a questão: Os trabalhadores da energia farão parte duma solução socialista ou do problema capitalista? Voltarão os trabalhadores da energia a fazer parte da vanguarda ou manter-se-ão na retaguarda? O que é perfeitamente claro é que os trabalhadores da energia ocupam uma posição estratégica no sistema capitalista mundial – sem petróleo nada mexe, sem electricidade os banqueiros não podem calcular os seus lucros e os investidores não podem ler os seus pagamentos de dividendos.

O sistema capitalista na sua totalidade nunca admitiu hoje na vida real que é um sistema falhado – nem na produção de bens e serviços, nem na oferta de crédito e financiamento, nem na utilização de mão-de-obra.

Ocorre-nos ao espírito a conhecida frase de Karl Marx – 'Um espectro assombra a classe capitalista: A chegada da revolução socialista'.


[*] Apresentado numa sessão plenária do encontro internacional de trabalhadores da electricidade no México organizado pelo Sindicato Mexicano de Electricistas (SME) Julho 2009.

O original encontra-se em http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=14428 .
Tradução de Margarida Ferreira.


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Marx e marxismo...

A Ecologia de Marx



John Bellamy Foster
Civilização Brasileira, Rio 2005.
Por Hamilton Pereira (Pedro Tierra)



Em seis capítulos e uma nota de Epílogo, Belamy Foster recupera e expõe não apenas insights de Marx e Engels em torno de questões que ocupam com destaque a agenda ambiental contemporânea, nessa primeira década do século XXI, mas elementos constitutivos dos fundamentos de sua concepção materialista da natureza e da história relacionados com a necessidade, na construção histórica da (...) “sociedade dos produtores associados de governar o metabolismo humano com a natureza de modo racional, (Marx) que excede completamente as capacitações da sociedade burguesa.” (Foster).

O diálogo crítico da obra de Marx e Engels com Darwin e Malthus, recuperado nos capítulos iniciais, oferece ao leitor os contornos do ambiente fechado, sufocante da Inglaterra vitoriana que levou Darwin a guardar debaixo da escada, por vinte anos, os manuscritos que redigira na sua viagem a bordo do Beagle, em 1837: “(...) mas tal era a minha aflição para evitar o preconceito que eu decidi por algum tempo não escrever nem mesmo um rápido esboço a respeito. Em junho de 1842 eu pela primeira vez me permiti a satisfação de escrever um brevíssimo resumo da minha teoria em trinta e cinco páginas, que no verão de 1844 se ampliou para duzentas e trinta páginas do qual eu havia feito uma cópia limpa que ainda possuo”. (Darwin). Recorde-se que Darwin só veio a apresentar sua teoria em 1858/59 com a publicação de “Sobre a origem das espécies por meio da seleção natural”.

Marx e Engels reconhecem e reverenciam Darwin pela gigantesca contribuição que oferece com sua teoria para o “triunfo sobre a visão teológica da natureza” (Foster) abrindo um espaço fundamental para o avanço do pensamento materialista e dialético a partir dali. Oferecendo, portanto, elementos relevantes para suas próprias formulações, na disputa teórica e política que travavam naqueles anos contra as concepções idealistas, na filosofia e, na política, contra a reação da burguesia européia que reprime e derrota o movimento operário e socialista em 1848 e em 1871.

Por outro lado, Marx e Engels elegerão Malthus como alvo de ataques demolidores ao longo de décadas: “A teoria Malthusiana, nada mais era que a expressão econômica do dogma religioso, no que tange à contradição entre o espírito e a natureza e a corrupção resultante de ambos” (Engels). Porém, mais do que um dogma religioso, era uma tentativa de fundir a teologia protestante (e o naturalismo dos párocos) com a necessidade econômica da sociedade burguesa (Foster). “(...) as implicações dessa linha de pensamento (de Malthus) são tais que, como só os pobres são excedentes, nada se deve fazer por eles senão facilitar o mais possível a sua fome, convence-los de que ela é inevitável e que a única salvação para toda a classe deles é manter a propagação no grau absolutamente mínimo.” (Engels). Donde, todos aqueles que propunham ou a melhoria das condições de vida dos pobres ou uma sociedade futura caracterizada por uma melhoria mais geral estavam, no entender de Malthus, simplesmente negando a necessidade inexorável do vício e da miséria (Foster) como fatores de controle de população.

O capitalismo, observou Marx “cria as condições materiais para uma síntese nova e superior, uma união da agricultura e da indústria com base nas formas que se desenvolveram durante o período do seu isolamento antagônico”. Mas para alcançar esta “síntese superior”, seria necessário, argumentou ele, que os produtores associados “governassem o metabolismo humano com a natureza de modo racional” uma exigência que suscitava desafios fundamentais e continuados para a sociedade pós-revolucionária (Foster).

Elabora Bellamy Foster uma síntese mais abrangente do que em geral lemos sobre o pensamento de Marx, capaz de abarcar aspectos do que havia de mais avançado na produção do pensamento filosófico e científico e então: “Epicuro, segundo Marx, havia descoberto a alienação da natureza; mas Hegel revelou a alienação dos seres humanos do seu próprio trabalho, e daí tanto da sociedade quanto da relação especificamente humana com a natureza. Marx forjou estes insights, com o conhecimento crítico obtido da economia de Ricardo, da química de Liebig, e da teoria evolucionária de Darwin, numa filosofia revolucionária que visava a nada menos que a transcendência da alienação em todos os seus aspectos: um mundo de liberdade humana e ecológica racional com base terrena – a sociedade de produtores associados” (Foster).

Bellamy Foster nos oferece uma contribuição teórica sólida e oportuna para ampliar o debate no interior das esquerdas. Organiza informações que nos permitem incorporar os elementos filosóficos e econômicos que ancoram a noção da sustentabilidade ambiental no pensamento revolucionário de Marx e Engels. E nos desafia a incorporar a dimensão da sustentabilidade ambiental à cultura do desenvolvimento brasileiro do século XXI.