quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Por aqueles que lutaram, lutam e continuarão lutando...


Feliz Natal e um 2010 com muitas lutas e vitórias.






Colegas, amigos e colaboradores.


Com nossa mobilização encerramos o ano com o balanço positivo de quem lutou, levantou a bandeira e ganhou. Mais do que a retirada dos projetos que sangravam o magistério ganhamos nossa dignidade de volta, aviltada tantas vezes por um governo que não tem legitimidade para governar e mesmo assim entende que os problemas do Estado são gerados pelos servidores.
Colegas..."Sirvam nossas façanhas de modelo a toda a terra" e àqueles que corajosamente acamparam na Praça em Porto Alegre e fizeram com que os nobres Deputados os enxergassem e sentissem a pressão desta categoria nosso reconhecimento porque evitaram um final de ano trágico para o funcionalismo estadual.
Que em 2010 tenhamos a consciência de que com a nossa união poderemos vencer os fortes e poderosos.








17º Núcleo do Cpers - BAGÉ 
 Dezembro de 2009



Europa gelada.....

Natal branco, Natal em branco: os desastres na Europa


Natal branco, Natal em branco: os desastres na Europa
Estrada em Hazel Grove, próximo a Manchester em Londres, sob a neve (Foto: Tom O'Donoghue/Flickr)

Enquanto a Europa congela, a falha dos modelos meteorológicos mostra mais uma vez os danos das mudanças climáticas.
Ninguém esperava o frio tenebroso que se abateu sobre a Europa nos últimos dias. Todo mundo torcia por um Natal branco, isto é, com neve. Mas não se esperava tanta neve, nem tanto frio. Muita gente vai passar o Natal em branco, isto é, sem as viagens programadas, os encontros desejados. Até Papai Noel vai ter dificuldades para voar com suas renas.
Em Varsóvia, capital da Polônia, país em que as benesses do capitalismo triunfante depois da Guerra Fria produziram bastante pobreza e muita miséria, só na noite de sábado para domingo 15 pessoas morreram de frio, na maioria do grupo dos sem-teto. Em todo o país já foram assinaladas 47 mortes por congelamento, segundo a rede de TV TVN24.
Trens estão parados, aeroportos cancelam vôos às centenas, as estradas estão perigosíssimas. Na Bulgária um apagão deixou 220 cidades sem energia elétrica durante horas a fio, sob as temperaturas baixíssimas da estação. Na Alemanha, além do aeroporto de Frankfurt ter cancelado mais de 100 vôos, duas pessoas morreram de frio. Todos os grandes aeroportos europeus foram afetados, suspendendo vôos e operações pelo menos durante algumas horas, senão por um dia inteiro. Trens quebraram no interior do Euro-túnel sob o canal da Mancha, deixando 2 mil pessoas – muitas delas crianças – no escuro, sem água e sem comida durante 16 horas, até que pudessem ser retiradas.
Enquanto isso, na costa leste dos Estados Unidos em um dia nevou, em alguns lugares, o que neva durante o mês inteiro, como em Washington D.C., a capital.
Atualmente, a maioria dos boletins meteorológicos segue modelos computadorizados (inclusive no Brasil). Com base em alguns pontos-chave, um mapa de temperaturas e outros dados de previsão do tempo é elaborado, como se fosse um mapa-modelo que recobre as regiões que lhe servem de referentes. Tudo isso é feito com base na coleta de dados naquele momento e com base em séries históricas.
Pois bem, os modelos elaborados estão com dificuldades para se encaixarem nas regiões de referência. Um indício cotidiano disso, e aberto ao leigo no assunto, é a velocidade com que as “previsões para os próximos dias” têm mudado. Na segunda-feira prevê-se que vai nevar na quarta; já na terça a previsão muda para quinta, e aí começa a nevar na terça mesma, e não neva nem na quarta nem na quinta, enquanto na sexta-feira a temperatura despenca para níveis imprevistos e por aí vai. É verdade que houvera advertências de que esse período que antecedeu a abertura oficial do inverno no hemisfério norte (21 de dezembro) seria rigoroso. Mas ninguém esperava tanto rigor.
Diante disso até as desculpas esfarrapadas ganham algum crédito. Por exemplo, porta-vozes oficiais da Euro-Star, a companhia responsável pela linha férrea operada no Euro-túnel, entre a Grã-Bretanha e o continente, disseram que a inesperada quebra dos trens no interior da passagem se devia às quantidades inesperadas de neve, à sua “fofura”, que seria maior do que a habitual, e ao choque térmico com o ar mais quente e mais úmido dentro dela. No momento, isso soou como uma desculpa improvisada. Mas vá se saber. Na verdade ninguém sabe muito bem o que está acontecendo com o clima na Europa e no mundo, só se sabe que as condições estão piorando rapidamente, enquanto os governantes dos países ricos se enrolavam nas próprias pernas na Conferência de Copenhague. Bons tempos em que se dizia que quem regulava o tempo era São Pedro.
Só falta uma coisa, de fato, para completar o cenário: algum comentarista, no Brasil, atribuir a culpa por esse caos na Europa à política externa do governo Lula e ao atraso nas obras do PAC. Sem falar na redução dos impostos para os aparelhos da linha branca, que faz certamente o povo  pobre do Brasil comprar mais eletrodomésticos do que as linhas de transmissão de energia elétrica na Bulgária podem suportar.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL

fonte:Viva a Palestina


UM ANO DEPOIS DO MASSACRE, O CERCO CONTINUA


NO DIA 05 DE DEZEMBRO, O COMBOIO "VIVA PALESTINA" INICIOU SUA LONGA VIAGEM RUMO À GAZA
 
 
Uma longa viagem através da Europa com a missão de mostrar solidariedade com os palestinos em Gaza , Em nossa primeira noite fora da Grã-Bretanha, recebemos os aplausos de amigos e familiares da equipe do “Viva Palestina”- Bélgica. Muitos dos delegados do comboio estavam acampando pela primeira vez, e num parque de estacionamento com instalações sanitárias, enfrentando as limitações do clima típico (chuva e frio). Foi um bom teste para o que iria ocorrer no resto da semana . Desde então, acampamos por Luxemburgo, Alemanha, Itália (e não paramos de Áustria!) Estamos totalmente qualificados para escrever um livro sobre as estações de serviço na Europa, onde passamos muitas pausas e as noites que serviram para conhecermos um ao outro e à meia-noite, jogar futebol.

À medida que nos aproximamos do destino final, a recepção e o acolhimento dos países ficam melhores. Nós recebemos ajuda de nossa torcida italiana e na Grécia, fomos recebidos pelo prefeito que colocou comida e alojamento em uma quadra de basquete para nós. Tivemos uma conferência de imprensa com o prefeito e dois membros do Parlamento, o que realmente impulsionou o moral do grupo - sabendo que há um amplo apoio para a nossa missão. Tivemos uma escolta policial para o centro da cidade de Salónica, porque os voluntários do comboio tiveram um dia de folga da condução. O nível de conhecimento geral e simpatia aqui tem feito as coisas mais fácil - inclusive recebemos alimentação gratuita e acompanhantes, quando ficamos perdidos..

A logística da organização de quase duas centenas de pessoas em busca de um lugar seguro para estacionar oitenta veículos cheios de valiosa ajuda tem sido uma tarefa fácil . As coisas têm corrido suave até agora. Existe um verdadeiro espírito de camaradagem e unidade - como as pessoas que passam a se conhecerem, ajudando a cozinhar uns para os outros em suas equipes. Mas a verdadeira beleza deste comboio é a sua grande diversidade - com pessoas de todos os estilos de vida, habilidades, idades e nacionalidades - incluindo quase todas as partes da Inglaterra, País de Gales, Escócia, Irlanda, Bélgica, Suíça, Polônia, Malásia, Nova Zelândia, Austrália e América, e mais para vir.

O apoio internacional para o comboio é fenomenal - temos tido contato com a imprensa de todo o mundo, e o apoio prático das organizações na Malásia e Turquia - que nos deu os meios para comprar ambulâncias e ajuda. Muitas das pessoas no comboio participaram da nossa ida à Gaza em fevereiro/2009 e viram, em primeira mão, a devastação e, e agora estão retornando – determinadas a ajudar. (trechos do Diário do Viva Palestina)

"Viva Palestina" Comboio chega a Istambul-Turquia.
Uma espetacular recepção. Israel protestou.

Para apoiar o povo palestino em Gaza eles estão viajando , desde o dia 05 de dezembro/2009, rumo à Gaza com o Comboio da Liberdade (Viva Palestina) . Depois de 10 dias de viagem, o comboio chegou à Turquia. O comboio de carros pintados nas cores da bandeira palestina está a cada dia mais perto de Gaza. Algumas famílias britânicas com os bebês que estão no comboio chamou a atenção.

Uma entrevista coletiva foi realizada pelo deputado britânico George Galloway e pelo IHH Humanitarian Relief Foundation com a participação do seu Presidente, Bülent Yildirim. O Parlamentar britânico George Galloway falou : "Eu não sou uma pressão do Hamas. Mas eu sou a favor da democracia e dos direitos humanos. O governo do Hamas foi uma escolha do povo palestino . Por isso, Israel está punindo a população de Gaza, há três anos. Eu não aceito esse entendimento. O povo palestino tem o direito à auto-determinação, o direito de escolher seus próprios gestores. Neste ponto, apoiamos fortemente o governo que Israel e condena .
"Faço um apelo aos países árabes. Acordem do coma, agora ", disse Galloway, . “ O primeiro-ministro Tayyip Erdogan, Ahmedinejad e o presidente venezuelano, Hugo Chávez, são os três líderes que o povo palestino reivindica. E o que os governos árabes fazem? Venezuela é longe demais da Palestina . Você estão mais perto deles . "

18 de dezembro/2009

Uma multidão de cerca de 400 pessoas estava esperando na fronteira para nos receber, e todo o caminho que temos passado através da Turquia, as pessoas têm alinhado as ruas, gritando apoio, entregando-nos flores pelas janelas abertas, agitando bandeiras turcas e palestinas.

Quando paramos para descansar, fomos visitados pelas delegações locais, incluindo prefeitos, e não temos mais como contar as flores, bandeiras, abraços e beijos (das mulheres turcas nas mulheres do comboio). Muitas das mulheres turcas choram, pedindo-nos para enviar seu amor aos filhos de Gaza. Todo mundo agradeceu-nos pelo que estamos fazendo. Esses gestos tem imenso valor e para impulsionar o moral depois de quase duas semanas na estrada..

E isso não são apenas pessoas comuns que desejam-nos bem. Ontem, uma delegação do comboio foi recebido no Parlamento turco em Ancara, pelo vice-ministro da Turquia, primeiro-ministro, ministro das Relações Exteriores, ministro de ação humanitária e o presidente da Casa . Este foi seguido por uma recepção na embaixada palestina em Ancara, que foi decorada com fotografias em preto e branco da antiga Palestina. Que honra!

O comboio teve grande impacto na Turquia. A televisão tem realizado quase uma cobertura completa do nosso progresso, através do país, e estamos entusiasmados por nos ver nas primeiras páginas dos jornais, quando paramos para quebras nas estações de serviço e check-out e nas bancas.

Temos muito o que agradecer ao IHH, agência da Turquia de ajuda humanitária, que tem nos ajudado nas formas mais brilhante em nossa jornada através do seu país - com alimentação e alojamento. O almoço e o jantar foram fornecidos em todas as nossas paragens, mesmo quando chegamos a parar uma noite em 3, juntamente com uma recepção muito calorosa, e nós temos sido acomodados à noite em estádios desportivos, dormindo no chão de eventos desportivos, que salvou-nos de ter que armar acampamento ao ar livre.

Hoje nós deixamos Konya e continuamos seguindo para leste em direção à Síria, onde esperamos entrar no próximo par de dias. O calor e o apoio entusiástico do povo da Turquia, e seu apoio óbvio e amor ao povo de Gaza tem sido uma inspiração para todos nós.
Turquia -obrigado. Viva Palestina e vocês! (Trechos do Diário)

“Viva Palestina” foi saudado por uma multidão ao entrar na Síria
Viva Palestina Convoy, que começou sua viagem em Londres, para apoiar o povo palestino e quebrar o cerco israelense na Faixa de Gaza, chegou no domingo na Síria, passando de Kilis fronteira turca sobre a região sudeste da Turquia.
O comboio foi recebido por uma grande multidão, despertando muito interesse na fronteira da Síria. Altos funcionários do Hamas, incluindo Osama Hamdan, representante no Líbano, também participaram da cerimônia de boas-vindas no país. Sírios se reuniram para saudar o comboio de ajuda, acenando com bandeiras palestinas. Autoridade do Hamas disse que o comboio “Viva Palestina” é uma iniciativa fundamental para acabar com o cerco israelense na Faixa de Gaza.

O Comboio para a Liberdade da Palestina (Viva Palestina) - Grã-Bretanha, França, Itália, Grécia, Estados Unidos, Turquia e países árabes são compostas por veículos e participantes.
Londres foi o ponto de partida do comboio. Quando entrou na Turquia através de Ipsala, o comboio de veículos da Turquia se juntou aos 70 veículos. 47 carros da América vieram por mar desde o porto de Mersin, para participar do comboio, resultando numa caravana de 200 veículos.

Rota do Comboio: Adapazari, Ankara, Konya, Adana, Gaziantep, Kilis, Síria, Jordânia, Egito e Gaza .

Muçulmanos, católicos, protestantes, judeus e todas as classes e pessoas comprometidas com a causa palestina formam o grupo que está no comboio, juntamente com defensores dos direitos humanos, ativistas, jornalistas, escritores e representantes de organizações não governamentais.
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Para marcar o aniversário do ataque israelense, o comboio entrará em Gaza no dia 27 de dezembro e participará da marcha dos direitos humanos e comício que estão sendo organizados em Gaza. O objetivo da caravana é apoiar o povo palestino e parar o embargo.

Todos os bens que estão no comboio serão doados à população de Gaza : ambulâncias, veículos de passageiros, microônibus, ônibus e caminhão , suprimentos médicos e veículo de medicamentos etc.

Acompanhe essa emocionante viagem em tempo real
http://www.vivapalestina.org/home.htm

"matamos a pau"...dizem os servidores do RS...


Pressão dos servidores impõe derrota histórica ao governo Yeda

“Foi uma vitória do conjunto dos servidores públicos.” Repetida várias vezes, essa frase sintetizou o sentimento de cada um dos trabalhadores presentes na grande manifestação realizada nesta terça-feira 22 em Porto Alegre. Pressionado, sem força política e na eminência de uma derrota histórica, o governo Yeda se viu obrigado a recuar e retirar os projetos que atacavam direitos e destruíam as carreiras dos servidores da Educação e da Brigada Militar.
Sob um clima de muita emoção, os servidores deram-se as mãos e cantaram o hino rio-grandense, celebrando uma vitória conquistada com muito sacrifício. “Quantas vezes arrumamos as malas, deixamos nossas famílias para, aqui, lutarmos pela nossa dignidade, pela dignidade dos servidores e do povo gaúcho”, lembrou a presidente do CPERS/Sindicato Rejane de Oliveira. Essa foi, segundo Leonel Lucas, presidente da Abamf, “uma vitória da unidade, que no próximo ano precisa ser mantida.”
A luta para impedir alterações nos planos de carreira marcou a atuação do CPERS/Sindicato neste ano. Mudanças que sempre estiveram no horizonte de um governo que jamais se preocupou com o funcionalismo. E a mobilização foi fundamental para barrar esse ataque. A força da categoria pode ser medida pela queda da ex-secretária Mariza Abreu, que saiu do governo pela porta dos fundos, sem conseguir por em prática seus planos nefastos para a educação pública e para os educadores. A passagem de Mariza pela Secretaria da Educação ficou marcada enturmação, multisseriação e pelas nefastas escolas de lata. É por isso - e nada mais - que ela será lembrada. 

Ao longo deste ano, os servidores, reunidos no Fórum dos Servidores Públicos Estaduais, construíram a fragilidade do governo. Foram questionados quando lançaram o “Fora Yeda”, mas a campanha tinha um objetivo: impedir ações do governo voltadas a atacar conquistas históricas. Foi essa campanha que colocou o governo na defensiva. Portanto, o “Fora Yeda” foi fundamental para que o governo chegasse neste momento sem a mínima sustentação política. E essa luta teve respaldo da sociedade gaúcha, tanto que Yeda ostenta a pior avaliação de um governante desde que as pesquisas foram iniciadas no Brasil.

A fragilidade do governo ficou exposta na constrangida fala do deputado Pedro Westphalen (PP), líder do Piratini na Assembleia Legislativa. Num pronunciamento surreal, ele sintetizou o desastre político da administração Yeda. Pediu aos deputados aliados que rejeitassem a emenda e o projeto da Brigada Militar. Obrigou-se a solicitar aos colegas que rejeitassem o "pacote de bondades" propagandeado pelo governo, mas que os servidores inteligentemente descobiram nele um conjunto de maldades.

João dos Santos e Silva, assessor de imprensa do CPERS/Sindicato
Fotos: Cristiano Estrela

Fim da greve e outra vitória dos movimentos sociais...

Sem força Política, governo cede e projetos dos servidores ficam para 2010

Com a retirada do plano de carreira, professores encerram greve

Brigadianos lotaram galeriasFoto:
Brigadianos lotaram galerias
Os deputados da base aliada não conseguiram garantir quórum para votar os quatro projetos da Brigada Militar, esta tarde, na Assembleia gaúcha. Quando os governistas perceberam que não tinham 28 votos, mínimo necessário para passar as propostas, uma reunião com todos os líderes de bancadas definiu a votação apenas de um dos quatro projetos da BM, mas com um consenso: a rejeição. O projeto sobre a contribuição previdenciária de 11% foi derrotado por unanimidade, com 51 votos. Os outros três projetos, que tratavam de reposição salarial e matriz, foram retirados de votação. Minutos antes, o líder do governo, deputado Pedro Westphalen, entregava os pontos. "Precisamos voltar a discutir as propostas e alterações com os servidores", disse.

Para os brigadianos que lotavam as galerias da Assembléia Legislativa a rejeição ao projeto da previdência soou como música, quando começaram a entoar o hino do Rio Grande do Sul. Encerrada a sessão extrordinária, servidores de diversas categorias tomaram a rua em meio ao foguetório e um carro de som, que bloqueou momentaneamente o entorno da Praça da Matriz.

Para os deputados oposicionistas, faltou força política na base do governo. "Mais que isto, o governo não teve diálogo com os servidores sobre projetos tão delicados", avaliou o deputado Cassiá Carpes (PTB). Além dos projetos da BM, o plano de carreira do magistério teve a urgência retirada e só vai agora ser discutido e votado no ano que vem. Em plena praça, entre os palácios Piratini e Farroupilha, os professores anunciaram o fim da greve, depois de uma semana de paralisação parcial.

Promiscuidade entre empresas e fiscalizadores abre a porteira aos transgênicos

 Rodrigo Mendes - www.correiocidadania.com.br   

 
A criação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), em 2005, coincidiu com o início de um período em que foram aprovados todos os pedidos de liberação de variedades transgênicas feitos pelas transnacionais de biotecnologia.
 
Agora, nos próximos dias ou semanas, o Brasil pode vir a contar com dois marcos, segundo reportagem de Verena Glass para o Repórter Brasil, publicada também na Revista Sem Terra: o de ser o primeiro país do mundo a aprovar o plantio comercial do arroz LL/62, da Bayer, que tem como "vantagem" transgênica a resistência ao herbicida glufosinato de amônio; além disso, teve a capacidade de juntar até mesmo defensores dos transgênicos em uma "oposição generalizada", pois, segundo a Embrapa, com a liberação haverá uma contaminação bastante disseminada nas variedades de arroz silvestre no Brasil, gerando riscos à segurança alimentar.
 
Já o segundo marco foi posto em pauta pelo presidente Walter Colli na última reunião do colegiado da CTNBio e, segundo a AS-PTA (organização de defesa da agricultura familiar e agroecologia, que mantém um portal de acompanhamento do órgão), pegou boa parte dos presentes de surpresa. A nova proposta alivia as obrigações das empresas para terem seus produtos transgênicos aprovados, além de retirar a exigência do monitoramento dos efeitos dos produtos sobre o meio ambiente e a saúde da população após a introdução no mercado.
 
Pois todo esse conjunto de fatores atesta o perfil favorável à transgenia da CTNBio e seus conselheiros. De fato, a maioria deles mantém ou já teve alguma relação direta com as empresas transnacionais de modificação genética.
 
Promiscuidade escancarada
 
O poder e a capacidade de influência das empresas produtoras de transgênicos vão ficando mais evidentes à medida que se juntam dados. A introdução dos organismos geneticamente alterados na alimentação e em outras áreas (como o uso de algodão transgênico) tem profundo impacto. Mesmo assim, ela acontece de forma quase natural, tal como um "avanço científico" qualquer, cujos benefícios seriam incontestáveis.
 
Artigo recente da revista Nature Biotechnology, dos Estados Unidos, denuncia o fato de as empresas terem controle absoluto sobre a divulgação e até mesmo a produção de pesquisa sobre os organismos geneticamente modificados. Porque quem compra as sementes é obrigado a assinar um contrato que impede a realização ou a cessão das sementes para fins de pesquisa. O fornecimento do material para pesquisas só pode ser feito pelas próprias empresas produtoras, mediante um acordo entre as duas partes. Claro que isso dá o poder, para as empresas, de impedir o processo de pesquisa ou a divulgação de dados a qualquer momento.
 
O fato de que desde 2004 qualquer alimento comercializado que tenha mais que 1% de ingredientes transgênicos tenha de ser rotulado é considerado uma vitória do direito do consumidor. Mas essa regra nunca foi aplicada, e é impossível se fazer um controle do produto final, pois a rotulagem deve ser determinada pela matéria-prima.
 
Em um cenário em que até entidades e setores que eram mais brandos para com os alimentos geneticamente modificados começam a demonstrar preocupação e explicitar posicionamentos mais reticentes à transgenia da forma como vem sendo feita, as empresas e seus braços dentro de órgãos oficiais apertam o cerco e tentam cada vez mais obscurecer a visão do povo diante do que representam os transgênicos.
 
Confira abaixo quadro traçado pela jornalista Verena Glass, do Repórter Brasil, na matéria acima citada, que trata da relação entre membros da CTNBio e os interesses das empresas que produzem alimentos geneticamente modificados.
 
Quanto às instituições, tomamos como exemplo Embrapa e USP, que juntas têm ao menos 14 conselheiros na Comissão:
 
Embrapa
 
• A empresa mantém uma parceria com a Monsanto desde 1997 (com vigência até 2012) para o desenvolvimento de tecnologias para soja transgênica. No início de novembro de 2009, a Monsanto repassou mais R$ 8,3 milhões para a Embrapa a título de pagamento de royalties, para desenvolvimento de oito projetos de biotecnologia.
 
• A Syngenta, que em 2008 "apresentou interesse em desenvolver com a Embrapa cultivos melhorados de milho para mercados específicos e tecnologias inovadoras relativas ao cultivo de cana de açúcar", co-patrocinou o desenvolvimento da variedade de arroz BRS Talento, da Embrapa Arroz e Feijão, e co-desenvolveu, com a Embrapa Milho e Sorgo, a avaliação da eficiência de fungicidas no controle da cercosporiose (cercospora zeae-maydis) na cultura do milho.
 
• Em 2007, a Embrapa fechou um acordo de cooperação com a Basf para desenvolvimento de uma nova variedade de soja transgênica a partir do gene AHAS (ácido hidroxiacético sintase, que confere tolerância aos herbicidas do grupo químico das imidazolinonas).
 
USP
 
• Em 2008, a Monsanto fechou um acordo com a Fundação de Apoio à USP para oferecer bolsas de pesquisa científica a alunos do 1º e do 2º anos do Ensino Médio da rede estadual, no valor de R$ 150 e com duração de um ano. O acordo foi duramente criticado pela Associação de Docentes da USP.
 
• Em 2008, a Syngenta lançou um bioativador que pode contribuir para o crescimento da produtividade da cana, o Actara, desenvolvido em parceria com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), entre outros.
 
• A Bayer patrocinou a modernização do prédio da Faculdade de Medicina da USP, tombado pelo Condephaat.
 
• A Agência USP de Inovação é parceira do Programa Bayer Jovens Embaixadores Ambientais, do Grupo Bayer e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
 
• A USP, por meio da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, é parceira do Prêmio Bayer Jovem Farmacêutico.
 
• A Basf e a USP, por intermédio do seu Instituto de Química, são parceiras do Projeto Reação - educando para vida.
 
• A Basf patrocinou a restauração de fachada de prédios Esalq/USP em março de 2002.
 
• A USP participou das pesquisas de desenvolvimento do Standak® Top, fungicida da Basf.
 
Quanto aos conselheiros, resultou que:
 
Maria Lucia Zaidan Dagli, especialista na área animal (USP)
 
Recebeu o prêmio PIC - Prêmio Impacto Científico da FMVZ - USP, 2005-2006, patrocinado por Bayer Saúde Animal e Novartis Saúde Animal Ltda, entre outros.
 
Giancarlo Pasquali, especialista na área de meio ambiente (UFRGS)
 
Representa a URGS na Rede Genolyptus, constituída por universidades e empresas como Aracruz Celulose S.A., Klabin, Veracel Celulose S.A., Votorantim Celulose e Papel S.A., entre outros (a CTNBio já liberou 12 experimentos de campo com variedades transgênicas de eucalipto). Foi consultor técnico do Guia do Eucalipto, do CIB (que tem entre seus sócios a Monsanto, Du Pont, Cargill, Pionner Sementes Ltda, e Bayer Seeds Ltda), sobre eucalipto geneticamente modificado.
 
Luiz Antônio Barreto de Castro, representante do Ministério de Ciência e Tecnologia
 
Foi um dos coordenadores da equipe que celebrou o Contrato de Cooperação Técnica para desenvolvimento de cultivares de soja tolerante ao herbicida Roundup, em 1997, cujas instituições promotoras/financiadoras foram Embrapa e Monsanto. Em 2002, foi reeleito membro do conselho científico da Anbio, que tem entre seus sócios a Monsanto, Du Pont, Cargill, Pionner Sementes Ltda, e Bayer Seeds Ltda.
 
Francisco José Lima Aragão, especialista na área vegetal (Embrapa)
 
Lidera os projetos "Expressão de genes envolvidos com a resposta ao estresse hídrico em plantas transgênicas de feijoeiro" e "Desenvolvimento de estratégia baseada em RNAi para geração de mamoeiro resistente a múltiplas viroses", que estão no âmbito da parceria Embrapa-Monsanto. Entre 1998 e 2000, integrou a pesquisa "Obtenção de feijoeiro resistente a glufosinato de amônio", co-financiada pela Bayer do Brasil. Entre 1996 e 2002, coordenou a pesquisa "Obtenção de soja resistente a herbicidas da classe das imidazolinonas", co-financiada pela Basf.
 
Aluízio Borém, especialista na área vegetal (UFV)
 
É membro (diretor de comunicação) da ONG Associação Brasileira de Tecnologia, Meio Ambiente e Agronegócios (Pró-Terra), que recebeu US$ 161,790 mil da Fundação Monsanto em 2005.
 
Recebeu apoio pra escrever o livro "Biotecnologia e Meio Ambiente" da International Life Sciences Institute (ILSI), que tem em seu quadro de associados ADM - Archer Daniel Midland Co., BASF S/A, Bayer CropScience Ltda., Bunge Alimentos S/A, Cargill Agrícola S/A, Dow AgroSciences Industrial Ltda., Monsanto, Novartis e Syngenta, entre outros.
 
É co-autor do livro "Savanas, desafios e estratégias para o equilíbrio entre sociedade, agronegócio e recursos naturais", co-patrocinado pela Syngenta.
 
Maria Lucia Carneiro Vieira, especialista na área vegetal (USP)
 
Membro do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB, que tem entre seus sócios a Monsanto, Du Pont, Cargill, Pionner Sementes Ltda, e Bayer Seeds Ltda) de 2003 a 2005.
 
Paulo Augusto Vianna Barroso, especialista na área vegetal (Embrapa)
 
Pesquisador do projeto da Embrapa Recursos Genéticos de desenvolvimento de duas variedades de algodão transgênico, que negociou as sementes com a Syngenta. Também integra pesquisa que propõe "a transferência dos transgenes da empresa Monsanto para os genótipos de algodoeiro elite da Embrapa e a adequação do sistema de produção aos novos cultivares RR".
 
João Lucio de Azevedo, especialista na área vegetal (USP)
 
O pesquisador é responsável-docente pelo projeto de pesquisa sobre Microrganismos Endofíticos: Genética e Biologia Molecular, financiado pela empresa Monsanto. Prestou consultoria técnica à Monsanto em 1999.
 
Alexandre Lima Nepomuceno, especialista em biotecnologia (UEL)
 
É co-autor do livro "Savanas, desafios e estratégias para o equilíbrio entre sociedade, agronegócio e recursos naturais", co-patrocinado pela Syngenta. É membro do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB, que tem entre seus sócios a Monsanto, Du Pont, Cargill, Pionner Sementes Ltda, e Bayer Seeds Ltda).
 
Flavio Finardi Filho, especialista em biotecnologia (USP)
 
Em 2005, recebeu homenagem à qualidade, excelência científica e originalidade da Associação Nacional de Biossegurança/ANBio, entidade que tem entre seus sócios a Monsanto, Bayer e Syngenta. Fez o parecer técnico sobre segurança alimentar do Evento de Transformação LLRice62 em 2002, com financiamento da Aventis Seeds Brasil.
 
Rodrigo Mendes é jornalista.

Reflexões de Fidel


A verdade do que aconteceu na Cimeira(encontro de cúpula)
(Extraído de Cubadebate)


• AOS jovens lhes interessa o futuro mais do que a ninguém. 
Até há bem pouco discutia-se sobre o tipo de sociedade em que viveríamos. Hoje se discute se a sociedade humana sobreviverá. 
Não se trata de frases dramáticas. Devemos acostumar-nos aos factos reais. A última coisa que podem perder os seres humanos é a esperança. Com a verdade na mão, homens e mulheres de todas as idades, nomeadamente os jovens, levaram a cabo na Cimeira uma batalha exemplar, oferecendo ao mundo uma grande lição. 
Agora o principal é fazer com que se conheça no mais possível em Cuba e no mundo o acontecido em Copenhage. A verdade possui uma força que supera a inteligência mediatizada e muitas das vezes desinformada daqueles que têm nas suas mãos os destinos do mundo.  
Se na capital dinamarquesa se conseguiu alguma coisa importante, foi que através da mídia a opinião mundial pôde observar o caos político criado e o tratamento humilhante a Chefes de Estado e de Governo, Ministros e milhares de representantes de movimentos sociais e instituições, que cheios de ilusões e de esperanças viajaram à sede da Cimeira em Copenhage. A brutal repressão contra manifestantes pacíficos pela força pública, fazia lembrar a conduta das tropas de assalto dos nazistas que ocuparam a vizinha Dinamarca em Abril de 1940. O que ninguém podia imaginar é que, em 18 de Dezembro de 2009, último dia da Cimeira, ela seria suspendida pelo governo dinamarquês ―aliado da NATO e associado à chacina do Afeganistão― para entregar a sala principal da Conferência ao Presidente Obama, onde ele e um grupo selecto de convidados, 16 no total, teriam o direito exclusivo de falar. Obama proferiu um discurso enganoso e demagógico, cheio de ambiguidades, que não implicava compromisso vinculatório algum e ignorava o Convénio Marco de Quioto. Saiu da sala pouco depois de escutar mais alguns oradores. Entre os convidados a fazer uso da palavra estavam os países mais industrializados, vários das economias emergentes e alguns dos mais pobres do planeta. Os líderes e representantes de mais de 170, só tinham direito a escutar. 
Ao findar o discurso dos 16 escolhidos, Evo Morales, com toda a autoridade da sua origem índia aimara, recém-eleito por 65% dos votos e o apoio das duas terceiras partes da Câmara e do Senado da Bolívia, solicitou a palavra. O Presidente dinamarquês não teve outra alternativa do que outorgá-la perante a demanda das outras delegações. Quando Evo concluiu as suas sábias e profundas frases, o dinamarquês teve que ceder-lhe a palavra a Hugo Chávez. Ambos os pronunciamentos passarão à história como exemplos de discursos breves e oportunos. Cumprida cabalmente a tarefa, os dois partiram rumo os seus respectivos países. Mas quando Obama fez silêncio pelo foro, ainda não tinha cumprido a sua tarefa no país sede da Cimeira. 
Desde a noite de 17 e a madrugada de 18, o Primeiro-ministro da Dinamarca e altos representantes dos Estados Unidos da América se reuniam com o Presidente da Comissão Europeia e os líderes de 27 países para lhes propor em nome de Obama, um projecto de acordo, em cuja elaboração não participaria nenhum dos restantes líderes do resto do mundo. Era uma iniciativa antidemocrática e virtualmente clandestina, que ignorava milhares de representantes dos movimentos sociais, instituições científicas, religiosas e demais convidados à Cimeira. 
Durante toda a noite de 18 até as três da madrugada de 19, quando já muitos Chefes de Estado tinham partido, os representantes dos países estiveram esperando o reinício das sessões e o encerramento do evento. Todo o dia 18, Obama teve reuniões e conferências de imprensa. Mesma coisa fizeram os líderes da Europa. Depois foram embora.   
Então aconteceu uma coisa insólita: às três da madrugada de 19, o Primeiro-ministro da Dinamarca convocou uma reunião para o encerramento da Cimeira. Restavam apenas representando os seus países ministros, funcionários, embaixadores e pessoal técnico. 
Contudo, foi assombrosa a batalha que levou a cabo nessa madrugada um grupo de representantes de países do Terceiro Mundo, que impugnavam a tentativa de Obama e dos mais ricos do planeta de apresentar como acordo por consenso da Cimeira o documento imposto pelos Estados Unidos. 
A representante da Venezuela, Claudia Salerno, com energia impressionante mostrou a sua mão direita, da que saia sangue, pela força com que bateu na mesa para exercer o seu direito a fazer uso da palavra. O tom da sua voz e a dignidade dos seus argumentos não poderão ser esquecidos. 
O  Ministro de Relações Exteriores de Cuba, proferiu um enérgico discurso de aproximadamente mil palavras, do qual escolho vários parágrafos que desejo incluir nesta Reflexão:  
"O documento que você várias vezes afirmou que não existia, senhor Presidente, aparece agora. […] temos visto versões que circulam de maneira sub-reptícia e que são discutidas em pequenos conciliábulos secretos…" 
"…Lamento profundamente a maneira em que você tem conduzido esta conferência." 
 "…Cuba considera extremamente insuficiente e inadmissível o texto deste projecto apócrifo. A meta de 2 graus centígrados é inaceitável e teria consequências catastróficas incalculáveis…" 
"O documento que você, infelizmente, apresenta não tem nehum compromisso de redução de emissões de gases de efeito estufa." 
"Conheço as versões anteriores que também, através de procedimentos questionáveis e clandestinos, foram negociadas em corrilhos fechados…" 
"O documento que você apresenta agora, omite, precisamente, as já magras e insuficientes frases chave que aquela versão continha…" 
"…para Cuba, resulta incompatível com o critério científico universalmente reconhecido, que considera urgente e iniludível garantir níveis de redução de, pelo menos, 45% das emissões para o ano 2020, e não inferiores a 80% ou 90% de redução para 2050." 
"Todo delineamento acerca da continuação das negociações para adoptar, no futuro, acordos de redução de emissões, deve incluir, inevitavelmente, o conceito da vigência do Protocolo de Quioto […] O seu papel, senhor Presidente, é a acta de defunção do Protocolo de Quioto que a minha delegação não aceita." 
"A delegação cubana deseja fazer ênfase na preeminência do princípio de ‘responsabilidades comuns, mas diferenciadas’, como conceito central do futuro processo de negociações. O seu papel não diz uma palavra disso." 
"Este projecto de declaração omite compromissos concretos de financiamento e transferência de tecnologias para os países em desenvolvimento como parte do cumprimento das obrigações contraídas pelos países desenvolvidos sob a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática […] Os países desenvolvidos, que impõem os seus interesses mediante o seu documento, senhor Presidente, evadem qualquer compromisso concreto." 
"…Aquilo que você chama, senhor Presidente, de ‘um grupo de líderes representativos’ é, para mim, uma grosseira violação do princípio de igualdade soberana que consagra a Carta das Nações Unidas…" 
"Senhor Presidente, solicito-lhe formalmente que esta declaração seja recolhida no relatório final sobre os trabalhos desta lamentável e vexante 15 Conferência das Partes." 
Apenas concederam-lhes uma hora aos representantes dos Estados para emitir opiniões, o que conduziu a situações complicadas, vergonhosas e desagradáveis. 
Então aconteceu um longo debate em que as delegações dos países desenvolvidos exerceram uma forte pressão para tentar que a Conferência adoptasse esse documento como resultado final das suas deliberações. 
Um reduzido número de países insistiu com firmeza nas sérias omissões e ambiguidades do documento impulsionado pelos Estados Unidos, particularmente na ausência de compromisso dos países desenvolvidos no relativo à redução de emissões de carbono e ao financiamento para adoptar medidas de mitigação e adaptação dos países do Sul. 
Após uma longa e extremamente tensa discussão, prevaleceu a posição dos países da ALBA e do Sudão, como Presidente do Grupo dos 77, de que o documento em questão era inaceitável para ser adoptado pela Conferência. 
Perante a evidente falta de consenso, a Conferência limitou-se a "tomar nota" da existência desse documento como a posição de um grupo de ao redor de 25 países.  
Trás essa decisão adoptada às 10h30, hora da Dinamarca, Bruno ―depois de discutir junto de outros representantes da ALBA amistosamente com o Secretário da ONU e expressar-lhe a disposição de continuar a lutar junto das Nações Unidas para impedir as terríveis consequências da mudança climática― partiu na companhia do Vice-presidente cubano Esteban Lazo rumo ao nosso país para participar da reunião da Assembléia Nacional, dando por finalizada a sua tarefa. Em Copenhage ficavam alguns membros da delegação e o embaixador para participar nos trâmites finais. 
Hoje à tarde informaram o seguinte: 
"…tanto aos que participaram na elaboração do documento, quanto aos que ―como o Presidente dos EE.UU.― anteciparam-se a anunciar a sua adopção pela Conferência… como não podiam rejeitar a decisão de se limitar a ‘tomar nota’ do suposto ‘Acordo de Copenhage, tentaram propor um procedimento para que outros países Partes que não tinham estado neste conluio se somassem a ela, declarando a sua adesão, com o que tentavam outorgar-lhe um carácter legal a esse acordo, que de facto podia prejulgar o resultado das negociações que deverão continuar."  
"Esta tentativa tardia recebeu de novo uma firme oposição de Cuba, da Venezuela e da Bolívia, que advertiram que este documento que a Convenção não tinha feito seu não tinha nenhum carácter legal, não existia como documento das Partes e não podia se estabelecer nenhuma  regra  para a sua suposta adopção…" 
"É neste estado que concluem as sessões de Copenhage, sem que se tenha adoptado o documento que tinha sido preparado sub-repticiamente durante os últimos dias, com uma clara condução ideológica da administração americana…" 
Amanhã a atenção estará centrada na Assembléia Nacional. 
Lazo, Bruno e o resto da delegação chegarão hoje na meia-noite. O Ministro de Relações Exteriores de Cuba poderá explicar na segunda-feira, com os detalhes e a precisão necessária, a verdade do acontecido na Cimeira. 
  
Fidel Castro Ruz

QUANTO AO OBAMA...

Por Fausto Brignol


Quando o lixo da Europa foi para a América do Norte formar o que hoje conhecemos como Estados Unidos, o mundo ficou de sobreaviso. Aquele povo, formado por bandoleiros, traficantes, piratas e escravagistas, logo após a sua independência se sentiu livre para saquear e assassinar os demais povos.


   Começaram por dilacerar todas as suas nações indígenas. Depois invadiram o México e tomaram quase dois terços do seu território. Com isso, conseguiram vastos campos de petróleo, ouro e outras riquezas. Empregaram essas riquezas para aumentar as suas Forças Armadas e tentar dominar os demais povos do sul – América Central e América do Sul. Deram-se conta de que era mais fácil “prosperar” através do terror e da pillhagem do que com o trabalho honesto, e gostaram da idéia.
   Ao mesmo tempo, usavam a escravidão como forma de enriquecimento. Com a industrialização, perceberam que era mais barato ter assalariados do que grandes quantidades de escravos. O assalariado tem que manter-se por si mesmo com a miséria que recebe, enquanto o escravo demandava grandes gastos. Fizeram a guerra contra os estados do sul, que não concordavam com essa idéia e dependiam de seus escravos para a manutenção de suas grandes plantações de algodão. Com a vitória na Guerra da Secessão, aumentaram ainda mais a divisão entre pobres e ricos, formaram uma nova elite – que já se propunha um plano de dominação mundial – e posaram de heróis para o mundo.
   Instigaram as duas grandes guerras européias, e delas participaram com o único objetivo de auferirem grandes lucros. Expandiram as suas empresas e dominaram o mercado mundial. Com o fim da União Soviética, aumentaram ainda mais o seu domínio.
   Enquanto isso, construíram uma grande máquina massificadora. Através do cinema e dos demais meios de comunicação tentavam convencer os povos de que todas as suas ações eram justificadas, “em nome da democracia e da liberdade”. Suas agências de notícias vendem informações para todo o mundo, as informações que eles desejam que sejam veiculadas. Com isso, conseguiram formar uma massa imbecilizada de bilhões de pessoas.
   Recentemente, invadiram o Iraque e o Afeganistão. Não somente para roubar as riquezas daqueles países, mas para ocupar uma estratégica posição com os seus exércitos. O próximo alvo é o Irã, depois, virá o Tibete, a China...

   Nunca se preocuparam com a Natureza. Ao contrário, a sua política sempre foi a de “dominar” a Natureza e não respeitá-la. O resultado estamos vendo agora.
   Na recente Conferência sobre o Clima, em Copenhague, negaram-se, mais uma vez, a auxiliar o planeta. E as pessoas se perguntam: “Mas são burros? São suicidas?” Talvez. Mas o mais provável é que já tenham pronto um plano para salvar as suas elites quando as grandes catástrofes aumentarem. Talvez seja um bom negócio para eles, que só pensam no lucro, gerenciar somente alguns milhões de pessoas, e não seis bilhões.


   Quanto ao Obama...

Sobre drogas e sua legalização....

O texto abaixo foi publicado no jornal Le Monde Diplomatique de setembro e é de autoria do comandante John Grieve, da Unidade de Inteligência Criminal da Scotland Yard. Eu (André Lux)concordo plenamente com tudo que está escrito nele.

10 Razões para Legalizar as Drogas

por John Grieve, da Unidade de Inteligência Criminal da Scotland Yard*
 
1 - ENCARAR O VERDADEIRO PROBLEMA

Os burocratas que constroem as políticas sobre drogas têm usado a proibição como uma cortina de fumaça para evitar encarar os fatores sociais e econômicos que levam as pessoas a usar drogas. A maior parte do uso ilegal e do uso legal de drogas é recreacional. A pobreza e o desespero estão na raiz da maioria do uso problemático da droga, e somente dirigindo-se a estas causas fundamentais é que poderemos esperar diminuir significativamente o número de usuários problemáticos.

2 - ELIMINAR O MERCADO DO TRÁFICO

O mercado de drogas é comandado pela demanda e milhões de pessoas demandam drogas atualmente ilegais. Se a produção, suprimento e uso de algumas drogas são criminalizados, cria-se um vazio que é preenchido pelo crime organizado. Os lucros neste mercado são de bilhões de dólares. A legalização força o crime organizado a sair do comércio de drogas, acaba com sua renda e permite-nos regular e controlar o mercado (isto é prescrever, licenciar, controle de venda a menores, regulação de propaganda, etc .. ).

3 - REDUÇÃO DRÁSTICA DO CRIME

O preço de drogas ilegais é determinado por um mercado de alta demanda e não regulado. Usar drogas ilegais é muito caro. Isto significa que alguns usuários dependentes recorrem ao roubo para conseguir dinheiro (corresponde a 50% do crime contra a propriedade na Inglaterra e é estimado em 5 bilhões de dólares por ano). A maioria da violência associada com o negócio ilegal da droga é causada por sua ilegalidade. A legalização permitiria regular o mercado e determinar um preço muito mais baixo acabando com a necessidade dos usuários de roubar para conseguir dinheiro.Nosso sistema judiciário seria aliviado e o número de pessoas em prisões seria reduzido drasticamente, economizando-se bilhões de dólares. Por causa do preço baixo, os fumantes de cigarro não têm que roubar para manter seu hábito. Não há também violência associada com o mercado de tabaco legal.

4 - USUÁRIOS DE DROGA ESTÃO AUMENTANDO

As pesquisas na Inglaterra mostram que quase a metade de todos os adolescentes entre 15 e 16 anos já usou uma droga ilegal. Cerca de 1,5 milhão de pessoas usa ecstasy todo fim de semana. Entre os jovens, o uso ilegal da droga é visto como normal. Intensificar a guerra contra as drogas não está reduzindo a demanda. Na Holanda, onde as leis do uso da maconha são muito menos repressivas, o seu uso entre os jovens é o mais baixo da Europa. A legalização aceita que o uso da droga é normal e que é uma questão social e não uma questão de justiça criminal. Cabe a nós decidirmos como vamos lidar com isto. Em 1970, na Inglaterra, havia 9.000 condenações ou advertências por uso de droga e 15% de novas pessoas tinham usado uma droga ilegal. Em 1995 os números eram de 94.000 e 45%. A proibição não funciona.

5 - POSSIBILITAR O ACESSO A INFORMAÇÃO VERDADEIRA E A RIQUEZA DA EDUCAÇÃO

Um mundo de desinformação sobre drogas e uso de drogas é engendrado pelos ignorantes e preconceituosos burocratas da política e por alguns meios de comunicação que vendem mitos e mentiras para benefício próprio. Isto cria muito dos riscos e dos perigos associados com o uso de drogas. A legalização ajudaria a disseminar informação aberta, honesta e verdadeira aos usuários e aos não-usuários para ajudar-lhes a tomar decisões de usar ou não usar e de como usar. Poderíamos começar a pesquisar novamente as drogas atualmente ilícitas e descobrir todos seus usos e efeitos - positivos e negativos.

6 - TORNAR O USO MAIS SEGURO PARA O USUÁRIO

A proibição conduziu à estigmatização e marginalização dos usuários de drogas. Os países que adotam políticas ultra-proibicionistas têm taxas muito elevadas de infecção por HIV entre usuários de drogas injetáveis. As taxas de hepatite C entre os usuários no Reino Unido estão aumentando substancialmente. No Reino Unido, nos anos 80, agulhas limpas para usuários e instrução sobre sexo seguro para jovens foram disponibilizados em resposta ao medo do HIV. As políticas de redução de danos estão em oposição direta às leis de proibição.

7 - RESTAURAR NOSSOS DIREITOS E RESPONSABILIDADES

A proibição criminaliza desnecessariamente milhões de pessoas que, não fosse isso, seriam pessoas normalmente obedientes às leis. A proibição tira das mãos dos que constroem as políticas públicas a responsabilidade da distribuição de drogas que circulam no mercado paralelo e transfere este poder na maioria das vezes para traficantes violentos. A legalização restauraria o direito de se usar drogas responsavelmente e permitiria o controle e regulação para proteger os mais vulneráveis.

8 - RAÇA E DROGAS

As pessoas da raça negra correm dez vezes mais risco de serem presas por uso de drogas que as pessoas brancas. As prisões por uso de droga são notoriamente discriminatórias do ponto de vista social, alvejando facilmente um grupo étnico particular. A proibição promoveu este estereótipo das pessoas negras. A legalização remove um conjunto inteiro de leis que são usadas desproporcionalmente no contato de pessoas negras com o sistema criminal da justiça. Ajudaria a reverter o número desproporcional de pessoas negras condenadas por uso de droga nas prisões.

9 - IMPLICAÇÕES GLOBAIS

O mercado de drogas ilegais representa cerca de 8% de todo o comércio mundial (em torno de 600 bilhões de dólares ano). Países inteiros são comandados sob a influência, que corrompe, dos cartéis das drogas. A proibição permite também que os países desenvolvidos mantenham um amplo poder político sobre as nações que são produtoras com o patrocínio de programas de controle das drogas. A legalização devolveria o dinheiro perdido para a economia formal, gerando impostos, e diminuiria o alto nível de corrupção. Removeria também uma ferramenta de interferência política das nações estrangeiras sobre as nações produtoras.

10 - A PROIBIÇÃO NÃO FUNCIONA

Não existe nenhuma evidência para mostrar que a proibição esteja resolvendo o problema. A pergunta que devemos nos fazer é: Quais são os benefícios de criminalizar qualquer droga? Se após analisarmos todas as evidências disponíveis concluirmos que os males superam os benefícios, então temos de procurar uma política alternativa. A legalização não é a cura para tudo, mas nos permite encarar os problemas criados com o uso da droga e os problemas criados pela proibição. É chegada a hora de uma política pragmática e eficaz sobre drogas.

*Channel 4, 27 de outubro de 1997; traduzido por Luis Verza.

E ainda falam mal de Cuba....

Unicef confirma que Cuba tem 0% de desnutrição infantil 
da Agência Adital 

A existência no mundo em desenvolvimento de 146 milhões de crianças menores de cinco anos abaixo do peso, contrasta com a realidade das crianças cubanas, reconhecidas mundialmente por estarem alheias a este mal social. Essas preocupantes cifras apareceram em um recente reporte do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), sob o título de Progresso para a Infância, Um balanço sobre a nutrição, divulgado na sede da ONU. De acordo com o documento, as porcentagens de crianças abaixo do peso são de 28% na África Subsaariana, 17% no Oriente Médio e África do Norte, 15% na Ásia Oriental e no Pacífico, e 7% na América Latina e no Caribe. A lista fica completa com a Europa Central e do Leste, com 5%, e outros países em desenvolvimento, com 27%. Cuba não tem esses problemas. É o único país da América Latina e do Caribe que eliminou a desnutrição infantil severa, graças aos esforços do Governo para melhorar a alimentação da população, especialmente daqueles grupos mais vulneráveis. As cruas realidades do mundo mostram que 852 milhões de pessoas padecem de fome e que 53 milhões delas vivem na América Latina. Apenas no México existem 5 milhões e 200 mil pessoas desnutridas e no Haiti três milhões e 800 mil, enquanto que em todo o planeta morrem de fome a cada ano mais de cinco milhões de crianças. De acordo com estimativas das Nações Unidas, não seria muito custoso oferecer saúde e nutrição básica para todos os habitantes do Terceiro Mundo. Bastaria, para alcançar essa meta, 13 bilhões de dólares anuais adicionais ao que agora se destina, uma cifra que nunca se conseguiu e que é exígua se se compara com o bilhão que a cada ano se destina à publicidade comercial, aos 400 bilhões em drogas entorpecentes ou inclusive aos 8 bilhões que se gasta com cosméticos nos Estados Unidos. Para satisfação de Cuba, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) também reconheceu que esta é a nação com mais avanços na América Latina na luta contra a desnutrição. O Estado cubano garante uma cesta básica alimentícia que permite a nutrição de sua população ao menos nos níveis básicos- mediante a rede de distribuição de produtos básicos. De igual forma, são feitos reajustes econômicos em outros mercados e serviços locais para melhorar a alimentação do povo cubano e atenuar o déficit alimentar. Especialmente mantém-se uma constante vigilância sobre o sustento dos meninos, meninas e adolescentes. Assim, a atenção à nutrição começa com a promoção de uma melhor e natural forma de alimentação da espécie humana. O tema desnutrição cobra grande importância na campanha da ONU para conseguir em 2015 as Metas de Desenvolvimento do Milênio, adotadas na Cúpula de chefes de Estado e de Governo celebrada em 2000, e que têm entre seus objetivos eliminar a pobreza extrema e a fome para essa data. Não isenta de deficiências, dificuldades e sérias limitações por um bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos há mais de quatro décadas, Cuba não mostra desesperadores nem alarmantes índices de desnutrição infantil. Nenhuma das 146 milhões de crianças menores de cinco anos abaixo do peso que vivem hoje no mundo são cubanas.

A notícia é de Imprensa Latina