quinta-feira, 24 de junho de 2010

Reflexões do Juremir...

A França em greve geral


Juremir Machado da Silva no correio do povo

Estou chegando de Paris.
A França está em greve geral hoje.
Nada de anormal.
Francês faz greve mesmo. Até na Copa do Mundo.
Mais de dois milhões de pessoas pararam contra o projeto do governo de mudança nas leis de aposentadoria.
O governo quer passar a idade mínima de 60 para 62 anos.
O tempo de contribuição passaria de 37 para 39 anos.
Sentei num bar com quatro sociólogos franceses.
Revisei meus conhecimentos da legislação francesa.
Confirmei tudo o que sabia.
Um francês oficialmente carente pode receber o RMI (o bolsa-família deles) durante a vida inteira.
O valor anda em torno dos 250 euros.
O francês carente vive mal, muito mal, mas tem cobertura de saúde universal, não paga eletricidade e recebe ajuda moradia. E outras mais. Sobrevive. Mas um francês não quer apenas sobreviver.
Os demais franceses têm educação gratuita em todos os níveis para os filhos.
O Estado dá ajudas para quem tem mais de um filho.
Dá até mesmo um cheque férias para ajudar os mais necessitados a sair de casa.
A partir do francês médio, todo mundo tem uma assistência saúde completar, que reembolsa todos os gastos, inclusive os medicamentos.
Aqui é que começa a confusão.
Nem todos os medicamentos existentes podem ser reeembolsados.
Mas todos aqueles que são prescritos pelos médicos são reembolsáveis.
Em outras palavras, saúde e educação por conta do Estado com uma participação dos trabalhadores.
A coisa já foi melhor.
Alguns direitos se perderam.
Para os franceses, o Estado é condomínio formado por todos os cidadãos. Todas as despesas devem ser compartilhadas para que o edifício funcione.
Quem ganha mais, paga mais.
Quem nada ganha, é coberto pelos outros.
Quem perder o emprego depois de 12 meses, recebe um salário-desemprego por, segundo as situações, até 18 meses, em torno de 75% do salário recebido no emprego.
Mesmo quando a direita está no poder, a França é de esquerda, republicana, social-democrata.
É por isso que eu gosto de lá.
E por isso que Luiz Inácio faz sucesso por lá.
O nosso bolsa-família é uma mera e boa cópia do que é praticado em todos os países civilizados da Europa.
Quem critica, o faz por conservadorismo radical ou por má-fé.
Voilà tout.

Desemprego mundial alcança recorde histórico


Desemprego mundial alcança recorde histórico

Informe da Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que há 211 milhões de desempregados hoje no mundo, o maior índice registrado na história. Segundo a ONU, será preciso criar globalmente 470 milhões de novos postos de trabalho nos próximos 10 anos só para manter o nível do crescimento. “As condições do mercado de trabalho seguiram se deteriorando em muitos países e é provável que afetem negativamente a grande parte do progresso obtido durante a década passada na meta de conseguir trabalhos decentes", diz ainda o informe. O artigo é do La Jornada.

O número de desempregados no mundo alcançou um nível histórico, chegando a 211 milhões, enquanto a geração de postos de trabalho estancou há mais de uma década, revelou um informe da Organização das Nações Unidas (ONU). "Hoje, o desemprego no mundo é o maior registrado na história”, expressou nesta quarta o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, na apresentação do informe sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio 2010.

“Existem 211 milhões de pessoas sem trabalho e é necessário criar globalmente 470 milhões de novos postos de trabalho nos próximos 10 anos só para manter o passo do crescimento”, acrescentou.

Os objetivos das Metas do Milênio são oito parâmetros de desenvolvimento social que devem ser melhorados de maneira substancial, dos níveis de 1990 a 2015 e cujos progressos serão revisados numa reunião que ocorrerá em setembro próximo na ONU.

O informe comparou que no mundo em desenvolvimento existiam 63 empregos para cada 100 pessoas em 1998, enquanto que, em 2008, se reduziu a 62 e se manteve esse nível durante 2009.

“As condições do mercado de trabalho seguiram se deteriorando em muitos países e é provável que afetem negativamente a grande parte do progresso obtido durante a década passada na meta de conseguir trabalhos decentes”, indicou.

No informe se explicou que a deterioração da economia provocou “uma forte queda na relação emprego/população” e que a produtividade laboral declinou em 2009 em relação ao ano anterior.

Na América Latina a relação entre emprego e população era de 58% em 1998; avançou apenas a 61% em 2008 e voltou a cair a 60% em 2009.

A ONU observou que o emprego vulnerável voltou a subir no último ano, depois de ter registrado um declive na década mais recente. Em 2009, era de 60%, enquanto que um ano anos era de 59% no mundo em desenvolvimento.

Na América Latina o percentual de pessoas auto-empregadas ou que administra negócios familiares aumentou de 31 a 32% entre 2008 e 2009, depois de registrar 35% em 1998. Mesmo assim aumentou na região o que a ONU chama de “trabalhadores pobres”, aqueles que têm um emprego, mas ganham menos de 1,25 dólares por dia. O índice subiu a 8% em 2009, depois de registrar 13% em 1998.

“A tendência positiva de redução do emprego vulnerável foi interrompida pela deterioração das condições do mercado de trabalho causada pela crise financeira”, assentou o informe. No entanto, a ONU destacou alguns avanços na América Latina, como o percentual da população que vive em “situação de miséria”, que foi reduzido de 34% em 1990 para 24% em 2010.

No informe sobressaíram as reduções das taxas de mortalidade materno-infantil e os avanços na igualdade de gênero feitos na América Latina.

Em geral o informe ressaltou que se tem registrado notáveis avanços na redução da pobreza no mundo, embora estes se devam aos progressos realizados na China e na Índia, em especial.

O número de pessoas que subsiste com menos de 1,25 dólares por dia diminuiu de 46% em 1990 a 27% em 2005, e se espera que se reduzam a 15% para o ano de 2015.

Tradução: Katarina Peixoto

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Genocidio em Gaza....

MAIOR COMBOIO DE AJUDA DE TODOS OS TEMPOS PARTIRÁ, EM SETEMBRO, PARA A PALESTINA



O fundador do Viva Palestina,George Galloway, falando a uma multidão de cerca de 20 mil pessoas que protestavam em frente à embaixada israelense em Londres, no dia 05 de junho, revelou o último plano para quebrar o cerco a Gaza:dois comboios simultâneos - um por terra a outra por via marítima - estão sendo planejados para iniciar sua viagem em 12 de setembro com destino a Gaza. O Viva Palestina. juntamente com o Comitê Internacional para Romper o Cerco de Gaza e todos os aliados se uniram para organizar os dois comboios.
O comboio terrestre, que sairá de Londres, atravessará toda a Europa até a Turquia, depois irá para a Síria e, finalmente, através da fronteira de Rafah , entrará em Gaza.Eles estão buscando cooperação com governos e agências relevantes.Espera-se que o comboio seja reforçado por veículos e voluntários em cada país por onde passar.A meta é entrar em Gaza com 500 veículos.

O comboio marítimo viajará por todo o Mediterrâneo reunindo navios, cargas e voluntários de cada país.A meta é entrar em Gaza com sessenta navios. Os organizadores planejam chegar nas fronteiras de Gaza,ao mesmo tempo, realizando maior comboio de ajuda do mundo em todos os tempos e , assim, tornar nulo o cerco.

Para mais informações sobre como participar do comboio " Viva Palestina " de ajuda a Gaza por terra e por mar, cadastre-se para receber e-mails através do site Viva Palestina e do Viva Palestina Saudita.
http://www.vivapalestina.org/home.htm
http://www.vivapalestinaarabia.org/
por Beth Monteiro

Operação Chumbo Impune

Eduardo Galeano


Eduardo Galeano no sitio Diario Liberdade

Para se justificar, o terrorismo do Estado fabrica terroristas: semeia ódio e colhe álibis. Tudo indica que esta carnificina de Gaza, que segundo seus autores quer acabar com os terroristas, conseguirá multiplicá-los.

Desde 1948, os palestinos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem nem respirar sem permissão. Perderam sua pátria, suas terras, sua água, sua liberdade, seu tudo. Sequer tem o direito de escolher seus governantes. Quando votam em quem não devem votar, são punidos. Gaza está sendo punida. Converteu-se em uma ratoeira sem saída, desde que o Hamas ganhou de forma justa as eleições no ano de 2006. Algo semelhante ocorreu em 1932, quando o Partido Comunista ganhou as eleições em El Salvador. Banhados em sangue, os salvadorenhos expiaram sua má conduta e desde então viveram submetidos às ditaduras militares. A democracia é um luxo que nem todos merecem.
São filhos da impotência, os foguetes caseiros que os militantes do Hamas, encurralados em Gaza, disparam com pouca pontaria sobre as terras que eram palestinas e que a ocupação israelense usurpou. E o desespero, à beira da loucura suicida, é a mãe das bravatas que negam o direito à existência de Israel, gritos sem nenhuma eficácia, enquanto a muito eficiente guerra de extermínio vem negando, há anos, o direito à existência da Palestina.
Pouca Palestina resta. Passo a passo, Israel a está exterminando do mapa.
Os colonos invadem, e atrás deles os soldados vão consertando a fronteira. As balas consagram os restos mortais, em legítima defesa.
Não há guerra agressiva que não diga ser guerra defensiva. Hitler invadiu a Polônia para evitar que esta invadisse à Alemanha. Bush invadiu o Iraque para evitar que este invadisse o mundo. Em cada uma das suas guerras defensivas, Israel engoliu outro pedaço da Palestina e, os almoços seguem. A comilança se justifica pelos títulos de propriedade que a Bíblia outorgou, pelos dois mil anos de perseguição que o povo judeu sofreu, e pelo pânico gerado pelos palestinos na espreita.
Israel é o país que jamais cumpre as recomendações nem as resoluções das Nações Unidas, e que nunca acata as sentenças dos tribunais internacionais, que zomba do direito internacional, e é também o único país que legalizou a tortura dos prisioneiros.
Quem lhe deu o direito de negar todos os direitos? De onde vem a impunidade com que Israel está executando a matança de Gaza? O governo espanhol não poderia bombardear impunemente o País Basco para acabar com o ETA, nem o governo britânico poderia devastar a Irlanda para liquidar ao IRA. Por acaso a tragédia do Holocausto implica uma apólice de eterna impunidade? Ou esse sinal verde provêm da potência manda chuva que tem em Israel o mais incondicional dos seus servos?
O exército israelense, o mais moderno e sofisticado do mundo, sabe quem mata. Não mata por erro. Mata por horror. As vítimas civis são chamadas de danos colaterais, segundo o dicionário de outras guerras imperiais. Em Gaza, de cada dez danos colaterais, três são crianças. E somam-se os milhares de mutilados, vítimas da tecnologia do esquartejamento humando, que a indústria militar está testando com êxito nesta operação de limpeza étnica.
E como sempre, sempre o mesmo: em Gaza, cem a um. A cada cem palestinos mortos, há um israelense.
Gente perigosa, adverte outro bombardeio, a cargo dos meios massivos de manipulação, que nos chamam a acreditar que uma vida israelense vale tanto quanto cem vidas palestinas. E esses meios também nos chamam a crer que são humanitárias as duzentas bombas atômicas de Israel, e que uma potência nuclear chamada Irã foi a que devastou Hiroshima e Nagasaki.
A chamada comunidade internacional, existe?
É algo mais que um clube de mercadores, banqueiros e guerreiros? É algo mais que o nome artístico que os EUA se auto denominam quando fazem teatro?
Diante da tragédia de Gaza, a hipocrisia mundial aparece mais uma vez. Como sempre, a indiferença, os discursos vazios, as declarações ocas, as declamações bombásticas, as posturas ambíguas, rendem tributo à sagrada impunidade.
Diante da tragédia de Gaza, os países árabes lavam suas mãos. Como sempre. E como sempre, os países europeus esfregam as mãos.
A velha Europa, tão capaz de beleza e de perversidade, derrama uma que outra lágrima enquanto secretamente celebra esta jogada de mestre. Porque a caça aos judeus foi sempre um costume europeu, mas há meio século atrás essa dívida histórica está sendo cobrada dos palestinos, que também são semitas e que nunca foram, nem são, anti semitas.
Eles estão pagando, com sangue, uma conta alheia.

Os palestinos da amazônia....






Do sitio Diario Liberdade, em galego
 
Vídeo em 3 partes com depoimentos de lavradores amazônicos nos acampamentos da Liga dos Camponeses Pobres, no interior de Rondônia. A luta de um povo forte, que sofre o diabo, mas que não tem medo dele.
A marcha organizada por Ceivar percorreu os aproximadamente três quilómetros de trajecto até o centro vigiada por efectivos da polícia espanhola. Entre berros de apoio aos presos independentistas, contra os centros de menores e as prisons, e consignas patrióticas, a marcha chegou ao centro de menores situando-se numha das abas do monte que circunda dito centro com o intuito de visibilizar-se melhor para os internos.
As pessoas concentradas permaneceram por volta de duas horas lançando consignas de apoio ao Xurxo para depois realizarem um jantar numha carbalheira do próprio Monte-Alegre.
Repressálias e resposta do Xurxo. Segundo pudo saber o nosso organismo, durante o tempo todo que a concentraçom permaneceu ao pé do centro Xurxo foi conduzido a umha dependência na que se viu obrigado a escuitar áudios coa intençom de ele nom ouvir os berros de apoio. Assim mesmo foi conduzido para umha cela de isolamento por ter respondido algum dos berros que, apesar das medidas tomadas polo centro, pudo ouvir. Para respostar estas medidas coercitivas por parte da direcçom do centro Xurxo realizará duas jornadas de jejum consecutivas como primeira medida de protesto.
LIBERDADE INDEPENDENTISTAS!! DEFENDER A TERRA NOM É DELITO!!

As mazelas da máfia futebolística...

Campeonato do Mundo de Futebol
Atolado em corrupção e nepotismo

Matteo Patrono* no Odiario.info
Intocáveis, os senhores da oligarquia do futebol passeiam a sua impunidade por todo o mundo e são apresentados na imprensa da especialidade e generalista como se de pessoas de bem se tratassem. Por isso, raramente se vê questionar o seu poder e ainda mais raramente se vê na imprensa a denúncia da corrupção e nepotismo em que este mundo de “padrinhos e famílias” se movimenta, com total liberdade e a cumplicidade dos poderes políticos e judiciais de todos e cada um dos países.
Dizem os jornalistas sul-africanos que a suite «renascentista» escolhida pelo presidente da FIFA, Joseph Blatter, no Hotek Michelangelo de Sandton, tinha uma passadeira vermelha diante da porta, uma habitação do tamanho de um campo de futebol, um «jacuzzi» decorado em estilo africano e um minibar individual com cubos de gelo da marca Evian. As instalações estão no último piso de uma das torres do hotel de cinco estrelas que domina o distrito económico mais branco e mais rico de Johannesburgo. Monarca indiscutido da República mundial do futebol, o coronel construiu a sua sucessão a Havelange no trono da FIFA com os votos da Confederação África e a promessa (primeiro na Alemanha em 2000 e depois em 2004 na presença de Mandela) do primeiro Mundial da história do continente negro. Isso explica por que é uma figura tão popular na região. A tal ponto que num almoço de gala realizado em Johannesburgo, o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, lhe atribuiu a Ordem dos Companheiros de Oliver Reginald Tambo, uma da mais prestigiosas do país atribuídas a personalidades estrangeiras. Tambo, juntamente com Mandela, foi um dos grandes lutadores contra el apartheid.
Vendo esta personagem não falta alguém disposto a encontrar na magnanimidade de Blatter, uma minudência para disfarçar as falhas da sua mastodôntica máquina de gerar dinheiro. Tal é o caso do semanário sul-africano Mail & Guardian que nos últimos meses meteu o nariz no grande negócio dos mundiais, onde deparou com uma parede. Dada a escassa colaboração do Comité Organizador Sul-Africano (LOC), dirigiu-se a um tribunal a pedir uma decisão que lhe proporcionasse acesso aos documentos oficiais relacionados com os contratos do campeonato do Mundo em nome da liberdade de informação. E logo, mesmo antes que o tribunal pronunciasse qualquer sentença, começaram a saltar alguns detalhes embaraçosos.
Antes de tudo o resto, as garantias concedidas pelo Governo de Pretória à FIFA, na altura de lhe atribuir a organização do Mundial, em 2004, confirmadas pelos diferentes ministros do executivo, então dirigido por Thabo Mbeki, e são 17, todas elas destruidoras da soberania do país, indefensáveis mesmo que a FIFA fosse o Fundo Monetário Internacional. Para começar, tanto a FIFA como as suas sociedades e delegações estão isentas do pagamento de impotos. Entre elas a Host, a empresa do neto de Blatter, que administrou a venda de entradas do Mundial, dos hotéis oficiais e dos pacotes de receptivo (apesar de para as Federações e para os seus amigos se assegurasse um desconto de 20% em todos os hotéis). Não haverá restrições para ninguém quanto à importação e exportação de moeda estrangeira. Num país onde ninguém pode ser atendido num hospital sem um seguro privado, o Governo ofereceu a este exército cobertura médica integral, além de segurança privada 24 horas por dia. Uma importante fracção das forças da ordem ficou adstrita e foi dirigida ao que é mais importante dos amores do chefe da FIFA: proteger a exclusividade dos sócios comerciais, os generosos e fidelíssimos patrocinadores em tudo o que respeita a marketing, marcas, direitos televisivos, propriedade intelectual. Inclusivamente no caso de controvérsias legais, a África do Sul comprometeu-se a pagar à FIFA uma indemnização para além do pagamento dos honorários dos advogados. Não vale a pena esclarecer que os processos contra os falsificadores e os vendedores não autorizados do logótipo do Mundial se multiplicam: só na África dos Sul são 450, 2.500 em todo o mundo. Alguns são ridículos: um bar de Pretória foi processado por ter pintado no seu próprio teto a Taça do Mundo, uma fábrica de caramelos por ter impresso sobre os invólucros da sua mercadoria uma bola de futebol e a bandeira da África do Sul. Aos vendedores de bebidas fora do estádio para garrafas neutras qualquer bebida que possa competir com a arquifamosa bebida de borbulhas que desde há 40 anos enche os cofres da FIFA. Mas o mais badalado é o da linha aérea de baixo custo, Kulula, que recebeu uma carta com aviso de recepção a dizer-lhe que retirasse imediatamente a genial publicidade lançada nos diários locais em Fevereiro: «A companhia não oficial do vós sabeis». Segundo a FIFA uma artimanha para fugir aos direitos de autor devido à presença de vuvuzelas, bolas e bandeiras sobre as quais o governo suíço do futebol pretende ter copyright absoluto. Isto apareceu rapidamente no Twiter, desencadeando uma onda de debates e protestos bem resumidos por Heidi Brauer, directora de marketing da Kulula: «É um pouco exagerado acreditar que tudo o que tem relação com o Campeonato do Mundo pertence à FIFA, as vuvuzelas, a bandeira nacional, o futebol pertencem à África do Sul. E a África do Sul pertence à África do Sul. Em contraparytida parece que vendemos os símbolos e a economia ao senhor Blatter».
Finalmente, a Kulula retirou a publicidade, mas a raiva pelo excesso de poder concedido à FIFA está muito difundida entre as pequenas e médias empresas sul-africanas, que esperavam obter alguns lucros com o grande acontecimento. Já houve quem recordasse que muitos dos processos postos pela FIFA na Alemanha há quatro anos ainda estão pendentes (é muito referido um contar um padeiro de Hamburgo que fez os seus pães com a forma da Taça do Campeonato do Mundo). E aqui regressa a jogo o Mail & Guardian, a quem na passada terça-feira um juiz do Supremo Tribunal de South Gauteng reconheceu o direito de acesso aos documentos sobre os contratos. O Comité Organizador, que pretendia ser um organismo privado livre da obrigação de transparência, deverá pôr à disposição do semanário, no prazo de 30 dias, a relação das sociedades que obtiveram a outorga de contratos em que ganham milhares de rands (indicando a que preço e sob que condições de licitação lhes foram atribuídos). «Recusar esses documentos – explicou o juiz Les Manson – permitiria aos organizadores ocultar da opinião pública eventuais casos de corrupção, violação ou incompetência». O director de Mail & Guardian, Nic Dawes, disse que também eles, como todos os sul-africanos, esperam com ansiedade o começo do Mundial mas «esta vitória mostra que a liberdade de informação é uma lei viva e não um pedaço de papel»

* Jornalista, enviado-especial de Il Manifesto à África do Sul
Este texto foi publicado no jornal italiano Il Manifesto de 10 de Junho de 2010.
Tradução de José Paulo Gascão

Livro analisa a manipulação da mídia...


Lançamento de livro vira ato contra a prostituição da mídia

“É uma triste verdade que a supressão da imprensa não poderia privar mais completamente a nação de seus benefícios do que se prostituíssem os jornais, entregando-se à publicação de mentiras”, já nos alertava em 1807, o então presidente norte-americano Thomas Jefferson.


Por Leonardo Wexell Severo, no site da CUT

Passados mais de 200 anos, pesos pesados na luta pela democratização da comunicação – e do próprio país - como Mino Carta e Fábio Konder Comparato transformaram o lançamento do livro Liberdade de Expressão x Liberdade de Imprensa, de Venício Lima, na noite de segunda-feira (21) no Sindicato dos Engenheiros de São Paulo, em maiúscula manifestação contra a prostituição da mídia.

Em seu livro, didático e direto, o professor Venício lembra, sem precisar recorrer à demolidora crítica marxista de Lenin ou Gramsci, da falácia empregada pelos porta-vozes dos conglomerados midiáticos em sua ânsia de mascarar a dominação e a transformação da informação em mercadoria.

Cada vez mais convertidos em “partido do capital”, os barões da mídia buscam “satanizar a expressão controle social” e identificar “liberdade de imprensa com liberdade de empresa”, denunciou o professor. Nesta linha, condenou, conseguiram intimidar setores do governo durante a Conferência Nacional de Comunicação (Confecom).

Pesos pesados pela democratizaçãoAssim, sem necessitar recorrer à “crítica marxista clássica”, alerta o autor, “refiro-me, apenas, ao debate interno às premissas liberais, consolidadas e praticadas em sociedades que têm servido de referência à nossa democracia, na perspectiva do direito à comunicação centrado no indivíduo (e não em empresas) – razão última e sujeito de todas as liberdades e direitos”.

Com este norte, Venício faz ecoar as palavras proféticas de Jefferson, um dos heróis da independência dos EUA: “Não se pode agora acreditar no que se vê num jornal [ainda não havia rádio e televisão]. A própria verdade torna-se suspeita se colada nesse veículo. A verdadeira extensão deste estado de falsas informações é somente conhecida daqueles que estão em posição de confrontar os fatos que conhecem com as mentiras do dia. O homem que não lê jornais está mais bem informado do que aquele que os lê, porquanto o que nada sabe está mais próximo da verdade que aquele cujo espírito está repleto de falsidades e erros”.

Responsável pelo prefácio do livro, o jurista Fábio Konder Comparato fez um breve relato histórico sobre a censura exercida pelas autoridades reais e eclesiásticas da liberdade de imprimir no mundo e de como se desenvolveu este controle de poder também em nosso país. Na atualidade, apontou, “o objetivo do oligopólio empresarial é a defesa do sistema capitalista. A liberdade é a falta de controle, a ausência de leis, isso é fundamental para os empresários que controlam os meios de comunicação”.

Na avaliação do jurista, é inaceitável que passados mais de 20 anos da promulgação da Constituição de 1988, não tenham sido regulamentados os artigos que dizem respeito à Comunicação. Na verdade, enfatizou, isso se deve ao fato do “oligopólio empresarial exercer um domínio sobre o Congresso Nacional”. “Precisamos entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade por omissão dos parlamentares”, declarou Comparato, sob aplausos.

Expressão maior da revista CartaCapital, o veterano jornalista Mino Carta ridicularizou os “jornalistas” que acabam se transformando em “sabujos do dono do meio de comunicação, publicando mentiras”, e que, pior, “acabam acreditando no que escrevem, enganando-se a si mesmos com medo de perder o emprego ou por um simples sorriso do patrão”. Exemplificando o que qualificava como “jornalismo de péssima qualidade”, Mino Carta fez a plateia vir abaixo com a entrevista de José Serra à Revista Veja, num simulacro de reportagem.

Primeira pergunta: “Por que para a democracia brasileira é positivo experimentar uma alternância de poder depois de oito anos de governo Lula ?”. E outra: “Como o senhor conseguiu governar a cidade e o estado de São Paulo sem nunca ter tido uma única derrota importante nas casas legislativas e sem que se tenha ouvido falar que lançou mão de ‘mensalões’ ou outras formas de coerção sobre vereadores e deputados estaduais?”. O plenário transformou-se em mar de risos.

“O pavor desta mídia é que Lula colha mais uma vitória”, disse Mino Carta, ressaltando que o processo eleitoral será um divisor de água importante. Mas há obstáculos a serem removidos, enfatizou o jornalista da CartaCapital, frisando que “um dos grandes aliados da mídia é o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que é quem mais contribui com os donos do poder com as altas taxas de juros”.

Em sua intervenção, o jornalista Luis Nassif também citou a promiscuidade entre o BC e os donos dos meios de comunicação, lembrando que o Banco Central sinaliza com o aumento da inflação e a mídia “faz um alarido que dá espaço para o BC aumentar os juros”. “É um jogo de guerra, de manipulação absoluta, de distorção. Hoje o jornalista vai a campo, colhe dez informações, distorce duas e deixa a terceira para o editor distorcer”, explicou.

Paulo Henrique Amorim, do blog Conversa Afiada, relembrou as inúmeras ações judiciais movidas contra ele por Daniel Dantas — o grande operador do esquema tucano nas famigeradas “privatizações” da telefonia —, chamado por FHC de “brilhante”, para reforçar a denúncia de que “a elite nativa se apropriou da liberdade de expressão para nos calar pelo bolso através da Justiça”.

Segundo Paulo Henrique, é fundamental respaldar a Adin por omissão, proposta pelo jurista Fábio Konder Comparato, para garantir a regulamentação dos artigos que proíbem a formação de oligopólios no setor, garantem espaço à produção regional e independente e estabelecem a complementaridade dos sistemas público, privado e estatal.

Para Paulo Henrique, o momento é de somar força e consciência em defesa da trincheira democrática que — ainda — é a internet, alvo dos que querem “fechar a linha de oxigênio” da comunicação. Condenando o PUM (Partido Unificado da Mídia), ressaltou que embora o governo Lula não tenha avançado neste estratégico quesito, que é a democratização da comunicação, concorda com Mino Carta que “seu maior legado será a tunda que vai dar no Serra“.

Entre outros sindicalistas e jornalistas, estiveram presentes o presidente do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, Altamiro Borges – organizador do evento junto com a Editora Publisher Brasil; a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvândia Moreira; o presidente da Afubesp e diretor da Rede Brasil Atual, Paulo Salvador; o presidente da Altercom, Joaquim Palhares; Bia Barbosa e João Brant, do Coletivo Intervozes; Renato Rovai, editor da Revista Fórum; Renata Mielli, do portal Vermelho, e Wagner Nabuco de Araújo, diretor geral da Caros Amigos.

Sintetizado em 162 páginas e 23 artigos que aprofundam a análise, a conceituação e o debate da relação entre liberdade de expressão e liberdade de imprensa, o livro de Venício conta com cinco enriquecedores capítulos, didaticamente organizados: “O ensinamento dos clássicos”, “O ponto de vista dos empresários”, “A posição das ONGs”, “Questões em Debate”, e “As Decisões Judiciais”.

terça-feira, 22 de junho de 2010

O Greenpeace se corrompeu??


Dinheiro do petróleo e da grande mídia financia o Greenpeace

A organização ecologista mais famosa do mundo recebe doações de grandes magnatas do petróleo, do setor automotivo e da mídia. O caso mais gritante é o dos Rockefeller — acionistas e fundadores de petrolíferas como a Exxon Mobil. Sua fundação financiou o Greenpeace com mais de um milhão de dólares.


Por Manuel Llamas, no blog Libertad Digital via Vermelho

O Greenpeace, a organização ecologista mais famosa e, possivelmente, poderosa do mundo, é financiado por meio de doações voluntárias, que seus membros realizam anualmente. Segundo rezam seus estatutos, a fim de "manter sua total independência, o Greenpeace não aceita dinheiro procedente de empresas, governos ou partidos políticos. Levamos isso muito a sério e controlamos e devolvemos os cheques quando são provenientes de uma conta corporativa. Dependemos das doações de nossos simpatizantes para levar a cabo nossas campanhas não violentas para proteger o meio ambiente".
Entretanto, tal lema não inclui as generosas doações que habitualmente a organização recebe de grandes fundações e organismos sem fins lucrativos que, curiosamente, pertencem a grandes famílias e magnatas vinculados ao petróleo, ao sistema financeiro, aos meios de comunicação e, inclusive, à indústria de automóveis.

Como assim? A ONG ambientalista por excelência financiada com dinheiro gerado por alguns dos setores produtivos mais contaminantes do planeta? Uma investigação mias acurada nas opacas contas desta organização revela grandes segredos e, sobretudo, muitas surpresas.
O Greenpeace conta com múltiplas filiais, espalhadas por todo o mundo, mas uma das mais poderosas e influentes é, sem dúvida, a sede estabelecida nos Estados Unidos. A franquia do Greenpeace local conta com quatro fachadas: Greenpeace Foundation, Greenpeace Fund Inc., Greenpeace Inc. e Greenpeace Vision Inc..

O projeto Activist Cash, criado pelo Center for Consumer Freedom  — uma importante associação de consumidores estadunidenses —, revela algumas das fontes de financiamento mais polêmicas deste grupo apologista da ecologia.
O projeto surgiu com a ideia de levantar informações sobre o perfil e os recursos econômicos dos grupos anticonsumo. E, como não podia deixar de ser, a entidade dedica um espaço exclusivo para o Greenpeace. Segundo o Activist Cash, o Greenpeace recebeu importantes doações das seguintes fundações, tal e como revela o gráfico abaixo:

Agora, quem são estes grupos? São fundações que pertencem a algumas das famílias mais ricas do mundo, cujas fortunas procedem dos negócios do petróleo, do setor automotivo e os grandes grupos de comunicação estadunidense. O blog Desdeelexilio investigou estas cifras para conferir a quantia e a veracidade de tais doações e o resultado é o seguinte:

O fluxo de dinheiro entre as franquias do Greenpeace com sede nos Estados Unidos é constante. A legislação americana obriga estes organismos a apresentarem anualmente uma declaração de impostos na qual figuram as rendas e as despesas.

A informação anual do pagamento de impostos de tais filiais se encontra nos denominados IRS Form 990 (Return of Organization Exempt From Income Tax). Em tais documentos oficiais, aparecem em detalhes algumas das tais doações ao longo dos últimos anos.

Rockefeller Brother´s Fundation: US$ 1,15 milhões de dólares

De 2000 a 2008 a fundação da família Rockefeller financiou o Greenpeace com US$ 1,15 milhões. A fortuna dos Rockefeller procede dos negócios petrolíferos.

John D. Rockefeller fundou a empresa Standard Oil, que chegou a mopnopolizar o negócio do petróleo no princípio do século 20. Entretanto, o governo dos Estados Unidos acusou a empresa de monopólio e decretou sua divisão em 34 empresas, embora os Rockefeller mantivessem sua presença nas mesmas.

A mais famosa é, atualmente, a Exxon Mobil Corporation, uma das maiores multinacionais petrolíferas do mundo. Os descendentes de John D. Rockefeller são acionistas da Exxon Mobil. Embora minoritários, possuem todavia uma grande influência e peso na empresa. Os Rockefeller também têm ou tiveram presença em grandes bancos como o JP Morgan Chase & Co (Chase Manhattan Bank), o Citybank, que, por sua vez, possuem participações em grandes petrolíferas internacionais.


Marisla Foundation: US$ 460 mil
Tal fundação também é conhecida sob o nome de Homeland Foundation. Foi fundada em 1986 pela poderosa família Getty. J. Paul Getty fundou a petrolífera Getty Oil, agora nas mãos da russa Lukoil.


Turner Foundation: US$ 450 mil
A Turner Foundation foi criada por Robert Edward Turner em 1990. Ted Turner é um dos grandes magnatas da comunicação nos Estados Unidos, dono de conhecidas cadeias de televisão como CNN, TNT e AOL Time Warner, entre outras coisas. Doou em apenas três anos US$ 450 mil ao Greenpeace.


Charles Stewart Mott Foundation: 199.000 dólares
Charles Stewart Mott foi o pai do terceiro grupo industrial automotivo do mundo, a General Motors. Antes de declarar-se falida, em junho de 2009, esta indústria fabricava seus veículos sob marcas tão paradigmáticas e pouco contaminantes como Buick, Cadillac, Chevrolet, GMC, GM Daewoo, Holden, Opel, Vauxhall e o famoso Hummer, que participa da ocupação do Iraque sob o nome de Humvee.


No fim das contas, não deixa de ser supreendente que uma das organizações ecologistas mais ativas contra a emissão de CO2 na atmosfera aceite suculentas somas de dinheiro de algumas das principais referências mundiais do setor petrolífero e automobilístico. Sobretudo, se for levado em consideração que o Greenpeace realiza campanhas que acusam os céticos da mudança climática de receberem dinheiro do setor petrolífero e de grandes empresas industriais.

Fonte: Libertad Digital

Dunga "é o cara"...

Globo, de novo, recorde no Twitter. Recorde de “bola fora”


Saltei do avião e achei minha caixa postal lotada de recados de amigos do Rio, me contando que a história da Globo com o Dunga desbancou o “Cala a Boca, Galvão” e se tornou, em apenas um dia o recorde mundial de mensagens no Twitter.
A TV Globo é tão poderosa, mas tão poderosa, que está conseguindo transformar o Dunga em unanimidade. O contestado técnico da seleção brasileira está sendo alçado a essa condição depois que desafiou a emissora e passou a sofrer uma perseguição terrível por parte do time da Vênus Platinada, que agora faz campanha por uma punição da Fifa a ele. Francamente, uma bobagem.
Mas como a Globo não anda com essa bola toda, o feitiço virou contra o feiticeiro. Depois do “Cala Boca, Galvão”, o editorial que o repórter Tadeu Schmidt foi obrigado a ler atacando Dunga mereceu uma avalanche de respostas, com o título de “Cala boca, Tadeu Schmidt”.
A indignação da Globo, na verdade, não se deve a uma ou duas palavras atravessadas do treinador e, sim, à sua atitude de não privilegiar a emissora do Jardim Botânico, enfrentando até determinação do presidente da CBF, Ricardo Teixeira.
Um leitor nos alertou para o fórum “Botafogo em debate“, no qual o ex-médico do clube João Ignácio Muller, conta que Dunga recusou uma entrevista exclusiva para a Globo e rasgou um memorando enviado pelo presidente da CBF, atendendo reclamação de Fátima Bernardes. Dunga teria dito que, com ele, entrevista só se fosse para toda a imprensa. Depois da recusa de Dunga, a apresentadora do Jornal Nacional até voltou ao Brasil com “problemas vocais”. Pedi para checar  e  Muller confirma que postou a história e lembrou que, até hoje, só Leonel Brizola tinha “peitado” a Globo deste jeito.
Não é comum alguém ter peito de enfrentar a Globo, o que aumenta o respeito da torcida brasileira pelo treinador. Aliás, a Veja, que saiu com uma matéria de capa “Cala boca, Galvão” para falar do poder do Twitter, pode providenciar logo uma outra edição, já que o falante locutor foi superado por Tadeu Schmidt, na verdade um protesto não dirigido diretamente ao jornalista e sim à emissora em que trabalha.
Do jeito que a Globo anda apanhando na rede, acho que cometemos um erro ao protestar contra aquele clipe de apoio ao Serra que ela ia veicular.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Pobre Vaticano....


Jornal do Vaticano atira pedras no escritor José Saramago




Saramago não tinha o direito de incriminar a um Deus ao qual jamais acreditou, diz a Santa Sé 

O diário do Vaticano, L'Osservatore Romano, atacou ontem (19) o recém falecido escritor português José Saramago, dedicando-lhe um artigo no qual o define como "um populista extremista de ideologia antirreligiosa ancorado no marxismo".

Um dia depois da morte do escritor, o vespertino da Santa Sé publica um duro obituário sob o título A onipotência (presumida) do narrador assinado por Claudio Toscani, no qual repassa a vida do Prêmio Nobel de Literatura de 1998, que foi muito crítico com o catolicismo.

"Foi um homem e um intelectual de nenhuma transigência metafísica, até o final ancorado numa confiança no materialismo histórico, aliás o marxismo", dispara o artigo.

O texto repassa a produção literária do português, analisando também sua novela O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991), uma obra "irreverente" que supõe um "desafio à memória do Cristianismo, do qual não sabe o que salvar".

"Com respeito à religião, sua mente fixada como sempre por uma desestabilizadora intenção de banalizar o sagrado e por um materialismo libertário que quanto mais avançava nos anos mais se radicalizava, Saramago nunca se abandonou à simplicidade teológica", afirma o artigo.

"Um populista extremista como ele, que se havia encarregado de examinar os males do mundo, deveria ter abordado em primeiro lugar o problema das falhas estruturais humanas, desde as histórico-políticas até as sócio-econômicas, em vez de atacar logo o plano metafísico", prossegue.

O artigo do L'Osservatore Romano assegura que Saramago não deveria "incriminar, inclusive demasiado comodamente e longe de qualquer consideração, a um Deus no qual jamais acreditou, pela via de sua onipotência, de sua onisciência, e de sua onividência".

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Só vou lembrar uma das tantas frases geniais de Saramago, a propósito desse blablablá reativo e de argumentos indigentes da Santa Sé, escrito pelo sub do sub do sub Claudio Toscani:

"Eu não escrevo para agradar ou para desagradar, escrevo para perturbar".