segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Governo britânico planeja vender florestas e expulsar pobres de Londres

Mais de 200.000 pessoas poderão ser expulsas da cidade de Londres devido aos cortes no apoio social à habitação decididos pelo governo britânico, que pretende também privatizar metade da floresta pública.
Não a cortes de biliões - Defende o nosso Estado social - manifestação contra plano de austeridade do Governo britânico
 
Três mil pessoas manifestaram-se contra o plano de austeridade do Governo britânico, no dia da sua apresentação - Foto Lusa/EPA/Andy Rain

Os cortes devastadores nos apoios sociais à habitação vão provocar uma “limpeza social” na cidade de Londres, noticiou neste domingo o jornal Guardian.
Segundo autarcas locais da cidade, 82.000 famílias pobres, o que significa mais de 200.000 pessoas, podem ser expulsas da cidade, devido aos preços elevados das rendas e aos cortes nos apoios sociais à habitação, impostos pelo plano de austeridade anunciado na passada semana pelo Governo da coligação de conservadores e liberais-democratas.
Noutras cidades britânicas de rendas elevadas, como Oxford ou Brighton, poderá acontecer uma situação semelhante.
Em Londres, a política governamental tem o apoio do presidente da Câmara da cidade, Boris Johnson, e autarcas conservadores estão já a reservar instalações fora da capital (em Hastings, Reading e Luton), para desterrar as pessoas expulsas de Londres.
David Orr, presidente da National Housing Federation (Federação Nacional de Habitação), considera os cortes “verdadeiramente chocantes” e diz que se os ministros não reconsiderarem os “cortes punitivos” o plano levará a que mais pessoas durmam na rua, do que “em qualquer momento dos últimos 30 anos”.
Mas o governo de David Cameron e Nick Clegg pretende também prosseguir a política de privatizações iniciada por Margareth Thatcher e prosseguida por Blair. Como já vão escasseando os bens e serviços públicos, este governo quer privatizar cerca de metade dos 748 mil hectares de floresta do Estado, até 2020. Os movimentos ambientalistas exigem que os cidadãos possam usufruir das florestas, mesmo privatizadas. Os sindicatos do sector opõem-se à privatização.

Fonte: EsquerdaNet

Abramovay: pai e filho classificam de ‘repugnante’ acusações da ultradireita

  Por Redação do Correio do Brasil, de São Paulo
O professor Ricardo Abramovay sai em defesa do filho, Pedro
O professor Ricardo Abramovay sai em defesa do filho, Pedro

O economista Ricardo Abramovay, professor-titular do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo e Coordenador do Núcleo de Economia Socioambiental (NESA); além de membro-titular do Conselho Científico da Maison des Sciences de l’Homme de Montpellier, na França, distribuiu uma nota à imprensa, neste domingo, longe dos objetivos dos estudos e do trabalho que desenvolve, para dar voz a uma indignação civil e paterna.
“Não posso deixar de enviar-lhes a nota de meu filho Pedro Vieira Abramovay, em resposta à repugnante matéria de capa de hoje da revista (semanal de ultradireita) Veja”, escreveu, em mensagem dirigida à imprensa e aos amigos, que segue na íntegra:
Nota de Pedro Abramovay
“Nego peremptoriamente ter recebido, de qualquer autoridade da República, em qualquer circunstância, pedido para confeccionar, elaborar ou auxiliar na confecção de supostos dossiês partidários. Não participei de supostos grupos de inteligência em nenhuma campanha eleitoral. Nunca, em minha vida, tive que me esconder.
“A revista Veja, na edição número 2188 de 2010, afirma ter obtido o áudio de uma gravação clandestina entre mim e um ex-colega de trabalho. Infelizmente a revista se recusou a fornecer o conteúdo da suposta conversa ou mesmo a íntegra de sua transcrição.
“Dediquei os últimos oito de meus 30 anos a contribuir para a construção de um Brasil mais livre, justo e solidário, e tenho muito orgulho de tudo o que faço e de tudo o que fiz. Trabalhei no Ministério da Justiça como Assessor Especial, Secretário de Assuntos Legislativos e Secretário Nacional de Justiça, conseguindo de meus pares respeito decorrente de meu trabalho.
“Apesar de ver meu nome exposto desta forma, não foi abalada minha fé na capacidade de transformação de nosso país e tampouco na crença da importância fundamental de uma imprensa livre para o fortalecimento de nossa democracia.
“Pedro Vieira Abramovay  – Secretário Nacional de Justiça
Arapongas e dossiês
Na reportagem do meio de comunicação que encarna o discurso dos setores mais retrógrados da sociedade conservadora nacional, a reportagem afirma que “os diálogos aos quais a reportagem teve acesso foram gravados legalmente e periciados para afastar a hipótese de manipulação”. Mas não cita a origem da gravação, sem precisar se o material a que o repórter da revista teria acessado foi produto de um inquérito, no âmbito de algum processo judicial, ou ato de alguém contratado para esse fim.
O Correio do Brasil consultou o Ministério da Justiça acerca da publicação de um dos diálogos, no qual o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, sua chefe de gabinete, Gláucia de Paula, e o então secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Júnior conversam sobre a origem do poder do diretor da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa — que teria conseguido, entre outras coisas, evitar o indiciamento de Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do presidente Lula”. Até o fechamento desta matéria, o ministério não havia se pronunciado.
Presidente do PT, José Eduardo Dutra, em conversa com jornalistas, neste domingo, também preferiu não comentar sobre o fato de o secretário exonerado Romeu Tuma Júnior ter confirmado à revista que Abramovay queixou-se de ser pressionado por petistas para produzir dossiês.

domingo, 24 de outubro de 2010

VIOLÊNCIA TUCANA SE ALASTRA PELO BRASIL



A Polícia Militar da Bahia, em Ilhéus, atacou um assentamento de pequenos produtores de cacau aos gritos de “chame Lula”, “chame Wagner”, numa típica ação de banditismo e dentro do cronograma de violência imposta pelos tucanos nessa reta final de campanha.

A estupidez teve todas as características de barbárie de bandidos fardados a exemplo do que acontecia na ditadura militar.

O fato já chegou ao conhecimento do governador da Bahia, Jacques Wagner, que determinou providências imediatas para apuração dos fatos e punição dos culpados, além de garantia de vida aos pequenos produtores de cacau em Ilhéus.

Há dias o deputado Antônio Carlos Magalhães Neto declarou a jornalistas que “é impossível ganhar as eleições na Bahia, apesar de todos os nossos esforços”. As declarações do deputado foram reproduzidas por quase todos os grandes jornais e refletiam o desespero de tucanos e DEMOcratas diante da perspectiva de derrota contundente naquele estado.

O ataque da PM baiana ao assentamento em Ilhéus tenta criar um fato político passível de ser imputado às forças que apóiam a candidatura Dilma Rousseff e assim diminuir a vantagem da candidata na Bahia.

Faz parte de uma onda generalizada de violência projetada e programada pela campanha do candidato José FHC Serra, que espera com isso gerar um clima de medo e pânico em setores da opinião pública, neutralizando a vantagem nacional de Dilma Rousseff, registrada em todas as pesquisas de opinião pública, inclusive a de institutos vinculados aos grupos que apóiam José FHC Serra, o IBOPE e o DATAFOLHA.

Essa onda de violência se estende desde atos de boçalidade policial, como o acontecido na Bahia, a noticiário de fatos falsos (VEJA, GLOBO, FOLHA DE SÃO, REDE GLOBO, etc.), no visível descontrole do candidato e seus partidários demonstrado no episódio da “bolinha de papel” no Rio de Janeiro.

Tentaram transformar um incidente de campanha num “ataque terrorista”, de proporções absurdas, levando a maior rede de tevê do País, a GLOBO, a editar e montar uma farsa, desmentida por suas principais concorrentes.  E a bater o recorde negativo em todo o mundo no Twiter de “a GLOBO mente”. 

Polícias militares são resquícios da antiga Guarda Nacional, desde tempos do Império e conservadas por governadores das antigas províncias, hoje estados. Com a estrutura que dispõem servem aos latifundiários, grandes empresários, sem falar na corrupção em níveis assombrosos que permeia esses corpos militares absolutamente anormais em qualquer democracia.

Polícia é uma instituição civil. Na Bahia mostra os anos de domínio do “carlismo”, grupo político do senador Antônio Carlos Magalhães, falecido no ano passado. Foram décadas de domínio político pelo medo, a demagogia e pela fraude.

A iminência da perda desse poder com a reeleição do governador Jacques Wagner e da contundente derrota de José FHC Serra leva grupos carlistas a incentivar esse tipo de barbárie.

Desde a reunião de FHC com investidores estrangeiros em Foz do Iguaçu, domingo, dia 17, onde além de uma palestra o ex-presidente definiu com mais de 150 desses investidores (captadores de recursos) a privatização de setores estratégicos da economia brasileira (PETROBRAS, BANCO DO BRASIL, ITAIPU e PREVIDÊNCIA), a campanha política tomou um rumo de violência física, verbal buscando criar medo e intimidar o eleitorado, no desespero de salvar os “negócios” que geraram bilhões a tucanos e DEMOs nos oito anos de FHC.

Nessa última semana, por exemplo, o jornal O GLOBO e todos os veículos do grupo da família Marinho, atribuíram a setores da campanha de Dilma Rousseff a montagem de um dossiê contra o candidato tucano. A liberação do depoimento do jornalista Amaury Ribeiro Júnior, autor do dossiê (que pretende transformar em livro) e que mostra a corrupção dentro do ninho tucano e da família Serra, prova exatamente o contrário.

O dossiê foi montado a pedido de Andréa Neves, irmã de Aécio Neves, ex-governador de Minas, para ser usado diante dos ataques de José FHC Serra, através de seu grupo (no caso o jornalista Juca Kfuri em nota em sua coluna), onde Aécio era acusado de ser usuário de drogas e agredido a acompanhante.

Na sem-vergonhice que permeia a política de José FHC Serra, FHC, tucanos e DEMOs, Aécio e Serra hoje trocam beijos e abraços com um Itamar Franco doido para entrar em cena. Um e outros como que imaginam poder vender Minas e os mineiros.

José FHC Serra acredita que pode comprar Minas e os mineiros.

Há todo um conjunto de ações nesse sentido. Criar o medo, divulgar notícias falsas, tentar nessa última semana gerar pesquisas com números que possam favorecer José FHC Serra e é nesse contexto que o ataque de PMs baianos ao assentamento de pequenos produtores de cacau em Ilhéus acontece.

O controle tucano/DEMO se estende para além de episódios como o da bolinha de papel, ou agora o ataque em Ilhéus, mas na procura de confrontos que possam favorecer o candidato.

Os “negócios” acordados entre FHC e investidores estrangeiros representam bilhões de dólares para os grupos envolvidos, além, evidente, da “comissão” a ser paga a tucanos e DEMOs, bem como na preservação de privilégios no contexto político, econômico e social do País.

Outra forma de terrorismo usada pelos tucanos é o ataque a sites e blogs independentes na rede mundial de computadores, evitando que as denúncias ocultadas pela mídia privada e corrupta cheguem ao conhecimento dos eleitores. Como espaços como GOOGLE, YAHOO e outros mais são controlados por grupos norte-americanos (os jornais dos EUA anunciaram ano passado que a CIA comprou o GOOGLE), fica fácil impor formas de censura na internet.

A simples idéia de um País soberano, livre, dono do seu nariz, capaz de construir o seu futuro a partir de seu povo, gera pânico nesses setores, ávidos de transformar o Brasil em colônia de grupos econômicos que hoje controlam os EUA e fizeram daquele país um grande conglomerado terrorista.

À José FHC Serra e seu grupo interessam que o ministro das Relações Exteriores do Brasil caia de quatro no aeroporto de New York, tire os sapatos e submeta-se a uma revista vergonhosa. Como fez o “ministro” do FHC, Celso Láfer. Como isso não acontece hoje usam de todos os métodos para chegar ao poder.

O que aconteceu em Ilhéus é mostra do que José FHC Serra pretende fazer ao Brasil e aos brasileiros. Impor a realidade de um Brasil com “Z”.

Sem escrúpulos, sem limites na ambição e na ganância que envolve traição a interesses dos brasileiros, jogam o jogo mais sujo de toda a história de eleições presidenciais no Brasil.

O ataque a pequenos produtores rurais de cacau em Ilhéus na Bahia é uma pequena amostra do que vão fazer nessa última semana. As primeira informações sobre o ataque ao assentamento foram divulgados no twiter de Sérgio Bertoni que se encontra em Ilhéus.

sábado, 23 de outubro de 2010

John Lee Hooker - Travelin' 1960

01- No Shoes
02- I Wanna Walk
03- Canal Street Blues
04- Run On
05- I'm A Stranger
06- Whiskey And Wimmen
07- Solid Sender
08- Sunny Land
09- Goin' To California
10- I Can't Believe
11- I'll Know Tonight
12- Dusty Road


Créditos: Beco do Blue



John Lee Hooker - Travelin' 1960

"Preparando-se para a guerra com o Irã"

Extraído do blog literaturaclandestina
"O contrato de 60 bilhões em armas entre Estados Unidos e Arábia Saudita é dirigida contra o Irã.. Afinal,Israel não se opôs ao negócio"
http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=21589
"vários jatos de combate israelenses realizaram exercícios militares em em dois países árabes do Golfo Pérsico(Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita?)http://en.rian.ru/world/20100329/158340236.html
"Washington vai colocar mísseis Patriot na região do Golfo"
http://en.rian.ru/world/20100201/157737724.html
"Novos relatórios dizem que Israel está planejando criar uma marinha de alto mar e está a negociar com a Alemanha sobre a compra de navios e submarinos.""O programa de expansão, que irá transformar a marinha em regime de uma marinha de águas profundas, provocou indignação entre os partidos da oposição alemã, inclusive os sociais-democratas, que dizem que as armas não devem ser enviados para "zonas de crise"http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=18802
"A Força Aérea de Israel descarregou equipamentos militares em uma base na Arábia Saudita"
http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=19882
O papel de Israel no desencadear de um ataque ao Irã Parte II – O roteiro militar
http://resistir.info/chossudovsky/chossudovsky_13ago10.html
A guerra de expansão do território israelense
parte 01
http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=11842
parte 02
http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=11843
A guerra israelense é financiada pela Arábia Saudita
http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=11844
“Rússia e Arábia Saudita estão finalizando uma série de acordos sobre a venda de helicópteros, blindados e sistemas de defesa aérea"
http://en.rian.ru/russia/20100215/157892206.html
"A venda de R $ 30 bilhões em armas para a Arábia Saudita deve ser visto no contexto mais amplo.vendas para um número de aliados dos Estados Unidos foram recentemente anunciadas, incluindo Israel, Índia, Coréia do Sul, Austrália, Taiwan, Georgia. Este reforço militar é dirigido contra o Irã, assim como a Rússia e a China"
http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=20236
"Rússia tenta envolver a Alemanha no projeto South Stream para enfraquecer o projeto Nabucco"
http://en.rian.ru/world/20100714/159806060.html
"Alemanha pode participar do projeto South Stream"
http://en.rian.ru/business/20100921/160662747.html
"Rússia da sinal verde para os estados unidos atacarem o Irã"
http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=19670
Parte 02
http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=21157

PSDB, PROÍBIDO PARA NEGROS!!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

"A tomografia da fita crepe": desabafo de um eleitor tucano envergonhado

Saul Leblon no Carta Maior

NÃO SEI SE alguém se surpreendeu com as últimas pesquisas, que parecem consolidar a caminhada de Dilma rumo ao Palácio do Planalto.
Eu não.
A campanha de Serra é repulsiva, e acabou por afugentar do PSDB gente que, como eu, tradicionalmente opta pelo partido.
O episódio de ontem no Rio é apenas mais um de uma lista de pequenas trapaças de Serras. Ele é provavelmente a primeira pessoa no mundo a fazer tomografia por receber uma fita crepe na cabeça. O médico que o atendeu disse, constrangido, que o exame acusara o que todo mundo já sabia. Não havia problema nenhum.
Serra aproveitou para fazer fotos no hospital, em meio a extemporâneas e descabidas declarações de paz e amor hippie. “Não entendo política como violência”, disse ele. Serra entende política como uma forma de triturar todo mundo para chegar à presidência. O melhor quadro do PSDB para suceder FHC era Pedro Mallan, que foi sabotado de todas as formas por Serra.
Serra quer ser muito ser presidente. O problema é que os brasileiros não querem que ele seja.
Em farisaísmo, a tomografia da fita crepe equivale à célebre frase de Monica Serra segundo a qual Dilma é a favor de matar criancinhas. Não conheceríamos a capacidade de jogar baixo de Monica se um repórter não estivesse presente para registrar a ação maldosa da candidata a primeira-dama.
Dilma deve ganhar menos pelos seus méritos e até menos pelo apoio do Lula do que pelos vícios da campanha vale-tudo de Serra.
Ele tem que sair de cena para que o PSDB se renove.
É possível que ele arraste Aécio na queda, agora que repousam sobre o mineiro as esperanças de operar uma reviravolta. Dilma bateu Serra no primeiro turno, e Aécio disse que vai mudar isso. Faz alguns mandatos já que quem ganha em Minas leva a presidência, e por isso as esperanças se reabriram.
Só falta Aécio combinar com os mineiros.
A última pesquisa mostra que a distância de Dilma sobre Serra em Minas se ampliou em vez de diminuir.
Serra talvez possa culpar Aécio se a virada não aparecer, eassim prosseguir, como um interminável Galvão da política, mais alguns anos em sua louca cavalgada rumo à presidência, num titânico duelo de vontades contra os brasileiros.

A tarefa histórica e o rídiculo das bolinhas


Brizola Neto no TIJOLACO

Acho que a farsa montada por Serra para se fingir de vítima de uma suposta agressão está definitivamente desmascarada, embora ele e parte da mídia ainda tentarão sustentar artificialmente a questão. Mas maior que a falsidade do candidato tucano é o empobrecimento que ele traz para o que é o mais importante momento político na vida do país.
Ao ver os intermináveis 7 minutos (em televisão isso é uma eternidade) que o Jornal Nacional dedicou ao suposto objeto que teria atingido Serra, e que o professor da Universidade Federal de Santa Maria (veja o  post anterior) provou não ser absolutamente nada, lastimei o desperdício a que se dedicou o principal noticiário da TV brasileira, que deveria contribuir para trazer mais informações para a população brasileira.
Sei que não se pode esperar nada disso de Serra e nem da TV Globo, mas é triste ver que ao fim da primeira década do século 21 a política ainda é feita como no século 19. Qual a relevância de um candidato ter levado uma bolinha de papel ou qualquer outro objeto na cabeça? Políticos sempre foram alvo de agressões, que não se justificam, mas jamais isso virou tema de campanha. Quantos políticos já foram atingidos por ovos e outros objetos durante processos eleitorais e seguiram em frente, sem fazer do episódio um circo?
Aliás, se a TV Globo acha o assunto importante e digno de tanto tempo no seu principal telejornal, porque foi tão breve sobre os dois balões cheios d’água atirados contra Dilma, no Paraná? Poderia aproveitar o seu perito para calcular de onde partiram os balões, os seus pesos e a força do impacto caso tivessem acertado a candidata em cheio. Mas, como sempre nessa campanha, parece que o fato só interessa se pode servir de elemento para empurrar de alguma forma a emperrada candidatura de Serra.
É mesmo lamentável que quando temos à nossa frente um extraordinário horizonte de desenvolvimento social, com as possibilidades do pré-sal que podem transformar o Brasil de uma vez por todas num grande país, a população seja submetida a assistir uma lenga-lenga de bolinha e objetos voadores não identificados atraídos por determinada careca.
Temos um país maior para construir. Devemos denunciar essa política atrasada e miúda, mas nossa tarefa é outra.
Certo que temos que exorcizar o Brasil das forças que promovem esta “despolitização da política” e a manipulação da realidade através da mídia. Mas, acima disso, temos que estar juntos para garantir a vitória de Dilma e o prosseguimento de um grande projeto de nação. A história esquecerá desses episódios menores, que, no máximo, poderão ser lembrados pelo seu ridículo.

Nei Lisboa – Hein?! (1988)

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Créditos: UmQueTenha

IV Fórum Social Mundial das Migrações



Desafios e Propostas

Luiz BassegioLuciane Udovic

Entre os dias 08 a 12 de outubro, mais de 600 pessoas provenientes de 45 países e outras tantas, do Equador, estiverem em Quito, participando do IV FSMM, que tinha como lema: “Derrubando o Modelo e Construindo Atores – Povos em Movimento pela Cidadania Universal”. Os debates, mesas, seminário e oficinas foram em torno dos eixos: crise global e migrações, direitos humanos, diversidade, convivência e transformações sócio-culturais e novas formas de escravidão. Além dos seminários, um diálogo com o Fórum de Autoridades Locais – Cidades Abertas, a Assembléia dos Movimentos Sociais e a Marcha dos Movimentos Sociais, realizada em parceria com o Congresso da CLOC– Coordenadoria Latino americana de Organizações Campesinas com o lema: “Soberania Alimentar,   Dignidade e Cidadania Universal”.
 
Constatações
 
Vivemos uma crise do capitalismo. Uma crise econômica, financeira, energética, ambiental e alimentar. Uma crise que indica o fracasso da globalização neoliberal, com graves conseqüências sociais e ambientais para toda a humanidade. A crise põe em perigo a vida e sua produção bem como a existência da humanidade e do planeta.
 
As mudanças climáticas, resultado da degradação ambiental provocada pelo desenvolvimento capitalista, hoje é uma dura realidade. Carrega consigo transformações dramáticas nos ecossistemas e na vida de milhões de pessoas. O panorama pode ser ainda mais catastrófico. Mares que se elevam, secas ou enchentes que serão devastadoras. Estudos já indicam que na metade do século atual milhões de pessoas poderão estar fugindo de desastres naturais em busca de locais mais seguros onde possam sobreviver. Poderá ser o maior processo migratório na história.
 
Nas várias etapas do ciclo econômico mundial, há uma constante e sistemática violação de direitos humanos das pessoas migrantes, refugiados e desplazados nos países de origem, trânsito e destino.
 
As migrações internacionais apresentam grandes desafios com relação a interculturalidade, a multiculturalidade e a construção de identidades. Não há e nem podem existir hierarquias entre as distintas culturas, mas pelo contrário relações de complementaridade e de solidariedade.
 
Com o avanço da globalização, a abertura acelerada das economias nacionais, desmantelamento e privatização das estruturas estatais, a indústria do crime controla o aliciamento de pessoas e do tráfico de migrantes, valorizando as suas atividades, produzindo novas formas de escravidão, exploração humana e servidão nos diferentes fluxos migratórios mundiais
 
Encontro Cidades Abertas
 
Dando continuidade a uma iniciativa do FSMM, que realizou o primeiro encontro Cidades Abertas em Rivas-Vaciamadri, Espanha/2008, foi realizado em quito o II Fórum de Autoridades Locais. Na ocasião pudemos repassar e debater com os prefeitos e outras autoridades locais de diversos países as recomendações do Fórum Social Mundial das Migrações.
 
Os participantes do Fórum demandam às autoridades políticas públicas que garantam aos imigrantes acesso à saúde, educação, habitação, trabalho e seguridade humana; demandam também a construção de cenários de coesão social, favorecendo as dimensões da tolerância, integração e interculturalidade; exigem a participação política plena, garantindo os direitos civil e políticos que são a porta de entrada para a construção coletiva de nossas cidades, em particular, o direito de votar e de ser votado; processos de educação local que impeçam o medo ao diferente, que muitas vezes consolida os preconceitos e se convertem em práticas discriminatórias e finalmente a desburocratização dos serviços prestados aos imigrantes e que os mesmos seja de qualidade.
 
Marcha dos Movimentos Sociais e dos Migrantes
 
Merece destaque neste processo o fato da Marcha ter sido realizada em conjunto com a CLOC – Coordenadoria Latinoamericana de Organizações Campesinas, que realizou seu V Congresso, também em Quito, sob o lema: “Soberania Alimentar,   Dignidade e Cidadania Universal”.  A marcha foi uma articulação entre movimentos de campesinos e de imigrantes. A sintonia e unidade de luta foi visível durante a Marcha.  A diversidade de movimentos sociais não impediram que as bandeiras de luta fossem unificadas e reforçadas. Cerca de 5 mil vozes fizeram-se ouvir pelas ruas de Quito com gritos de guerra unificados como: “Si queremos e si nos da la gana, uma tierra unida, livre y soberana”; “ninguna persona es ilegal”; “migrantes unidos jamás serán vencidos”; ou ainda, “no queremos y no nos dá la gana, de ser uma colônia norte americana y si queremos y si nos da la gana América Latina, socialista y soberana”. Enfim, a luta era uma só: contra toda a forma de opressão. A Marcha unificada sinaliza que a articulação dos movimentos sociais é fato e fortalece a caminha para a construção de outro mundo possível.
 
Momento do Grito
 
Sendo o dia 12 de outubro a data que marca as mobilizações continentais do Grito dos Excluídos/as, pela simbologia da luta e resistência dos povos contra o colonialismo, ao final da marcha houve uma mística preparada pela delegação do Grito para marcar a data e se somar as inúmeras mobilizações que estavam ocorrendo em outros países. O Grito Equatoriano construiu um gigantesco protótipo de um avião e um barco, simbolizando os meios de transporte utilizados hoje pelos migrantes. Uma encenação mostrou ainda a dor de quem parte e a dor de quem fica a espera de que um dia se reencontrem e vivam com dignidade. Foi um momento de muita emoção e também de alegria quando os marchantes  migrantes desfilaram pela Praça São Francisco com o barco e o avião, dançando e cantando, e gritando: “Derrumbando el modelo, nadie es ilegal, pueblos em movimiento, por la ciudadania universal”.
 
Conclusões
 
Ao processo do FSMM apresenta-se o desafio de construir um novo paradigma civilizatório que garanta uma relação harmônica entre os direitos dos seres humanos e a mãe terra.
 
É necessária a construção de poderes locais, regionais, nacionais e mundiais, que permitam gradualmente ir conquistando espaço na definição de agendas públicas, programas e projetos.
 
Outro desafio, na construção de novos atores, aponta para a incorporação de crianças, adolescentes e jovens assegurando a incorporação de suas propostas e a participação efetiva no processo.
 
É preciso o respeito irrestrito aos direitos humanos das pessoas migrantes e o fechamento de todos os centros de internamento e de detenção no mundo e que sejam suprimidas as “redadas” e as deportações de milhares de migrantes nos países de trânsito e de destino; devem ser denunciados todos os meios de comunicação que criminalizam os migrantes e que incitam à xenofobia e o racismo.
 
O FSMM deve reiterar sua solidariedade aos povos do mundo especialmente ao povo palestino, colombiano e iraquianos.
 
Exigir que os países assinem, ratifiquem e ponham em prática a Convenção Internacional sobre os Direitos de todos os Trabalhadores Migrantes e de suas Famílias.
 
Cabe ao Fórum também o compromisso da contribuir na construção de um novo modelo civilizatório que privilegie a vida, a integração dos povos, a harmonia entre as mulheres, os homens e a natureza garantindo a sustentabilidade da humanidade e da Madre Terra para os próximos milênios.
 
Próximo Fórum
 
Durante a Assembléia dos Movimentos Sociais foi oficializado que a sede da quinta edição do FSMM será na Coréia do Sul.  Ao receber a noticia, o trabalhador migrante, representando a rede de movimentos sociais da Coréia, sensibilizado, fez um pronunciamento. Ainda que em coreano, a plenária se emocionou com sua reação. Uma colega também coreana, traduzia para o inglês e um imigrante dos EUA, traduzia para o espanhol. Porém o espírito de luta, garra e compromisso evidenciado neste migrante coreano dispensou palavras e traduções. Nos fez ver e sentir que a luta e o desejo de cidadania plena não tem fronteiras. A assim segue o Forum Social Mundial das Migrações: povos em movimento, ultrapassando fronteiras, por cidadania universal.
 
- Luiz Bassegio e Luciane Udovic, da Secretaria Continental do Grito dos Excluídos/as