quinta-feira, 14 de março de 2013

Novo Papa:A geopolítica do segredo




Ivone Gebara
Escritora, filósofa e teóloga

Passadas as primeiras horas do impacto da eleição do Cardeal Bergoglio de Buenos Aires, das emoções primeiras de termos um papa latino-americano, com expressão amável e cordial a vida presente nos convida a refletir.
Apesar de seu valor, os meios de comunicação têm também o poder de amortizar as mentes e de impedir que perguntas críticas aflorem ao pensamento das pessoas. Nesses dois últimos dias que precederam a eleição papal, muitas pessoas no Brasil e no mundo foram tomadas pelas transmissões em direto de Roma. Sem dúvida um acontecimento histórico desses não se repete todos os meses! Mas, que interesses tiveram as grandes empresas de telecomunicações em transmitir os inúmeros detalhes da escolha do novo Papa? A quem servem os milhões de dólares gastos nas transmissões ininterruptas até a chegada da fumaça branca? Do lado de quem se situam esses interesses? Que interesses tem o Vaticano em abrir as possibilidades para essas transmissões? Essas perguntas talvez inúteis para muitos, continuam a ser significativas para alguns grupos preocupados com o crescimento da consciência humanista de muitos/as de nós.
São em grande parte as empresas de telecomunicações as responsáveis pela manutenção do segredo nas políticas eleitorais do Vaticano. O segredo, os juramentos e as penalidades por não respeitá-los são parte integrante do negócio. Criam impactos e fazem notícia. Não se trata de uma tradição secular sem conseqüências para a vida do mundo, mas de comportamentos que acabam viciando a busca de diálogo entre os grupos ou excluindo grupos de um necessário diálogo. Nenhuma crítica a esse sistema perverso que continua usando o Espírito Santo para a manutenção de posturas ultraconservadoras revestidas de ares de religiosidade e bondosa submissão é feito. Nenhum espaço para que vozes dissonantes possam se manifestar mesmo com o risco de serem apedrejadas é aberto na oficialidade das transmissões. Uma ou outra vez se percebe uma pequena ponta crítica se esboçando, mas logo é abafada pelo "status quo” imposto pela ideologia dominante. Do novo papa Francisco se contou que usava transportes públicos, estava próximo dos pobres, fazia sua comida e que a escolha desse nome o assemelhavam ao grande santo de Assis. Foi imediatamente apresentado como uma figura simples, cordial e simpática. Na imprensa católica nada se falou das suspeitas de muitos em relação a sua postura nos tempos da ditadura militar, de suas atuais posturas políticas, de suas posições contrárias ao matrimonio igualitário, ou mesmo contra o aborto legal. Nada se falou de suas conhecidas críticas em relação à teologia da libertação e de seu desinteresse pela teologia feministaA figura bondosa e sem ostentação eleita pelos cardeais assistidos pelo Espírito Santo encobriu o homem real com suas inúmeras contradições. Hoje os jornais (Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo) delinearam perfis diferentes do novo papa e temos uma percepção mais realista de sua biografia. Além disso, foi possível intuir que sua eleição é sem dúvida parte de uma geopolítica de interesses divididos e de equilíbrio de forças no mundo católico. Um artigo de Julio C. Gambina da Argenpress publicado via internet ontem (13 de março de 2013) assim como outras informações enviadas por grupos alternativos da Nicarágua, Venezuela, Brasil e, sobretudo da Argentina confirmaram minhas suspeitas. A cátedra de Pedro e o Estado do Vaticano devem mover suas pedras no xadrez mundial para favorecer as forças dos projetos políticos do norte e dos seus aliados do sul. O sul foi de certa maneira co-optado pelo norte. Um chefe político da Igreja, vindo do sul vai equilibrar as pedras do xadrez mundial, bastante movimentadas nos últimos anos pelos governos populares da América latina e pelas lutas de muitos movimentos entre eles os movimentos feministas do continente com reivindicações que atormentam o Vaticano. Se, é no sul que alguma coisa nova está acontecendo politicamente nada melhor do que um papa do sul, um latino-americano para enfrentar esse novo momento político e conservar as tradições da família e da propriedade intactas. Sem dúvida uma afirmação desse tipo quebra o encanto do momento da eleição e a emoção de ver a multidão na Praça de São Pedro irrompendo em aplausos e gritos de alegria diante da figura do papa Francisco. Muitos dirão que essas críticas tiram a beleza de um acontecimento tão emocionante quanto a eleição de um papa. Talvez, mas creio que são críticas necessárias.
A tão badalada preservação da evangelização como prioridade da Igreja parece ser a preservação de uma ordem hierárquica do mundo onde as elites governam e os povos aplaudem nas grandes praças públicas, se emocionam, rezam e cantam para que as bênçãos divinas caiam sobre as cabeças dos novos governantes político-religiosos. O mesmo catecismo com poucas variações continua a ser reproduzido. Não há reflexão, não se despertam as consciências, não se convida ao pensamento, mas a conservação de uma doutrina quase mágica. Por um lado é a sociedade do espetáculo que nos invade para que entremos na disciplina da ordem/desordem contemporânea com certa dose de romantismo e por outro a sociedade assistencialista identificada à evangelização. Sair às ruas para dar de comer aos pobres e rezar com os prisioneiros embora tenha algo de humanitário não resolve o problema da exclusão social presente nos muitos países do mundo.
Escrever sobre a "geopolítica do segredo” em tempos de euforia mediática é como estragar a festa dos vendilhões do Templo felizes com suas barracas cheias de terços, escapulários, vidros de água benta e imagens grandes e pequenas de muitos santos. O problema é que se abrimos o segredo desmancha-se o charme da fumaça branca, se quebra o suspense de um conclave secreto que fecha ao povo católico o acesso às informações às quais temos direito, se desnudam os corpos purpurados com suas histórias tortuosas.
Quebrar o segredo é quebrar a falsidade do sistema político-religioso que governa a Igreja Católica Romana. É tirar as máscaras que nos sustentam para afinal abrir nossos corações para a real interdependência e responsabilidade entre todos nós. Os jogos de poder são cheios de astúcias, ilusões e até de boa fé. Somos capazes de nos impressionar com um gesto público de carinho ou de simpatia sem nos perguntarmos sobre o que de fato constituiu a história dessa pessoa. Nem nos perguntamos sobre as ações de seu passado, de seu presente e suas perspectivas de futuro. É apenas o momento da aparição da figura simpática vestida de branco que nos impressiona. Somos capazes de nos emocionarmos frente a um carinhoso "bona cerra” papal (boa noite) e irmos para cama como crianças bem comportadas abençoadas pelo bondoso papai. Já não somos mais órfãos visto que a orfandade paterna numa sociedade patriarcal é insuportável mesmo por poucos dias.
Nós somos cúmplices da manutenção desses poderes tenebrosos que nos encantam e nos oprimem ao mesmo tempo. Nós, sobretudo os que têm mais lucidez nos processos políticos e religiosos, somos responsáveis pela ilusão que esses poderes criam na vida de milhares de pessoas, sobretudo veiculadas pelos meios de comunicação religiosos. Somos capazes de nos enternecer de tal forma que nos esquecemos dos jogos do poder, das manipulações invisíveis, da arte teatral cultivada e tão importante nessas ocasiões.
Não podemos fazer previsões sobre os rumos do futuro da governança da Igreja Católica Romana. Mas à primeira vista não parece que podemos esperar grandes mudanças nas estruturas e políticas atuais. As mudanças significativas virão se as comunidades cristãs católicas assumirem de fato a direção do presente do cristianismo, ou seja, se elas forem capazes de dizer a partir das necessidades de suas vidas como o Evangelho de Jesus poderá ser traduzido e vivido em nossas vidas hoje.
A geopolítica do segredo tem interesses altíssimos a defender. É parte de um projeto mundial de poder aonde as forças da ordem se vêm ameaçadas pelas revoluções sociais e culturais em curso em nosso mundo. Manter o segredo é justificar que há forças superiores às forças históricas da vida e que estas são mais decisivas que os rumos que podemos dar à nossa luta coletiva por dignidade, pão, justiça e misericórdia em meio aos muitos reveses e tristezas que nos acometem em meio do caminho.
Termino essa breve reflexão na esperança de que possamos não apagar a luz da liberdade que vive em nós e seguirmos bebendo das fontes de nossos sonhos de dignidade com lucidez sem nos impressionarmos com as surpresas que podem parecer grandes novidades. Afinal é apenas mais um papa que inscreve seu nome nessa instituição que apesar de sua história de altos e baixos mereceria ser transformada e repensada para os dias de hoje.
Mudanças podem sempre acontecer e é preciso estar abertos aos pequenos sinais de esperança que irrompem por todos os lados mesmo das instituições as mais anacrônicas de nosso mundo.
14 de Março de 2013.

quarta-feira, 13 de março de 2013


“Pastor das trevas” e direitos humanos

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br
Por Altamiro Borges

Milhares de pessoas participaram ontem (9) de uma passeata em São Paulo – da Avenida Paulista até a Praça Roosevelt – em protesto contra a indicação de Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara Federal. A rejeição ao deputado – que já foi batizado nas redes sociais de “pastor das trevas” – saiu da internet para ganhar as ruas. De acordo com a Polícia Militar, o ato reuniu “entre 800 e 1.200 pessoas”. Já para os organizadores, ele contou com milhares de ativistas.

Segundo Igor Carvalho, da revista Fórum, “aos gritos de ‘racista, ladrão, cadê a solução’ e ‘se até o papa renunciou, Feliciano, sua hora já chegou’, representantes de diversos movimentos sociais, com forte predominância dos ativistas da causa LGBT, chegaram a deitar nas quatro faixas da Rua Consolação, parando o trânsito... ‘Somos, aqui, com certeza umas 20 mil pessoas protestando contra essa vergonha nacional, contra essa anomalia que é a eleição de Marcos Feliciano’, disse Daniel de Ogum, um dos organizadores”.

“Fatos novos” podem reverter a eleição

Também ocorreram protestos no Rio de Janeiro e Brasília. Pelas redes sociais, que coletaram 70 mil assinaturas numa petição contra a eleição do deputado/pastor em apenas um dia, novos atos estão sendo agendados para os próximos dias. Diante da forte resistência, até o presidente da Câmara Federal, deputado Henrique Eduardo Alves, já admitiu a hipótese de reverter a decisão, caso surjam “fatos novos... A Câmara poderá avaliar a situação da comissão, mas respeitando o direito de cada parlamentar e de cada partido”, afirmou.

O próprio Marco Feliciano já sentiu o baque da rejeição. Em entrevista hoje à Folha, ele tentou posar de vítima e anunciou que pedirá proteção policial. “A situação está tomando dimensões muito estranhas. É assustador, estou me sentindo perseguido como aquela cubana lá. Como é o nome? A Yoani Sánchez”, choramingou. Mesmo assim, ele garantiu que não renunciará ao cargo. “Não estou preocupado” com os protestos. Maroto, ele ainda jogou a culpa por sua eleição no PT, que abriu mão da presidência do CDHM.

Eleição tumultuada e STF

Marco Feliciano foi eleito presidente da CDHM na quinta-feira (7). Ele teve 11 votos dos 18 possíveis – um deputado votou em branco e outros seis abandonaram a sessão. A votação foi feita às portas fechadas, mas houve protestos de um grupo de ativistas a sua escolha. Quem saiu em sua defesa foi o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que na semana anterior ciceroneou a dissidente cubana Yoani Sánchez. Aos berros, ele extravasou seus instintos fascistas, chamando os manifestantes de “baderneiros” e gritando “vão para o zoológico”.

O pastor só chegou ao cargo devido ao rodízio entre os partidos nas várias comissões existentes na Câmara. O Partido Social Cristão bancou a provocação ao indicá-lo e agora é alvo de uma enxurrada de críticas. Diante da manobra do PSC e de uma parte da bancada evangélica, o deputado Domingos Dutra (PT-MA), que presidia a comissão, abandonou a reunião, juntamente com as parlamentares do PT, PSOL e PSB. O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) já anunciou que recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a eleição.

Racista, homofóbico e direitista

A eleição de Marco Feliciano para presidir a CDHM é uma verdadeira aberração. O deputado é conhecido por suas posições racistas e homofóbicas. Pela sua conta na twitter, ele já escreveu que “os africanos descendem de um ancestral amaldiçoado por Noé” e que “a podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime, à rejeição”. Ele chegou a afirmar que a ex-senadora Marta Suplicy e a deputada Érica Kokay, defensoras do projeto de lei que criminaliza a homofobia, “são mulheres com sexualidade distorcida".

O pastor também é alvo de um processo por estelionato. Num culto gravado em vídeo, ele reclamou de um fiel que entregou o cartão do banco, mas não revelou a senha. Sua visão preconceituosa explica o apoio dado a José Serra nas eleições do ano passado. “Serra merece mais que respeito, merece admiração. É um guerreiro”, escreveu no twitter. Para ele, o tucano seria o único capaz de derrotar “a militância dos gays, a militância do povo que luta pelo aborto, a militância dos que querem descriminalizar as drogas”.

Um pacto nefasto: ruralistas e evangélicos rifando o meio ambiente e os direitos humanos



(Este texto vai ter exatamente o tamanho de 8% de bateria do notebook por conta da falta de energia elétrica que se abateu, novamente, sobre o meu bairro após a chuva da noite deste sábado.)

Com exceção dos fanáticos religiosos que enxergam sinais da primeira ou da segunda vinda do messias (dependendo se a religião em questão não permite comer X-Burguer ou abraça o consumismo para celebrar o nascimento do seu deus), apenas os mais míopes não percebem que o planeta está dando o troco.
Eu sei que já falei disso aqui antes, mas em tempos de fundamentalismo cristão no Congresso Nacional e de chuvas torrenciais na cidade de São Paulo, o assunto segue novo.
Não estou falando apenas do aquecimento global e das já irreversíveis mudanças climáticas através dos quais ajustamos o termostato do planeta para a posição “Gratinar os Idiotas Lentamente”, mas também dos crimes ambientais que fomos acumulando debaixo do tapete e que, agora, tornaram-se uma montanha pronta a nos soterrar. No campo e nas cidades.
Muitos falam de tragédias como se fossem situações desconectadas da ação humana, resultados da fúria divina e só. Não foi Deus quem colocou Marco Feliciano onde está, ao contrário do que parte de seus fieis acredita. Ele não foi ungido pelo divino, mas sim por milhares de votos paulistas, conscientes ou não.
Da mesma forma, um prefeito de uma cidade atingida pelas chuvas, anos atrás, disse que só restava a ele rezar para Deus controlar as águas. Bem-feito para a população que votou nele e viu o administrador do município “terceirizando” o trabalho para o plano superior, provavelmente dando continuidade ao que foi feito pelos que vieram antes dele.
A declaração é da mesma escola daquela de um assessor de George W. Bush quando questionado se a herança deixada às próximas gerações pelos gases causadores do efeito estufa da indústria norte-americana não poderia ser nefasta. Não me lembro da frase exata, porque lá se vão anos, mas foi algo do tipo: “não será um problema, porque Cristo voltará antes disso”. Salve, aleluia, salve!
Não é à toa que uma das mais estranhas e, ao mesmo tempo, mais brilhantes alianças políticas no parlamento brasileiro seja entre a bancada evangélica e a bancada ruralista. De um lado, os fieis ajudam a garantir a manutenção de um desenvolvimento a qualquer preço, passando por cima do meio ambiente, como se não houvesse amanhã. Do outro, os fazendeiros contribuem para que os direitos humanos sejam rasgados diante de uma visão distorcida de religião, garantindo que não haja mesmo um amanhã.
Tendo em vista todo esse negacionismo maluco, um renomado cientista declarou, pouco antes de uma das cúpulas do clima, que era melhor então deixar os fatos tomarem seu curso natural, o mundo aquecer, refugiados ambientais quadruplicarem, cidades nos países ricos serem invadidas pelo mar, a fome surgir no centro do mundo, guerras ambientais ocorrerem. Só assim pessoas e países tomariam atitudes reais. Situação que, no Brasil, é vulgarmente conhecida como “a hora em que a água bate na bunda”.
O problema é que, se nada for feito até lá, quando chegarmos nesse ponto, talvez não haja mais bunda para salvar.
É irônico que, de certa forma, o desespero diante do caos ambiental (fomentado pelos ruralistas ao derrubarem o Código Florestal), daqui a algumas décadas, irá contribuir para trazer mais fieis a igrejas. Pois só restará lamentar. Ou rezar.
Enquanto isso, a maioria segue escondida no conforto do anonimato, defendendo o seu, fazendo meia dúzia de ações insignificantes para dormir sem o peso da consciência e o resto que se dane. Não querem mudanças no modelo de desenvolvimento que impactaria o “American Way of Life” que importamos, apenas reciclar latinhas de alumínio e dar três descargas a menos no vaso sanitário por dia. Da mesma forma, não se importam com quem for eleito, desde que isso não atrapalhe o seu final de semana na praia. Afinal de contas, não precisam de um Estado que lhes garanta um mínimo de dignidade, uma vez que nasceram brancos, heterossexuais, ricos, enfim, o que convencionamos chamar de “cidadãos de bem”.
E seguem respondendo de boca cheia que fariam de tudo para ajudar o meio ambiente e defender a liberdades das pessoas.

terça-feira, 12 de março de 2013

Será o fim do papado????


Jesus barrado no conclave dos Cardeais

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Cardeais da Igreja Católica vieram de todas as partes do mundo, cada qual carregando as angústicas e as esperanças de seus povos, alguns martirizados pela Aids e outros atormentados pela fome e pela guerra. Mas todos mostravam certo constrangimento e até vergonha pois vieram à luz os escândalos, alguns até criminosos, ocorridos em muitas dioceses do mundo, com os padres pedófilos; outros implicados na lavagem de dinheiro de mafiosos e super-ricos italianos que para escapar dos duros ajustes financeiros do governo italiano, usavam o bom nome do Banco Vaticano para enviar milhões de Euros para a Alemanha e para os USA. E havia ainda escândalos sexuais no interior da Cúria bem como intrigas internas e disputas de poder.

Face à gravidade da situação, o Papa reinante sentiu que lhe faltavam forças para enfrentar tão pesada crise e constatando o colapso de sua própria teologia e o fracasso do modelo de Igreja, distanciado do Vaticano II, que, sem sucesso, tentou implementar na cristandade, acabou honestamente renunciando. Não era covardia de um pastor que abandona o rebanho mas a coragem de deixar o lugar para alguém mais apropriado para sanar o corpo ferido da Igreja-instituição.

Finalmente chegaram todos os Cardeais, alguns retardatários, à sede de São Pedro para elegerem um novo Papa. Fizeram várias reuniões prévias para ver como enfrentariam este fato inusitado da renúncia de um Papa e o que fariam com o volumoso relatório do estado degenerado da administração central da Igreja. Mas em fim decidiram que não podiam esperar mais e que em poucos dias deveriam realizar o Conclave.

Juntos rezaram e discutiram o estado da Terra e da Igreja, especialmente a crise moral e financeira que a todos preocupava e até escandalizava. Consideraram, à luz do Espírito de Deus, qual deles seria o mais apto para cumprir a dificil missão de “confirmar os irmãos e as irmãs na fé”, mandato que o Senhor conferira a Pedro e a seus sucessores e recuperar a moralidade perdida da instituição eclesiástica.

Enquanto lá estavam, fechados e isolados do mundo, eis que apareceu um senhor que pelo modo de vestir e pela cor de sua pele parecia ser um semita. Veio à porta da Capela Sistina e disse a um dos Cardeais retardatários: ”posso entrar com o Senhor, pois todos os Cardeais são meus representantes e preciso urgentemente falar com eles”.

O Cardeal, pensando tratar-se de um louco, fez um gesto de irritação e disse-lhe benevolamente: “resolva seu problema com a guarda suiça”. E bateu a porta. Então, este estranho senhor, calmamente se dirigiu ao guarda suiço e lhe disse:”posso entrar para falar com os Cardeais, meus representantes”?

O guarda o olhou de cima para baixo e não acreditando no que ouvira, pediu, perplexo, que repetisse o que dissera. E ele o fez. O guarda com certo desdém lhe disse: “aqui entram somente cardeais e ninguém mais”.

Mas esta figura enigmática insistiu: “eu até falei com um dos Cardeais e todos eles são meus representantes, por isso, me permito de estar com eles”.

O guarda, com razão, pensou estar diante de um paranóico destes que se apresentam como Cesar ou Napoleão. Chamou o chefe da guarda que tudo ouvira. Este o agarrou pelos ombros e lhe disse com voz alterada: ”Aqui não é um hospital psiquiátrico. Só um louco imagina que os Cardeais são seus representantes”.

Mandou que o entregassem ao chefe de polícia de Roma. Lá, no prédio central, repetiu o mesmo pedido: “preciso falar urgentemente com meus representantes, os Cardeais”. O chefe de polícia nem se deu ao trabalho de ouvir direito. Com um simples gesto determinou que fosse retirado. Dois fortes policiais o jogaram numa cela escura.

De lá de dentro continuava a gritar. Como ninguém o fizesse calar, deram-lhe murros na boca e muitos socos. Mas ele, sangrando, continuava a gritar:”preciso falar com meus representantes, os Cardeais”. Até que irrompeu cela adentro um soldado enorme que começou a golpeá-lo sem parar até que caisse desmaiado. Depois amarrou-lhe os braços com um pano e o dependurou em dois suportes que havia na parede. Parecia um crucificado. E não se ouviu mais gritar:”preciso falar com meus representantes, os Cardeais”.

Ocorre que este misterioso personagem não era cardeal, nem patriarca, nem metropolita, nem arcebispo, nem bispo, nem padre, nem batizado, nem cristão, nem católico. Era um simples homem, um judeu da Galiléia. Tinha uma mensagem que poderia salvar a Igreja e toda a humanidade. Mas ninguém quis ouvi-lo. Seu nome é Jeshua.

Qualquer semelhança com Jesus de Nazaré, de quem os Cardeais se dizem representantes, não é mera coincidência mas a pura verdade.

“Veio para os seus, e os seus não o receberam” observou mais tarde e tristemente um seu evangelista.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Os intolerantes evangélicos deveriam ser banidos da política brasileira...

“Ninguém ganha de nós no grito”, diz pastor do PSC sobre CDHM

Da Redação do SUL21
Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) foi repudiado na primeira sessão de votação nesta quarta-feira (06)./ Foto: Alexandra Martins / Câmara Federal

Em entrevista ao jornal O Globo, o principal articulador da eleição de Marco Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, o presidente executivo do PSC, pastor Everaldo Dias Pereira disse que a disputa foi “para ganhar ou perder”. Alegando que o espaço foi uma das opções dadas pela base aliada do governo Dilma, o pastor afirmou que os protestos populares não vão mudar a decisão da eleição. “Ninguém ganha de nós no grito. Ele não vai abandonar em hipótese alguma”, falou.
Na opinião do presidente executivo do PSC, os protestos em contrariedade ao nome de Marco Feliciano são descabidos e carregados de intolerância. “Aquele protesto dos ativistas gays na comissão… Se fossem evangélicos, seríamos massacrados. Com todo o respeito, se quiséssemos, colocaríamos ali, fácil, duzentas, quinhentas mil pessoas para fazer barulho”, falou.
Sobre as acusações de homofobia e racismo contra Feliciano, ele reafirma “que o princípio cristão é que casamento se dá entre homem e mulher. Não abrimos mão disso. Se a pessoa quer ser homossexual, problema dela. É o livre-arbítrio. Mas respeitem o que pensamos”.

Governo concedeu a Comissão de Direitos Humanos ao PSC, afirma pastor

A presidência da Comissão de Direitos Humanos foi parar nas mãos do PSC, após votação secreta e não comunicada à Mesa Diretora, por desacordo com o PT, afirma o presidente do PSC, Everaldo Dias Pereira. “Essa comissão veio parar em nossas mãos porque não cumpriram acordo conosco. Era para continuarmos na presidência da Comissão de Fiscalização e Controle, como foi em 2011 e 2012. Não cumpriram e, no final, sobrou Direitos Humanos ou Comissão de Participação Legislativa. Escolhemos a primeira”, disse.
Apesar de conceder a CDHM ao PSC, o governo não estaria interessado no nome de Marco Feliciano e, segundo o pastor, a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário teria manifestado isso ao líder do PSC, André Moura, por telefone. “Não conseguimos indicar um garçom sequer no governo. Somos da base aliada, mas nunca nos convidaram para o banquete”, falou.
Informações do O Globo

domingo, 10 de março de 2013

Decepcionados com a Igreja

Muitos são os cristãos abandonam o convívio das igrejas locais e decidem exercer sua religiosidade em modelos alternativos.
Por Mauricio Zágari - Créditos
A Igreja Evangélica brasileira está cansada. E é um cansaço que vem provocando mudanças fortes de paradigmas com relação aos modelos eclesiásticos tradicionais. Ele afeta milhões de pessoas que se cansaram de promessas que não se cumprem, práticas bizarras impostas de cima para baixo, estruturas hierárquicas que julgam imperfeitas ou do mau exemplo e do desamor de líderes ou outros membros de suas congregações. Dessa exaustão brotou um movimento que a cada dia se torna maior e mais visível: o de cristãos que abandonam o convívio das igrejas locais e decidem exercer sua religiosidade em modelos alternativos – ou, então, simplesmente rejeitam qualquer estrutura congregacional e passam a viver um relacionamento solitário com Deus. O termo ainda não existe no vernáculo, mas eles bem que poderiam ser chamados de desigrejados.
No cerne desse fenômeno está um sentimento-chave: decepção. Em geral, aqueles que abandonam os formatos tradicionais ou que se exilam da convivência eclesiástica tomam tal decisão movidos por um sentimento de decepção com algo ou alguém. Muitos se protegem atrás da segurança dos computadores, em relacionamentos virtuais com sacerdotes, conselheiros ou simples irmãos na fé que se tornam companheiros de jornada. Há ainda os que se decepcionam com o modelo institucional e o abandonam não por razões pessoais, mas ideológicas. Outros fogem de estruturas hierárquicas que promovam a submissão a autoridades e buscam relações descentralizadas, realizando cultos em casa ou em espaços alternativos.
A percepção de que as decepções estão no coração do problema levou o professor e pastor Paulo Romeiro a escrever Decepcionados com a graça (Mundo Cristão), livro onde avalia algumas causas desse êxodo. Embora tenha usado como objeto de estudo uma denominação específica – a Igreja Internacional da Graça de Deus –, a avaliação abrange um momento delicado de todo o segmento evangélico. Para ele, o epicentro está na forma de agir das igrejas, sobretudo as neopentecostais. “A linguagem dessas igrejas é dirigida pelo marketing, que sabe que cliente satisfeito volta. Por isso, muitas estão regendo suas práticas pelo mercado e buscam satisfazer o cliente”. Romeiro, que é docente de pós-graduação no Programa de Ciências da Religião da Universidade Mackenzie e pastor da Igreja Cristã da Trindade, em São Paulo, observa que essas igrejas não apresentam projetos de longo prazo. “Não se trata da morte, não se fala em escatologia; o negócio é aqui e agora, é o imediatismo”.  Segundo o estudioso, a membresia dessas comunidades é, em grande parte, formada por gente desesperada, que busca ajuda rápida para situações urgentes – uma doença, o desemprego, o filho drogado. “O problema é que essa busca gera uma multidão de desiludidos, pessoas que fizeram o sacrifício proposto pela igreja mas viram que nada do prometido lhes aconteceu.”
Se a mentalidade de clientela provocou um efeito colateral severo, a ética de mercado faz com que os fiéis passem a rejeitar vínculos fortes com uma única igreja local, como aponta tese acadêmica elaborada por Ricardo Bitun. Pastor da Igreja Manaim e doutor em sociologia, ele usa um termo para designar esse tipo de religioso: é o mochileiro da fé. “Percebemos pelas nossas pesquisas que muitas igrejas possuem um corpo de fiéis flutuantes. Eles estão sempre de passagem; são errantes, andam de um lugar para outro em busca das melhores opções”, explica. Essa multiplicação das ofertas religiosas teria provocado um esvaziamento do senso de pertencimento, com a formação de laços cada vez mais temporários e frágeis – ao contrário do que normalmente ocorria até um passado recente, quando era comum que as famílias permanecessem ligadas a uma instituição religiosa por gerações.
Para Bitun, a origem desse comportamento é a falta de um compromisso mútuo, tanto do fiel para com a denominação e seus credos quanto dessa denominação para com o fiel. O descompromisso nas relações, um traço de nosso tempo, impede que raízes de compromisso – não só com a igreja, mas também em relação a Deus – sejam firmadas. “Enquanto está numa determinada igreja, o indivíduo atua intensamente; porém, não tendo mais nada que lhes interesse ali, rapidamente se desloca para outra, sem qualquer constrangimento, em busca de uma nova aventura da fé”, constata.
Modelo desgastado – O desprestígio do modelo tradicional de igreja, aquele onde há uma liderança com legitimidade espiritual perante os membros, numa relação hierárquica, já não satisfaz uma parcela cada vez maior de crentes. “As decepções ocorrem tanto por causa de líderes quanto de outros crentes”, aponta o pastor Valdemar Figueiredo Filho, da Igreja Batista Central em Niterói (RJ). Para ele, um fator-chave que provoca a multiplicação dos desigrejados é a frustração em relação a práticas e doutrinas. “Nesses casos, geralmentequem se decepciona é quem se envolve muito, quem participa ativamente da vida em igreja”. Com formação sociológica, o religioso diz que o fenômeno não se restringe à esfera religiosa, já que todo tipo de tradição tem sido questionada pela sociedade. “Há uma tendência ampla de se confrontar as instituições de modo geral”, diz Valdemar, que é autor do livro Liturgia da espiritualidade popular evangélica (Publit).
O jovem Pércio Faria Rios, de 18 anos, parece sintetizar esse tipo de sentimento em sua fala. Criado numa igreja tradicional – ele é descendente de uma linhagem de crentes batistas –, Pércio hoje só freqüenta cultos esporadicamente. “Sinto-me muito melhor do lado de fora”, admite. “Estou cansado da igreja e da religião”. A exemplo da maioria das pessoas que pensam como ele, o rapaz não abriu mão da fé em Jesus – apenas não quer estar ligado ao que chama de “igreja com i minúsculo”, a institucional, que considera morta. “Reconheço o senhorio de Cristo sobre a minha vida e sou dependente da sua graça”, afirma. E qual seria a Igreja com i maiúsculo, em sua opinião? “O Corpo de Cristo, que continua viva, e bem viva, no coração de cada cristão.”
Boa parte dos desigrejados  encontra no território livre da internet o espaço ideal para exposição de seus pontos de vista. É o caso de uma mulher de 42 anos que vive em Cotia (SP) e assina suas mensagens e posts com o inusitado pseudônimo de Loba Muito Cruel. À reportagem de CRISTIANISMO HOJE, ela garante que é uma ovelha de Jesus, mas conta que durante muito tempo foi incompreendida e rejeitada pela igreja. “Desde os nove anos, estive dentro de uma denominação cheia de dogmas e regras rígidas, acusadora e extremamente castradora”. Na juventude, afastou-se do Evangelho, mas o pior, diz ela, veio depois. “Retornei ao convívio dos irmãos tatuada e cheia de vícios, e ao invés de ser acolhida, não senti receptividade alguma por parte da igreja, o que acabou me afastando mais ainda dela. Percebi o quanto os crentes discriminam as pessoas”, queixa-se.
Loba conta que, a partir dali, começou uma peregrinação por várias igrejas. Não sentiu-se bem em nenhuma. “Percebi que nenhum dos líderes vivia o que pregava. Isso foi um balde de água fria na minha fé”, relata. Hoje, ela prefere uma expressão de fé mais informal, e considera possível tanto a vida cristã como o engajamento no Reino de Deus fora da igreja – “Desde que haja comunhão com outros irmãos de fé, que se reúnam em oração e para compartilhar a Palavra, evangelizar e atuar na comunidade”, enumera.
Igreja virtual – Gente comoPércio e Loba compartilham algo em comum, além da busca por uma espiritualidade em moldes heterodoxos: são ativos no ambiente virtual, seja por meio de blogs ou através de ferramentas como o twitter e outras redes sociais. É cada vez maior a afluência de pessoas das mais diversas origens denominacionais à internet, em busca de comunhão, instrução e edificação. O pastor Leonardo Gonçalves lidera a Iglesia Bautista Misionera em Piura, no Peru. Mestre em teologia, edita o blog Púlpito cristão. “Quando comecei esse trabalho, passei a conhecer muitas pessoas que estavam insatisfeitas com os rumos que o evangelicalismo brasileiro estava tomando”, revela. “Neste processo, alguns começaram a ver o blog como uma alternativa à Igreja, ou até mesmo como uma igreja virtual”. Leonardo lida com esse tipo de público diariamente no blog. “Geralmente, são pessoas extremamente ressentidas. Consideram-se vítimas de líderes abusivos e autoritários e relatam que tiveram sua autonomia violada e a identidade quase banida em nome de uma mentalidade de rebanho que não refletia os ideais de Cristo.”
Outro que considera natural essa migração em busca de uma comunhão cristã que prescinde da igreja tradicional é o marqueteiro e teólogo presbiteriano Danilo Fernandes, editor do blog e da newsletter Genizah Virtual. Voltado à apologética, seu trabalho tem causado polêmicas e enfrentado resistências, inclusive de líderes eclesiásticos. “Pessoas cansadas de suas igrejas estão buscando pregadores com boas palavras, o que as leva à internet”. Para ele, buscar comunhão virtual em chats e outras mídias sociais é uma tendência. “A massa está desconfiada por traumas do passado; é gente machucada, marcada, ferida, gente que viu seus ídolos caírem”, conclui. Ele mesmo tem atendido diversas pessoas que o procuram para desabafar ou pedir conselhos.
Um resultado dessa busca por comunhão no ambiente virtual é o surgimento de grupos como o Clube das Mulheres Autênticas (CMA). Nascido de uma brincadeira entre mulheres cristãs que se conhecem apenas virtualmente, o grupo tem como lema “Liberdade de ser quem realmente se é”. A bacharel em direito Roberta Oliveira Lima, de 31 anos, é uma das integrantes. Ex-membro da Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte (MG), ela afastou-se de muitas das práticas ensinadas no modelo congregacional e se diz em busca de uma igreja “sem excessos”. Ela se define como “uma pessoa desigrejada, mas não desviada dos princípios do Evangelho”. Segundo Roberta, o CMA supre carências que a igreja local já não preenchia mais. “Nosso espaço tem sido um local de refúgio, acolhimento e alegrias”, relata.
Ela garante que, até o momento, o grupo não sentiu falta de uma figura sacerdotal. “Aquilo que nos propomos a buscar não requer tal figura”, alega. “Pelo contrário, temos entre nós alguns feridos da religião e abusados por figuras sacerdotais clássicas. O nosso objetivo maior é compartilhar a vida e o Evangelho que permeia todos os centímetros de nossa existência”, descreve, ressaltando que, para isso, não é necessário adotar uma postura proselitista. “Mas nosso objetivo jamais será o de substituir a igreja local”, enfatiza.
“Galho seco” – “Falta de acolhimento pela comunidade, o desgaste provocado pelo estilo centralizador e carismático de liderança e frustração com as ênfases doutrinárias contribuem para esse fenômeno”, concorda o pastor Alderi Matos, professor de teologia histórica no Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper, em São Paulo. Mas ele destaca outro fator que empurra as pessoas pela porta de saída dos templos: “É quando uma igreja e seus líderes se envolvem em escândalos morais e outros”.
A paraibana C., de 37 anos, é um exemplo de gente que fez esse penoso percurso. Ela relata uma história de abusos e falta de princípios bíblicos na congregação presbiteriana de que foi membro por mais de quinze anos, culminando com um caso de violência doméstica de que foi vítima – sendo que o agressor, seu marido, era pastor. “Havia perdido completamente a alegria de viver, ao me deparar com uma realidade bem distante daquela que o Evangelho propõe como projeto para a vida”. C. fala que conviveu em um ambiente religioso adoecido pela ausência do amor de Cristo entre as pessoas: “Contendas sem fim, maledicência impiedosa e muitos litígios entre pessoas que se diziam irmãs”.
Este ano, C. pediu o divórcio do marido e tem frequentado um grupo alternativo de cristãos. “Rompi com a religião. Hoje, liberta disso, tudo o que eu desejo é Jesus, é viver em leveza e simplicidade a alegria das boas novas do Evangelho”. Ela explica que, nesse grupo, encontrou pessoas que vivenciaram experiências igualmente traumáticas com a religião e chegaram com muitas dores de alma, precisando ser acolhidas e amadas. “Temos nos ajudado e temos sido restaurados pouco a pouco. No âmbito do grupo, um ambiente de confiança foi formado, de modo que compartilhar é algo que acontece naturalmente e com segurança.”
“As pessoas anseiam por ver integridade na liderança. Quando o discurso não casa com a prática, o indivíduo reconhece a hipocrisia e se afasta”, avalia o bispo primaz da Aliança das Igrejas Cristãs Nova Vida (ICNV), Walter McAlister. Para ele, se os modelos falidos de igrejas que não buscam o senso de comunhão e discipulado – como os que denuncia em seu livro O fim de uma era (Anno Domini) não mudarem, o êxodo dos decepcionados vai aumentar. Apesar de compreender os motivos que levam as pessoas a abandonarem a experiência congregacional, o bispo é enfático: “Nossa identidade cristã depende da coletividade e, portanto, de um compromisso com uma família de fé. Sem isso, a pessoa não cresce nas virtudes cristãs e deixa de viver verdadeiramente a sua fé. Como um galho solto, seca e morre”.
“O fenômeno dos desigrejados é péssimo. Somos um corpo, nunca vi orelhas andando sozinhas por ai”, diz Paulo Romeiro. O pastor Alderi, que também é historiador, recorre à tradição cristã para defender a importância da igreja na vida cristã. “Da maneira como a fé cristã é descrita no Novo Testamento, ela apresenta uma feição essencialmente coletiva, comunitária. A lealdade denominacional é importante para os indivíduos e para as igrejas. Quem não tem laços firmes com um grupo de irmãos provavelmente também terá a mesma dificuldade em relação a Deus”, sentencia.
Sinais do Reino – Dentro dessa linha de pensamento, é possível até mesmo encontrar quem fez uma jornada às avessas, ou seja, da informalidade religiosa para o pertencimento denominacional. Responsável pelo blog Lion of Zion, Marco Antonio da Silva, de 31 anos, é membro da Comunidade da Aliança, ligada à Igreja Presbiteriana do Brasil, em Recife (PE). Ele afirma que redescobriu sua fé na igreja institucional. “Para alguns militantes virtuais mais radicais, isso seria uma heresia, mas tenho uma família com necessidades que uma igreja local pode suprir – e a congregação da qual faço parte supre essa lacuna muito bem”, afirma.
“Existe desgaste, autoritarismo e inoperância em todos os lugares onde o homem está”, reconhece o pastor e missionário Nelson Bomilcar. Ele prepara um livro sobre o tema, baseado nas próprias observações do segmento evangélico a partir de suas andanças pelo país. “Podemos ficar cansados e desencorajados, mas temos que perseverar e continuar amando e servindo a Igreja pela qual Jesus morreu e ressuscitou”. Como músico e integrante do Instituto Ser Adorador, Bomilcar constantemente percorre congregações das mais variadas confissões denominacionais – além de ser ligado a seis igrejas locais, ele congrega na Igreja Batista da Água Branca, em São Paulo. “Continuo acreditando na Igreja do Senhor. Estou na Igreja porque fui colocado nela pelo Espírito Santo. É possível viver o Evangelho na comunidade, apesar de todas as suas ambiguidades, para balizarmos aqui e ali sinais do Reino de Deus. Tenho sido testemunha disso”.

sábado, 9 de março de 2013


Dia da Mulher e a sociedade idiota

Por Leonardo Sakamoto, em seublog:

Quando liguei a TV, nesta manhã de 8 de março, me deparei com colegas de profissão cumprindo suas pautas sobre o Dia Internacional da Mulher. Deu aquele desgosto ver uma importante data de reflexão e de luta novamente reduzida à distribuição de flores, promoções em salões de beleza, presentes na forma de jóias e vestidos e até equipamentos de limpeza do lar. Como se isso fosse o fundamental para garantir a dignidade das mulheres.

Por conta disso, elenquei, abaixo, algumas coisas que gostaria de ver noticiadas nesta data. Creio que, em algum momento, isso vai ser verdade. Depende de nós para mostrar quando. E a que custo:

1) A partir de agora, o sobrenome do marido não deverá ser imposto à sua companheira contra vontade dela, como uma marca de ferro em brasa delimitando a propriedade.

2) O currículo escolar será aprimorado para que, nas aulas de língua portuguesa, os meninos e rapazes possam compreender o real, objetivo, profundo e simples significado da palavra “não”.

3) As frases “Onde você acha que vai vestida assim?”, “A culpa não é minha, olha como você tá vestida!”, “Se saiu de casa assim, é porque está pedindo” a partir de agora serão banidas da boca de maridos, pais, irmãos, filhos, netos, namorados, amigos e outros barbados.

4) Está terminantemente proibido empregar apenas atrizes em comerciais de detergentes, desinfetantes, saches de privada, sabão em pó, rodos, vassouras, esponjas de aço, palhas de aço, aspiradores de pó, cera para chão e afins. A associação direta de mulheres e produtos de limpeza em comerciais de TV está extinta.

5) Empresas estão proibidas de distribuir flores no dia de hoje como prova de seu afeto às mulheres. Em vez disso, implantarão políticas para: 1) impedir que elas ganhem menos pela mesma função; 2) não sejam preteridas em promoções para cargos de chefia pelo fato de serem mulheres; 3) não precisem temer que a maternidade roube seu direito a ter uma carreira profissional; 4) seja punido com demissão o assédio de gênero como crime à dignidade de suas funcionárias.

6) Cuidar da casa e criar os filhos passa a ser visto também como coisa de homem. E prazer e orgasmo também como coisa de mulher.

7) Os editoriais dos veículos de comunicação não serão escritos por equipes eminentemente masculinas. Da mesma forma, as agências se comprometem a derrubar a hegemonia XY em suas equipes de criação, contribuindo para diminuir o machismo na publicidade.

8) O direito da mulher a ter autonomia sobre o próprio corpo e o direito de interromper uma gravidez indesejada não precisarão ser questionados. Nem devem requerer explicação.

9) Os partidos políticos não apenas garantirão cotas para a participação das mulheres nas eleições, mas investirão pesado em suas candidaturas a fim de contribuir para que os parlamentos representem, realmente, a sociedade brasileira. Da mesma forma, nomear mulheres como secretárias de governo, ministras e em cargos de confiança, na mesma proporção que homens, será ato corriqueiro.

10) Homens entenderão que “um tapinha não dói” é uma idiotice sem tamanho.

11) Por fim, feminismo será considerado sim assunto de homem. E meninos e rapazes, mas também meninas e moças, deverão ser devidamente educados desde cedo para que não sejam os monstrinhos formados em ambientes que fomentam o machismo, como a família, colégios e universidades.

Em tempo: aproveito para agradecer novamente às mulheres que passaram pela minha vida e foram fundamentais para que fosse um homem menos idiota.

sexta-feira, 8 de março de 2013

CHÁVEZ, BARÕES DA IMPRENSA, JORNALISTAS E JORNALISMO BURGUÊS


quarta-feira, 6 de março de 2013

Fotos de Hugo Chávez que arrepiam!: Hasta siempre Comandante


Em fotos, Chávez, uma vida dedicada a  luta pelo povo
 8 de agosto de 1998. El comandante Hugo Chávez Frías acompañado por su esposa, Marisabel, durante una gran marcha al inicio de la campaña electoral de los comicios presidenciales del 6 de diciembre de aquel año. © AFP Bertrand Parres
8 de agosto de 1998. El comandante Hugo Chávez Frías acompañado por su esposa, Marisabel, durante una gran marcha al inicio de la campaña electoral de los comicios presidenciales del 6 de diciembre de aquel año.
© AFP Bertrand Parres
 2 de febrero 1999. El recién investido presidente de Venezuela por vez primera, se dirige al Congreso de Venezuela tras ganar las elecciones presidenciales del 6 de diciembre con un 56% de los votos. © AFP Rodrigo Arangua
2 de febrero 1999. El recién investido presidente de Venezuela por vez primera, se dirige al Congreso de Venezuela tras ganar las elecciones presidenciales del 6 de diciembre con un 56% de los votos.
© AFP Rodrigo Arangua
 12 de octubre de 2001. El presidente de Venezuela le entrega un obsequio al Papa Juan Pablo II tras culminar la audiencia que mantuvieron en privado en el Vaticano. © AFP Presidencia
12 de octubre de 2001. El presidente de Venezuela le entrega un obsequio al Papa Juan Pablo II tras culminar la audiencia que mantuvieron en privado en el Vaticano.
© AFP Presidencia
 14 de abril de 2002. Hugo Chávez regresa al palacio presidencial para reasumir la presidencia tras ser expulsado del país. El 11 de abril de 2002, en medio de protestas en contra del sistema socialista, su puesto fue ocupado por Pedro Carmona Estanga, titular de Fedecámaras, el principal gremio empresarial de Venezuela. © AFP Rodrigo Arangua
14 de abril de 2002. Hugo Chávez regresa al palacio presidencial para reasumir la presidencia tras ser expulsado del país. El 11 de abril de 2002, en medio de protestas en contra del sistema socialista, su puesto fue ocupado por Pedro Carmona Estanga, titular de Fedecámaras, el principal gremio empresarial de Venezuela.
© AFP Rodrigo Arangua
 11 de abril de 2004. Hugo Chávez con los miembros del Ejército en Maracaibo, a 500 kilómetros de Caracas. © AFP Presidencia
11 de abril de 2004. Hugo Chávez con los miembros del Ejército en Maracaibo, a 500 kilómetros de Caracas.
© AFP Presidencia
 15 de agosto de 2004. Chávez celebra la victoria del referendo revocatorio de su mandato con un 59% de los votos. © AFP Luis Acosta
15 de agosto de 2004. Chávez celebra la victoria del referendo revocatorio de su mandato con un 59% de los votos.
© AFP Luis Acosta
 4 de diciembre de 2005. Elecciones legislativas. El oficialismo gana todos los cargos de la Asamblea Nacional (Parlamento). © AFP Andrew Alvarez
4 de diciembre de 2005. Elecciones legislativas. El oficialismo gana todos los cargos de la Asamblea Nacional (Parlamento).
© AFP Andrew Alvarez
 03 de diciembre de 2006. Chávez vota durante las elecciones presidenciales, donde fue reelegido para su segundo mandato con un 62% de los votos. © AFP Juan Barreto
03 de diciembre de 2006. Chávez vota durante las elecciones presidenciales, donde fue reelegido para su segundo mandato con un 62% de los votos.
© AFP Juan Barreto
 21 de diciembre de 2006. Hugo Chávez firma acuerdos bilaterales con el presidente electo de Ecuador, Rafael Correa, en el palacio presidencial de Miraflores, en Caracas. © AFP Presidencia
21 de diciembre de 2006. Hugo Chávez firma acuerdos bilaterales con el presidente electo de Ecuador, Rafael Correa, en el palacio presidencial de Miraflores, en Caracas.
© AFP Presidencia
 19 de agosto de 2007. Hugo Chávez graba una edición de su programa de televisión 'Aló Presidente'. © AFP Servicio de Prensa Presidencial / HO
19 de agosto de 2007. Hugo Chávez graba una edición de su programa de televisión ‘Aló Presidente’.
© AFP Servicio de Prensa Presidencial / HO
 31 de octubre de 2007. Hugo Chávez habla con su huésped, la modelo británica Naomi Campbell, antes de una ceremonia en el teatro Teresa Carreño de Caracas. © AFP Juan Barreto
31 de octubre de 2007. Hugo Chávez habla con su huésped, la modelo británica Naomi Campbell, antes de una ceremonia en el teatro Teresa Carreño de Caracas.
© AFP Juan Barreto
 18 de noviembre de 2007. Chávez con su homólogo iraní, Mahmoud Ahmadineyad, durante la ceremonia de clausura de la cumbre de la OPEP en Riad. © AFP Hassan Amar
18 de noviembre de 2007. Chávez con su homólogo iraní, Mahmoud Ahmadineyad, durante la ceremonia de clausura de la cumbre de la OPEP en Riad.
© AFP Hassan Amar
 30 de noviembre de 2007. Hugo Chávez besa la mano de una proponente suya durante una concentración en apoyo a las reformas constitucionales promovidas por su Gobierno. © AFP Juan Barreto
30 de noviembre de 2007. Hugo Chávez besa la mano de una proponente suya durante una concentración en apoyo a las reformas constitucionales promovidas por su Gobierno.
© AFP Juan Barreto
8 de diciembre de 2007. El presidente venezolano, Hugo Chávez con su homólogo bielorruso, Aleksandr Lukashenko, examinando una muestra de crudo pesado en la Faja del Orinoco, en el sureño estado de Anzoátegui, a 310 kilómetros de Caracas.
8 de diciembre de 2007. El presidente venezolano, Hugo Chávez con su homólogo bielorruso, Aleksandr Lukashenko, examinando una muestra de crudo pesado en la Faja del Orinoco, en el sureño estado de Anzoátegui, a 310 kilómetros de Caracas.
 18 de diciembre de 2007. El presidente venezolano abraza a su homólogo boliviano, Evo Morales, durante la XXXIV Cumbre del Mercosur en Montevideo. © AFP Pablo Porciuncula
18 de diciembre de 2007. El presidente venezolano abraza a su homólogo boliviano, Evo Morales, durante la XXXIV Cumbre del Mercosur en Montevideo.
© AFP Pablo Porciuncula
 6 de marzo de 2008. Chávez saluda afectuosamente a su homóloga argentina, Cristina Fernández de Kirchner, en el palacio presidencial de Miraflores, en Caracas. © AFP Juan Barreto
6 de marzo de 2008. Chávez saluda afectuosamente a su homóloga argentina, Cristina Fernández de Kirchner, en el palacio presidencial de Miraflores, en Caracas.
© AFP Juan Barreto
 25 de septiembre de 2008. Hugo Chávez con una réplica de un Tupolev TU-160 junto al entonces primer ministro y actual presidente ruso, Vladímir Putin, durante su reunión en Moscú. © AFP Presidencia
25 de septiembre de 2008. Hugo Chávez con una réplica de un Tupolev TU-160 junto al entonces primer ministro y actual presidente ruso, Vladímir Putin, durante su reunión en Moscú.
© AFP Presidencia
 18 de abril de 2009. Hugo Chávez entrega a su homólogo estadounidense, Barack Obama, el libro 'Las venas abiertas de América Latina' durante una reunión multilateral de la Cumbre de las Américas en Puerto España, Trinidad y Tobago. © AFP Jim Watson
18 de abril de 2009. Hugo Chávez entrega a su homólogo estadounidense, Barack Obama, el libro ‘Las venas abiertas de América Latina’ durante una reunión multilateral de la Cumbre de las Américas en Puerto España, Trinidad y Tobago.
© AFP Jim Watson
 11 de febrero de 2010. Hugo Chávez se prepara para lanzar una pelota durante un partido de softball con jugadores profesionales venezolanos en Caracas. © AFP Juan Barreto
11 de febrero de 2010. Hugo Chávez se prepara para lanzar una pelota durante un partido de softball con jugadores profesionales venezolanos en Caracas.
© AFP Juan Barreto
 21 de septiembre de 2010. Hugo Chávez y los candidatos a la Asamblea Nacional del gobernante Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV) en la víspera de las legislativas, donde el oficialismo logró la mayoría de los escaños. © AFP
21 de septiembre de 2010. Hugo Chávez y los candidatos a la Asamblea Nacional del gobernante Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV) en la víspera de las legislativas, donde el oficialismo logró la mayoría de los escaños.
© AFP
 15 de octubre de 2010. Hugo Chávez entrega unos regalos a Dmitri Medvédev, ex presidente de Rusia (2008-2012) y actual primer ministro, durante una conferencia de prensa celebrada en el Kremlin. © RIA Novosti Mikhail Klimentyev
15 de octubre de 2010. Hugo Chávez entrega unos regalos a Dmitri Medvédev, ex presidente de Rusia (2008-2012) y actual primer ministro, durante una conferencia de prensa celebrada en el Kremlin.
© RIA Novosti Mikhail Klimentyev
 31 de marzo de 2011. Hugo Chávez junto con su homólogo boliviano, Evo Morales, saluda a la gente durante su visita al país andino. © AFP Aizar Raldes
31 de marzo de 2011. Hugo Chávez junto con su homólogo boliviano, Evo Morales, saluda a la gente durante su visita al país andino.
© AFP Aizar Raldes
 6 de junio de 2011. Hugo Chávez y la presidenta de Brasil, Dilma Rousseff, durante una reunión en el Palacio de Planalto, en Brasil. © AFP Evaristo SA
6 de junio de 2011. Hugo Chávez y la presidenta de Brasil, Dilma Rousseff, durante una reunión en el Palacio de Planalto, en Brasil.
© AFP Evaristo SA
23 de julio de 2011. Maradona, Fidel y Chávez. Foto: Estudios Revolución
23 de julio de 2011. Maradona, Fidel y Chávez. Foto: Estudios Revolución
 21 de julio de 2012. Hugo Chávez saluda a sus partidarios durante un acto de campaña electoral para las presidenciales del 7 de octubre, en las que fue reelegido. © AFP
21 de julio de 2012. Hugo Chávez saluda a sus partidarios durante un acto de campaña electoral para las presidenciales del 7 de octubre, en las que fue reelegido.
© AFP
 27 de agosto de 2012. Chávez visita el Hospital de Paraguaná, donde están ingresadas las personas heridas en la explosión de la refinería de petróleo Amuay. © AFP Presidencia
27 de agosto de 2012. Chávez visita el Hospital de Paraguaná, donde están ingresadas las personas heridas en la explosión de la refinería de petróleo Amuay.
© AFP Presidencia
2012. Conclusión de visita a Cuba de Chávez, sostuvo encuentros con Fidel y Raúl
2012. Concluysión de visita a Cuba de Chávez, sostuvo encuentros con Fidel y Raúl
 20 de septiembre de 2012. Hugo Chávez toca la guitarra durante un Consejo de Ministros en el palacio presidencial de Miraflores en Caracas. © AFP Presidencia
20 de septiembre de 2012. Hugo Chávez toca la guitarra durante un Consejo de Ministros en el palacio presidencial de Miraflores en Caracas.
© AFP Presidencia
 24 de septiembre de 2012. Hugo Chávez "noquea" a la oposición durante un acto de campaña electoral en Acarigua (noroeste de Venezuela). © AFP Juan Barreto
24 de septiembre de 2012. Hugo Chávez “noquea” a la oposición durante un acto de campaña electoral en Acarigua (noroeste de Venezuela).
© AFP Juan Barreto
 3 de octubre de 2012. Hugo Chávez baila durante un acto de campaña electoral en Maracay. © AFP Juan Barreto
3 de octubre de 2012. Hugo Chávez baila durante un acto de campaña electoral en Maracay.
© AFP Juan Barreto
 7 de octubre de 2012. Hugo Chávez saluda a sus partidarios tras recibir la noticia de su reelección con el 54,42% de los votos, derrotando así al principal candidato opositor, Henrique Capriles, que obtuvo el 44,47%. © AFP Juan Barreto
7 de octubre de 2012. Hugo Chávez saluda a sus partidarios tras recibir la noticia de su reelección con el 54,42% de los votos, derrotando así al principal candidato opositor, Henrique Capriles, que obtuvo el 44,47%.
© AFP Juan Barreto