quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Nação-pobreza: como os EUA criaram um pântano de baixos salários




Durante décadas, ambos os partidos norte-americanos suplantaram um impulso para salários mais elevados com auxílios públicos bem-intencionados. O resultado: calamidade.

Por Joan Walsh*, na revista Salon


 
Foto: NBC News
2013 é o ano em que muitos norte-americanos descobriram a crise dos trabalhadores pobres. E essa também é a crise dos pobres que vivem de benefícios. Isso é difícil para nós: os norte-americanos que notoriamente detestamos assistencialismo, a menos que seja chamado de outra coisa e/ou nos beneficie pessoalmente. Nós achamos que isso é para os preguiçosos, vagabundos e para pessoas que não fazem a sua parte.

Portanto, não temos certeza de como lidar com o fato de que um quarto das pessoas que têm emprego hoje ganham tão pouco dinheiro que elas também recebem alguma forma de assistência pública, ou benefícios – uma proporção que é muito maior em alguns dos setores de maior crescimento da força de trabalho. Ou que 60% dos adultos beneficiários de auxilio alimentação estão empregados.

Um total de 52% das famílias dos trabalhadores de fast-food recebe assistência pública – a maior parte dela vem do Medicaid [1], vale-refeição e do crédito de imposto sobre rendimento (EITC) [2] – até a quantia de US$7 bilhões anuais, de acordo com uma nova pesquisa do Centro de Pesquisa do Trabalho da Universidade da Califórnia-Berkeley e da Universidade de Illinois.

Segundo o estudo, somente os trabalhadores do McDonald's recebem US$ 1,2 bilhão em ajuda pública. Essa é uma indústria, a propósito, que no ano passado faturou US$ 7,44 bilhões em lucros, paga US$ 52,7 milhões aos seus altos executivos e distribuiu 7,7 bilhões em dividendos e reaquisição de ações. Mesmo assim, “o recebimento de recursos públicos é a regra, e não a exceção, para essa força de trabalho", concluiu o estudo.

Depois, há o Wal-Mart, que, como Josh Eidelson, da Salon, informou recentemente, vangloriou-se numa conferência do Goldman Sachs que "mais de 475 mil" de seus 1,3 milhão de trabalhadores ganham mais de US$ 25mil por ano – o que nos permite inferir que quase 60% ganham menos.

Os democratas do Comitê de Educação e Força de Trabalho estimaram que as gigantescas cadeias de varejo de baixo custo beneficiam-se de muitos bilhões de dólares em financiamentos de assistência pública; um "hipermercado" do Wisconsin custa aos contribuintes pelo menos US$ 1 milhão por ano em assistência pública para as famílias dos trabalhadores. Lembre-se, também, que seis membros da família Walton possuem a riqueza equivalente a de 48 milhões de norte-americanos juntos.

Mas não é só fast-food e Wal-Mart: um em cada três caixas de banco recebe assistência pública, revelou o Committee for Better Banks, na semana passada, a um custo de quase US$ 1 bilhão por ano em ajuda federal, estadual e local. É isso mesmo: uma das indústrias mais rentáveis, privilegiadas e de alto prestígio do país, a do ramo bancário, paga a um setor de seus trabalhadores salários chocantemente baixos e depende dos contribuintes para tirá-los da pobreza. Só em Nova York, 40% dos caixas de banco e seus familiares recebem assistência pública, custando US$ 112 milhões em benefícios estaduais e federais.

Os CEOs dos bancos ganham vários milhões de dólares em bônus quando os lucros aumentam, enquanto milhões de caixas são tão pobres que recebem assistência social. Há algo de errado nisso.

A repulsa pelas empresas rentáveis que pagam salários em nível de pobreza está ajudando a alimentar uma onda de organização há muito esperada e a protestar em nome dos trabalhadores com baixos salários, desde greves de trabalhadores de fast-food que varreram o país até protestos contra o Wal-Mart nessa temporada de férias. Os contribuintes recuam diante da ideia, mas também muitos trabalhadores. "Eu pensei que eu poderia me virar por conta própria. Isso não aconteceu”, disse a funcionária do Wal-Mart Aubretia Edick, ao Huffington Post, que ganha US$ 11,70 por hora e ainda recebe assistência pública. É por isso que ela se juntou a uma greve de um dia. "O Wal-Mart não paga o meu salário", disse. "Você paga o meu salário."

Os EUA agora tem a maior proporção de trabalhadores com baixos salários do mundo desenvolvido, de acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Um em cada quatro norte-americanos ganha menos de dois terços do salário médio, que é a mesma proporção que depende da ajuda pública. Está se tornando mais amplamente aceito que a disseminação e persistência de empregos de baixos salários esteja por trás do aumento da desigualdade de renda e redução da mobilidade social. O que é menos conhecido é o papel que os democratas têm desempenhado na criação dessa armadilha.

Aumento da desigualdade

Em seu discurso amplamente admirado sobre a desigualdade de renda, do dia 4 de dezembro, o presidente Obama parecia compartilhar todas essas preocupações.

"Nós sabemos que há os trabalhadores do aeroporto, os trabalhadores de fast-food, os auxiliares de enfermagem e os vendedores do varejo que trabalham duro e ainda vivem na pobreza ou um pouco acima dela", disse ele.

Baseado em grande parte naquele discurso e em alguns sussurros vindos da Ala Oeste da Casa Branca, a revista Político anunciou na sexta-feira (13) "O presidente Obama volta-se para a esquerda". Mas, à parte de dizer mais uma vez que é hora de aumentar o salário mínimo, o presidente ainda não colocou muita força em uma agenda de “esquerda” para os trabalhadores com baixos salários.

Também seria bom que Obama reconhecesse: o fato de que tantos norte-americanos "trabalham duro e ainda estão vivendo na pobreza ou um pouco acima dela" e que recebem assistência pública não é apenas um acidente infeliz. É o resultado de uma política pública apoiada por muitos democratas – e ele não tem feito muito para mudá-la ou desafiá-la. Na verdade, o presidente do Conselho de Assessores Econômicos de Obama fez a sua defesa mais vigorosa.

A verdade é que um consenso bipartidário que surgiu na década de 1990 dizia que um emprego, praticamente qualquer emprego, era melhor do que a assistência pública a longo prazo para os chamados adultos "capacitados fisicamente", incluindo as mães com crianças pequenas. Isso levou à controversa reforma da legislação da previdência, que teve ramificações muito além do domínio dos benefícios sociais.

Os republicanos exigiam trabalho de beneficiários da previdência social, a maioria dos democratas concordou, mas exigiu um novo suporte para trabalhadores de baixa renda: uma expansão do EITC, Medicaid e elegibilidade do vale-refeição mais amplos, novos (embora não suficientes) subsídios para cuidados infantis. (Como senador do estado de Illinois, Obama era crítico da ideia, mas, mais tarde, aprovou o acordo.) Os novos programas de apoio também ajudaram milhões de trabalhadores de baixa renda, que nunca tinham necessitado de benefícios; enquanto os salários continuaram estagnando e até mesmo diminuindo, mais pessoas passaram a ser elegíveis.

Mas quando os defensores trabalhistas começaram a perceber e protestar que os empregadores estavam contando com os contribuintes para apoiar a sua força de trabalho há uma década, alguns liberais lhes disseram para não se preocuparem com isso. Respondendo a uma onda anterior de organização contra as práticas trabalhistas do Wal-Mart, o presidente do Conselho de Assessores Econômicos (CEA, na sigla em inglês) do presidente Obama, Jason Furman, escreveu um artigo muito influente em 2005 intitulado "Wal-Mart: uma historia de sucesso progressista" (Oito anos depois, isso soa como se ele estivesse debochando de nós.) O ex-conselheiro econômico de Clinton argumentou que os preços baixos das grandes redes ajudaram os pobres, e que a dependência de seus funcionários à assistência pública não foi um erro, mas uma característica da política social progressista.

Furman reconheceu o presidente Clinton como aquele que presidiu "a transformação da nossa rede de segurança social de um suporte para os indigentes para um sistema que faz o trabalho pagar (…) expansões em apoio aos trabalhadores de baixa renda, incluindo um crédito de imposto sobre rendimento (EITC) mais generoso e esforços para garantir que as crianças não perdessem o seu Medicaid se seus pais conseguissem um emprego de baixa remuneração". Essencialmente, a dependência dos empregados do Wal-Mart em tais programas representou uma boa política social-democrata, Furman argumentou. E em uma troca memorável com Barbara Ehrenreich no site Slate, ele repreendeu os críticos progressistas do Wal-Mart por "brincar com os instintos primitivos antibenefício, antigoverno, anti-imposto de alguns conservadores". (Deixe para um democrata da era Clinton culpar os progressistas pelos bem estabelecidos "instintos primitivos antibenefícios" da direita.)

Embora o artigo de Furman sobre o Wal-Mart seja de oito anos atrás, ele foi amplamente citado como uma razão para os progressistas para questionar a sua nomeação como presidente do CEA no início deste ano (embora economistas progressistas desde Jared Bernstein a Paul Krugman endossaram a sua seleção). Apenas alguns meses atrás, quando a câmara municipal de Washington aprovou uma lei exigindo que grandes varejistas não-sindicalizados pagassem um salário mínimo de 12,50 dólares por hora, o Wal-Mart enviou aos repórteres o artigo de Furman na defesa.

Curiosamente, eu nunca vi Furman defender ou qualificar ou atualizar o artigo, mesmo em face de uma nova onda de movimentos anti-Wal-Mart. Eu não estava completamente confortável em usar um documento de oito anos de idade para defender seus pontos de vista, então pedi aos funcionários de comunicação da Casa Branca se ele falaria comigo sobre isso. Eu não obtive resposta.

Como social-democrata, eu não acho que Furman esteja errado em defender o papel dos programas sociais em melhorar a vida dos trabalhadores de baixa renda. Muitos progressistas acreditam que devemos separar o plano de saúde do emprego por completo, por exemplo, e torná-lo um benefício universal pago por impostos corporativos e impostos de valores máximos, mais as contribuições individuais de escala móvel. Em todo o mundo desenvolvido, os trabalhadores de quase todos os níveis podem contar com planos de saúde, puericultura, formação profissional e de treinamento, e até mesmo (em níveis salariais mais baixos) suplementos salariais financiados pelo governo.

Mas não é calvinismo punitivo ou vergonha dos benefícios em questionar até que ponto que agora é certo que trabalhadores de baixa renda tenham que contar com o vale-refeição e outras intervenções públicas, muitas vezes por um longo tempo, talvez permanentemente. Por não exigirem também aumentos regulares do salário mínimo ou colocar mais força na organização sindical, os democratas ajudaram a criar um vasto conjunto de empregos de baixos salários que paira um pouco acima da linha de pobreza, e às vezes ainda abaixo dela, graças à assistência pública, e não tem a força econômica e política para melhorar os salários e as condições de trabalho. Isso não pode ser bom para ninguém.

Na verdade, a noção de que tantos milhões de pessoas trabalham tão duro e ainda são pobres o suficiente para receber ajuda pública está aumentando: ela ajuda a mostrar que os salários baixos, não a falta de esforço ou "dependência", são, em parte, aquilo que está fazendo encolher a classe média. Não apenas os contribuintes, mas também os trabalhadores de baixa renda acham que sair da pobreza, com a ajuda de vale-refeição, Medicaid e o EITC, deve ser apenas uma vitória temporária a caminho de um lugar sólido no mercado de trabalho onde o trabalho é devidamente remunerado.

Eu certamente não estou demonizando a assistência pública. Nós ainda gastamos uma ninharia para ajudar os trabalhadores de baixos salários em comparação com o apoio social desfrutado por seus pares em outras nações prósperas. Os progressistas certamente estão orgulhosos de um estudo recente que mostrou que os programas de combate à pobreza, de fato, tiram as pessoas da pobreza – cerca de um quarto dos americanos viveriam abaixo da linha da pobreza se não fosse pelo apoio social, em oposição a um triste 16 por cento hoje. Isso deve obliterar a história infundada de Reagan de que "nós lutamos uma guerra contra a pobreza, e a pobreza venceu".

Mas a cada dólar que o contribuinte paga para subsidiar as empresas que pagam salários de miséria é um dólar não gasto em programas de primeira infância, na construção de universidades ou no financiamento da educação universitária. Sim, precisamos de redes de segurança, mas também precisamos de escadas de oportunidade. O gasto do governo que construiu a classe média depois da Segunda Guerra Mundial foi em educação e pesquisa, e foi apoiado pela mais eficaz iniciativa antipobreza do New Deal: a Lei Wagner, que facilitou a organização sindical.

Hoje, temos uma rede de segurança puída, mas essas escadas de oportunidade são ainda mais frágeis e pouco confiáveis. Nós simplesmente não estamos construindo-as – e é por isso que nós estamos enfrentando uma crise de desigualdade de renda e uma estagnação da mobilidade social, que costumava ser o coração do sonho americano.

Questão trabalhista

O presidente Obama pareceu reconhecer ao menos alguma conexão entre a proliferação de empregos de baixos salários e a crise de desigualdade de renda em seu discurso marcante de 4 de dezembro. Condenando o aumento do número de postos de trabalho que pagam salários a nível de pobreza, ele declarou que "já está mais do que na hora de aumentar o salário mínimo que, em termos reais, agora está abaixo de onde estava quando Harry Truman estava no governo", e acrescentou que "está em tempo de garantir que as nossas leis coletivas de negociação funcionem como deveriam, e assim os sindicatos terão condições de concorrência equitativas para organizar um acordo melhor para os trabalhadores e melhores salários para a classe média". Ele também se comprometeu a reconstruir as "escadas de oportunidade" que fizeram a sua família e milhões de outras, incluindo a minha, subir da classe trabalhadora para a classe média. Dado o balanço de extrema-direita do Partido Republicano, no entanto, não é provável que ele seja capaz de fazer muito disso acontecer.

O que me leva ao outro problema dos trabalhadores de baixa renda que estão sendo obrigados a depender da assistência pública: eles são, infelizmente, vulneráveis a serem bode expiatório político e política baixa. O deputado Paul Ryan chama a rede de segurança de "rede de praia", o que é horrível quando sabemos que muitas pessoas tem pelo menos um, e talvez dois, empregos e ainda permanecem pobres. Mitt Romney investiu contra os 47% dos norte-americanos que não pagam imposto de renda federal, o que inclui milhões de trabalhadores de baixa renda que recebem o crédito fiscal dos rendimentos auferidos (EITC), mesmo que esse tenha sido uma ideia republicana, assinada em lei pelo presidente Gerald Ford e expandida por ambos os presidentes Bush.

Mas os republicanos não estão fazendo pressão para aumentar o salário mínimo ou tornar mais fácil para os trabalhadores de baixa renda organizar sindicatos. A resposta deles é retirar a rede de segurança dos trabalhadores sem a construção de escadas que os fariam subir. E com cortes do vale-refeição, eles estão conseguindo o que eles querem.

Neste momento, a melhor resposta é um movimento operário revigorado em nome dos trabalhadores com baixos salários, e é revitalizando vê-lo se desenvolver. Em um nível, é surpreendente que tenha levado tanto tempo. Muitos empregos de baixos salários têm a vantagem de serem de base territorial, eles não podem se mudar para países em desenvolvimento. Os drones não vão entregar o seu hambúrguer do McDonald's num futuro próximo, e o Wal-Mart não pode vender tudo online, senão ele iria. Os caixas de banco já foram dizimados por caixas eletrônicos e pelos serviços bancários online; aqueles que ainda têm emprego os têm porque são necessários.

Mas também seria importante para mais pessoas – mais democratas – reconhecer o papel que a política tem desempenhado na criação desse pântano de empregos de baixos salários que tem sido um pouco menos miserável devido aos subsídios públicos. Como a desigualdade de renda aumentou, a mobilidade social, marca registrada dos EUA, diminuiu. A crise dos empregos de baixos salários é cada vez mais reconhecida como parte daquilo que está ampliando a desigualdade e retardando a mobilidade social. No quinto ano de sua presidência, Obama está ficando melhor em descrever o problema, mas ele precisa fazer mais para apoiar os trabalhadores que estão tentando pressionar por soluções.

Notas:

1. Medicaid: programa de assistência médica dos EUA para famílias e indivíduos de baixa renda.

2.Earned Income Tax Credit: crédito recebido através do imposto de renda federal dado para trabalhadores ou casais – principalmente aqueles com filhos menores de idade.

*É editor, jornalista e blogueiro

Tradução: Moisés Sbardelotto

Aniversário da morte de Charles Chaplin


RECENT ARTICLES

Hoje na História: 25/12/1977 - Morre Charlie Chaplin, ator e cineasta inglês



No dia 25 de dezembro de 1977 morria, em Corsier-sur-Vevey, na Suíça, Charles Spencer Chaplin, mais conhecido como Charlie Chaplin, mundialmente famoso pelas suas atuações nos filmes do cinema mudo. Ele também foi diretor, produtor, empresário, escritor, roteirista e músico. Nascido no dia 16 de abril de 1889, em Londres, ele fazia bastante uso da mímica e do pastelão. Chaplin atuou em filmes como “O Imigrante”, “O Garoto”, “Em Busca do Ouro”, “O Circo”, “Luzes da Cidade”, “Tempos Modernos”, “O Grande Ditador”, “Luzes da Ribalta”, “Um Rei em Nova York” e “A Condessa de Hong Kong”. Seu principal e mais famoso personagem ficou conhecido como Carlitos ou "O Vagabundo" no Brasil. Trata-se de um andarilho pobre de modos refinados. Com o seu bigodinho típico, ele vestia um fraque preto desgastado, assim como suas calças e sapatos, estes maiores do que o seu pé, além cartola e bengala. Em 1952, Chaplin deixou os EUA e nunca mais voltou, pois teve seu visto negado por conta da perseguição ideológica que sofria na época do macarthismo. Depois disso, ele decidiu viver na Suíça. Chaplin é o cineasta mais homenageado de todos os tempos. Ainda em vida foi condecorado Cavaleiro do Império Britânico, recebeu a Ordem Nacional da Legião da Honra (França), Doutor Honoris Causa (Universidade de Oxford) e ganhou o Oscar especial pelo conjunto da obra em 1972.

Mais que de máquinas, precisamos de humanidade.
A persistência é o caminho do êxito.
Nada é permanente nesse mundo cruel - nem mesmo os nossos problemas.
Por simples bom senso, não acredito em Deus. Em nenhum.

Um dia sem rir é um dia desperdiçado.


Charlie Chaplin

Monsanto e o poder do veneno


Monsanto e o poder do veneno

Editorial do jornal Brasil de Fato: via blog do MIRO


Os ratos alimentados, a vida toda, com o milho transgênico da Monsanto desenvolveram câncer, problemas hepático-renais e morte prematura em índices bem superiores aos que receberam outro tipo de alimentação. 

Um estudo publicado em 2012, liderado pelo pesquisador francês Gilles-Éric Séralini, mostrou que 50% dos machos e 70% das fêmeas morreram de forma prematura, contra, respectivamente, 30% e 20% dos do grupo que não comeram o milho do Monsanto. 

Se não bastasse a gravidade da denúncia, uma vez que o milho é um dos principais alimentos dos seres humanos, o caso explicitou a outra face da gigante empresa estadunidense do agronegócio: sua ingerência política nos âmbitos científicos. 

A revista, a Food and Chemical Toxicology, mesmo reconhecendo que o artigo de Séralini é sério e não apresenta incorreções, se retratou da sua publicação, dizendo que o estudo não é conclusivo. 

A retratação ocorreu depois de uma agressiva campanha contra o trabalho do pesquisador francês e, pasmem, após a revista ter contratado como editor especial Richard Goodman, ex-funcionário da Monsanto! 

Não faltaram espaços nos meios de comunicação para cientistas, dos centros de pesquisas financiados pela Monsanto, pela Syngente e pela Bayer, repetirem críticas – parciais e inexatas – apenas horas depois da publicação do artigo. 

A agência de notícias Adital, que publicou essas informações, não esqueceu de lembrar que o mesmo tipo de perseguição sofreu o mexicano Ignacio Chapela, quando publicou na revista Nature um artigo em que denunciava que o milho camponês da região de Oaxaca/México havia sido contaminado pelo transgênico da Monsanto. 

A repetição dessa prática fez com que a Unión de Científicos Comprometidos con la Sociedad emitisse um comunicado condenando a pressão que as empresas transnacionais fazem para que as revista científicas se retratem dos estudos que confirmam danos à saúde pelo consumo dos seus produtos. 

O Prêmio Nobel de Medicina/ 2013, Randy Schkman, já havia alertado sobre a promiscuidade das revistas científicas com os grandes grupos empresariais, causando danos à ciência. 

Em julho, a ONG europeia, protetora do meio ambiente, Amigos da Terra e a Federação para meio Ambiente e Proteção à Natureza Deutschland (BUND) se prepararam para apresentar um estudo sobre os efeitos do herbicida glifosato no corpo humano. Os herbicidas que contêm glifosato são carros-chefe da Monsanto. O estudo seria apresentado em 18 países. Misteriosamente, dois dias antes da publicação do estudo, um vírus paralisou o computador do principal organizador do evento. Em nenhum momento se responsabilizou a Monsanto pelo ocorrido. 

No entanto, não são desconhecidas as estreitas relações que essa empresa mantém com serviços secretos estadunidenses, com as forças armadas, em empresas de segurança privadas e, principalmente, junto ao governo dos EUA. 

É possível que as relações que a empresa mantém com esse poderoso aparato, com inimaginável capacidade investigativa e repressiva, tenham vínculos com os numerosos relatos de ataques cibernéticos regulares, com padrão profissional, que sofrem os críticos da Monsanto. 

Com todo esse poderio políticoeconômico, a empresa estadunidenses foi mencionada, inúmeras vezes, com uma ativa coautora do golpe de Estado paraguaio, em junho de 2012, que afastou o presidente democraticamente eleito, Fernando Lugo. 

O educador Juan Diaz Bordenavce, falecido em novembro de 2012, escreveu que, entre os dez fatores que serviram como detonadores do golpe, estava o “aumento da proibição de sementes transgênicas, o que poderia afetar os enormes lucros da multinacional norte-americana Monsanto”. 

Com o passar dos dias, evidenciou- se ainda mais a participação das transnacionais Monsanto e Cargill, em conluio com a oligarquia latifundiária, as elites empresariais e sua mídia, na execução do golpe. 

Essa folha corrida da Monsanto é mais um elemento favorável à Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4650, proposta no STF pela OAB, solicitando fim das doações de campanha eleitoral por pessoas jurídicas. 

Não causa surpresa ver que ministros do STF, safos, como Gilmar Mendes, se posicionem contrários à ação da OAB. Os campos de atuação e os interesses comuns ficam cada vez mais evidenciados.

Natal em Cuba: razões para comemorar


Socialismo continuará na ilha, e o propósito é que seja próspero e sustentável,
Créditos: OPERAMUNDI
O socialismo continuará na ilha, e o propósito é que seja próspero e sustentável, segundo os lineamentos aprovados pelo Partido Comunista de Cuba e que marcam o processo de mudanças na nação caribenha.

Trata-se de outro momento histórico no processo revolucionário cubano, que se tem sustentado na unidade da nação e na resistência à hostilidade de sucessivas administrações dos Estados Unidos.

Leia mais:

Cuba debate

Líder da Revolução Cubana, Fidel Castro recebeu Nicolás Maduro em Havana no último sábado

Não foi fácil chegar até aqui. Cuba tem suportado o bloqueio mais longo da história, pelo qual se nega ao país investimentos, financiamento, avanços tecnológicos, medicamentos e alimentos.

Os cubanos pagaram ademais um alto preço: mais de três mil pessoas morreram e semelhante quantidade ficou ferida ou mutilada por atos terroristas financiados e apoiados pelos EUA. Ataques armados, sabotagens, atentados aos líderes da Revolução, agressões biológicas, planos de subversão interna e de isolamento externo fizeram parte do arsenal contra a pequena ilha caribenha.

Leia mais:
Pela 22ª vez, Assembleia Geral da ONU pede fim de bloqueio a Cuba

Mas nada disto desviou um milímetro a trajetória do processo cubano que transformou quartéis em escolas, impulsionou a reforma agrária, liquidou o latifúndio e nacionalizou setores vitais da economia.

Não foi casual que o líder histórico dos cubanos, Fidel Castro, declarou em abril de 1961 o caráter socialista da Revolução, em vésperas da invasão mercenária pela Baía dos Porcos, cuja derrota foi qualificada em Cuba como a primeira derrota do imperialismo ianque na América Latina.

Desde então o caminho tem estado cheio de obstáculos, mas também de avanços e conquistas que hoje, em meio a dificuldades econômicas, se mantêm, e o propósito é torna-la mais eficientes.

Reprodução Cuba Magazine

Encontro histórico entre Barack Obama e Raúl Castro


Cuba encerrou o ano com a menor mortalidade infantil e materna de sua história, obra de um sistema de saúde pública que não só chega a todos os rincões do país, mas que se estende a numerosas nações.

A maior das Antilhas está entre os 50 países com maior proporção de pessoas com 60 anos ou mais, o que é interpretado como resultado da política de desenvolvimento social e direitos humanos.

Grande parte dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio está cumprida nesta terra, cuja vizinhança com a maior potência do planeta é uma espada de Dâmocles, em particular pela política de bloqueio.

Mesmo assim, seus indicadores situam Cuba como um país de elevado desenvolvimento humano, que ocupa o 51º lugar entre 187 países.

Por sua parte, a Organização das Nações Unidas para a Educação e a Cultura (Unesco) coloca Cuba no 14º lugar no mundo em seu Índice de Desenvolvimento da Educação para Todos.

De um país anteriormente de monocultura da cana de açúcar, a economia cubana se sustenta hoje mais em seu capital humano, especialistas em saúde, educação e outros que fazem dos serviços a fonte mais importante de receitas.

As transformações apontam a empresa socialista como a pedra angular do sistema econômico, mas abrem espaços a outras formas de produção que incluem as cooperativas e o trabalho por conta própria.

Uma particularidade é que os mais de 400 mil trabalhadores por conta própria têm garantida a seguridade social, diferentemente de outras nações onde os que vivem da chamada economia informal não têm esse direito.

A atualização da política migratória, o novo Código do Trabalho, a criação da Zona de Desenvolvimento Especial de Mariel (no oeste), a entrega de terras em usufruto, são algumas das medidas e passos das mudanças sem pausa, mas sem pressa, que têm lugar na ilha.

Ao mesmo tempo, o marco legal e institucional do país para a atualização do modelo econômico se constrói sobre a base da justiça social e da solidariedade.

Vinculado a toda esta atividade, Cuba conseguiu este ano importantes avanços na renegociação de sua dívida externa, em particular o acordo com a Rússia a respeito do perdão do débito existente com a antiga União Soviética.

O presidente Raúl Castro tem sido enfático na posição de princípios de honrar os compromissos financeiros do país, cuja credibilidade na matéria cresceu e abre novas possibilidades de investimentos e financiamento.

Segundo as autoridades, os dois próximos anos serão decisivos para o processo de atualização, com a consolidação de experimentos e a aplicação de outros, incluídos os primeiros passos para a unificação monetária e cambial que permitirá melhores controles dos parâmetros da economia.

Enquanto isso, os cubanos têm por estes dias razões para celebrar e esse espírito se respira nas ruas, centros de trabalho e estudo onde as felicitações, trocas de presentes e comemorações mostram confiança no futuro.

Assim ocorreu neste 24 de dezembro, onde o tema predominante é a celebração do Natal em família, antessala da despedida de 2013 e da chegada do 56º ano da Revolução.

(*)  Texto originalmente publicado no portal Cubadebate / Blog da Resistência e republicado pelo Portal Vermelho

domingo, 22 de dezembro de 2013

CARTA ABERTA À REDE GLOBO CONTRA A MENTIRA SOBRE OS PALESTINOS


CARTA ABERTA À REDE GLOBO CONTRA A MENTIRA SOBRE OS PALESTINOS


Federação Árabe Palestina do Brasil
A REDE GLOBO, DIREÇÃO E AUTOR DA NOVELA "AMOR À VIDA", PRESTAM UM TRIBUTO AO ÓDIO E PRECONCEITO AO EXIBIR CENA ONDE TRANSMITE O CONCEITO DE QUE TODOS OS PALESTINOS SÃO TERRORISTAS.
ISSO DEMONSTRA O QUANTO ESSA EMISSORA ESTÁ TOTALMENTE DESCONECTADA COM A REALIDADE DO CONFLITO PALESTINO ISRAELENSE OU ESTÁ CONECTADA COM SETORES MINORITÁRIOS DA SOCIEDADE BRASILEIRA QUE PREGAM A DISCRIMINAÇÃO RACIAL, ÉTNICA E RELIGIOSA COMO FILOSOFIA DO AGIR E PENSAR.
MAL SABEM ESSES SENHORES DESSA EMISSORA QUE OS PALESTINOS SÃO ÁRABES E QUE NO BRASIL HÁ MAIS DE 12 MILHÕES DE ÁRABES E SEUS DESCENDENTES(LIBANESES, SÍRIOS, LIBANESES, EGÍPCIOS, JORDANIANOS E OUTRAS NACIONALIDADES ÁRABES).
MAL SABEM ESSES SENHORES QUE AO OFENDER E DISCRIMINAR O POVO PALESTINO ESTÃO DISCRIMINANDO NÃO SÓ OS BRASILEIROS ÁRABES, MAS TODA A NAÇÃO BRASILEIRA QUE RECEBEU DE BRAÇOS ABERTOS ESSES ÁRABES QUE SEMPRE CONTRIBUIRAM PARA O DESENVOLVIMENTO E CONSTRUÇÃO DO BRASIL.
A HISTÓRIA DA PRESENÇA ÁRABE NO BRASIL ESTÁ PRESENTE DESDE A CHEGADA DE PEDRO ÁLVARES CABRAL. EM TODOS OS RAMOS DA ATIVIDADE HUMANA ESTÃO PRESENTES OS BRASILEIROS DE ORIGEM ÁRABE: CULTURA, CULINÁRIA, ECONOMIA,MEDICINA, ENGENHARIA, POLITICA, COMÉRCIO E TANTAS OUTRAS ATIVIDADES.
EM VEZ DE PREGAR A PAZ ENTRE ISRAELENSES E PALESTINOS, ENTRE ÁRABES E JUDEUS NO BRASIL, A DIREÇÃO DA REDE GLOBO PREGA O CONFLITO, IMPORTA O CONFLITO DE MANEIRA IRRESPONSÁVEL E ENGAJADA. ÁRABES E JUDEUS NO BRASIL NUNCA TIVERAM NENHUM TIPO DE PROBLEMA DE CONVIVÊNCIA E DIÁLOGO AQUI NO BRASIL. A DIREÇÃO DA GLOBO NÃO QUER QUE CONTINUE ASSIM? A QUEM ESTÁ PRESTANDO ESSE SERVIÇO DE GERAR ÓDIO E CONFLITO?
REPUDIAMOS, CONDENAMOS TAL LINHA DE AÇÃO E EXIGIMOS QUE OS RESPONSÁVEIS PELA CENA SE RETRATEM E SE SE DESCULPEM COM OS PALESTINOS E OS ÁRABES. É O MINIMO QUE PODERÃO FAZER PARA REPARAR ESSA DESASTROSA CENA VISTA POR MILHÕES DE BRASILEIROS.
FEDERAÇÃO ÁRABE PALESTINA DO BRASIL
Representante da comunidade palestino brasileira

Eu não sou terrorista - I am not a  terrorist
..........................................................................
PARA QUEM QUISER E PUDER ENVIAR SEU PEDIDO DE RETRATAÇÃO POR PARTE DO AUTOR DA NOVELA EM RELAÇÃO A EPISÓDIO LAMENTÁVEL, LIGAR PARA A GLOBO, O TELEFONE É 400-22884, SEM DDD. É SÓ CHAMAR DIRETO E FAZER A CRÍTICA.
..........................................................................

PARA ENTENDER MELHOR O FATO:
Não costumo assistir televisão e confesso que não é raro eu me surpreender com algum tipo de discussão envolvendo algum episódio,personagem ou desinformação sendo difundida de forma no mínimo leviana pela televisão brasileira. Se considerarmos que as telenovelas também são possuidoras de uma importância cultural e política, tendo em vista sua grande audiência e o fato de que elas deixaram de ser apenas voltadas para o lazer para se tornarem um espaço cultural de intervenção para a discussão e introdução de hábitos e valores, talvez seja possível percorrer mais um caminho para se compreender a forma como os árabes - e mais recentemente, os muçulmanos, são vistos no Brasil.
Em 2010, realizei um levantamento exploratório com o intuito de verificar a quantidade de novelas em que havia presente um ou mais personagens árabes. O objetivo foi averiguar possíveis mudanças na forma como eles estão presentes no imaginário social da população brasileira. Tal levantamento permitiu constatar que entre 1967 e 2009 personagens árabes apareceram com algum destaque em cerca de 10 telenovelas nacionais. Desse total, os árabes adquiriram status de protagonistas principais em apenas duas delas, a saber: "O Sheik de Agadir" (1967) e "O Clone" (2001).
Um dos aspectos que mais chamou a atenção foi que após 2001, ou seja, período correspondente àquele do atentado de 11 de setembro ao World Trade Center nos EUA, a teledramaturgia brasileira levou quase uma década até contar novamente com algum personagem de origem árabe.
Curiosamente – ou não-, em 2009, a emissora de televisão Record lançou "Poder Paralelo",uma novela que contou com dois personagens de origem árabe, os quais inauguraram uma nova forma de representá-los na teledramaturgia brasileira aos caracterizá-los como terroristas.
De lá para cá, eu não pude acompanhar com a devida atenção o eventual aparecimento de personagens árabes (e/ou muçulmanos) em novelas brasileiras, mas hoje me surpreendi ao ver uma discussão no grupo Somos Árabes sobre um episódio ocorrido em um folhetim exibido atualmente: "Amor à vida".
Como eu desconhecia atrama, tentei ler os comentários deixados no grupo enquanto que me situava um pouco melhor em relação ao assunto que teria gerado a polêmica. Por fim, após pesquisar um pouco - provavelmente não com a atenção necessária, pois meu dia foi super corrido, eu percebi que novamente a televisão brasileira tem prestado um desserviço à população disseminando uma série de desinformações e estereótipos, caricaturas e contribuindo para reforçar aquilo que o intelectual palestino Edward Said já chamava atenção no final da década de 1970: o fato de que cada vez mais o árabe aparece por toda a parte como algo ameaçador.
Se no Brasil esse imaginário demorou algumas décadas até ganhar força, atualmente, parece que a nossa televisão brasileira não tem se esforçado muito para esclarecer à população o quão prejudiciais esses imaginários criados a respeito de culturas estrangeiras, religiões etc. podem ser.
Lamento muito que o autor da novela exibida atualmente, o senhor Walcyr Carrasco, não tenha sido capaz de romper com esse ciclo de preconceito e desinformação a respeito do povo palestino. Inacreditável pensar que cenas como essa que pode ser vista clicando no link entre parênteses (http://extra.globo.com/tv-e-lazer/telinha/amor-vida-persio-revela-que-foi-terrorista-cogitou-ser-homem-bomba-10926733.html)sejam exibidas de forma irresponsável, e que não gerem no mínimo um repúdio por parte de uma sociedade como a nossa, que convive com distintas presenças árabe sem tantas esferas do cotidiano e, a meu ver, deveria possuir esclarecimento suficiente para compreender que o sofrimento de um povo e as dramáticas consequências devem ser tratadas com o devido cuidado e respeito.
Do contrário,enquanto continuarem difundindo desinformação, mais ódio nascerá nos corações das pessoas e mais distante da paz esse povo ficará.
Deixo aqui, em nome do Presença Árabe no Brasil esta nota de repúdio ao autor da novela, sugerindo ainda, que este senhor pesquise melhor sobre aquilo a que se propõe escrever,tratando com respeito e responsabilidade assuntos sérios que envolvem tanto sofrimento e dor. Demonizar uma religião ou um povo é um ato grave,irresponsável e possui consequências desastrosas.
Patricia El-moor –Presença Árabe no Brasil

sábado, 21 de dezembro de 2013

E ainda falam mal de Cuba....


Cuba apresenta vacina contra câncer de pulmão


O lançamento oficial foi realizado em Buenos Aires e, agora, segue viagem para Córdoba



O lançamento oficial da segunda vacina contra o câncer de pulmão, desenvolvida e registrada por autoridades sanitárias de Cuba, foi realizada na última sexta-feira (14/07) em Buenos Aires e terá continuação na próxima sexta-feira (28) em Córdoba, também na Argentina

Em 2008, Cuba registrou a vacina contra o câncer pulmonar e agora tenta comercializar o produto na Argentina graças a uma colaboração iniciada em 1994. Em março, a agência regulatória de Buenos Aires aprovou o registro da Racotumomab.

Com este medicamento, Cuba espera transformar o câncer avançado em uma doença crônica que possa ser controlada por períodos prolongados, como o diabetes e a hipertensão arterial.

A vacina, chamada Racotumomab (Vaxira) e desenvolvida pelo CIM (Centro de Imunologia Molecular de Cuba) foi aplicada com resultados favoráveis em pacientes da ilha caribenha entre os anos 2008 e 2011.

Ainda não foi possível precisar se a vacina é uma solução à doença, mas ela aumenta a esperança de vida dos pacientes, ao estimular o sistema imunológico do corpo humano.

O câncer de pulmão é considerado um dos mais mortais que existem, causando por volta de 1,4 milhões de mortes por ano, segundo estimativas da OMS (Organização Mundial da Saúde)

poesia: Pablo Neruda


Morre lentamente – Pablo Neruda

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.
Pablo Neruda

Aniversário do Jornal A Verdade debate violência contra a mulher


Aniversário do Jornal A Verdade debate violência contra a mulher




Aniversário do Jornal A Verdade debate violência contra a mulherNo último dia 13 foi comemorado em Alagoas os 14 anos doJornal A Verdade, com o debate sobre a violência contra a mulher. Ao longo desses 14 anos, o jornal, que tem a idade de um adolescente mas a força e a inteligência de um adulto, avançou por todo o Brasil.
A cada novo número sua tiragem é elevada, assim como a aceitação do público ao seu conteúdo. Isso se deve também á sua forma simples, direta e concisa de narrar os fatos. Um jornal dos trabalhadores é escrito pelos mesmos, o que vai contra a onda da grande mídia brasileira, e o jornal A Verdade sempre se posiciona a favor dos trabalhadores, dos pobres e dos excluídos no sistema capitalista.
Na mesa de debate estiveram presentes: Ariana Honorato (MLB), Indira Xavier (Movimento de Mulheres Olga Benário) Nadja Lopes (MLC e coordenadora do Sintufal) e Paula Simony (Comissão de Direitos Humanos da OAB/AL).
Durante a plenária as companheiras discorreram sobre os mais diversos tipos de violência. A companheira Nadja Lopes falou sobre a ineficiência e o despreparo das polícias no atendimento à mulher, mostrando assim que a lei Maria Da Penha, apesar de ser uma vitória do movimento organizado de mulheres em todo o país, ainda peca pela sua falta de aplicação. Como diria os Racionais,  “a lei é infalivel na teoria, inútil no dia a dia”.
Como sempre, o socialismo vem a ser a única alternativa para uma massa explorada, já que em tantos séculos de existência o capitalismo se mostrou incapaz de atender as demandas da sociedade.
A Questão Alagoana
Debater a violência contra a mulher em Alagoas é necessário, pois somos o segundo estado onde mais se mata mulheres. Num país de mais de 200 milhões de habitantes, que em sua maioria é de mulheres, existem menos de 500 delegacias especializada da mulher. Hoje as mulheres representam 51,5% da população brasileira, ou 98,3 milhões de habitantes, e com um número tão baixo de delegacias da mulher a conta passa a ser assombrosa: 196.600 mulheres por delegacia.
Violência contra mulher não é tão somente uma questão de gênero, como também é de classe. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) constatou, quanto à ocorrência de mortes de mulheres por cada grupo de 100 mil por cada região do país, que o Nordeste conta com 6,90; o Centro- Oeste, com 6,86; e o Norte, com 6,42. Não por acaso, são também essas regiões as mais pobres da Nação e as que mais problemas tem em termos de estrutura, falta de saneamento básico, saúde e educação. Outro dado mostra que 61% das mulheres assassinadas eram negras. No Nordeste essa taxa foi de 87%, no Norte, de 83%, e no Centro- Oeste, de 68% (A Verdade Nº 156).
Como bem falou a companheira Paula Simony, “a violência contra a mulher só terá seu fim com uma grande revolução”. As correntes que até hoje prendem as mulheres, negros, homossexuais e toda a massa explorada só terá seu fim com uma grande revolução e o socialismo. E é por isso que o jornal A Verdaderesiste até hoje e vai continuar resistindo como o jornal dos trabalhadores na luta pelo socialismo.
Viva a luta das mulheres!
Vida longa ao Jornal A Verdade!
Jason N. Wallace, militante UJR (União da Juventude Rebelião) de Alagoas
Fotos: Ésio Melo

Sistema de saúde público brasileiro é referência internacional, diz Banco Mundial


Share 
Foto: Carol Garcia/Governo da Bahia
Foto: Carol Garcia/Governo da Bahia
O Sistema Único de Saúde do Brasil – conhecido como SUS – lançou os alicerces de um sistema de saúde melhor para o país, contribuindo para o bem-estar social e a melhoria da qualidade de vida da população, é o que afirma o livro “20 anos de Construção do SUS no Brasil”, recentemente lançado pelo Banco Mundial.
O livro busca analisar a trajetória do programa desde sua criação, destaca progressos trazidos pelo SUS e aponta que, com base nessa experiência e apesar de todas as dificuldades inerentes a um país em desenvolvimento, o Brasil é hoje referência internacional na área de saúde pública e exemplo para outros países que buscam sistemas mais igualitários de saúde.
Com a criação do SUS, o Brasil foi um dos primeiros e poucos países fora da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a prever na legislação o acesso universal aos serviços de saúde, reconhecendo a saúde como direito do cidadão e dever do Estado.
O livro destaca que os esforços para a ampliação dos gastos em saúde e de uma melhor alocação dos recursos federais e estaduais, privilegiando as áreas e populações mais pobres do país, contribuíram para uma forte ampliação do acesso da população aos serviços básicos de saúde, com importante impacto na redução da mortalidade.
Entre os desafios do SUS, o estudo identifica que o aporte de recursos à saúde precisa ser equacionado e que a capacidade gerencial do sistema ainda é um obstáculo importante. Além disso, há questões reconhecidas sobre as quais é preciso evoluir, como a melhora da qualidade e da coordenação do cuidado e a continuidade da expansão na cobertura da atenção primária.