quinta-feira, 10 de maio de 2007

O Caminho para Guantánamo (2006)





Citação:
Inúmeros filmes já retrataram os horrores vividos nos campos de concentração nazistas. As ditaduras militares na América do Sul, com suas histórias de tortura e desaparecimento de presos políticos, também renderam obras igualmente contundentes e tocantes. Há vários outros exemplos semelhantes. O cinema tem, entre suas funções primordiais, manter vivo o passado para que as atuais gerações não esqueçam de crimes bárbaros cometidos contra a humanidade.

O que torna Caminho para Guantanamo um filme especialmente assustador e chocante é sabermos que tudo o que está sendo visto na tela continua acontecendo. Nos indignarmos com o presente é muito mais doloroso, especialmente diante da sensação de que nada parece que vai mudar (curiosamente, no momento em que digito essas linhas, o secretário de Defesa americano, Donald Rumsfeld, que aparece no filme negando que os prisioneiros de Guantanamo sofram maus tratos, é afastado do governo Bush).

Como Michael Moore com seus filmes-tese anti-Bush, os diretores ingleses de Caminho para Guantanamo, Michael Winterbottom e Matt Whitecross, não escondem sua vontade de tomar partido e, assim, reforçar a denúncia. Não é muito convincente a explicação dos jovens britânicos de origem paquistanesa para, depois de viajarem ao Paquistão para o casamento de um deles, decidirem fazer uma visita ao Afeganistão logo após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Eles também dizem que pediram ao motorista para levá-los embora e o trajeto seguido foi o oposto, fazendo com que fossem confundidos com militantes da Al-Qaeda e presos por soldados das forças da Aliança do Norte. É possível acreditar na palavra deles, assim como também é possível não acreditar.

Isso parece importar pouco para os realizadores. Os acontecimentos se sucedem com tal velocidade, que a angústia que toma conta do espectador não permite que a sua reação no momento seja outra que não a de acreditar - e se revoltar. Como não reagir a cenas chocantes como a dos prisioneiros sendo transportados amontoados num caminhão em que as únicas saídas de ar são as marcas dos tiros desferidos a esmo pelos soldados na carroceria, e que ao chegar ao destino boa parte dos presos estão mortos?

Quando a ação se transfere para Guantanamo, a todos esses sentimentos se une o asco. Porque talvez não exista outra palavra senão asco para definir o sentimento despertado pelo comportamento das supostas “autoridades” americanas e britânicas encarregadas de interrogar, à base de tortura física e psicológica, aqueles prisioneiros contra os quais não havia uma evidência concreta qualquer.

Winterbottom e Whitecross têm um mérito grande, pela forma como estruturaram o filme, intercalando os depoimentos dos três sobreviventes com a narrativa dramatizada a partir do que eles relatam. Os acertos se estendem à fotografia, edição, escolha de elenco e direção, que capturam a atmosfera daquele pesadelo com precisão e realismo, sem escorregões melodramáticos ou panfletários.

Vencedor do Urso de Prata de Melhor Direção no Festival de Berlim, Caminho para Guantanamo chamou a atenção da imprensa para o drama dos três jovens britânicos e para as atrocidades contra os direitos humanos que ainda são cometidas em Guantanamo. Pena que os americanos mais ouviram falar do filme do que o assistiram – foi lançado com míseras 15 cópias -, e que o presidente Bush tenha dito que iria fechar aquela prisão, mas não tomou atitude alguma. Ainda há centenas de presos em Guantanamo e volta e meia se tem notícias de mortes por suicídio.

# CAMINHO PARA GUANTANAMO (ROAD TO GUANTANAMO)
Inglaterra, 2006
Direção: MICHAEL WINTERBOTTOM e MIKE WHITECROSS
Fotografia: MARCEL ZYSKIND
Edição: MICHAEL WINTERBOTTOM e MIKE WHITECROSS
Elenco: RIZ AHMED, FARHAD HARUN, WAQAR SIDDIQUI, AFRAN USMAN
Duração: 95 min.
site: http://www.roadtoguantanamomovie.com


Download:
http://media.worldofislam.info/Islam/Road%20To%20Guatanamo%202006%20[www.worldofislam.info].avi
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Humam al-Hamzah
Oriente Médio Vivo
www.orientemediovivo.com.br

curtas do dia

Lamentável!!

Parece brincadeira, mas nosso povo eleger para deputado um sujeito que só fala besteira e ofende os outros só no Brasil mesmo. O que caracteriza o nível de politização em que estamos nesse momento. Clodovil fez mais uma das suas. Chamou uma colega sua, mulher, de "feia". Aparentemente essa expressão não causaria tamanho impacto, mas demonstra um grau elevado de desrespeito aos parlamentares, ao ser humano. Tomara que outros "clodovis" da vida sejam banidos de nossa história política o mais breve opossível.

E o Grêmio...

Quem diria, o tricolor dos pampas acabou ganhando do tricolor paulista, demonstrando mais uma vez que a garra, a determinação, e um bom técnico são capazes de muita coisa no futebol. O "San Pablo", treinado por Murici, um treinador mal humorado, cheio de craques individuais não é capaz de montar uma equipe que seja eficaz e eficiente para ganhar jogos. Ao contrário, a equipe de Mano Menezes, grande treinador, diga-se de passagem, modesta, com jogadores com técnica individual limitada, mas eficientíssimos na parte tática e pegada, demonstrando garra, determinação, vontade de ganhar, e claro, com uma rara capacidade objetiva de eficiência no ataque. Neste jogo a equipe do Grâmio teve duas sobras de bola na área adversária e converteu as duas em gols, demonstrando 100% de aproveitamento em rebotes ofensivos. Mas de qualquer forma o Brasileiro tá chegando, e o Grêmio, a partir de ontem é forte candidato a ganhar essa libertadores.


E o Inter...

O colorado dos pampas segue fazendo o que sabe de melhor, contratar desconhecidos. Nisso essa diretoria é campeã. Somente na era José Asmuz, alguem lembra dele?, se contratou tantos jogadores que acabaram não vingando. Está na hora do Internacional, através de seus dirigentes trazer algum jogador que possa chegar e assumir a condição de titularidade, a fim de que a equipe, a partir do próximo domingo consiga iniciar o campeonato brasileiro em condições de lutar pelo título.
Caso contrário mais uma vez a torcida ficará decepcionada e amargará derrotas e mais derrotas. Chega disso, é hora de reagir, afinal o Internacional não é o atual campeão do Mundo??

E o Papa...

O Sumo Pontífice da Igreja Católica veio ao Brasil para quê? Para disseminar seus pontos de vista voltados para o bem, a necessidade dos maus, dos exploradores se tornarem bons pastores? sem levar em conta os pobres da terra, os oprimidos por essse capitalismo selvagem, consumista, desagregador??? para alardear seus preconceitos xenofóbicos? para que veio afinal o Papa???