sexta-feira, 8 de junho de 2007

A quem interessa um sistema público de rádio e TV?


No artigo abaixo, publicado originalmente na Revista do Brasil, Bernardo Kucinski, professor titular do Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA/USP, autor de vários livros sobre jornalismo, ex-produtor e ex-locutor no serviço brasileiro da BBC de Londres e assistente de direção na emissora de TV da BBC, explica o significado de um sistema público de comunicação eficiente.




Na maioria dos países democráticos, os sistemas de maior audiência são públicos. É assim na Alemanha, Itália, Holanda, Dinamarca, Suécia e também no Canadá. No Japão, Israel, Austrália e em muitos outros. A exceção importante entre os países de tradição democrática são os Estados Unidos. Lá, como aqui, os canais de rádio e televisão nasceram como concessões de serviço público, foram seqüestrados por grupos empresariais interessados apenas no lucro e postos a serviço da indústria da propaganda.


Essa é a comunicação de massa comercial. Seu objetivo principal é o lucro. E para maximizar o lucro entopem-nos de propaganda e de programas apelativos que ampliem o alcance dessa mesma propaganda. Também usam a concessão de seus canais para defender a perpetuação do sistema, os interesses dos poderosos, em detrimento do interesse público. Ou seja, além do uso comercial, usam para fins ideológicos.


O sistema público é o contrário disso tudo. Não depende do dinheiro da propaganda para funcionar e tem como objetivo principal servir o público, informando com honestidade os fatos de interesse social. Além disso, educa, dissemina as artes, os esportes e a cultura. Debate livremente e com pluralismo os grandes temas de interesse da coletividade. Critica abusos e desmandos dos poderosos de dentro e de fora do governo. E mantém a mais estrita neutralidade nas disputas eleitorais. Bem ao contrário do que pratica o sistema comercial Globo, dominante no Brasil.


Não há um modelo único de financiamento do sistema público. A BBC inglesa, a NHK do Japão e o vasto sistema público alemão são financiados diretamente por uma taxa paga por toda pessoa que possui um aparelho de rádio ou TV. O holandês é financiado pelo governo, ou seja, indiretamente pelo cidadão. Também não há uma única receita editorial. No Canadá, o sistema público tem como uma de suas principais funções adicionais combater o sectarismo entre canadenses de fala inglesa e de fala francesa. Na Inglaterra, onde há um número maior de etnias, a BBC expressa a diversidade do país por meio do multiculturalismo.


O importante é a autonomia financeira e editorial em relação ao governo. Se não, não é sistema público, é estatal, como a nossa Radiobrás e muitos no mundo todo – que têm a função, também fundamental hoje em dia, de informar os atos e decisões do governo omitidos pela mídia. Mas não conseguem exercer as funções de crítica e de exposição de abusos do próprio governo ao qual estão subordinados. Exemplo da diferença entre os sistemas está na própria Grã-Bretanha, que tem a BBC, mãe de todos os sistemas públicos, e no entanto criou o "serviço externo da BBC", financiado pelo governo, regido por estatuto próprio e monitorado pelo Ministério do Exterior – vale-se da imagem de independência da BBC e tenta seguir seu padrão de excelência editorial, mas está a serviço dos interesses imperiais. Por isso, transmite em mais de 50 idiomas, inclusive em português.


Há dois problemas principais afetando os sistemas públicos. O primeiro é a eterna ameaça de interferência dos políticos. A BBC, apesar de dirigida por um conselho independente com mandato de dez anos recebido do Parlamento (chamado modelo "servidor público"), precisou se explicar quando criticou o envio de tropas inglesas ao Iraque. Na Holanda, a independência política é assegurada por um conselho editorial de tal forma pluralista e representativo que as eventuais pressões do governo se diluem no conjunto de pressões de outros grupos da sociedade. Ou seja, a blindagem não é institucional, é cultural. É o chamado modelo "liberal-corporativo". Numa sociedade de pouca cultura democrática, a blindagem liberal-corporativa sucumbe à pressão político-partidária. Foi o que aconteceu com a TV Cultura, de São Paulo. O segundo problema é a pressão por audiência e produtividade. Muitos sistemas públicos vêm perdendo força e têm sido obrigados a aceitar alguma publicidade para se manter.


Qual deveria ser o perfil de um sistema público brasileiro? Já temos dezenas de emissoras e canais educativos, legislativos e comunitários. Mas tudo muito fragmentado. Não adianta criar mais um fragmento. O principal problema da nossa comunicação de massa e da nossa democracia é o perigoso monopólio da fala do sistema Globo. Nosso sistema público deve ter como missão se contrapor a esse monopólio, alcançando uma audiência significativa, com informação veraz e de qualidade voltada ao interesse público, com debates dos temas relevantes à maioria, com estímulo à produção regional e independente e muita cultura e arte. Somente equipes da mais alta qualidade jornalística, artística e cultural, com liderança forte e profundamente imbuída do sentido do interesse público terão capacidade para tanto e para resistir às inevitáveis pressões dos governantes do dia.

Fonte: Vermelho

Os pilantras da informação atacam de novo



Agora é a BBC Brasil.Vejam o esforço que esses pilantras fazem para manipular a informação: “Cerca de 400 mil israelenses enfrentam a ameaça diária de violência vivendo em assentamentos fortemente protegidos, situados em territórios palestinos”. Ou seja, primeiro a nota fala em “ameaçados”, em seguida denomina a usurpação da terra em “assentamentos” para somente depois reconhecer que esses assentamentos se encontram em território palestino. A idéia desse redator manipulador é convencer o leitor que os pobres israelenses estão sendo ameaçados pelos maldosos palestinos.Se ele fosse honesto diria que 400 mil israelenses invadiram território palestino e ali construíram suas casas. Poderia dizer também que milhares de casas de palestinos foram destruídas pela aviação israelense ou pelos buldozers. Mas aí os israelenses deixariam de ser bonzinhos e os palestinos terroristas e maldosos. E ele não pode ignorar esse fato porque logo abaixo está escrito que “os assentamentos, considerados ilegais por leis internacionais, estão cravados em um território habitado também por 2,5 milhões de palestinos”. Vejam mais uma pilantragem. “os assentamentos, considerados ilegais por leis internacionais estão cravados em um território habitado também por 2,5 milhões de palestinos”. Isso, na verdade, não é mais pilantragem, é canalhice. Considerados ilegais? Considerados coisa nenhuma, eles são ilegais. E mais: "estão cravados em um território habitado também por 2,5 milhões de palestinos”. Também? Como também? Se o território é palestino, por que esse também? Simples! Ao escrever “também” ele reconhece implicitamente o direito dos israelenses usurparem a terra. Abaixo, a íntegra da reportagem da BBC.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/06/070605_assentamento_aw_ac.shtml
Em noite de gala, Internacional goleia Pachuca e fatura título


Porto Alegre (RS) - Apesar de enfrentar uma fase difícil no Campeonato Brasileiro , o Internacional conseguiu reverter a desvantagem sofrida na partida de ida no México e, em noite de gala, goleou o Pachuca por 4 a 0, conquistando assim o título da Recopa Sul-americana. Com isso, o Internacional conquista também a chamada Tríplice Coroa, já que foi campeão da Copa Libertadores, do Mundial da Fifa e agora da Recopa.

Apesar do placar elástico, o Internacional só marcou o primeiro gol no final do primeiro tempo, com Alex. Na segunda etapa, o time da casa voltou mais disposto a reverter os 2 a 1 da primeira partida e fez logo no começo, com Pinga. Na seqüência, Alexandre Pato ampliou e, no fim, Mosquera não conseguiu evitar o gol contra e o placar final: 4 a 0.

O jogo - Precisando vencer para conquistar o título, o Internacional não demorou a mostrar ao Pachuca que estava edisposto a mudar o panorama que parecia se desenhar desde a primeira partida. Logo nos primeiros minutos, o time de Alexandre Gallo pressionou e chegou ao gol adversário ao menos três vezes nos primeiros minutos.

Já o Pachuca não conseguia se livrar da forte pressão gaúcha e continuava recuado no campo de defesa. A partir da metade do período, porém, o time mexicano foi se soltando e começou a oferecer perigo ao gol de Clemer. O Internacional, entretanto, conseguiu o que buscava ainda no final do primeiro tempo.

Aos 28 minutos, Fausto Pinto puxou Iarley pela camisa dentro da área e a penalidade máxima foi marcada pelo árbitro. Na cobrança, Alex usa a 'paradinha' para deslocar o goleiro Calero e abrir o placar no estádio do Beira-Rio, que recebeu bom público para a decisão. No final do período, o técnico do Pachuca, Henrique Meza, reclamou bastante com a arbitragem e acabou expulso do banco de reservas.

Já na etapa complementar, o Internacional voltou ainda mais forte e disposto a buscar o placar necessário para o título. O empenho do elenco surtiu efeito logo aos quatro minutos, quando Rubens Cardoso cruzou da esquerda, Pato chutou em cima da zaga. Na seqüência, Wellington Monteiro ajeitou para Pinga, que bateu no canto direito de Calero e fez 2 a 0.

Mesmo assim, o Internacional precisava de mais um gol para anular a vantagem do Pachuca na disputa. Apesar da força do time mexicano, que dominava a posse de bola, os comandados de Gallo conseguiram chegar ao terceiro gol aos 18 minutos, com Alexandre Pato. O jovem atacante, um dos destaques na partida, fez bela jogada individual e invadiu a área pelo lado esquerdo, chutando cruzado no gol do Pachuca.

No final, aos 31, Pinga arrancou em velocidade pelo lado direito da área e bateu cruzado. O defensor Mosquera se confundiu com outra bola dentro da área e fez contra: 4 a 0. Depois disso, o Pachuca desanimou e ainda teve Fausto Pinto expulso após falta em Iarley. O clima ficou tenso no final, mas o placar não se alterou e o título da Recopa ficou mesmo no Beira-Rio.