sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Resistência Palestina


Solidariedade ao Povo Palestino


Lejeune Mirhan *no VERMELHO

Sei que existem muitas causas justas na humanidade hoje. No entanto, eu não tenho dúvidas de que a causa palestina é a mais fundamental. Quero nesta coluna semanal abordar esse tema e falar de uma particularidade dessa causa: o movimento de solidariedade que realizamos no Brasil, em especial as Missões que têm ido à Palestina. 


A luta dos palestinos contra a ocupação de suas terras é muito antiga. Remonta ao início do século 20, quando ondas migratórias começaram, incentivada, estimulada pela chamada Agência Judaica, braço do sionismo internacional que havia iniciado seu movimento em finais do século anterior, cujo líder tinha sido Theodor Herzl. Mas, não é nosso objetivo contar essa história aqui neste espaço. Queremos falar da solidariedade a esse sofrido povo.

Como sabemos, em 29 de novembro de 1947 a ONU votou o plano de partilha da Palestina. Decidiu que deveriam ser criado naquelas terras, onde os palestinos a habitam há milhares de anos, dois estados, a Palestina e Israel. Ocorre que em 14 de maio de 1948, Israel proclamou o seu Estado, ocupou praticamente 80% da palestina e os palestinos ficaram sem seu estado. Pior que isso, 19 anos depois, em 1967, Israel ocupou cem por cento da Palestina histórica.

A situação hoje é extremamente difícil. Em que pesem certos avanços e concessões feitas a partir dos acordos de Oslo de 1993 – completaram 20 anos ano passado – os palestinos têm pouca governabilidade sobre o pouco de terras que lhe foi devolvido. Praticamente a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Isso representa em torno de 20% da Palestina. Na própria Cisjordânia, tem três áreas, A, B e C. Na última, os palestinos não mandam nada. Sem falar que nas outras duas, eles não têm moeda e recolhem impostos para Israel, que repasse quanto e quando quer.



A Solidariedade no mundo e no Brasil

Desde o final da década de 1940, em todas as principais capitais europeias, foram criados comitês de solidariedade ao povo palestino. Estes cresceram na década seguinte, mas se fortaleceram na década de 1960. A OLP foi fundada em 28 de maio de 1964 – este anos comemoramos 50 anos de sua fundação. Em 1974 Arafat fala na ONU e o mundo passa a ver a Palestina como uma questão fundamental. O Brasil autoriza a abertura de um escritório da Liga Árabe em Brasília em 1979, em plena ditadura. Esse escritório, na prática, era a representação da OLP no Brasil e seu primeiro “embaixador”, foi o médico Farid Sawan. Apenas Lula, em dezembro de 2010, eleva esse escritório ao nível de representação diplomática de um Estado e os representantes viram, do ponto de vista da nossa diplomacia, embaixadores com todos os direitos decorrentes disso.

No Brasil, também é antiga a solidariedade, mas a organização na forma de Comitês nem tanto. Pelos registros que tenho, o 1º comitê de solidariedade constituído formalmente surgiu sem setembro de 1982, portanto há quase 32 anos. Eu estava em Campinas nessa época. Formamos um Comitê também lá. Isso ocorreu por causa do massacre de 3,5 mil palestinos ocorridos nos campos de refugiados de Sabra e Shatila em Beirute, entre os dias 16 e 18 de setembro. Isso mobilizou a maior parte das principais entidades da sociedade civil brasileira, como a UNE, a ABI, CNBB e sindicatos grandes (não haviam centrais sindicais no país nessa época). 

A solidariedade aos árabes seguiu com altos e baixos. Ela crescia sempre quando ocorria alguma agressão de Israel contra palestinos ou libaneses. Ao que eu me recordo, tivemos em 1991, o Comitê Contra a Guerra no Golfo (agressão ao Iraque). Depois reorganizamos o mesmo Comitê em 2003 quando da segunda agressão. Em 2006 fomos para às ruas em junho e julho quando Israel atacou o Líbano e matou quase duas mil pessoas. No final e 2008 e janeiro de 2009, voltamos a levantar o Comitê dos Palestinos quando Israel agrediu Gaza e matou quase mais duas mil pessoas. 

Por fim, a nova experiência de Comitê, desta vez em Apoio à Criação do Estado da Palestina. Ele surge em 29 de agosto de 2001, em reunião no Sindicato dos Engenheiros com a presença de 150 pessoas e dezenas de entidade. Depois disso, fizemos uma passeata em 20 de setembro pelas ruas centrais de SP, com três mil pessoas. O Comitê possui um site (www.palestinaja.net) tem uma coordenação e é integrado por 77 entidades, nacionais ou estaduais, de todos os setores e segmentos da sociedade civil brasileira. Realiza uma reunião por mês com uma média de 15 pessoas sempre presentes (diversos ativistas pró-palestinos participa). A próxima reunião ocorrerá no próximo dia 19 de fevereiro, quarta-feira, ás 19h na sede nacional do PCdoB (Rua Rego Freitas, 192, República). As reuniões são numeradas e fazemos memória de todas as decisões tomadas, sempre por consenso. A próxima será a de número 44ª Chegamos até a publicar um livro sobre a Palestina, que eu fui o roganizador.




Missões de Solidariedade


Uma decisão que o CEP tomou e que vem surtindo bastante efeito, é a organização de Missões de Solidariedade ao povo palestino. A 1ª Missão foi à Palestina em maio de 2012, com apenas seis pessoas. A segunda, porém, voltou à Palestina em maio de 2013 e levou 20 pessoas. Fomos recebidos pelas principais autoridades e lideranças daquele sofrido povo. Visitamos acampamentos de refugiados, escolas, sindicatos, ministérios e a sede da OLP, onde fomos recebidos pelo seu secretário-geral.

A próxima Missão ocorrerá em 25 de março e retornaremos ao Brasil em 4 de abril. Publico no final este artigo o roteiro, ainda a ser detalhado. Mas, como vamos sempre ou pela Emirates ou pela Qatar Arways, isso significa um pernoite (por conta das empresas) ou em Doha (capital do Qatar) ou em Dubai (capital do Emirados). Escolhemos sempre a que opera com valores e tarifas promocionais mais em conta. 

Nós sempre entramos na Palestina (que no mapa chama Israel...) pela Jordânia e usamos o aeroporto de Amã. Por isso, em nosso roteiro sempre consta uma vista à histórica cidade de Petra (caminho de ônibus até Amã). Por fim, mesmo com intensas atividades políticas e sindicais na Cisjordânia, é claro que visitamos os sítios considerados sagrados das religiões cristã e islâmica, que são as cidades de Belém e Jerusalém.

Essas viagens são comunicadas ao Itamaraty que toma ciência e a nossa embaixada em Ramallah nos recebe e dá total apoio e suporte. Temos muitos brasileiros de origem palestina vivendo na Cisjordânia. Eles nos recebem de braços abertos, nos oferecem almoços e jantares com outros brasileiros. É uma experiência inesquecível. Durante toda a nossa estadia, a OLP designa um intérprete que fica conosco em tempo integral, ora falando em português ora em espanhol. Nas visitas às cidades históricas o guia turístico fala espanhol. 

Precisamos desde já preparar a 3ª Missão. Reservamos novamente 20 lugares nos voos. Já temos muitos interessados, alguns já até pagaram o pacote completo, em torno de 3,2 mil dólares (algo como R$8.117,00) para pagamento à vista e em apartamento duplo de boa qualidade. Pode ser parcelado em cartões internacionais, mas como valores alterados. A operadora de turismo, especializada em Oriente Médio e Ásia em geral, que organiza tudo para nós é a Lynden Turismo, do nosso amigo Khaled Mahassen (khaled@lynden.com.br). 

Publicamos abaixo as condições e roteiros. Pedimos ampla divulgação de todos os amigos do povo palestinos para mais esta missão. Conhecer aquela realidade em loco escrever reportagens e artigos no retorno, travar contatos com entidades daquele povo é hoje a melhor forma de nos solidarizarmos com a luta palestina.



3ª Missão de Solidariedade com o Povo Palestino
Comitê pelo Estado da Palestina Já – Brasil


1º Dia – 25/03/14: 3ª feira – Apresentação às 21h no Aeroporto Internacional de Guarulhos, São Paulo. 
2º Dia – 26/03/14: 4ª feira – Embarque para Dubai pela Emirates, no voo QR 772 com chegada prevista as 23:05h (hora local em DOHA). Pernoite em Hotel nessa cidade por conta da Qatar Airways.
3º Dia – 27/03/14: 5ª feira – Doha / Amã / Ramallah: Saída às 6h para o aeroporto de Doha. Embarque às 7h25 com destino à Amã, Jordânia. Chegada prevista em Amã às 10h30 (hora local). Ônibus especial estará aguardando a delegação brasileira no aeroporto com apoio de operadores de turismo local conveniados com a Lynden. Rumaremos direto para a fronteira jordaniana com a Palestina, para atravessar a ponte Allenby e nos apresentarmos à imigração de Israel. Previsão de chegada ao hotel em Ramalláh por volta das 14h pelo menos. Entrada no Hotel 5*.
4º dia - 28/03/14: 6ª feira: Ramallah: Café da manhã no hotel, dia livre para atividades políticas a ser definida.
5º dia - 29/03/14: sábado: Ramallah
: Café da manhã no hotel, dia livre para atividades políticas a ser definida.
6º dia - 30/03/14: domingo: Ramallah: Café da manhã no hotel, dia livre para atividades políticas a ser definida.
7º dia - 31/03/14: 2ª feira – Ramallah / Jerusalém / Belém: Saída do Hotel às 8h para um tour de dia inteiro a Jerusalém e Belém com guia em espanhol ou português. Retorno a Ramallah, noite livre.
8º dia -01/04/14: 3ª feira: Ramallah / Sheik Hussein – Jerash – Petra Saída do Hotel às 9h em direção à Sheik Hussein, no lado jordaniano, assistência dos nossos agentes locais e continuação a Jerash, visita à cidade e seus monumentos e continuação a cidade histórica de Petra, patrimônio cultural da Humanidade. Pernoite no Hotel 5* e noite livre.
9º Dia – 02/04/14: 4ª feira: Petra / Amã: Café da manhã no hotel e saída para visitar a cidade de Petra, uma das sete maravilhas do mundo. Continuação a Amã passando pelo mar morto. Chegada em Amã e hospedagem no Hotel 5*.
10º Dia – 03/04/14: 5ª feira: Amã / Doha (hospedagem por conta da Qatar): Café da manhã no hotel e Saída do Hotel às 12h em direção ao aeroporto de Amã. Embarque com destino à Doha às 16h35, Chegada prevista em Doha 19h15, Ida ao Hotel, noite livre
11º dia – 04/04/14: 6ª feira: Saída do Hotel em Doha às 6h para o aeroporto. Embarque pela Qatar em voo direto para o Brasil, com previsão de chegada em São Paulo, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, Cumbica às 16h30, hora local. Fim das atividades da 3ª Missão.

Preços: Preço por pessoa em apartamento duplo: 10 vezes de 376,00 USD (à vista US$3,196.00). Preço por pessoa em apartamento individual: 10 vezes de 437,00 USD (à vista US3,714.00). Pagamento à vista com desconto de 15%

Preço Inclui:

• Passagem aérea promocional no trecho São Paulo/Amã/São Paulo.
• Taxas de embarque no Brasil e Amã.
• Visto de entrada a Jordânia.
• Assistência nos aeroporto de Guarulhos e Amã
• Assistência nas fronteiras de Jordânia e Israel.
• Traslado aeroporto em Amã / Ramallah/ Aeroporto de Amã.
• 5 noites de hotel 5* em Ramallah com café da manhã.
• 1 noite em Petra no hotel 5* com café da manhã.
• 1 noite em Amã no hotel 5* com café da manhã.
• Transporte à disposição em Ramallah. Sem Guia.
• Tour para Jerusalém e Belém com guia em espanhol.
• Tour a Jerash.
• Tour com pernoite em Petra.
• Seguro viagem.
• Bolsa de viagem Lynden.

Preço Não Inclui: Taxas de saída e entrada para palestina, despesas de ordem pessoal tais como telefonemas, fax, lavanderia, bebidas de qualquer natureza e tudo que não consta como incluso no roteiro. As condições gerais encontram se a disposição na nossa sede. Preços da parte terrestre e aérea calculados em dólar americano, por pessoa sujeitos a mudança sem prévio aviso.



* Sociólogo, Professor, Escritor e Arabista. Colunista da Revista Sociologia da Editora Escala, da Fundação Maurício Grabois e do Vermelho. Foi professor de Sociologia e Ciência Política da UNIMEPentre 1986 e 2006. Presidiu o Sindicato dos Sociólogos do Estado de São Paulo de 2007 a 2010.Recebe mensagens pelo correio eletrônico lejeunemgxc@uol.com.br.
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