sábado, 14 de janeiro de 2012

como a internet, a tecnologia de informação e a nova mídia estão moldando a classe trabalhadora mundial

Por Steve Zeltzer na CAROS AMIGOS


De trabalhadores da fábrica têxtil no Egito às fábricas têxteis de Mahalla, aos trabalhadores chineses em fábricas da Honda, aos funcionários públicos de Wisconsin: redes sociais, internet e novas tecnologias de comunicação estão desempenhando um papel fundamental na ligação de trabalhadores em nível local, nacional e internacionalmente.


Em cada uma dessas lutas o uso de mensagens de texto via celular, Twitter, YouTube e transmissões de vídeo está desempenhando um papel vital em ajudar a passar a palavra, defendendo contra a repressão e articulação com os trabalhadores em toda parte do mundo.
A economia global e a busca por maior rentabilidade é a força motriz no desenvolvimento de tecnologia de comunicações. Linhas de produção internacionais estão ligados através da internet, e a exportação e transferência de trabalho através da rede é endêmica.
A ampliação da cobertura pela telefonia móvel tem sido vital para aqueles que trabalham globalmente. Em 2010 existiam 4,6 bilhões de telefones celulares em serviço, que passou a 5 bilhões em 2011. Mesmo em partes da África onde apenas 5% da população tem eletricidade, trabalhadores globais, e particularmente trabalhadores estrangeiros, agora estão linkados através de seus telefones celulares.

Pioneiros

Um dos primeiros usos da internet pelos trabalhadores para a educação e solidariedade foi o dos estivadores de Liverpool, na Inglaterra, em 1995. Os 500 trabalhadores que eram líderes locais e membros da Transport and General Workers Union (TGWU) se recusaram a atravessar a linha estabelecida para os piquetes. Esta atitude foi considerada ilegal sob as leis antitrabalhistas de Thatcher e os estivadores não apenas enfrentaram as leis governamentais, mas também a aceitação delas pela seu sindicato. Os trabalhadores tinham que quebrar o bloqueio da informação. LaborNet, em colaboração com a GreenNet, membro no Reino Unido da Association for Progressive Communications (APC), dos Estados Unidos, desenvolveram com o trabalho de Chris Bailey e Greg Dropkin o primeiro web site para apoiar as lutas globais.
A página da web permitiu aos estivadores de Liverpool levar sua luta para os australianos, assim como para trabalhadores portuários de todo o mundo. O trabalho incluía mensagens de solidariedade e ajudou a solidificar uma campanha internacional de defesa que envolveu igualmente ações de estivadores nos Estados Unidos, Canadá e Japão contra o navio Neptune Jade.
Uma das lições desta luta para as classes trabalhadoras foi que as leis antitrabalhistas, as restrições à solidariedade e as ações das corporações para impedir o conhecimento das lutas dos trabalhadores poderiam ser superadas utilizando-se a internet. De fato, durante o boicote ao Neptune, navio a serviço de uma empresa considerada perseguidora de sindicatos, imagens em vídeo foram providenciadas para a CNN no Reino Unido e pela primeira vez a emissora mostrou que o boicote tinha apoio internacional.
Este uso multimídia de computadores tem sido replicado muitas vezes através da rede mundial e o crescimento das redes sociais e transmissões ao vivo fazem desta ferramenta um serviço de 24 horas por dia.

Trabalhadores temporários e comunicação

Capitalistas também têm procurado usar a tecnologia para o controle dos trabalhadores temporários. Um documento chamado "A Revolução Beeper da Coréia" mostra como os trabalhadores eram contratados sendo bipados através de seus telefones móveis e não tinham contato com outros trabalhadores. Isto também os impediu de unirem-se e começar a se organizar. A atomização dos trabalhadores, que não estão trabalhando juntos no mesmo local como antigamente, mas apenas quando bipados ou chamado ao telefone, é um grande obstáculo à organização dos trabalhadores.
Este é especialmente o caso com o uso de trabalhadores temporários em nível global, como na Espanha e outras partes da Europa, bem como na Coréia, onde 30% ou mais da força de trabalho são temporários. No Japão, onde estes trabalhadores, na sua maioria jovens, são chamados Freeta, a sua marginalização através de seu isolamento é uma política consciente das corporações e governo. Eles têm feito isso através da desregulamentação e de leis antissindicais, que inibem a sindicalização e a ação coletiva.

Vigilância

Em um documento chamado "Trabalhadores sob vigilância e controle" ("Workers Under Surveillance and Control: Background"), apresentado pelo professor coreano Kang Soo-dol, da Universidade da Coreia na Terceira Conferência Anual Internacional de Trabalho com Mídia de Seul (Third Annual Seoul International Labor Media) de mídia em 2001, foi salientado que este meio de controlar e utilizar o trabalho era extremamente ligado ao uso de tecnologias digitais e de comunicação.
O grande temor do capital é que através de seu poder coletivo, o trabalhador irá se recusar controle de gestão e ameaçar o seu poder para governar. Este medo foi confirmado na greve geral de 1997 na Coreia do Sul, quando a jovem Confederação Coreana de Sindicatos (KCTU) liderou uma greve geral, em parte através do uso de redes de computadores. Na segunda edição da conferência em Seul, foram apresentados relatórios sobre o uso pelo Sindicato dos Metroviários de Seul de um grupo de usuários de computador (CUG) para ajudar a organizar a greve geral. Sindicalistas relataram que tinham que ir de metrô para realizar a greve, e fez isso através do uso de redes de computador para manter a comunicação aberta na greve bem sucedida. Esta foi também a primeira greve geral em que os trabalhadores usaram de vídeo para documentar o movimento em todo o país com o desenvolvimento de uma estação de trabalho em vídeo.

Festivais de trabalhadores

O crescimento do LaborFests, festival de cinema dedicado à classe operária, e de outros festivais de cinema e vídeo, também se tornaram uma ferramenta para a expansão da comunicação e do conhecimento sobre o trabalho e as lutas democráticas dos trabalhadores em todo o mundo. O LaborFest, primeiro em San Francisco em 1994, agora se expandiu internacionalmente, com festivais de cinema na Turquia, Coréia, Japão, Argentina, África do Sul e outros países. Estes vídeos também podem ser transmitidos ao vivo e o desenvolvimento de um canal internacional de vídeo do trabalho na internet e TV a cabo seria um poderoso veículo para a construção da solidariedade e o incremento da educação.
O uso de uma variedade de tecnologias de comunicação nas lutas do trabalho é uma lição vital da nova era das telecomunicações. Este foi também o caso com os trabalhadores egípcios de Mahalla que usaram seus celulares para organizar suas ações e superar o controle governamental da informação. Como sugerido, o uso de telefones celulares tornou-se um veículo histórico para os trabalhadores e das lutas dos povos em todo o mundo. Hoje, os trabalhadores de Mahalla não apenas usam seus telefones móveis para a mobilização, como também sites de redes sociais, como o YouTube, para divulgar seus planos de ação.

Papel fundamental

Outro relatório, elaborado por Hossam El-Homalawy, um jornalista e ativista, mostra como o papel do telefone celular e redes de computadores foi fundamental na construção do movimento operário no Egito - e de fato levou à fundação do movimento de massas que tirou Mubarak do poder. 
Telefones celulares também têm o potencial de serem usado para espionar os trabalhadores e para impedir a sua luta por união pelos direitos trabalhistas. O caso mais chocante é também na Coréia, onde os trabalhadores da Samsung tentavam se organizar. Eles conversaram com seu advogado para saber seus direitos e quando voltaram para a fábrica, seu chefe repetiu palavra por palavra o que tinham conversado. Seus telefones haviam sido usados pela virulentamente anti-trabalhista Samsung para rastrear suas localizações e gravar o seu encontro privado com o advogado.
Novamente, o trabalho de mídia independente do movimento foi capaz de produzir um vídeo sobre como os telefones móveis estão sendo utilizados contra os trabalhadores. Baseado em Seoul, o Laboratório de Produção de Notícias fez um documentário chamado de "Big Brother Está Olhando: O Outro Lado da Samsung" (2006), que também foi exibido para os trabalhadores de todo o mundo, incluindo na Turquia, Argentina e EUA.

Rastreando trabalhadores na internet

Outro uso perigoso das novas tecnologias de comunicação é o uso da internet no rastreamento de ativistas sindicais e seus organizadores, bem como de trabalhadores doentes ou feridos, para permitir que seus empregadores recolham informações que irão ajudá-los a rescindir os seus contratos. Hoje, tudo que é feito na internet permanece no mundo da internet. Ações, incluindo assembléias trabalhistas, greves e outras atividades estão sendo gravadas tanto pela grande mídia, quanto pelos jornalistas independentes e este material, uma vez postado, é rastreável em um nível global.
Inteligência artificial desenvolvido pela Google e outras corporações agora está sendo aproveitada para coletar e analisar, de forma eficaz, dados das pessoas para determinar sobre o que eles estão interessados visando a venda futura de produtos. Isto inclui editoras como a Amazon e outras empresas de consumo on-line. As informações sobre os livros que você compra ou olha nos sites agora estão sendo captadas por empresas privadas que têm interesses particulares. E alguma desta informação torna-se pública. Para saber se um trabalhador está buscando livros sobre a história do trabalho, por exemplo, você poderia fazer uma busca sob as leis dos EUA e outras leis em todo o mundo.

Digitalização da indústria da saúde ameaça os direitos à privacidade

Em um mundo com controle privado dos tratamentos de saúde, este é especialmente o caso com a digitalização de prontuários médicos por empresas privadas e os capitalistas, que procuram limitar suas obrigações. Um poderoso exemplo disso é o recente caso do Sistema Único de Saúde Adventista. A trabalhadora em TI Patricia Moleski foi destacada pela empresa para excluir os registros eletrônicos de trabalhadores lesionados para negar compensação trabalhista devida a eles. Ela também foi ordenada a excluir registros de mortes e outras práticas ilícitas, operação que seria atribuída a uma falha de computador. A falha em ter gravações de segurança (backups) em um sistema médico eletrônico e a falta de qualquer regulamentação série pode potencialmente permitir a manipulação em massa de informações, ameaçando os direitos humanos básicos de trabalhadores e pacientes.
O desenvolvimento da tecnologia das comunicações e da digitalização de nossa sociedade tem, geralmente, deixado organizações trabalhistas para trás, apesar do trabalho que tem sido feito. A maioria dos sindicatos no mundo não fazem treinamento de mídia e não educam os seus membros no uso da tecnologia e sobre os perigos que representam para os seus sindicatos e público. Questões da neutralidade da rede e apelos para uma mídia forte e independente que iria apoiar causas dos trabalhadores geralmente não são abordadas.

Uso das tecnologias pelos trabalhadores cresce em todo o mundo

O potencial para a organização dos trabalhadores através da tecnologia está crescendo em nível mundial. Trabalhadores da IBM, que são pró-sindicato, têm se organizado e lutas importantes foram desenvolvidas em torno da liberdade de informação.
Ken Hamidi, um funcionário da Intel que instalava sistemas, foi ferido quando dirigia durante o trabalho. Ele continuou a trabalhar até não poder mais fazer o serviço, se queixando de problemas de saúde crescentes. A Intel se recusou a cuidar de sua lesão e, como resultado, Hamidi formou uma organização de funcionários e ex-funcionários chamada FACE (Former and Current Employees of Intel). Ele foi provido por um defensor da causa com os endereços de e-mail de mais de 30.000 trabalhadores e enviou mensagens para funcionários da Intel em todo o mundo. Para esta ação, a Intel foi à Justiça e obteve uma liminar acusando Hamidi de ter invadido um 'bem móvel' por enviar as mensagens. Com o apoio da federação dos sindicatos do comércio dos EUA, da Fundação Fronteiras Eletrônicas, bem como da LaborNet, Hamidi foi bem-sucedido em derrotar este esforço para reprimir a sua liberdade de expressão. O esforço para evitar que trabalhadores e sindicatos enviem e-mail para seus colegas de trabalho e obtenção de informações através do correio eletrônico foi frustrado.
A luta para defender os trabalhadores que fazem a tecnologia é fundamental. As condições brutais enfrentados pelos trabalhadores da Foxconn, na China, está levando a muitos suicídios e mostram a verdadeira história por trás de iPhones e outras novas ferramentas de comunicação. Trabalhadores e defensores dos direitos humanos têm se mobilizado nacional e internacionalmente para exigir justiça para esses trabalhadores.

Termo anti-suicídio

A Foxconn ainda procurou forçar os trabalhadores a assinar documentos prometendo que não iriam cometer suicídio, trabalho feito em conjunto com a federação sindical governamental (ACFTU) em 2006. Mas isso significa muito pouco quando se trata das condições dos trabalhadores na planta da fábrica, onde estão em situação similar a escravos, que continuaram as mesmas sob o novo "acordo de união".
Isto não quer dizer que as condições dos trabalhadores, mesmo em empresas de tecnologia como o Google, são apropriadas. Os funcionários do Google são separados por emblemas coloridos e os de nível inferior são discriminados na empresa em razão da cor do crachá que eles usam. Um ex-cinegrafista do Google declarou:
"Falando por mim, o que me preocupa é que há, aparentemente, uma classe de trabalhadores (amarelos) para os quais são negados privilégios que são dados a outros trabalhadores de natureza equivalente não-qualificados ou temporário (vermelhos)... A única diferença entre essas duas classes de trabalhadores são a natureza exata de seu trabalho (de digitalizadores versus, por exemplo, zeladores), e sua origem racial mestiça. Na minha opinião, nenhum desses motivos é um motivo legítimo para retirar um privilégio, como transporte gratuito para um grupo, enquanto garantem esta mesma concessão para o outro grupo. Você, é claro, pode não concordar." [Andrew Norman Wilson gravou a segregação de trabalhadores no Google; assista

Trabalho usando a mídia social: A espada de dois gumes

Não há dúvida de que a mídia social se tornou ferramenta vital na proteção dos direitos democráticos e de trabalho. Estas ferramentas têm ajudado a articular sindicalistas e militantes de direitos humanos em todo o mundo. Ao mesmo tempo, no entanto, os trabalhadores estão sendo demitidos por seu chefe por colocar material sobre o seu trabalho em sua página do Facebook em seu tempo livre.
Em um caso recente na Junta Federal de Relações Trabalhistas, nos EUA, o conselho decidiu que as ações de cinco trabalhadores que haviam sido demitidos por usar o Facebook para divulgar más condições de trabalho não eram motivo de demissão.
Este esforço por parte dos empregadores e empresas para silenciar os seus trabalhadores que usam o Facebook e a internet está crescendo.
Em um caso recente no Reino Unido, a UK Uncut informou que o Facebook havia retirado ilegalmente material e procurou mudar as páginas dos trabalhadores.
Além disso, os governos têm procurado fechar sites de organizações trabalhistas e de direitos civis "em muitos países em todo o mundo, incluindo o desligamento da internet no Egito durante a recente revolta. Isso provavelmente vai acontecer novamente, como movimentos de massa que buscam romper o bloqueio de informação. A probabilidade disso ser feito na maioria dos países industrializados, porém, é muito pequena, pois o desligamento da internet resultaria na paralisação completa de toda a economia. Nos EUA e na Europa, o fechamento da internet seria praticamente fechar a economia mundial das companhias aéreas para todas as transações financeiras. Esta seria, obviamente, um cenário apocalíptico para os governos, que têm contemplado estas táticas para silenciar os críticos que usam a internet.

Ataques

Isso inclui ataques a órgãos de comunicação independentes e, novamente na Coréia, a supressão de grupos independentes de mídia, como MediAct trouxe solidariedade internacional e protestos. A APC fez até uma campanha internacional para defender essa comunidade 'media center'. 
O crescimento mundial de plataformas de trabalho independente da mídia levou a exemplos significativos e poderosos do uso de streaming para defender as lutas dos trabalhadores. Sendika.org, um projeto da LaborNet Turquia, apoiou a greve de fome por trabalhadores demitidos da Tobacco Tekna, em Istambul, e ao vivo mostraram a greve e entrevistaram os trabalhadores sobre por que eles estavam sem trabalhar. A transmissão ao vivo chegou a um público internacional e a solidariedade foi expressa através de mensagens de texto SMS.
Esta foi uma expressão concreta de solidariedade internacional para a sua greve de fome e mostrou como os trabalhadores podem ligar-se diretamente. Vídeos sobre essas lutas também foram transmitidos em todo o mundo, incluindo o entitulado "O Vento Sopra dos Trabalhadores".

Pizza do Egito na luta em Wisconsin: A revolução será televisionada?

O exemplo mais recente das mídias sociais na luta de trabalhadores foi uma grande batalha em Wisconsin para defender os funcionários públicos contra os ataques do governador Scott Walker. Enquanto trabalhadores e estudantes ocupavam o prédio do Capitólio, os defensores do trabalho e da comunidade estavam usando tweets para angariar alimentos e outros suprimentos. Dezenas de milhares de trabalhadores foram mobilizados minuto a minuto para apoiar o piquete através do uso do Twitter e outras mídias sociais, incluindo transmissão ao vivo por smartphones. [O uso do smartphone para transmitir as lutas dos trabalhadores diretamente em seus websites pode ser feito com o www.ustream.com e outros servidores.] Houve também uma explosão de vídeos de músicas temáticas, dando uma expressão cultural importante para essa luta, incluindo a música "Cidade União" (clique e assista).
Quando alguém no Egito ajudou a comprar uma pizza para os trabalhadores que ocupavam o edifício do Capitólio, nos Estados Unidos, os trabalhadores souberam que suas lutas estavam cruzando todas as fronteiras de uma forma que era impossível no passado.
A digitalização do mundo e a crescente conscientização da classe trabalhadora mundial sobre como essas ferramentas de comunicação e mídia pode ser usada para construir os seus sindicatos e obter apoio para seus direitos democráticos só vai crescer no futuro. O desenvolvimento de um poderoso movimento de massas da classe trabalhadora mundial oferece o potencial para mudar a dinâmica fundamental de quem controla e faz girar o mundo e essas ferramentas são fundamentais para este desenvolvimento.

Tradução Aray Nabuco

Ótimo filme Ucraniano...

Título do Filme
Famine 33
(Holod 33)
Exclusivo para o MKO
Créditos: MakingOff
Poster
Sinopse
Baseado na obra "The Yellow Prince", de Vasyl Barka, o filme conta a tragédia da Grande Fome da Ucrânia de 1932-1933, resultante da política de confisco do governo soviético de Stalin.
Um dos melhores filmes feitos na região depois do colapso da URSS, ele denuncia um genocídio que, por décadas, foi negado pelas autoridades dos dois países.

*** LEGENDAS EXCLUSIVAS
Screenshots

Elenco
Informações sobre o filme
Informações sobre o release
Galina Sulima
Georgi Morozyuk
Aleksey Gorbunov
Maksim Koval
Alyonka Kovtun
Konstantin Kazimirenko
Gênero: Drama histórico
Diretor: Oles Yanchuk
Duração: 92 minutos
Ano de Lançamento: 1991
País de Origem: Ucrânia
Idioma do Áudio: Ucraniano
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0104228/
Qualidade de Vídeo: DVD Rip
Vídeo Codec: XVID MPEG-4
Vídeo Bitrate: 1924 Kbps
Áudio Codec: XVID MPEG-4
Áudio Bitrate: 128 Kbps
Resolução: 672 x 512
Formato de Tela: Tela Cheia (4x3)
Frame Rate: 25.000 FPS
Tamanho: 1,3 Gb
Legendas: Anexas
Coopere, deixe semeando ao menos duas vezes o tamanho do arquivo que baixar.
 
Solicite o Torrent pelo email: turcoluis@gmail.com

Os EUA, «Ditadura Democrática» A caminho de um estado totalitário e militar


Miguel Urbano Rodrigues
 
 
A escalada de leis reaccionárias nos EUA assinala o fim do regime democrático na grande Republica.
 
A Lei da Autorização da Segurança Nacional promulgada por Obama revoga na prática a Constituição bicentenária daquele país. A partir de agora qualquer cidadão sobre o qual pese a simples suspeita de ligações com «o terrorismo» pode ser preso por tempo ilimitado. E eventualmente submetido à tortura no âmbito de outra lei aprovada pelo Congresso.


O Presidente Barack Obama ofereceu ao povo norte-americano no dia 31 de Dezembro um presente envenenado para 2012: a promulgaçãoa promulgação da chamada Lei da Autorização da Defesa Nacional.
O discurso que pronunciou para justificar o seu gesto foi um modelo de hipocrisia.
O Presidente declarou discordar de alguns parágrafos da lei. Sendo assim, poderia tê-la vetado, ou devolvido o texto com sugestões suas. Mas não o fez.
No dia 24 de Janeiro, o Senado vai votar um projecto, o SOPA, que autoriza a Secretaria de Justiça a criminalizar qualquer Web cujo conteúdo seja considerado ilegal ou perigoso pelo governo dos EUA. De acordo com o texto em debate, a simples colocação de um artigo numa rede social pode motivar a intervenção da Justiça de Washington.
A iniciativa foi já definida por alguns media como um terramoto político.
O pânico que provocou foi tamanho que a Netcoalitioncom , aliança que agrupa gigantes digitais como Facebook, Twitter, Google, e Yahoo, AOL e Amazon admite um «apagão colectivo» durante horas se o Congresso aprovar o projecto.
A lei, teoricamente motivada pela necessidade de combater a pirataria digital, será de aplicação mundial. Por outras palavras, se uma Web europeia, asiática ou africana publicar algo que as autoridades norte-americanas considerem «perigoso» pode ser bloqueada nos EUA por decisão da Justiça de Obama.
«GOVERNO MILITAR DE TRAJE CIVIL»?
Despojada da retórica que a envolve, a Lei da Autorização da Segurança Nacional, ora vigente, revoga na prática a Constituição bicentenária do país.
Afirma Obama que a «ameaça da Al Qaeda à Segurança da Pátria» justificou a iniciativa que elimina liberdades fundamentais. A partir de agora, qualquer cidadão sobre o qual pese a simples suspeita de ligações com «o terrorismo» pode ser preso por tempo ilimitado. E eventualmente submetido à tortura no âmbito de outra lei aprovada pelo Congresso.
Comentando a decisão gravíssima do Presidente, Michel Chossudovsky lembra que ela traz à memória o decreto de Hitler para «a Protecção do Povo e do Estado» assinado pelo marechal Hindemburgo em 1933 após o incêndio do Reichstag.
A escalada de leis reaccionárias nos EUA assinala o fim do regime democrático na grande Republica.
O discurso em que Obama justificou há dias o Orçamento de Defesa, veio confirmar o crescente protagonismo do Pentágono – agora dirigido por Panetta, o ex director da CIA – na definição da estratégia de dominação planetária dos EUA. Ao esclarecer que a prioridade é agora a Ásia, o Presidente afirmou enfaticamente que os EUA são e serão a primeira potência militar do mundo. Relembrou o óbvio. O Orçamento de Defesa norte-americano supera a soma dos dez maiores que se seguem.
A degradação do regime tem-se acentuado de ano para ano. A fascizaçao fascização das Forças Armadas nas guerras imperiais é hoje inocultável.
Observadores internacionais respeitados, alguns norte-americanos, comentando essa evolução, definem os EUA neste início do terceiro milénio como «ditadura democrática»
Chossudovsky vai mais longe, enuncia uma evidência dolorosa ao escrever que nos EUA se acentua a tendência para «um Estado totalitário militar com traje civil».
Desmontar-lhe a fachada é uma exigência para quantos identificam no imperialismo uma ameaça à própria continuidade da vida. Tarefa difícil, mas indispensável
Significativamente, as leis fascizantes comentadas neste artigo passaram quase desapercebidas em Portugal. Os analistas de serviço da burguesia e os media ditos de referência ignoraram o tema, numa demonstração da vassalagem neocolonial da escória humana que oprime e humilha Portugal.

A história sem fim entre Israel e Palestina



Como definir os contactos entre as duas partes já é um motivo de controvérsia. Israel e o Quarteto (instância de mediação internacional integrada por ONU, União Europeia, Estados Unidos e Rússia) falam de “negociações”, mas os palestinos dizem que se trata de “conversações preparatórias”.
Mahmoud Abbas continua a condicionar as negociações com Israel ao congelamento do avanço dos colonatos.
Mahmoud Abbas continua a condicionar as negociações com Israel ao congelamento do avanço dos colonatos. Foto WEF/Flickr

De fato, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, duvida que os contactos “amadureçam para se converterem em verdadeiras negociações’, segundo fontes de seu país. Abbas disse que aceitou as reuniões apenas “como forma de agradecimento ao esforço” mediador do rei Abdalá II da Jordânia. Em dezembro, o monarca visitou a sede da ANP na cidade de Ramalah, na Cisjordânia, enquanto o chanceler jordano viajou a Belém no Natal. Mas o líder palestino continua a condicionar as negociações com Israel à sua velha demanda de um congelamento na construção de colónias judias.

O fim da suspensão de dez meses na construção dos assentamentos, em setembro de 2010, supôs o fechamento da ronda anterior de negociações diretas. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirma que as negociações de paz devem recomeçar “sem pré-condições”. Depois de outra reunião com o rei jordano no dia 9, Abbas prometeu “explorar todas as possibilidades, apesar de débeis, para fazer avançar o processo de paz”, e anunciou uma terceira reunião no dia 26. Nessa data vencerá o prazo fixado pelo Quarteto para que os dois lados apresentem propostas em temas relacionados com segurança e fronteiras, com vistas à criação de um Estado palestino independente.

A única esperança é que, mesmo diante da falta de progressos, os palestinos se apeguem ao seu compromisso com o rei jordano e permitam que as conversações sigam além desse prazo. Abdalá se encontrará no dia 17 com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na Casa Branca, para analisar a situação. Fontes israelitas citadas pelo jornal Haaretz destacaram que o principal objetivo dos mediadores era impedir que as conversações diretas se frustrassem novamente. “Os Estados Unidos querem que continuem dessa forma até o mais perto possível das eleições presidenciais de novembro”, afirmaram.

Isso seria um êxito pelo menos em relação a 2011, ano de inúteis esforços para resolver o problema do congelamento das colónias como requisito para iniciar as conversações. A construção de assentamentos continuou durante todo o ano passado, segundo o relatório divulgado no dia 10 pela organização não governamental israelita Peace Now. A matéria, intitulada “Torpedeando a solução dos dois Estados”, informa sobre um auge sem precedentes na construção desde 2002.

Em 2011, Israel aprovou a construção de 1.850 unidades habitacionais na Cisjordânia, aumento de 20% em relação a 2010, quando a taxa de expansão de colónias foi baixa devido à moratória aprovada por Netanyahu. Além disso, o governo israelita autorizou a criação de 3.690 apartamentos em bairros judeus da ocupada Jerusalém oriental. Há planos de mais 2.660 e outras 55 unidades foram construídas dentro de bairros palestinos. No dia 8, numa coluna no jornal The Washington Post, o ex-intermediário de paz norte-americano Dennis Ross ofereceu ao Quarteto os seus conselhos sobre como superar o atual ponto morto.

O polemico diplomata (segundo funcionários palestinos, com inclinação a favor de Netanyahu) renunciou em dezembro, após 20 anos de serviços sob três governos norte-americanos consecutivos. Durante a administração Obama, Ross teria mantido um canal secreto com Netanyahu, assim minando o trabalho paralelo do enviado especial da Casa Branca ao Oriente Médio, George Mitchell, melhor visto pelos palestinos.

Mitchell renunciou em protesto por isso em maio de 2011, bem antes de uma cimeira entre Netanyahu e Obama na qual o presidente norte-americano proporia uma solução dos dois Estados “seguindo as fronteiras de 1967”. Isto significa o respeito aos limites existentes antes da Guerra dos Seis Dias.
Em sua coluna “Como romper a estagnação no Oriente Médio”, Ross propôs adotar uma série e medidas graduais para gerar confiança. “Não deve haver ilusões sobre a perspectiva de um avanço rápido”, afirmou, coincidindo com a conhecida avaliação do governo israelita de que só se pode aspirar acordos transitórios e uma “administração do conflito”.

O ex-negociador recomendou que Israel ponha fim às suas incursões militares em áreas da Cisjordânia sob controle palestino. Também sugeriu ampliar as zonas sob responsabilidade mista, permitindo maior acionamento das forças de segurança palestinas e maior acesso económico palestino a áreas sob pleno controle israelita. Já durante sua campanha de 2009, Netanyahu falou em conseguir uma “paz económica” com os palestinos. Entretanto, ainda não concretizou medidas para fomentar a confiança, com propõe Mitchell.