sábado, 7 de março de 2009

Ato contra a midia de esgoto...

Um momento de emoção

Blog do Luiz Carlos Azenha

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Um momento que tocou aos presentes na manifestação do MSM diante da Folha de S. Paulo: Toshio Kawamura, um dos fundadores da CUT que agora é dirigente da Intersindical, invocou a memória de amigos que morreram durante os anos da ditadura militar -- e chorou. Com ele choraram junto várias pessoas. Kawamura foi preso em 1969 e exilado no Chile.

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Em diversos discursos, foi dito:

1. Que o estado brasileiro praticava terrorismo;

2. Que é preciso abrir os arquivos da ditadura militar;

3. Que a Folha e outros orgãos de imprensa lucraram com o regime militar;

4. Que as famílias que controlam a mídia praticam censura contra aqueles que não representam seus interesses políticos e econômicos;

5. Portanto, que é preciso democratizar o acesso aos meios de comunicação.

Ivan Seixas, que aparece abaixo com a imagem do pai, Joaquim Seixas, revelou algo que pouca gente sabe: Otávio Frias de Oliveira, o falecido publisher da Folha, morou no nono andar do prédio do jornal durante alguns meses por temer um acerto de contas de grupos de esquerda que sabiam da colaboração dele com a Operação Bandeirantes.

De acordo com um levantamento de Eduardo Guimarães, baseado na lista de presença dos que compareceram ao ato público, participaram 345 pessoas -- o melhor público que o MSM já reuniu em suas manifestações. Como nem todos os que foram assinaram a lista, Eduardo estima que o número tenha chegado a 400 manifestantes.

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Musica da Boa....

Mais um pedido feito e atendido pelos nossos leitores, um disco dificil de ser encontrado e muito importante pra nossa biblioteca musical, ouçam com atenção, um trabalho que está ja no hall dos melhores lançados no país, belo pedido Wladimir Silva, espero que aprecie sem moderação.
Créditos: Daniel de Mello e a Música da Minha Gente
Saravá!!!
visitem o blog do Daniel, vale a pena!

Em dezembro de 73, foi lançado, em todo Brasil, o LP “Vivência”, tornando-se, este, o alvo das atenções ao chegar nas vitrines das principais lojas de discos do País. A Banda de Pau e Corda passou a ser considerada, através da crítica especializada, como “uma importante revelação da autêntica música do Nordeste”.

“O novo e admirável grupo de jovens do Recife que cantam sua poesia acompanhada de Banda de Pau e Corda – cantam pelo Nordeste de sempre. É o novo e é de sempre.”
(Gilberto Freire – texto contido na contra-capa do LP –“Vivência”)

Download:

Banda de Pau e Corda - Vivência - 1973

Dia Internacional da Mulher...

História do Dia Internacional da Mulher
História do Dia Internacional da Mulher, significado do dia 8 de março, lutas femininas, importância da data e comemoração, conquistas das mulheres brasileiras, história da mulher no Brasil, participação política das mulheres, o papel da mulher na sociedade brasileira

dia internacional da mulher

História do 8 de março


No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.

A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.

Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Objetivo da Data

Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.

Conquistas das Mulheres Brasileiras

Podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo.

Marcos das Conquistas das Mulheres na História

  • 1788 - o político e filósofo francês Condorcet reivindica direitos de participação política, emprego e educação para as mulheres.

  • 1840 - Lucrécia Mott luta pela igualdade de direitos para mulheres e negros dos Estados Unidos.

  • 1859 - surge na Rússia, na cidade de São Petersburgo, um movimento de luta pelos direitos das mulheres.

  • 1862 - durante as eleições municipais, as mulheres podem votar pela primeira vez na Suécia.

  • 1865 - na Alemanha, Louise Otto, cria a Associação Geral das Mulheres Alemãs.

  • 1866 - No Reino Unido, o economista John S. Mill escreve exigindo o direito de voto para as mulheres inglesas

  • 1869 - é criada nos Estados Unidos a Associação Nacional para o Sufrágio das Mulheres

  • 1870 - Na França, as mulheres passam a ter acesso aos cursos de Medicina.

  • 1874 - criada no Japão a primeira escola normal para moças

  • 1878 - criada na Rússia uma Universidade Feminina

  • 1901 - o deputado francês René Viviani defende o direito de voto das mulheres

Para ver mais sobre AS CONQUISTAS DAS MULHERES, entre aqui www.dhnet.org.br

MOBILIZAÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS

Um novo ânimo para o ativismo trabalhista

Por seis dias, 240 funcionários ocuparam a fábrica Republic, com sede em Chicago, para protestar contra a repentina demissão em massa, provocada pelo cancelamento da linha de crédito da empresa no Bank of America. Após muita pressão popular e o apoio de Barack Obama, suas reivindicações foram aceitas

Peter Dreier - LeMonde-Br

Se alguém duvida que haja uma nova disposição para “mudança” desde que Barack Obama foi eleito presidente dos Estados Unidos, basta perguntar aos funcionários da fábrica Republic Janelas e Portas, em Chicago.

Por seis dias, 240 membros da União dos Trabalhadores em Elétrica, Rádio e Máquinas da América (UE) – um pequeno, mas combativo sindicato, que esteve sempre do lado progressista do movimento trabalhista americano – ocuparam ilegalmente a empresa após saberem que ela seria fechada sem notificação prévia. A ação audaciosa funcionou: eles conquistaram 60 dias de pagamento extra, seguro-saúde e férias remuneradas.

Ao endossar rapidamente o protesto dos trabalhadores, Obama mostrou o tipo de liderança corajosa que os progressistas esperavam, mas não tinham a expectativa de ver tão cedo. Atitude, claro, que contrasta com o posicionamento adotado na questão do Iraque (ver nesta edição). O protesto dos trabalhadores da Republic foi reminiscente de ações similares durante a Depressão e dos ativistas por direitos civis nos anos 1960.

Também não se trata de uma ação espontânea, mas de uma estratégia bem planejada.

Em novembro, alguns trabalhadores perceberam que parte dos equipamentos tinha desaparecido. Durante uma vigília de madrugada, eles os descobriram em um pátio ferroviário próximo e concluíram que a companhia estava planejando fechar a fábrica.

O que eles sabiam naquele momento é que os donos da Republic haviam criado uma nova companhia, a Echo Windows, e comprado uma manufatura de portas e janelas em uma pequena cidade de Iowa, onde os trabalhadores não eram sindicalizados.

Antecipando a possibilidade de fechamento da fábrica, Mark Meinster, dirigente do sindicato, falou com Armando Robles, que trabalhou na manutenção da fábrica por oito anos e presidiu o sindicato Local 1110, sobre a possibilidade de um protesto passivo. Robles gostou da ideia, mas percebeu que era arriscada. Ele se preocupou com o fato de que “estávamos basicamente invadindo uma propriedade privada”, de acordo com o The New York Times. “Nós podemos ser presos”, alertou. Mesmo assim, os trabalhadores da Republic abraçaram o plano.

“Nós sabíamos que manter as janelas no armazém era uma moeda de troca”, disse Melvin Maclin, entalhador e vice-presidente do sindicato. Em 2 de dezembro passado, Barry Dubin, o chefe de operações do escritório da companhia, anunciou que a Republic fecharia a fábrica nos três próximos dias. Ele explicou que o Bank of America cancelara a linha de crédito da empresa, impossibilitando-a de permanecer no ramo – ou mesmo de pagar aos empregados pelo rompimento e as férias remuneradas. A companhia cancelou imediatamente o seguro-saúde dos trabalhadores.

Em 5 de dezembro, o sindicato organizou uma reunião no refeitório da fábrica. Quando Robles perguntou para os trabalhadores se eles estavam dispostos a ocupar a indústria, todas as mãos se levantaram. Os empregados, 80% hispânicos, gritaram “Sí, se puede!”, ou “Sim, nós podemos!”. Esse slogan, popularizado pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais Unificados nos anos 1960, se tornou o mote da campanha presidencial de Obama.

Os trabalhadores criaram três turnos e estabeleceram comitês encarregados da limpeza, proteção e segurança. Colocaram um aviso na parede do refeitório banindo álcool, drogas e cigarro. E exigiram que o Bank of America e a gerência da Republic achassem uma solução.

Os trabalhadores insistiram em não sair até que tivessem garantias de que receberiam seus benefícios. Alguns esperavam inclusive achar uma forma de manter a fábrica aberta.

O Bank of America, um dos maiores do país, disse que o cancelamento era rotina empresarial e fora causado por um problema de fluxo de caixa da Republic, uma consequência do declínio da construção de casas no país. Quando o protesto passivo começou, o banco, sediado na Carolina do Norte, emitiu uma declaração, culpando a companhia pela situação dramática dos trabalhadores.

“Quando uma empresa enfrenta uma situação difícil como essa, o seu financiador não está habilitado a dizer à administração como gerir seus negócios e quais obrigações devem ser pagas. Tais decisões competem aos gerentes e proprietários da companhia.” A declaração do banco reflete o tipo de fundamentalismo de livremercado que levou um número crescente de americanos a exigir mais regulação estatal sobre os capitais.

Apesar de infringir as leis ao ocupar a fábrica, nenhum político chamou o Departamento de Polícia de Chicago para prender os trabalhadores – um sinal claro de que sua ação tinha se tornado um símbolo da aflição das famílias trabalhadoras. O protesto começou no mesmo dia em que o presidente George Bush relutantemente tomou conhecimento, pela primeira vez, de que o país estava em recessão. Ele divulgou um relatório produzido pelo Departamento de Trabalho revelando que os empregadores suprimiriam 533 mil empregos em novembro, o maior corte mensal desde 1974.

Em 7 de dezembro, em uma coletiva de imprensa para anunciar seu novo diretor de Assuntos dos Veteranos, Obama foi questionado por um repórter sobre o protesto dos trabalhadores na Republic, que ganhara considerável atenção da mídia. Ele estava preparado para a pergunta: “Quando a situação chega a um ponto como esse aqui em Chicago, com trabalhadores exigindo benefícios e pagamentos aos quais têm direito, eu acho que eles estão absolutamente corre tos”, disse o democrata, um ex-dirigente comunitário.

“O que está acontecendo com eles é reflexo da situação econômica. Quando o sistema financeiro é imperfeito, pequenas e grandes empresas começam a fazer cortes em suas instalações, equipamentos e força de trabalho”, continuou Obama. Com essa declaração, Obama usou seu púlpito provocador para endossar o protesto dos trabalhadores e pressionar o Bank of America e a Republic a forjar uma solução. Representantes da companhia, do Bank of America e do sindicato começaram a se encontrar no escritório central do banco. O congressista Luis Gutierrez, um democrata liberal de Chicago, intermediou as conversas.

“Nós estávamos cortando vidro para um pedido de mil novas janelas na semana passada”, disse Vicente Rangel, empregado da Republic por 15 anos, ao Los Angeles Times. “Havia trabalho a fazer. Aí, os chefes nos chamaram para uma reunião e disseram que estavam desistindo, quisessem ou não.” Os sindicalizados ganhavam uma média de US$ 14 por hora e recebiam segurosaúde e benefícios de aposentadoria como parte de seu contrato.

Em todo o país, centenas de americanos demonstraram apoio aos trabalhadores da Republic. Por meio de seus sindicatos, congregações religiosas e grupos comunitários, mandaram dinheiro, comida, roupas e cobertores. Foi colocado no ar um site para estimular doações e manter as pessoas informadas sobre o protesto.

Durante a ocupação dos trabalhadores, manifestantes fizeram piquetes em várias agências do Bank of America, assim como na sede da instituição, em Charlotte, Carolina do Norte. Uma coalizão de sindicatos e grupos comunitários, Jobs with Justice, fez um comício na Câmara Municipal de Chicago e ameaçou organizar um boicote ao Bank of America se o problema não fosse resolvido.

Membros do sindicato e políticos chamaram a atenção para a ironia de o estabelecimento ter acabado de receber US$ 25 bilhões do fundo para falências do governo dos Estados Unidos, concebido para pressionar os bancos a emprestar dinheiro novamente.

O presidente eleito usou seu púlpito provocador para endossar o protesto dos trabalhadores e pressionar o Bank of America e a Republic a forjar uma solução

A falsidade do banco foi exposta também pelos políticos. Depois que o senador Dick Durbin, um democrata liberal de Illinois e conselheiro próximo de Obama, visitou a fábrica, ele expressou seu apoio aos trabalhadores: “Os dólares dos impostos enviados a esses grandes bancos não são para dividendos nem para o salário dos executivos, mas para empréstimos e crédito para que negócios como a Republic continuem funcionando e seus empregados não sejam mandados para o olho da rua”.

Dirigentes do sindicato e políticos sugeriram que a companhia poderia ter violado também a Notificação de Ajuste e Reconversão do Trabalhador, uma lei federal de 1988 que requere às entidades patronais informar empregados e comunidade com 60 dias de antecedência sobre o fechamento de fábricas e demissões em massa.

Além disso, os membros do conselho da cidade de Chicago pediram audiências sobre a Republic, que recebeu mais de US$ 10 milhões dos fundos para indústrias degradadas da cidade. Eles sugeriram retirar do Bank of America as centenas de milhares de dólares vindos da ajuda governamental. A combinação entre o protesto dos trabalhadores, apoiado por Obama e outros políticos, e a aceleração da publicidade negativa forçou o Bank of America a ceder.

Inicialmente, o empresário da Republic Richard Gillman, que ganha US$ 225 mil por ano, demandou que a ação do banco também cobrisse o empréstimo parcelado para a aquisição dos carros da empresa, um BMW ano 2007 e um Mercedes S500, ano 2002, bem como oito semanas de seu salário. Depois, no entanto, ele voltou atrás.

O banco concordou em providenciar US$ 1,35 milhão para o plano de demissão da fábrica. “Nós nunca esperamos por isso”, disse Melvin Maclin, o vice-presidente da UE, sobre o apoio que receberam. “Pensávamos que iríamos para a cadeia.”

Apesar de os trabalhadores da Republic estarem atualmente desempregados, o sindicato e os conselhos da cidade de Chicago tentam encontrar um novo investidor para reabrir o negócio. O simbolismo da tomada da fábrica pelos dos trabalhadores também deu crédito ao apelo de Obama por um programa de infraestrutura com fundos governamentais, necessário para estimular milhões de empregos – quase todos no setor privado – e ajudar a economia em crise a dar um salto inicial. “Sempre há demanda para portas e janelas”, disse o presidente da UE Carl Rosen. “Mas, com a proposta de estímulo de Obama, vai haver demanda ainda maior pelos produtos feitos pelos trabalhadores da Republic. Não faz sentido fechar a empresa quando a necessidade é tão óbvia.” O protesto passivo não foi o único sinal de ânimo renovado para o ativismo dos trabalhadores no final da era Bush e começo do regime de Obama. Em 11 de dezembro, os trabalhadores do maior matadouro de porcos do mundo, em Tar Heel, Carolina do Norte, votaram pela sindicalização em massa. Em 1994 e 1997, esses mesmos 5 mil funcionários da Smithfield Packing rejeitaram a sindicalização, após serem submetidos ao assédio e à intimidação ilegal da empresa, em um estado conhecido por suas leis antitrabalhistas.

Essa decisão foi uma das maiores vitórias dos sindicatos do setor privado em muitos anos. Aproximadamente 60% dos trabalhadores em matadouros são afroamericanos.