quarta-feira, 25 de março de 2009

Enquanto isso na Guatemala...

Investimento em educação continua insuficiente






Adital

Mesmo com avanços obtidos por recentes reformas educativas, o desempenho continua sendo insatisfatório na Guatemala. A conclusão foi apresentada, na última sexta-feira (20), pelo Informe de Progresso Educativo da Guatemala (2008), elaborado entre o Programa de Promoção da Reforma Educativa na América Latina e no Caribe (PREAL) e o Centro de Investigações Econômicas Nacionais (CIEN) da Guatemala.

O informe "Educação, um desafio de urgência nacional" destaca avanços obtidos em matéria de cobertura e de permanência na escola. No entanto, revela que há mais de um milhão de crianças e jovens entre 5 e 18 anos que estão fora do sistema escolar, somente seis de cada dez estudantes terminam a primária e menos de dois em cada dez finalizam a secundária.

"Embora as porcentagens de crianças guatemaltecas inscritas na pré-primária e na secundária também tenham aumentado desde 2000, são ainda muito baixas. Por exemplo, enquanto que na América Latina e no Caribe quase sete em cada dez jovens freqüentam a secundária, na Guatemala, quase quatro em cada dez o fazem", aponta o informe.

Sobre o desenvolvimento de padrões e avaliações, o informe destaca que, em algumas áreas, não se observam nem progressos nem retrocessos, como os resultados dos exames nacionais de matemática e leitura, que continuam sendo baixos, bem como a persistência de desigualdade de gênero e a ausência de mudanças significativas na administração escolar, na participação da comunidade ou na prestação de contas.

A análise não registra grandes avanços em matéria de desenvolvimento docente. Segundo o informe, os professores da primária tiveram baixo desempenho nos exames padronizados de leitura e matemática, e não houve mudanças importantes nos incentivos aos docentes nem em seu nível de envolvimento na reforma educativa no período observado.

O aspecto mais deficitário entre os analisados foi o que diz respeito ao investimento na educação, que recebeu classificação F, o que significa muito deficiente. "Apesar de o governo destinar mais recursos ao setor educativo, esses não são suficientes e não se avalia sua eficiência", ressalta o informe. Segundo o estudo, o gasto público em educação está abaixo do que é investido em outros países da região e muito abaixo do mínimo de 5% do PIB recomendado pela Comissão Centro-americana para a Reforma Educativa da PREAL.

Além disso, o investimento na educação não chega aos mais pobres: "No período 2000-2007, a maior porcentagem do investimento público em educação correspondeu ao nível primário (55%) seguido do universitário (12%). No entanto, o gasto por aluno universitário foi cerca de quatro vezes maior que o de um aluno da primária. Se compararmos os países latino-americanos, Venezuela e Guatemala se encontram entre os países que possuem uma maior relação entre gasto em educação terciária e primária".