BLOG DO TURQUINHO
Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
sexta-feira, 10 de agosto de 2018
O Espiritualismo Ocidental: Dr. Gary Schwatz, professor de Psicologia e Neurop...
O Espiritualismo Ocidental: Dr. Gary Schwatz, professor de Psicologia e Neurop...: Do Canal Spirit Connecitions (com legendas em Português e apresentação de Luis Sérgio Marotta): texto de apresentação do Canal Sp...
quarta-feira, 22 de novembro de 2017
quinta-feira, 2 de novembro de 2017
Altamiro Borges: Cinco famílias controlam 50% da mídia
Altamiro Borges: Cinco famílias controlam 50% da mídia: Por José Antonio Lima, na revista CartaCapital : Cinco famílias controlam metade dos 50 veículos de comunicação com maior audiência n...
sexta-feira, 27 de outubro de 2017
RÚSSIA SHOW: Cursos interativos
RÚSSIA SHOW: Cursos interativos: CURSOS DE RUSSO NA WEB BYKI CURSO INTERATIVO DE RUSSO EVERY DAY RUSSIAN LANGUAGE GRAMOTA LIVEMOCHA ONDE APRENDER RUSSO DE GRA...
segunda-feira, 17 de outubro de 2016
LOS CALCHAKIS – FLAUTAS, GUITARRAS Y CANTOS DE ARGENTINA (1989) - YouTube
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quinta-feira, 8 de setembro de 2016
Rapadura Açucarada - No Dia Mais Claro, Na Noite Mais Densa: Coleção Marvel Salvat #28
Coleção Marvel Salvat #28
COLEÇÃO MARVEL SALVAT #28: HOMEM DE FERRO
Digitalização: Renato P./Ajustes: Eudes H./H.O.R.D.A.
PARA BAIXAR, CLIQUE AQUI
Algumas considerações sobre a Coleção Marvel Salvat no RA.
1 - Não é nossa intenção completar a coleção. Não é uma obrigação que queremos adotar. Primeiro, porque nem eu, nem o Renato, juntos, temos a coleção inteira. Vamos apenas fazer as que temos.
2 - Não precisam enviar links de algum lugar que tenha a coleção completa. A qualidade sempre é diferente da nossa e, no fim, teriamos que refazer. Assim sendo, novamente, não enviem links de outros.
3 - Algumas HQs já existirão em scan, aqui mesmo ou em outro lugar, como é o caso dessa do Homem de Ferro, mas faremos assim mesmo, pois sempre há importante material adicional nessa coleção. E mais é melhor que menos.
4 - Se ficar propenso a querer a coleção completa, pode pesquisar na internet por mais scans, pode comprar as edições nas bancas de jornal ou em sites que vendem quadrinhos. Os números antigos podem ser encontrados em sites como o Mercado Livre, Estante Virtua e Rika Comics.
No mais, esta é uma HQ escrita por David Michelinie, desenhada por John Romita, Jr. e Carmine Infantino e arte-finalizada por Bob Layton. Entre muitas aventuras e inimigos cruéis, Tony Stark acaba tendo que lidar com o pior de todos, ele mesmo e seu vício em álcool, que o está afastando das pessoas que mais se importam com ele.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2016
A insutentável leveza do sexo
A insustentável leveza do sexo
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Estar sozinho. Sentir-se sozinho. Ter apenas o próprio reflexo. A solidão é algo que todos de uma maneira ou de outra buscam afastar-se. Seja pela dificuldade que temos de olhar a si mesmo (como dizia Pascal), seja pela dificuldade de encarar a existência, com toda sua complexidade, sem nada para se apoiar. A solidão nos aflige, porque há um vazio dentro de nós, o qual só pode ser preenchido por outra pessoa. Sendo assim, busca-se no amor a solução para o vazio existencial.
No mundo líquido, esse vazio existencial é preenchido pelo sexo. As pessoas possuem incontáveis “parceiros”, contudo, são incapazes de relacionar-se, de tal modo que o sexo casual, totalmente desconectado com um relacionamento e, consequentemente, com o amor não pode preencher esse vazio, mas antes, afastá-lo dos outros. Erich Fromm, sabiamente, diz:
“O sexo só pode ser um instrumento de fusão genuína – em vez de uma efêmera, dúbia e, em última instância, autodestrutiva impressão de fusão – graças a sua conjunção com o amor. Qualquer que seja capacidade de fusão que o sexo possa ter, ela vem de sua camaradagem com o amor.”
Não quero fazer um culto de negação ao corpo, mas parece-me que o sexo desvencilhado do amor ou de qualquer outra coisa, isto é, o sexo livre de ligações no dia seguinte, não conseguiu o que prometia. Em um primeiro momento, pode ser empolgante caminhar no mundo do “sexo puro”, mas, quando a correnteza não puder ser controlada? Afinal, deve-se ser livre, ter algo que o prenda é proibido nesse jogo. Então, estar à deriva é tão bom assim? Preenche o vazio? Segundo Bauman não, pois,
“Voar suavemente traz contentamento, voar sem direção provoca estresse. A mudança é jubilosa; a volatilidade incômoda. A insustentável leveza do sexo?”
Essa insustentável leveza do sexo pode ser percebida nos muitos casos, que chegam aos consultórios, de pessoas frustradas, já que o remédio que prometia curar causou mais moléstias. Dessa forma, o sofrimento torna-se ainda maior, pois na medida em que se tentou afastar-se da solidão com o “sexo puro”, percebeu-se que se estava mais só que antes. Essa frustração ocorre porque o sexo esvaziou-se de sentimentos e, portanto, não permite nele a capacidade de realização que se pretende. Em outras palavras,
“Quando o sexo se apresenta como um evento fisiológico do corpo e a palavra sensualidade pouca evoca senão uma prazerosa sensação física, ele não está liberado de fardos supérfluos, avulsos, inúteis, incômodos e restritivos. Está, ao contrário, sobrecarregado, inundado de expectativas que superam sua capacidade de realização.”
Assim sendo, o “sexo puro” é caracterizado pela rotatividade e não pela qualidade ou capacidade de realização. Essa rotatividade é uma das principais características do “homo consumens”, uma vez que, na modernidade líquida, o sucesso não é caracterizado pela capacidade de ter bens, pois para que você possua algo é preciso guardá-lo, e o homem pós-moderno ou “consumens” não quer ter esse trabalho. O sucesso, assim, é medido pela capacidade de usar, desfazer-se e usar algo novo.
“É a rotatividade, não o volume de compras, que mede o sucesso na vida do homo consumens.”
O “sexo puro” encontra-se em perfeita consonância com essa ideia, em que os encontros não devem passar de um episódio e todos devem estar preparados para ser descartados. O grande paradoxo nisso, é que esse “sexo puro” prometia resolver o problema da solidão. Mas, parece-me improvável que assim o seja, quando o outro vale menos que uma camisa, visto que esta é usada mais de uma vez.
Quando se determina que os encontros não devam passar de um episódio cria-se uma ditadura, em que toda forma de relacionamento deve ser assim. Há, dessa maneira, o banimento dos sentimentos do sexo. Entretanto, esquecem que quando se tenta retirar o acaso, o inesperado da vida, retira-se, imprescindivelmente, o que há de mais sublime na vida: o amor.
O “sexo puro” é a tentativa de uma sociedade insegura de sair da solidão, mas sem sair da zona de conforto. Obviamente, que quando não se cria expectativas no outro, dificilmente, haverá decepção. Mas, se não se espera nada no outro, talvez isso não seja amor. Para muitos estudiosos, na raiz do verbo amor está impressa a ideia de plantar, semear. Portanto, necessariamente, se há amor, há expectativas, pois ninguém semeia sem acreditar na colheita.
A insustentável leveza do sexo consiste em acreditar que pode se relacionar com outra pessoa e portá-la para dentro de si sem que haja envolvimento. Todavia, para que algo se desenvolva, é preciso envolvimento, muito embora, essa não seja uma característica do homem líquido. Criar laços fortes pode deixar-nos mais vulneráveis, mas ao amor são inerentes a vulnerabilidade e a incerteza, e já disse que as melhoras coisas só acontecem no terreno do inexplicável.
Ler mais: http://www.contioutra.com/a-insutentavel-leveza-do-sexo/#ixzz3z1tBvq9t
domingo, 6 de dezembro de 2015
[Hidef] O Sacrifício / Offret (1986) - Andrei Tarkovsky - Making Off
O Sacrifício (Offret) The.Sacrifice.1986.720p.BluRay.x264-CiNEFiLE | |||||||||
Poster | Sinopse | ||||||||
Intelectual aposentado e ateu, Alexander vive confinado em sua casa de campo com a mulher, o filho pequeno e seus dilemas existenciais. Durante seu aniversário, na companhia de amigos, a televisão anuncia uma tragédia nuclear que poderá causar a extinção da humanidade. O medo do fim leva todos ao desespero e provoca reações inesperadas nos convidados. Movido pela irracionalidade da fé que sempre desdenhou, o anfitrião busca uma saída espiritual para salvar o planeta. Último trabalho do diretor russo Andrei Tarkovsky – e com o qual arrematou o prêmio especial de júri e crítica em Cannes-, o Sacrifício foi rodado na Suécia com a ajuda de colaboradores do seu grande ídolo Ingmar Bergman. Nele, Tarkovsky dá sua última e derradeira mensagem: de que nos momentos difíceis, mesmo aqueles que crêem no livre-arbítrio, acabam sempre esbarrando na espiritualidade. No desespero, toda descrença e subversão agnóstica caem por terra e o homem cabalmente sucumbe a Deus para encontrar refúgio. Como tudo parece um grande pesadelo, o filme também permite outras leituras como a paranóia de um conflito nuclear, já que a Guerra Fria ainda era presente na década de 80 ou mesmo uma crise existencial agravada pela reclusão do protagonista. De: http://blig.ig.com.b...ky-suecia-1986/
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Elenco | Informações sobre o filme | Informações sobre o release |
Erland Josephson, Susan Fleetwood, Allan Edwall, Guðrún Gísladóttir, Sven Wollter, Valérie Mairesse, Filippa Franzén, Tommy Kjellqvist, Per Källman, Tommy Nordahl Para detalhes, vide IMDB | Gênero: Drama Diretor: Andrey Tarkovsky Duração: 2h 28mn Ano de Lançamento: 1986 País de Origem: Suécia Idioma do Áudio: Sueco IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0091670/ | Qualidade de Vídeo: BR Rip Container: MKV Vídeo Codec: V_MPEG4/ISO/AVC Vídeo Bitrate: 4517 Kbps Áudio Codec: AC3 Áudio Bitrate: 640 Kbps Resolução: 1200x720 Aspect Ratio: 1.667 Formato de Tela: Widescreen Frame Rate: 23.976 Tamanho: 5.465 GiB Legendas: Em anexo |
Crítica | ||
Palavras, palavras. Teatro insuficiente das palavras. "Ninguém vai fazer nada?" – pergunta a si mesmo o patriarca da família. "Tudo será sempre igual, se fizermos tudo sempre da mesma forma?" O Sacrifício é o testamento de um cinema em busca de um ultrapassamento, de um cinema em que a fissura da superfície aparece como obsessão – de uma vida de imagens debruçadas sobre a possibilidade da ruptura, da quebra, do estilhaçar de um certo apaziguamento aparente das coisas. Em O Sacrifício, a normalidade aparece na forma marcada e gélida de uma família sueca que se encontra para comemorar o aniversário de seu patriarca. A tensão dos gestos, a aspereza dos diálogos, a rugosidade das paredes vazias ao longo do primeiro terço do filme, todo o teatro das cenas remete a um lugar ao mesmo tempo de conforto/acomodação e de profundo incômodo. Há um grito latente no perambular dos personagens, nas trocas de olhares entre pais e filhos, patrões e empregados, maridos e esposas... Atores e mobílias da casa parecem se igualar na sua manutenção da ordem, na sua economia dos espaços. Em meio a toda essa frieza, o patriarca se sobressai como a figura que carrega no peito uma angústia, um se indispor diante da vida-posta, uma condição espiritual que dá a ele um sentido patético, uma espécie de fantasma de gestos vagos. É apenas com o seu pequeno filho, porém (e só com ele), que o homem consegue travar um embate direto – ironia-poética de Tarkovski, o menino acaba de passar por uma cirurgia na garganta e não pode falar – se comunicando apenas por gestos e grunhidos, sob um chapéu de pano branco que lhe esconde o rosto. Desde o primeiro plano essa relação é estabelecida, como se naquele menino estivesse a imagem reposta de uma esperança ainda sem palavras. O filme se inicia assim: com os dois personagens, ao longe, plantando juntos uma árvore à beira de um lago, enquanto o homem narra a fábula de um homem cuja sina era regar uma árvore morta (até que ela florescesse novamente...). Nesse certo sentimento de impossível, Alexander (o pai) reitera a figura do desviante, do visionário trágico, presente em diversos aspectos da obra do diretor. É ele que, numa espécie de sonho-sono-previsão do futuro, vê ou antevê a explosão de uma guerra nuclear de proporções mundiais que aparecia como o anúncio do apocalipse. Alexander se ajoelha e lança os olhos para o alto: por cerca de um minuto, faz sua súplica ao vazio, coloca a própria ordem (família, casa, filhos) de sua vida em sacrifício e promete deixar tudo para trás "se tudo voltar a ser como antes...". Nesse misto de transe, de histeria, o personagem quase-nonsense do carteiro faz as vezes de um anjo mensageiro/consciência, que sussurra para Alexander a única e absurda saída: fazer amor com uma misteriosa empregada da casa, uma bruxa capaz de reverter o destino trágico da humanidade. Tarkovski não faz diferenças de tom, de verdade, entre as possíveis alucinações e a rotina da casa, tudo é apresentado no mesmo tom, na mesma cadência, e às vezes o absurdo parece mais plausível do que a ordem tão naturalizada das coisas. O filme, sem palavras claras, vai aos poucos narrando as ações de Alexander, e nos fazendo reconhecer em suas ações os gestos extremos das palavras proferidas em sua súplica. A casa em chamas, uma certa alegria trágica. O Sacrifico é um elogio dos gestos extremos, da incapacidade de deixar que tudo permaneça, do ultrapassamento de seus sentimentos mais sedimentados para a possibilidade de uma sobrevida do homem. Loucura e libertação andam juntas, e é belíssimo ver como Tarkovski inscreve esse sentido na carne do filme. É notável o longo plano-seqüência em que Alexander corre de seus familiares e da ambulância antes de ser capturado num vasto campo gramado – a casa em chamas ao fundo e a correria quase ridícula, tira o filme da sintonia apática, dos gestos marcados, da câmera dura. Há um pequeno caos, uma pequena ruptura, um pequeno sacrifício da vida como ela é, para que a própria vida possa perpetuar-se/expandir-se para além do hábito. O apocalipse não como fim de tudo, mas como o findar de tudo numa repetição sem limites. O Sacrifício é um elogio do ir além, uma ode à vida como possibilidade de reinvenção e não como manutenção do mesmo. A saúde da loucura, sua capacidade de tirar as coisas do lugar, como esse necessário sacrifício do espírito diante da amenização da vida. Último filme de Tarkovski, O Sacrifício é dedicado a seu filho e termina com o menino de Alexander deitado aos pés da árvore morta, que ainda não floresceu. Essa imagem final, de esperança (mais do que de melancolia), é o plano final da filmografia do diretor. É quando ouvimos, pela primeira vez (e somente), a voz pequena do menino e ele profere a pergunta primeira, a mais essencial de todas ("No início era o verbo" – ação primordial do espírito) – aquela que talvez fosse a saída para o recomeço que o cinema de Andrei Tarkovski sempre se esmerou em intuir, ou seja: "Por que, meu pai, por quê?". Felipe Bragança, em Contracampo | ||
Coopere, deixe semeando ao menos duas vezes o tamanho do arquivo que baixar. |
Versão
baixada do Karagarga, mas disponível em http em diversos fóruns
(HDArena, tehParadox, etc). Rip do Blu-Ray da Kino Lorber lançado
recentemente.
Upgrade de O Sacrifício / Offret (1986)
O torrent, com a legenda em inglês embutida no arquivo:
The.Sacrifice.1986.720p.BluRay.x264-CiNEFiLE.6553840.TPB.torrent 14.51K
994 Downloads
A legenda em português, devidamente sincronizada:
The.Sacrifice.1986.720p.BluRay.x264-CiNEFiLE.rar 21.91K
898 Downloads
sábado, 5 de dezembro de 2015
Altamiro Borges: Crise venezuelana e golpe paraguaio
Crise venezuelana e golpe paraguaio
Por Francisco Fonseca, no site Carta Maior:
A admissão do processo de impeachment da presidente Dilma, formalmente deflagrado em 03 de dezembro é o desfecho esperado de uma conjunção de fatores:
1) A derrota eleitoral do PSDB – a quarta consecutiva, nunca é demais relembrar – e do rentismo deletério que representa, o que vem implicando toda sorte de revanchismo antidemocrático
2) ascensão do carbonário deputado Eduardo Cunha, representante do que há de mais escuso na vida “pública”, com seu séquito do “baixo clero” que tem no Congresso um balcão de negócios;
3) Da saída às ruas (e do armário) da direita – com tonalidades protofascistas – proveniente das classes médias superiores, incomodada com a ampliação dos direitos sociais;
4) Do terror apocalíptico promovido pelo Partido da Imprensa Golpista (o conhecido PIG), jamais enfrentado por qualquer governo;
5) Das contradições econômicas do próprio Governo Dilma, notadamente o antissocial e o antidesenvolvimento “ajuste fiscal” levado a cabo por um neoliberal de carteirinha, e, em termos políticos, da tentativa de manutenção da esgarçada “aliança de classes” expressa na lógica da coalizão;
6) Da histórica “lógica privatizante” do Sistema Político brasileiro: financiamento legal e ilegal de campanhas e partidos, igualmente jamais reformado;
7) Da obtusa “Operação Lava Jato” quanto às ilegalidades constitucionais (notadamente prisões sem motivações legais); ao “mercado das delações premiadas”; à ilegalidade de grampos no cárcere de Curitiba com o consequente “mercado” das gravações; à seletividade de julgamentos (e de vazamentos ao PIG); e ao fato de delegar a um juiz de primeira instância tamanho poder; entre outras.
Esse conjunto de fatores torna a conjuntura altamente complexa e fluida, com movimentos e contramovimentos de lado a lado: esquerda, legalistas, progressistas e desenvolvimentista versus direita, golpistas, neoliberais e rentistas. Isso tudo com o apoio ingênuo de um sem-número de “inocentes úteis”, muitos dos quais foram às “manifestações conservadoras” promovidas e apoiadas por imorais em nome da moralidade!
Nesse contexto, o ambiente político brasileiro – institucional e social – vem sendo tumultuado e polarizado por forças conservadoras e reacionárias, tal como na Venezuela. Um sem-número de “Capriles” parece povoar nosso ambiente! Isso tudo sem Chaves, chavismo, bolivarianismo e reformas radicais!
Pois bem, a admissibilidade do processo de impeachment – deve-se considerar que o processo tem um longo caminho entre Câmara e Senado e STF – cada vez mais se assemelha com o que se deu no Paraguai com a derrubada do presidente Lugo. A “peça” produzida pelos “juristas” Reali e Bicudo, encomendada pelo PSDB com a “consultoria” de Gilmar Mendes, lida em plenário pelo “pré-cassado” (quiçá preso) Eduardo Cunha é um “faz-me-rir” jurídico. Os “argumentos” elencados – sem estofo – seriam suficientes para enforcar qualquer um num regime de exceção que nos remete a Kafka.
Diferentemente da opinião majoritária, não se tratou de “chantagem” de Cunha, pois independentemente da posição do PT o presidente da Câmara levaria o processo de impeachment a cabo, uma vez que sintetiza a reação não apenas à presidente Dilma e ao PT, e sim aos direitos sociais, trabalhistas e civis, que implicam varrer a esquerda e a agenda progressista e civilizatória: não foram esses os objetivos do PDS, depois PFL, depois DEM...e agora PSDB?
Trata-se, pois, de forças econômicas e sociais catalisadas por Cunha, isto é, da luta de classes com todas as modulações aí implicadas. Mais ainda, trata-se de redefinição – tal como está ocorrendo na Argentina neste exato momento e de longa data na Venezuela – política, econômica, social e internacional.
Derrotar os golpistas é impedir a “paraguaização política” da sociedade brasileira, consolidar o Estado de Direito Democrático e a democracia política e SOCIAL brasileira, numa perspectiva de inclusão social e internacional. Especificamente quanto à América Latina, o que ocorrer no Brasil terá enorme impacto no subcontinente.
Por tudo isso, nunca a ação de “ir às ruas” e “ocupar democraticamente os espaços públicos” foi tão importante como agora. Trata-se, com a derrota do golpismo – impedindo o impeachment –, do estabelecimento de nova correlação de forças que permitirá ao Governo Dilma de fato governar, e “virar à esquerda” com políticas econômicas progressistas e com reformas político/institucionais que sejam radicalizadoras da democracia, movimento que constrangerá o Congresso conservador a novas pautas. Poderá ser um “novo governo”, tal como o foi, guardadas as realidades distintas, o Governo Lula pós Dirceu/Palocci.
O mote da “crise como parteira da história” nunca foi vigente como nos dias de hoje. A chance de derrotar a direita – social e institucional –, reformar as instituições no sentido de aprofundar sua democratização e combater os poderes tradicionais (agronegócio, rentismo, mídia, entre inúmeros outros), renovando as políticas públicas, nunca esteve, paradoxalmente, possibilitado de maneira tão vigorosa como agora.
Depende, para tanto, dos embates e da articulação dos movimentos sociais, da defesa da legalidade pelas instituições democráticas e do amplo campo democrático. Ao PT e ao Governo Dilma caberão, como não poderia deixar de ser, papeis cruciais nesse processo, superando suas erráticas trajetórias recentes, o que implicará “virar à esquerda” se quiserem continuar relevantes na história brasileira.
A ver!
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