A Conferência Internacional pela Abolição das Bases Militares Estrangeiras foi iniciada em Quito, Equador, com a participação de mais de 400 delegados de 40 nações.
O evento, que será realizado até 9 de março em Quito e na cidade de Manta, analisará o impacto da presença militar estrangeira sobre as populações dos países ocupados, o meio ambiente e as estratégias de dominação global.
Segundo o programa deste encontro, nos dias 5, 6 e 7 de março acontecerá a sessão na Universidade Católica desta capital e no dia 8 está prevista uma "Caravana de mulheres pela paz contra as bases militares", de Quito até Manta.
No dia seguinte serão apresentadas as conclusões na cidade costeira, da província do Manabí, onde se encontra uma instalação militar norte-americana.
Andrés Thomas, americano e membro do Movimento “Não Violência”, ressaltou que esta reunião procurará visualizar e compartilhar experiências, e gerar mecanismos de solidariedade com as lutas contra as bases militares estrangeiras no mundo.
Destacou que além dos efeitos negativos provocados pelas instalações militares estrangeiras no meio ambiente e nas populações locais, elas constituem uma ameaça à soberania dos povos e para a paz mundial.
Utilizando-se dessas bases militares, os Estados Unidos invadiram países soberanos e a base de Manta, localizada a sudoeste do Equador, é utilizada para o Plano Colômbia, ressaltou Thomas.
Entre os delegados internacionais, encontram-se em Quito Wilbert van der Zeijden, da Transnational Institute (Holanda); Herbert Docena, pesquisador da Focus on the Global South (Filipinas) e a mexicana Ana Esther Ceceña.
A Conferência servirá também para chamar a atenção sobre a necessidade de apoiar os equatorianos e o governo do presidente Rafael Correa para que em 2009 os militares norte-americanos saiam de Manta.
O holandês der Zeijden espera que o evento sirva para impulsionar "uma grande campanha global" contra as bases e a presença militar em todo mundo.
Ao se referir à base militar norte-americana no Equador, destacou que o fechamento dessa base em 2009 será um golpe forte para os Estados Unidos, devido à localização geopolítica desse enclave.
Na cerimônia de abertura estará o prefeito de Quito, Paco Moncayo, assim como um representante do governo do presidente deste país, Rafael Correa.
Segundo fontes militares norte-americanas, 95 por cento dos enclaves militares que existem no mundo são dos Estados Unidos. Na América Latina, os norte-americanos contam com 17 pontos com instalações de radares, localizados na Colômbia e no Peru, três locações de segurança estão localizadas em Comalapa (El Salvador), Reina Beatrix (Arava) e Marmita Rei (Curaçao).
A estas se acrescentam as bases de Guantânamo, na ilha de Cuba, e de Soto Cano, em Honduras, e a de Manta, no Equador.
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