A ELAM-Venezuela é parte dos acordos da Alternativa Bolivariana para as Américas (ALBA) firmado entre Chávez e presidente cubano, Fidel Castro, em agosto de 2005. “O país mais agredido pelo Império é o país mais solidário com os povos. O companheiro Fidel para mim é o primeiro médico do mundo. Os EUA mandam tropas para acabar com vidas, Cuba manda tropas para salvar vidas”, afirmou o presidente boliviano, Evo Morales, durante a inauguração da Escola.
”Quando os povos se libertam ajudam a libertar outros povos”, reiterou Morales. Fortalecida pelo governo da Bolívia e por organizações sociais camponesas e urbanas latino-americanas, a ELAM pretende formar em medicina integral comunitária 200 mil jovens da América Latina e Caribe em um período de 10 anos.
Em Cuba, a ELAM abriga atualmente a 22, 600 mil estudantes da América Latina, de um total de mais de 24 mil provenientes de outros 86 países, conforme informou Fidel Castro em um comunicado enviado à Chávez.
“Estamos aqui para aprender medicina comunitária, socialista e humanitária, como nos ensinou o Che (Guevara). Ao terminar nossos estudos, temos o compromisso de trabalhar em nossas comunidades”, disse o aluno boliviano David Aguilar, durante a inauguração da ELAM.
Nesta primeira etapa, iniciarão seus estudos 456 jovens latino-americanos, dos quais a grande maioria será de bolivianos. Os alunos participarão de uma primeira fase de preparação e adaptação, para depois seguirem à formação pré-médica.
Nos anos posteriores de formação, os estudantes deverão integrar o Sistema de Saúde Pública e o programa social de saúde, Missão Bairro Adentro, no qual participam mais de 20 mil médicos cubanos, que atendem às comunidades pobres da Venezuela. A duração do curso é de sete anos.
Alberto Granado, companheiro de Guevara em sua primeira viagem pelo continente Latinoamericano e fundador da Escola de Medicina de Santiago de Cuba, também participou da inauguração da ELAM. “A presença de Evo e Chávez é sinal de que estamos avançando, que já não é sonho o que pensávamos o Che e eu. Agora estamos concretizando os sonhos de Bolívar, de Martí e do Che”, disse Granado, aplaudido pelos alunos da ELAM.
Do Brasil, 80 alunos provenientes de organizações como o Movimento Nacional de Luta por Moradia, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Central de Movimentos Populares (CMP), entre outros movimentos, ingressaram à Escola.
"Com gestos concretos como esse é que vamos construindo a verdadeira integração, com a participação dos povos, a partir da base", avalia Joaquin Piñero, membro da Vía Campesina, um das organizações que participaram do evento. O presidente venezuelano, Hugo Chávez, quem aproveitou para ressaltar a fragilidade do império estadunidense frente à integração latinoamericana, afirmou que a ELAM também será uma escola de formação socialista.
“ Não é somente formação de medicina. Aqui estamos formando em socialismo, formação da mulher e do homem novo”, afirmou o presidente venezuelano. Para incentivar a integração dos alunos, a pedido de Hugo Chávez, Fidel Castro anunciou, em um comunicado, que 200 alunos cubanos deverão integrar o primeiro grupo de estudantes.
Para os movimentos sociais, a ELAM assim como o Instituto Latinoamericano de Agroecologia Paulo Freire (IALA), com sede em Barinas (Venezuela), são importantes para fortalecer a formação dos movimentos sociais, do campo e da cidade. “Estamos fortalecendo a luta contra as desigualdades sociais, em busca da justiça social”, afirma Piñero, da Vía Campesina.
Fonte:BrasilDeFato
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