24 de outubro: marcha pelos direitos da classe trabalhadora | | | |
Fernando Silva | |
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No próximo dia 24 de outubro milhares de trabalhadores, trabalhadoras, estudantes e militantes de movimentos sociais estarão em Brasília para realizar uma grande marcha de protesto. Por trás dos números do crescimento econômico, cantados em verso e prosa pelo governo Lula, esconde-se uma brutal ofensiva sobre os direitos sociais e trabalhistas, um aumento da superexploração do trabalho e da precarização do emprego, amparados em um crescente processo de repressão e criminalização dos movimentos sociais das classes trabalhadoras.
E sobre as condições de trabalho no governo Lula?
Para este assunto, ficamos em apenas em um exemplo: o devastador estudo feito pela socióloga da Unesp Maria Aparecida de Moraes e Silva*, sobre a condição de trabalho dos cortadores de cana no estado de São Paulo.
Segundo essa pesquisa, o tempo de vida útil de um cortador de cana na região de Ribeirão Preto não chega a 15 anos de trabalho, comprovadamente inferior, segundo a socióloga, ao tempo de vida útil dos negros em alguns períodos da escravidão no Brasil!
Este padrão de exploração do trabalho é o mesmo padrão que o capitalismo busca implantar em todo o planeta. Para conseguir impor esse “modelo asiático” de exploração será necessária a combinação de repressão com limitação do direito de greve, embora seja parte do arsenal do governo e do capital a cooptação de setores do movimento para legitimar ou esconder essa situação.
Portanto, o próximo dia 24 em Brasília é uma nova oportunidade para denunciar ampla e claramente ao país a sórdida unidade, sob o manto da manutenção da política econômica neoliberal, entre governo Lula e tucanos quando se trata de afrontar os direitos dos trabalhadores.
Será nova oportunidade para potencializar a necessária unidade de todos os setores e segmentos combativos da classe trabalhadora, que não se limitam em lutar contra os governos tucanos e esconder ou proteger o governo Lula.
Na defesa dos direitos da classe trabalhadora, contra a reforma da Previdência, contra a criminalização dos movimentos sociais e na defesa do direito de greve, contra a corrupção e todos os corruptos, o movimento social e estudantil combativos têm um encontro marcado dia 24 de outubro em Brasília.
*Atrás das cortinas no teatro do etanol, publicado na Folha de S.Paulo em 02/10/2007
Fernando Silva é jornalista, membro do Diretório Nacional do PSOL e do conselho editorial da revista Debate Socialista.
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