quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Defensor da Reforma Agrária sofre atentado no sul do estado




No último sábado, dia 03/11, Bento Xavier (conhecido por Bentinho), morador de Airituba (Palmital), município de São José do Calçado, sofreu um atentado provocado pelo fazendeiro Walfrido Pereira Neto. Ele realizou disparos com arma de fogo contra Bentinho, que, felizmente, não foi atingido pelos disparos.

Bentinho é um grande apoiador do MST na região sul do estado e já trabalhou como agrônomo, por muitos anos, em diversos assentamentos do movimento. Sua família é de pequenos agricultores e sempre contribuiu com a luta dos Sem Terra na região, inclusive cedendo espaço de suas terras para abrigar acampamentos do movimento.

Como uma das áreas do fazendeiro em questão foi desapropriada no ano de 2004 para a criação do assentamento Florestan Fernandes, que fica localizado no município de Guaçuí, porém muito próximo do município de São José do Calçado, criou-se uma perseguição contra Bentinho por parte do fazendeiro, que o considera como um dos responsáveis pela articulação dos trabalhadores Sem Terra na região.

Desde esse período, ocorreram diversas formas de perseguição a Bentinho, que culminou no atentado do fim de semana. Vale ressaltar que o fazendeiro utiliza parte das terras da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que fica nas proximidades do assentamento Florestan Fernandes. Essa área está sendo reivindicada pelo Movimento Sem Terra do ES para a criação de mais um assentamento, onde poderiam ser assentadas cerca de 80 famílias. Esse fato também contribuiu para que se intensificasse a perseguição do fazendeiro contra Bentinho.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra entende que tal acontecimento é mais uma prova de que a violência gerada no campo advém da concentração da propriedade da terra. A solução para esse conflito é justamente a desapropriação da área da Cemig que vem sendo utilizada pelo fazendeiro, a fim de que se crie um novo assentamento. Nesse sentido, solicitamos que haja agilidade do processo de negociação para a desapropriação da área entre a Cemig, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e o MST.

Fonte: MST

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