terça-feira, 22 de abril de 2008

Uribe e os direitos humanos


Laerte Braga


Toda a pressão do líder terrorista George Bush não conseguiu ainda vencer a resistência dos senadores norte-americanos na tentativa de aprovar o projeto que estabelece relações de livre comércio com a nova colônia dos EUA na América do Sul, a Colômbia.



Um documento com assinatura de 62 senadores exige explicações sobre os assassinatos de dirigentes da marcha de 600 mil colombianos contra Uribe, em Bogotá e nas principais cidades da Colômbia e que, segundo o narcotraficante designado governador geral foi organizada pelas FARCs.



Esse tipo de notícia não aparece por aqui, pois a GLOBO decretou guerra à Venezuela e o general William Bonner deve considerar que o mundo de Homer Simpson que se ajoelha diariamente diante do altar/tevê para vê-lo descer dos céus com sua espada/notícias de arcanjo da mentira, não deve saber desses fatos ímpios.



Em 12 de abril Yolanda Pulécio, mãe da ex-senadora Ingrid Betancourt, em intervenção no encontro de intelectuais em Caracas, agradeceu ao presidente Chávez “por todo lo que ha hecho para lograr la liberación de los retenidos. Lamentándolo mucho, mi hija Ingrid no ha podido ser liberada, pero me siento confiada con el trabajo que usted realiza para conseguir esa liberación”.



A julgar pelo noticiário divulgado pelo governo terrorista do tráfico em Bogotá, a essa altura do campeonato Ingrid Betancourt deveria estar morta. Leishmaniose, greve de fome, hepatite B e malária, é muita teimosia em viver.



O que o general Bonner não revela em seu comunicado diário que chama de JORNAL NACIONAL é que a senadora Piedad Córdoba, principal adversária do narcotráfico na Colômbia em criticas ao presidente Uribe mostrou o desejo dos colombianos de viver em paz, com negociações, o fim da guerra civil e que uma eventual candidatura de Ingrid Betancourt colocaria em xeque os “negócios” de Uribe e sua reeleição.



Arrancada a fórceps, num terceiro mandato, no golpe controlado por Washington.



Fujimori está preso no Peru? Habemus Fujimori na Colômbia.



O governador geral da província colombiana na América do Sul Álvaro Uribe através dos esquadrões da morte já eliminou seis organizadores da marcha pela paz e um sem número de prisões indiscriminadas lotam as cadeias de Bogotá e Medelin, na tentativa de afastar qualquer obstáculo ao controle efetivo do país tanto pelos Estados Unidos, como pelo tráfico.



A fala de um general brasileiro que o reconhecimento de nações indígenas coloca a soberania da Amazônia em risco, mostra mais uma vez, o absoluto desconhecimento dos militares brasileiros, mesmo aqueles que se pretendem nacionalistas, da realidade que nos cerca. A Amazônia está sob controle do SIVAM (Sistema de Monitoramento Aéreo) realizado por militares norte-americanos com subalternos brasileiros.



A região é usada para vôos de abastecimento militar para a Colômbia, levantamento e mapeamento das riquezas minerais através de informações de satélites e um antigo líder do governo FHC, atualmente ministro de Lula, afirma que as FARCs serão recebidas a bala. Já os americanos que controlam a região não. Ou pelo menos outro tipo de bala. Falo de Nelson Jobim, sobrevivente por profissão.



Registre-se que o SIVAM foi iniciado também no governo FHC e o general nacionalista falou na FIESP, centro dos interesses internacionais sobre o Brasil. É o nacionalismo de cabeça para baixo.



Como em 1964, Colocaram na cabeça dos militares que seriam eles os responsáveis pela democracia, a ordem, a transformação do Brasil em grande potência e usaram-nos como polícia cruel e sanguinária de uma ditadura brutal e violenta nascida em Washington.



Não são as terras indígenas que irão transformar o Brasil em colônia, mas as políticas equivocadas de PAC. Os entendimentos supostamente nacionalistas de generais monitorados por uma ideologia estranha aos interesses nacionais, empresas como a VALE, a ARACRUZ e o arremate, em 2010 com a eventual eleição de mais um funcionário qualificado dos EUA, o que finge ser governador de São Paulo, José Serra.



Quando acordamos estaremos todos no tronco.



A mãe de Ingrid Betancourt em sua singeleza de mãe percebeu tudo isso.

> Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, trabalhou no Estado de Minas e no Diário Mercantil.

Ilustração: Táia Rocha

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