A educação e a nova classe gerencial
Victor Alberto Danich
Num mundo dominado por teorias que colocam o Estado como coadjuvante da economia de mercado, o aparelho da legitimação e justificação da dominação abarca a ideologia e a política.
Historicamente, no processo de constituição das sociedades nacionais dependentes, as oligarquias que foram entrelaçando seus interesses ao modelo liberal, desenvolveram uma consciência alienada sujeita aos moldes ideológicos e culturais, tanto da Europa como dos Estados Unidos. Para esses grupos oligárquicos, a Nação era algo que devia constituir-se conforme o modelo político daqueles países, centrado numa visão alienada e impregnada de uma vocação hegemônica, pautada numa concepção formal e vergonhosa de soberania territorial. O atual modelo neoliberal criou uma nova burguesia apátrida, que se expressa não apenas como uma consciência alienada, senão como a exteriorização da mesma em diferentes formas de alienação cultural. Os membros desta “burguesia gerencial” excluíram toda idéia de soberania e de Nação. Sua pátria é a sociedade dos negócios que operam indistintamente tanto na América como na Ásia, cuja visão de futuro é a eficácia traduzida em bons dividendos e “choques de gestão”, no qual todo sentimento humano ou toda dimensão da vida real dos povos ou das pessoas se dissolve em função da produtividade. São tecnocratas, administradores, investigadores de mercado, racionalizadores e especuladores, que ligam seu próprio destino aos grandes mercados e as transações globais.
Cidadãos do dinheiro, não estão alienados ao modelo dos centros hegemônicos, senão que são a própria ideologia da eficiência monopólica aplicadas a todo tipo de sociedade, mimetizando sua profissão em qualquer região geográfica, com outro idioma e com outra gente. Nesta nova realidade, a classe média “pequeno burguesa” que se encontra no meio do caminho dos setores mais explorados da sociedade e daqueles que possibilitam essa exploração, pendula entre a consciência alienada e os valores de seu próprio povo, por um lado submetida ao modelo dominador, e por outro, na procura ideológica de uma inserção no destino comum da nação despojada. O conhecimento, como formação profissional limitada, configura técnicos treinados sem referências sociais, que os levam a acreditarem na incapacidade de avaliar o contexto no quais os problemas sociais surgem. Esta forma de educação faz crer que estes problemas são resultado da ineficiência da própria sociedade ou do Estado, neutralizando dessa forma o surgimento de qualquer tipo de descontentamento coletivo.
Em contrapartida se instala o discurso da “elevação do nível de educação”, da busca da “excelência no ensino” e a “modernização do plano de estudos”, que apenas pretende justificar a privatização da educação, de modo a transformar os estudantes em trabalhadores acríticos identificados apenas com os interesses do mundo dos negócios.
Nas sociedades assim formatadas, as classes dominantes tendem a ligar os sistemas de poder a mecanismos ideológicos e culturais que, indistintamente, procuram homogeneizar a consciência dominadora, legalizando-a e justificando-a como se fosse um fato natural os sistemas de poder. No entanto, a consciência popular, articulada na luta permanente e dolorosa contra a ruptura de sua identidade, deve ter o apoio incondicional e solidário dos intelectuais comprometidos com formas superiores e pragmáticas da verdadeira democracia, que permita, sem condicionantes, uma saída coletiva de igualdade e dignidade para todos.
Victor Alberto Danich é sociólogo.
Historicamente, no processo de constituição das sociedades nacionais dependentes, as oligarquias que foram entrelaçando seus interesses ao modelo liberal, desenvolveram uma consciência alienada sujeita aos moldes ideológicos e culturais, tanto da Europa como dos Estados Unidos. Para esses grupos oligárquicos, a Nação era algo que devia constituir-se conforme o modelo político daqueles países, centrado numa visão alienada e impregnada de uma vocação hegemônica, pautada numa concepção formal e vergonhosa de soberania territorial. O atual modelo neoliberal criou uma nova burguesia apátrida, que se expressa não apenas como uma consciência alienada, senão como a exteriorização da mesma em diferentes formas de alienação cultural. Os membros desta “burguesia gerencial” excluíram toda idéia de soberania e de Nação. Sua pátria é a sociedade dos negócios que operam indistintamente tanto na América como na Ásia, cuja visão de futuro é a eficácia traduzida em bons dividendos e “choques de gestão”, no qual todo sentimento humano ou toda dimensão da vida real dos povos ou das pessoas se dissolve em função da produtividade. São tecnocratas, administradores, investigadores de mercado, racionalizadores e especuladores, que ligam seu próprio destino aos grandes mercados e as transações globais.
Cidadãos do dinheiro, não estão alienados ao modelo dos centros hegemônicos, senão que são a própria ideologia da eficiência monopólica aplicadas a todo tipo de sociedade, mimetizando sua profissão em qualquer região geográfica, com outro idioma e com outra gente. Nesta nova realidade, a classe média “pequeno burguesa” que se encontra no meio do caminho dos setores mais explorados da sociedade e daqueles que possibilitam essa exploração, pendula entre a consciência alienada e os valores de seu próprio povo, por um lado submetida ao modelo dominador, e por outro, na procura ideológica de uma inserção no destino comum da nação despojada. O conhecimento, como formação profissional limitada, configura técnicos treinados sem referências sociais, que os levam a acreditarem na incapacidade de avaliar o contexto no quais os problemas sociais surgem. Esta forma de educação faz crer que estes problemas são resultado da ineficiência da própria sociedade ou do Estado, neutralizando dessa forma o surgimento de qualquer tipo de descontentamento coletivo.
Em contrapartida se instala o discurso da “elevação do nível de educação”, da busca da “excelência no ensino” e a “modernização do plano de estudos”, que apenas pretende justificar a privatização da educação, de modo a transformar os estudantes em trabalhadores acríticos identificados apenas com os interesses do mundo dos negócios.
Nas sociedades assim formatadas, as classes dominantes tendem a ligar os sistemas de poder a mecanismos ideológicos e culturais que, indistintamente, procuram homogeneizar a consciência dominadora, legalizando-a e justificando-a como se fosse um fato natural os sistemas de poder. No entanto, a consciência popular, articulada na luta permanente e dolorosa contra a ruptura de sua identidade, deve ter o apoio incondicional e solidário dos intelectuais comprometidos com formas superiores e pragmáticas da verdadeira democracia, que permita, sem condicionantes, uma saída coletiva de igualdade e dignidade para todos.
Victor Alberto Danich é sociólogo.
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