A ex-catadora de papel Vanilda de Jesus Pereira, que cursou só até a 6ª série do ensino fundamental, coordena a Biblioteca Comunitária Graça Rios, localizada na entrada da favela Paquetá, em Belo Horizonte (MG). A biblioteca tem um acervo de cerca de 22 mil livros. "Nada foi planejado. Fui fazendo o que era possível", diz Vanilda. O projeto foi um dos 15 finalistas do Prêmio Vivaleitura 2008, uma iniciativa do Ministério da Educação, do Ministério da Cultura e da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI). A premiação ocorreu em São Paulo. Na biblioteca que, funciona num galpão, também são dadas aulas de reforço escolar para as crianças mais novas e de preparação para os jovens que vão prestar vestibular. O local funciona ainda como uma espécie de creche. Diariamente, umas 30 crianças são deixadas de manhã pelas mães, que retornam no final do dia para buscá-las. O projeto conta com a ajuda de voluntários e o apoio de diversas empresas locais, além de eventos promovidos para arrecadar fundos. Filha de pais analfabetos, Vanilda conta que sempre gostou de ler, mas não tinha acesso a livros. Aos 14 anos, quando trabalhava como babá para uma família, a patroa a demitiu após ver que ela lia um livro sem autorização. O título da obra? "A Escrava Isaura". "Fiquei chateada, mas aquela situação foi um empurrão para mim." Vanilda, então, comprou, claro, "A Escrava Isaura" e "Éramos Seis". "Eu comprei porque queria terminar de ler o livro!" E não parou mais. No final dos anos 80, ela passou a ajudar crianças da região onde morava com o dever de casa. "Muita gente passou a fazer doações. E o acervo foi crescendo." Solteira e mãe de seis filhos, a coordenadora Vanilda diz, simplesmente, que faz a sua parte. "Se a gente for esperar pelo outro, as coisas nunca acontecem", afirma. "Se você não consegue sair do lugar, mas consegue dar um empurrão para que outro consiga sair, então já está valendo a pena", finaliza Vanilda. A Biblioteca Graça Rios fica localizada na rua Glauber Rocha, 334, Paquetá, Belo Horizonte, Minas Gerais. O leitor se desejar pode falar com a Vanilda pelo telefone é (31) 3498-1547.
Créditos: BlogMafiaDoLixo
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