Gaza (Prensa Latina) Médicos, vítimas e grupos de direitos humanos em Gaza denunciaram nesta segunda-feira que Israel emprega fósforo branco em seus bombardeios, ainda que os hebreus tenham se justificado afirmando que usam "as mesmas munições" que os Estados Unidos e Grã-Bretanha. O que já era motivo de especulações há dias, a julgar pelas fumaças brancas vistas depois de ataques a zonas com alta densidade populacional da faixa, foi verificado em pacientes com profundas queimaduras e no próprio titubeio dos porta-vozes de Tel Aviv. Médicos do hospital Al-Shifa, o principal de Gaza, declararam ao canal catarense Al Jazeera que vários dos feridos internados sofrem queimaduras muito profundas nunca antes observadas, que acredita-se foram causadas por químicas controversas como o fósforo branco. Chagas que avançam rápido da carne aos ossos foram detectadas em pacientes enviados de várias zonas da cidade e de Jebaliyah (norte), confirmaram os médicos palestinos que contaram quase 900 mortos e 4.100 feridos em 17 dias de guerra. Residentes ali disseram ver lançar sobre áreas civis um tipo de arma "sem precedentes", enquanto crianças nas ruas desse bairro brincavam com fragmentos de um material sólido do qual emanavam pequenas chamas e muita fumaça branca asfixiante e tóxica, segundo o descreveram. Médicos garantem que uma substância identificada com as siglas DIME e o fósforo branco produzem danos irreversíveis que muitas vezes obrigam a amputações devido à gravidade das feridas. Tanto o porta-voz do governo israelense, Mark Regev, como a porta-voz do exército Avital Leibovich desviaram-se de responder a insistentes perguntas sobre se está sendo utilizando fósforo branco com o freqüente "Israel não usa armas proibidas pelo direito internacional". "A política do exército é não especificar os tipos de munições que usa, não fizemos antes e não faremos agora", declarou Leibovich à Al Jazeera, enquanto Regev foi incapaz de negar ou confirmar claramente o emprego de químicos. Encurralado por um jornalista, o porta-voz do governo disse desconhecer detalhes do tipo de munição lançada sobre Gaza, mas insistiu que "só sei que Israel não usa munições que as forças da OTAN não usariam numa situação de combate similar". Especialistas de grupos de direitos humanos disseram ter confirmado no terreno que as tropas terrestres judias atiraram fósforo branco, a partir das explosões, o fogo que provocou e outros indicadores próprios dessa substância lançada em massa sobre Jebaliyah. A legislação internacional permite em conflitos armados o uso do referido químico para dar cobertura a movimentos de tropas e impedir que o inimigo recorra a certas armas teledirigidas. No entanto, essa munição está cortantemente proibida em áreas densamente povoadas, como é o caso de Gaza, e seu lançamento viola o direito internacional humanitário no relativo às precauções possíveis de levar em conta para evitar feridas e mortes de civis. Que benfeitores como Washington, Londres ou a OTAN em pleno, o utilizem, não exime de responsabilidade o regime sionista na brutal agressão contra a população palestina, máxime quando foi provado que o aplicou em sua fracassada guerra contra o Líbano, em 2006. Nos 34 dias de confronto ao grupo xiita libanês Hezbollah descarregou fósforo branco em zonas civis, da mesma forma que os Estados Unidos fizeram em 2004 durante o polêmico sitio à cidade iraquiana de Faluja. |
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