Chávez: Obama 'será uma decepção para seu povo e o mundo'
"Há três dias, (Obama) disse que sou um obstáculo para o progresso da América Latina e que a Venezuela exporta o terrorismo, ou algo assim. E olha que ele ainda nem assumiu", disse Chávez. "Quando diz isso, o que está falando é que é preciso tirar Chávez do poder, porque quando alguém encontra um obstáculo, o que se deve fazer é tirá-lo do caminho."
O presidente americano eleito toma posse na próxima terça-feira. “Caso queira ter boas relações com a América Latina, Obama precisará rever suas posições e assumir seu papel com mais seriedade”, assinalou Chávez, que acrescentou: "Parece que (Obama) será um novo fiasco para seu povo e o mundo. Tomara que eu esteja errado, mas parece que ele será mais do mesmo", considerou Chávez, durante um ato com mulheres militantes de seu Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) no estado de Carabobo.
"Não me meti com Obama e exijo do novo presidente dos Estados Unidos que não se meta com a Venezuela. Já faz um tempo que não somos colônias." Para Chávez, o democrata "não tem papas na língua" quando perguntado sobre a Venezuela. "Mas, quando lhe perguntam sobre o massacre das crianças em Gaza não responde, fica calado".
Chávez, acima de tudo, acusou Obama de ingerência no referendo venezuelano de 15 de fevereiro sobre a reeleição ilimitada de todos os cargos de eleição popular. A Assembléia Nacional venezuelana (AN), de 167 membros, aprovou na quarta-feira, em segunda discussão, o projeto de emenda proposto por Chávez. A campanha pela reeleição começou sábado e, se a proposta for aprovada, Chávez poderá tentar uma nova reeleição em 2012.
“Vocês não vêem que Obama já se meteu na campanha. O chefe do império se meteu na campanha", denunciou Chávez, em um ato a favor do "sim" à emenda pela reeleição. Segundo Chávez, um grupo de líderes da oposição venezuelana foi a Nova York e a Miami para "meter todo o dinheiro do mundo — e eles vão fazer toda a guerra suja que puderem" contra a emenda constitucional.
Ele insistiu que Obama "segue um formato do Pentágono. Porque, se o presidente dos Estados Unidos não obedecer ao mandato do império, matam Obama, como fizeram com (John F.) Kennedy, com Martin Luther King, ou com Abrahan Lincoln". Apesar de esperar que "Barack Obama se corrija a tempo, ele já se meteu na disputa interna e está apoiando assessores internos" da oposição, completou Chávez.
As relações entre os governos americano e venezuelano registraram seu pior momento em setembro, quando Chávez, em protesto, expulsou o embaixador americano do país e retirou seu enviado dos Estados Unidos. Mas o líder socialista expressou previamente esperança de melhorar as relações entres os dois países na administração de Obama, tendo poupado o novo presidente das críticas duras que Chávez faz constantemente contra George W. Bush.
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