quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Xadrez tucano: o enlouquecido "tabuleiro de cargos" da governadora Yeda Crusius


Do blog Rsurgente


A saída do secretário da Fazenda, Aod Cunha, do governo Yeda Crusius (PSDB), repetiu uma rotina que marca o “novo jeito de governar” desde seu início, em janeiro de 2007. Secretários entram, saem do governo e trocam de lugar praticamente todos os meses, sem maiores explicações à sociedade. Nomes do núcleo duro do governo saíram por envolvimento em escândalos e denúncias de corrupção – Enio Bacci, Cezar Busatto, Luiz Fernando Zachia, Delson Martini e Ariosto Culau, apenas para citar alguns. Outros deixaram o Executivo por razões de reacomodação política na sempre instável base aliada do governo. E outros ainda entraram e saíram tão rapidamente que ninguém sabe exatamente qual a razão da mudança.

O fato é que o “modelo de gestão” cantado em prosa e verso pela governadora é um festival de instabilidade, improvisação e falta de transparência. Em qualquer governo minimamente sério, a continuidade de gestão nas secretarias e demais órgãos do governo é uma condição da boa execução de políticas públicas. No governo Yeda, a descontinuidade é apontada como virtude. Considerando que se trata de um governo que não possui algo que mereça o nome de “políticas públicas”, a descontinuidade no secretariado parece mesmo não fazer grande diferença.

Ao anunciar a saída de Aod Cunha, Yeda Crusius afirmou: “Está aberta a semana de especulações. Nunca escondi que iremos fazer mudanças bastante abertas no tabuleiro de cargos. Alguns querem antecipar as eleições de 2010, por exemplo”. O tabuleiro de cargos da governadora comporta, na verdade, mais peças do que casas para jogar. É um xadrez maluco onde as peças se movem de qualquer jeito, para qualquer lado, revelando uma jogadora absolutamente sem estratégia. Ou melhor, com uma estratégia: apagar o incêndio do dia e, dependendo do tamanho do fogo, anunciar que está iniciando uma nova etapa de seu governo.

Um governo que já foi “refundado” várias vezes: já teve gabinete de crise, conselho de notáveis, consultores e assessores misteriosos. É um festival de improvisação e trapalhadas apresentado como um revolucionário modo de governar que, segundo Yeda, “tornou-se referência e será exportado”. Um modelo cuja fala de transparência foi denunciada pela própria Secretária da Transparência. Um modelo que não hesita em sacrificar a qualidade da gestão pública no altar das adequações políticas e eleitorais, ou seja, que faz exatamente o contrário do que a governadora apregoa ser sua principal qualidade.

A saída de Aod Cunha e do secretário de Obras, Coffy Rodrigues, engrossa a lista da ciranda de demitidos, exonerados e afastados do governo. Nunca é demais lembrar alguns dos principais nomes dessa lista:

Ênio Bacci – Segurança Pública
José Francisco Mallmann – Segurança Pública
Vera Callegaro – Meio Ambiente
Luiz Fernando Zacchia – Casa Civil e Sedai
Cezar Busatto – Casa Civil
Delson Martini – Secretário Geral de Governo
Ariosto Culau – Planejamento
Flávio Vaz Netto – Detran
Nelson Proença – Desenvolvimento e Assuntos Internacionais
Paulo Azeredo – Obras
Paulo Fona – Porta-voz e Comunicação
Cel. Edson Ferreira Alves – Brigada Militar
Cel. Nilson Nobre Bueno - Brigada Militar
Cel. Paulo Roberto Mendes – Brigada Militar
Pedro Wesptphalen - Ciência e Tecnologia
Luiz Augusto Lara - Turismo
Renato Breunig – Fepam
Marcelo Cavalcanti – “Embaixador” do RS em Brasília
Mercedes Rodrigues - Transparência (obrigado, Geovane)
Aod Cunha – Fazenda
Coffy Rodrigues – Obras

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