As raízes do conflito
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Comunicar com o povo israelense pode deixar qualquer um
desorientado. Mesmo hoje, enquanto o mundo ainda tenta entender
o mais recente massacre em Gaza, a maioria dos israelenses é
capaz de se convencer de que eles são as verdadeiras vítimas
dessa violenta história. Não é surpreendente para aqueles
familiares com o povo de Israel o fato de que eles, apesar de
estarem no coração das crises do Oriente Médio, são
completamente desinformados sobre as raízes do conflito que
domina as próprias vidas. É por isso, acima de tudo, que a paz está
longe de ser real.
São comuns nas ruas de Israel argumentos que fazem muito
sentido para a ideologia sionista vigente, mas que para qualquer um
fora das ruas judaicas não passa de pura fantasia – em alguns
casos, até grotesco. Um argumento comum é: “Esses palestinos,
por que eles insistem em morar em nossas terras? Por que não
conseguem ficar no Egito, Síria, Líbano ou outro país árabe?” Esse
contexto é comum, utilizado até mesmo em jornais israelenses, com
algumas variações. Além disso, boa parte do povo israelense não
consegue entender quem são os palestinos, de onde eles vêm e o
que eles significam. Eles não conseguem compreender que, para os
palestinos, a Palestina é o lar. Ironicamente, a maioria do povo
israelense é ignorante de que o Estado de Israel foi erguido à custa
do povo palestino: em terras palestinas, em aldeias palestinas,
cidades, campos e jardins.
Os israelenses não conseguem reconhecer que os palestinos em
Gaza e nos campos de refugiados que cercam toda a região são
pessoas que foram expulsas de seus lares e tiveram suas terras
ocupadas ilegalmente por um poder invasor. Os palestinos são
pessoas nativas de Ber Shive, Yafo, Tel Kabir, Shekh Munis, Lod,
Haifa e Jerusalém, entre muitas cidades e vilas, hoje ocupadas por
Israel. Se alguém se pergunta como os israelenses não sabem
disso, a questão é muito simples: nunca lhes contaram assim a
história. As circunstâncias que levaram ao conflito na Palestina são
bem escondidas em meio à cultura deles. Traços da civilização
palestina antes de 1948 foram destruídos pela entidade sionista
com o passar do tempo – o pouco que restou permanece sob
ameaças. Nem mesmo a Nakba, a limpeza étnica dos palestinos
que levou à formação do Estado de Israel, faz parte do currículo
escolar israelense – e nem sequer é citado ou discutido em
qualquer fórum acadêmico em Israel. O assunto é um tabu que
deve permanecer escondido.
Na narrativa oficial israelense, não existe qualquer menção sobre os
diversos massacres orquestrados pelo exército e pelos diversos
grupos terroristas que agem sob o comando do governo. Também
não existe qualquer sinal sobre as leis raciais que impedem os
palestinos de retornarem para as terras e lares que os pertenciam.
O resultado disso é claro: a maioria dos israelenses é
completamente ignorante com relação à causa palestina. Sendo
assim, eles só conseguem enxergar o lado palestino da história
como uma loucura irracional e violenta. Dentro do universo que vive
Israel, o israelense é uma vítima inocente, e os palestinos não são
mais do que selvagens assassinos. Essa grave situação, que
mantém o povo de Israel às escuras da realidade, impede qualquer
possibilidade de uma futura reconciliação. Como eles não têm um
mínimo de conhecimento sobre a questão que lhes envolve, eles
naturalmente não são capazes de encontrar qualquer resolução
para o conflito que não seja o completo extermínio do “inimigo” – e
isso ficou claro mais uma vez nos recentes massacres em Gaza.
Isso deixa os palestinos sem opções além de tentar a própria
libertação contra qualquer obstáculo. Claramente, do lado de Israel
não existe um parceiro para “negociações de paz”.
israelenses permanecerão envolvidos na sua própria dor, apesar de
completamente ofuscados sobre a dor que é infligida aos outros. Os
israelenses operam coletivamente, todos unidos quando a ordem é
o bombardeio dos inocentes. Não diferente disso, assim que algum
do lado deles é ferido, as fantasias de inocência e vulnerabilidade
também iludem a todos. É essa discrepância entre a sua
autoimagem e a forma como eles são vistos pelo resto do mundo
que transforma Israel em um monstruoso exterminador.
desorientado. Mesmo hoje, enquanto o mundo ainda tenta entender
o mais recente massacre em Gaza, a maioria dos israelenses é
capaz de se convencer de que eles são as verdadeiras vítimas
dessa violenta história. Não é surpreendente para aqueles
familiares com o povo de Israel o fato de que eles, apesar de
estarem no coração das crises do Oriente Médio, são
completamente desinformados sobre as raízes do conflito que
domina as próprias vidas. É por isso, acima de tudo, que a paz está
longe de ser real.
São comuns nas ruas de Israel argumentos que fazem muito
sentido para a ideologia sionista vigente, mas que para qualquer um
fora das ruas judaicas não passa de pura fantasia – em alguns
casos, até grotesco. Um argumento comum é: “Esses palestinos,
por que eles insistem em morar em nossas terras? Por que não
conseguem ficar no Egito, Síria, Líbano ou outro país árabe?” Esse
contexto é comum, utilizado até mesmo em jornais israelenses, com
algumas variações. Além disso, boa parte do povo israelense não
consegue entender quem são os palestinos, de onde eles vêm e o
que eles significam. Eles não conseguem compreender que, para os
palestinos, a Palestina é o lar. Ironicamente, a maioria do povo
israelense é ignorante de que o Estado de Israel foi erguido à custa
do povo palestino: em terras palestinas, em aldeias palestinas,
cidades, campos e jardins.
Os israelenses não conseguem reconhecer que os palestinos em
Gaza e nos campos de refugiados que cercam toda a região são
pessoas que foram expulsas de seus lares e tiveram suas terras
ocupadas ilegalmente por um poder invasor. Os palestinos são
pessoas nativas de Ber Shive, Yafo, Tel Kabir, Shekh Munis, Lod,
Haifa e Jerusalém, entre muitas cidades e vilas, hoje ocupadas por
Israel. Se alguém se pergunta como os israelenses não sabem
disso, a questão é muito simples: nunca lhes contaram assim a
história. As circunstâncias que levaram ao conflito na Palestina são
bem escondidas em meio à cultura deles. Traços da civilização
palestina antes de 1948 foram destruídos pela entidade sionista
com o passar do tempo – o pouco que restou permanece sob
ameaças. Nem mesmo a Nakba, a limpeza étnica dos palestinos
que levou à formação do Estado de Israel, faz parte do currículo
escolar israelense – e nem sequer é citado ou discutido em
qualquer fórum acadêmico em Israel. O assunto é um tabu que
deve permanecer escondido.
Na narrativa oficial israelense, não existe qualquer menção sobre os
diversos massacres orquestrados pelo exército e pelos diversos
grupos terroristas que agem sob o comando do governo. Também
não existe qualquer sinal sobre as leis raciais que impedem os
palestinos de retornarem para as terras e lares que os pertenciam.
O resultado disso é claro: a maioria dos israelenses é
completamente ignorante com relação à causa palestina. Sendo
assim, eles só conseguem enxergar o lado palestino da história
como uma loucura irracional e violenta. Dentro do universo que vive
Israel, o israelense é uma vítima inocente, e os palestinos não são
mais do que selvagens assassinos. Essa grave situação, que
mantém o povo de Israel às escuras da realidade, impede qualquer
possibilidade de uma futura reconciliação. Como eles não têm um
mínimo de conhecimento sobre a questão que lhes envolve, eles
naturalmente não são capazes de encontrar qualquer resolução
para o conflito que não seja o completo extermínio do “inimigo” – e
isso ficou claro mais uma vez nos recentes massacres em Gaza.
Isso deixa os palestinos sem opções além de tentar a própria
libertação contra qualquer obstáculo. Claramente, do lado de Israel
não existe um parceiro para “negociações de paz”.
israelenses permanecerão envolvidos na sua própria dor, apesar de
completamente ofuscados sobre a dor que é infligida aos outros. Os
israelenses operam coletivamente, todos unidos quando a ordem é
o bombardeio dos inocentes. Não diferente disso, assim que algum
do lado deles é ferido, as fantasias de inocência e vulnerabilidade
também iludem a todos. É essa discrepância entre a sua
autoimagem e a forma como eles são vistos pelo resto do mundo
que transforma Israel em um monstruoso exterminador.
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