segunda-feira, 6 de abril de 2009

Mais um de Galeano....

Galeano lança na capital mexicana seu mais recente livro










México (Prensa Latina) O escritor uruguaio Eduardo Galeano apresentou no Palácio de Belas Artes, no centro histórico da capital mexicana, seu mais recente livro Espejos: uma história quase universal.

O encontro dedicou-o ontem à noite ao “zapatista do Iraque, que lançou os sapatos contra Bush e que assim defendeu com coragem a dignidade de sua nação humilhada”.

Com uma linguagem desenfadado e com a ironia na ponta da cada palavra, Galeano fez um percurso por este texto que “quer que os mortos renasciam e que os anônimos tenham nome”.

Disse que o dedicou aos escravos, às mulheres por séculos ignoradas, ao sul e o oriente do planeta desprezados, e aos muitos mundos que o mundo contém e esconde.

O livro refere-se, ressaltou, “às pessoas que fizeram a história mas não figuram nela e também aos lugares, aos países que não encontram no relato da história o lugar que merecem”.

Recordou que foi em Iraque onde nasceu a escritura, a civilização, ainda que o aniquilador de Iraque, George W. Bush, segua convencido de que a escritura nasceu em Texas.

“Mas nasceu no Iraque, quando ainda não tinha esse nome, e foi o fogo o que cozinhou a argila e guardou as primeiras palavras que aniquilam e salvam, que matam e dão vida como os deuses e como nós”.

Destacou que esses murais foram roubados ou destroçados pelos bombardeios durante a atual guerra que nasceu de uma mentira e mentindo segue.

Na apresentação de seu livro ontem à noite, Galeano percorreu os diferentes fatos históricos mais conotados da história universal, mas questionando-se o tempo todo, como tivessem sido esses acontecimentos, como a Guerra de Tróia, contados por personagens anônimas.

Assegurou que eles, aparentemente sem importância, sempre tiveram algo que dizer, mas foram condenados a viver com a boca fechada “pela história oficial”.

Agora, disse aos assistentes à apresentação de Espelhos: uma história quase universal, estão ocorrendo mudanças muito interessantes em América-Latina que estão provocando escândalos porque são atos de sentido comum.

E é que “há mais de cinco séculos, quando América descobriu o capitalismo, lhe proibiram o sentido comum que é 'um exercício perigoso’, é por isso o escândalo pelos novos giros do continente, disse.

Galeano destacou que na América Latina se desatou uma energia popular de mudanças.

A uma pergunta dos interlocutores sobre o que espera da política do novo governo dos Estados Unidos para estes homens e povos que ressalta em sua obra, Galeano respondeu: "saiam de nossas costas."

Créditos: PatriaLatina

Texto: Odalys Troya/Prensa Latina

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