O 1º de Maio voltou a ser dia feriado na Turquia, mas os trabalhadores não puderam celebrá-lo na Praça Taksim, onde ocorreu o "1º de Maio Sangrento", em 1977, quando 36 pessoas foram mortas pela polícia. Este ano, o governo autorizou uma manifestação noutro local da cidade, mas mais de 5.000 pessoas estiveram na Praça Taksim, onde foram repelidas pela polícia, com água, gás lacrimogéneo e cães. Mais de 5.000 pessoas, ligadas a duas centrais sindicais (DISK e KESK), vários sindicatos, organizações internacionais do trabalho, grupos feministas e movimentos de esquerda juntaram-se na Praça Taksim, em Istambul, para celebrar o Dia do Trabalhador, que na Turquia não era assinalado com um feriado desde 1977 (ver fotos aqui ou aqui)
O 1º de Maio de 1977 ficaria conhecido como "1º de maio Sangrento", em resultado da brutal intervenção policial então ocorrida, que resultou na morte de 36 manifestantes. Desde então, o governo turco aboliu o feriado e não tem autorizado manifestações no Dia do Trabalhador. No entanto, essas manifestações têm ocorrido, sempre com forte repressão policial, como foi o caso do ano passado (ver videos aqui ou aqui).
Este ano, o governo voltou a decretar dia feriado no 1 de Maio e autorizou uma manifestação, mas sem permitir o acesso à Praça Taksim, onde as maiores centrais sindicais turcas pretendiam concentrar-se, para assinalar e homenagear as vítimas do massacre de 1977. O governo apenas autorizou uma concentração na zona asiática da cidade, longe da Praça Taksim.
As centrais sindicais presentes na Praça Taksim criticaram a central Hak-Is por ter aceite fazer a manifestação de 1 de Maio noutro local e cerca de 500 pessoas afectas a esta central sindical acabaram por também participar na concentração na Praça onde se assinala o massacre de 1977.
Apesar da proibição, mais de 5.000 pessoas acabaram por se juntar nesta Praça, tendo-se registado confrontos com a polícia, que resultaram na detenção de 108 pessoas e em 47 feridos (26 polícias e 21 civis). |
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