Mel Zelaya pode voltar a qualquer momento, diz Chávez
"Zelaya vai para Honduras a qualquer momento. Vai aparecer em qualquer lugar do país", disse Chávez, em seu programa dominical de rádio e televisão Alô Presidente!. Chávez deu a entender que a presença de Zelaya em Honduras poderia causar um movimento cívico militar, que teria o objetivo de criar uma base de ação para recuperar o poder.
O presidente venezuelano afirmou que os militares golpistas não têm o controle absoluto das Forças Armadas e disse ainda que não estranharia se aparecessem pronunciamentos de oficiais a favor de Zelaya.
Além disso, voltou a pedir ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que pare com "ambiguidades" e tome medidas contra os ditadores hondurenhos. "Deixe a ambiguidade, você não nos engana com esse discursinho e esse sorriso. O senhor está sendo testado. Demonstre se está disposto a enfrentar os falcões, e se não, é melhor que saia do assunto", disse Chávez.
Disse ainda que é melhor que o império seja governado por um falcão, que se assume como tal, como era o caso de George W. Bush, que "alguém que é e não é", que se "apresenta como um cordeirinho, como um pacifista". Além disso, insistiu na tese de que Washington deve assumir as mudanças na América Latina e não tentar freá-las.
Lembrou que o ex-presidente americano John Kennedy advertiu que "quem fecha o caminho das revoluções pacíficas abre os caminhos das revoluções violentas". Chávez assegurou que as forças direitistas latino-americanas modificaram seus discursos para "amedrontar" os povos e substituíram como fonte de todas as calamidades "o comunismo pelo chavismo".
Afirmou, além disso, que o objetivo do novo Governo de Honduras é congelar a situação em seu estado atual, até as eleições de novembro. "Estamos ganhando, fizemos um gol e agora esfriamos a bola, retardamos o jogo para que o povo hondurenho e o presidente Manuel Zelaya se desgastem até as eleições de novembro". Segundo Chávez, esta seria a estratégia dos golpistas.
Fim do toque de recolher
O governo golpista disse que os hondurenhos em todo o país poderão sair à noite a partir de hoje. "Por ter alcançado os objetivos desta regra, o governo anuncia que a partir deste domingo, 12 de julho, o toque de recolher está suspenso por todo o país", disse o governo interino em um comunicado lido pelas redes de tevê e rádio.
Roberto Micheletti – ex-presidente do Congresso que tomou a presidência em 28 de junho - justificava o toque de recolher para reprimir os apoiadores do presidente eleito. O toque de recolher ordenava que os hondurenhos ficassem em suas casas todos os dias das 23 horas às quatro horas e trinta minutos.
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