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O Conselho Permanente da OEA (Organização dos Estados Americanos) se reuniu hoje (28), em Washington, para debater as últimas medidas adotadas pelo governo provisório de Honduras, encabeçado por Roberto Micheletti e instaurado após a deposição de Manuel Zelaya, em 28 de junho. Ontem, Micheletti impediu a entrada de chanceleres da OEA e da Espanha no país.
O presidente provisório expulsou três chanceleres da OEA e dois da embaixada espanhola do aeroporto internacional de Tegucigalpa, capital de Honduras. O objetivo do grupo era preparar a visita de uma missão composta por Insulza e ministros de relações exteriores de vários países da região.
O representante permanente do México na OEA, o embaixador Gustavo Albin Santos, expressou surpresa e rechaço à ação de Micheletti. Para Santos, essa "não é uma saída política deste país".
Segundo o secretário geral da OEA, o chileno José Miguel Insulza, a delegação tinha o consentimento de Micheletti para entrar no país, mas o presidente provisório mudou de opinião.
"Esse não era o momento oportuno", justificou Micheletti, que acrescentou que a delegação "já estava advertida". Os chanceleres foram detidos, por horas, no aeroporto internacional da capital Tegucigalpa e enviados para Miami. "Houve muita rudeza no tratamento, mas tudo verbal", esclareceu Insulza.
Apenas um alto funcionário da OEA, o chileno John Biehl, foi aceito no país e já estabeleceu contatos com candidatos presidenciais das eleições gerais do país, previstas para 29 de novembro.
Ontem, Insulza também criticou o estado de sítio em Honduras, que suspendeu garantias constitucionais como liberdade de expressão, de circulação e de reunião. A medida foi aprovada por Micheletti no último sábado (26) e já permitiu que os golpistas fechassem, na madrugada de hoje (29), a Rádio Globo e o Canal 36.
"As possibilidade de uma normalização em Honduras, com vistas a um restabelecimento constitucional e, portanto, a ter eleições democráticas, é o caminho contrário ao eleito ontem", disse Insulza, como mostrou a TeleSul, em referência ao estado de sítio.
As eleições gerais de 29 de novembro não são reconhecidas por governos e organismos internacionais como a OEA, já que foram convocadas por um governo tido como ilegítimo.
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