sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A Obscenidade do Império obtém o Diploma da Paz


Por Raul Fitipaldi

A Velha Prostituta, e sua filha Suécia, continuam exercendo um fascínio extraordinário sobre os escravos da Colônia com seus reis assassinos de ursos, suas feias rainhas, seus príncipes alcoólatras e suas princesas promíscuas. Mas não só. Também com sua idolatria ao filho bastardo, os Estados Unidos. Li e reli alguns comentários dos líderes da América Latina sobre a entrega do galardão à ignomínia conhecido pelo nome de “Prêmio Nobel da Paz”. Prêmio de marketing político que já foi dirigido a dar álibi a figuras tão rastejantes como Shimon Peres, serviçais como Mohamed ElBaradei, pró-ocidentais como Shirin Ebadi; cínicas como Jimmy Carter (outro membro do partido democrata ianque); corrompidas como Kofi Annan; dentre outras delícias da impostura. O “Alfredinho” me faz acreditar que o nosso nível de idiotização perante o espetáculo mediático continua quase intato. Apenas a Senadora colombiana Piedad Córdoba tomou distância suficiente do tom de obamania que ainda assola o continente, quando disse “que espera que, depois de ter recebido o Prêmio Nobel da Paz, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, rechace definitivamente o acordo para a instalação de sete bases militares do seu país em território colombiano e se perguntou quando é que se fechará a prisão que Washington mantém ilegalmente em Guantánamo, Cuba.”
Só neste mundo dominado por minorias medievais, sátrapas e obscenas, o Presidente de uma nação manchada de sangue, que aplica golpes associada às oligarquias mais apátridas e grosseiras, que passa pela pior crise da sua história, que desfila sua decadência impudica, que pratica o genocídio a diário com naturalidade demoníaca fora do seu território, e o crime de estado em casa, pode receber um prêmio à paz. Não seria melhor um Prêmio Kissinger à Morte?
O Nobel da Paz é um Prêmio Obsceno para um País Obsceno. Prêmio para distrair o foco dos fracassos acumulados em nove meses pela jovem administração obamaniaca no Afeganistão, no Iraque. A implicância dos EUA no golpe em Honduras, na preparação de um golpe na Guatemala, a tentativa de desestabilização dos governos da Venezuela com paramilitares no Zulia, as campanhas maciças contra Evo Morales e seu povo, as tentativas de quebrar e confundir a mobilização popular no Equador, o apoio constante aos oligarcas do campo argentino, e sobretudo, a instalação das Sete Bases Militares Gringas na Colômbia, aqui, na Pátria Grande. O país da cadeira-elétrica, da exploração sistêmica de hispanos, da falta de saúde, da obesidade, do maior consumo de drogas, dos criminosos em série, é dirigido pelo Prêmio Nobel da Paz.
Pareceria que o fato do Mr. Obama ser um cidadão negro, charmoso, jovem, lhe confere ao Império a possibilidade de fazer-se um lifting momentâneo badalado pelas redes de multiplicação do sistema, as modeladoras da opinião do mundo. Essa máscara da paz está grudada na pele com sangue iraquiano, sudanês, afegão, hondurenho, mexicano, haitiano, e, se nossos líderes não se arrancam, por muito que doer, esse “MÁSCARA” do Prêmio Nobel da Paz, só brotarão mais rios de sangue na região. Não há nenhum texto de política de estado que indique que há de se aplaudir o chefe de um bando de criminosos (o insinua Maquiavel, é verdade...), seja qual for a gangue, mesmo que sejam os ainda sócios majoritários e consumistas dos Estados Unidos de Sua América, não da Nossa.

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