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Raul Longo analisa e responde às declarações do general da ativa Maynard Marques de Santa Rosa, chefe do Departamento-Geral do Pessoal do Exército. O oficial afirmou que a Comissão da Verdade, criada pelo governo para investigar crimes contra os direitos humanos durante a ditadura militar (1964-1985), seria formada por "fanáticos" e se transformaria numa "comissão da calúnia".
O general diz ainda que os integrantes da comissão seriam os "mesmos fanáticos que, no passado recente, adotaram o terrorismo, o sequestro de inocentes e o assalto a bancos como meio de combate ao regime, para alcançar o poder". (...) "Confiar a fanáticos a busca da verdade é o mesmo que entregar o galinheiro aos cuidados da raposa. A história da inquisição espanhola espelha o perigo do poder concedido a fanáticos. Quando os sicários de Tomás de Torquemada [1420-1498] viram-se livres para investigar a vida alheia, a sanha persecutória conseguiu flagelar 30 mil vítimas por ano."
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Raul Longo
Ficou inscrito na constelação das estrelas do General todas as barbáries que o fanatismo dele e de seus colegas de farda e patente mandaram executar, e imagina a possibilidade de um revide.
O General não deve se preocupar porque sua mulher não será estuprada, seu filho não será pendurado no pau-de-arara, nem ele será sentado na cadeira do dragão. Não enfiarão sua cabeça em latrina, nem será pendurado pelos pés.
O tempo dos Torquemadas foi encerrado com a ditadura deles. E não há razão para tanta "paura". Se nenhum desses horrores se repetiu contra Videla e nenhum dos colegas do General lá na Argentina, no Uruguai e no Chile, não será aqui que retrocederemos ao nazi-medievalismo que nos impuseram nos anos 60, 70 e início dos 80.
General deve temer mesmo são os abutres da mídia que eles mesmos criaram como seus porta-vozes, e os traíram. Hoje, para se fazerem de "bonzinhos", nessa mídia vivem relembrando os crimes então cometidos, como se não tivessem nada a ver com isso. Só a Folha da Catanhede é que ainda insiste em referências a uma tal de "ditabranda", e isso porque desceu ao mais fundo do calabouço.
Muitos daqueles que se fartaram dos acepipes das festas no salão do palácio da Gestapo, dançando o minueto com os engalanados generais ao som dos menestréis contratados para abafar os gritos dos porões do castelo, vira e mexe se referem à ditadura e aos generais como se então também houvessem sido vítimas do mesmo carrasco. Ou de quem o General acha que estão falando quando levantam trapos rotos para acusar a volta da censura, da falta de liberdade e que tais?
E a quem devem os Marinhos e os Civitas suas existências, se não aos generais?
Cuidado General! Esses da mídia que, novamente em desespero, lhes instigam como instigaram Deodoro contra D.Pedro II e toda a reserva do Exército Imperial, são tão hipócritas e traidores quanto o foram contra o próprio Deodoro. E quem garante que muito pior não seja ser executado pelos julgamentos sumários do Floriano.
Além de MILICANALHA como diz Castor, General é burro, pois é evidente que não há como encobrir crimes que nunca poderão ser esquecidos como poeira abaixo do tapete. Impossível! Aí está a Argentina! Aí está o Chile! Tem o mundo.
Ou General não percebe que o mundo também não esquece o que está inscrito na constelação de suas estrelas? Não vê que vira e mexe aparece alguém para lembrar e acusar, como aquele inglês que apontou a orientação nazista nas ditaduras do Brasil e demais países do cone-sul.
General se inteligente fosse, e na instituição deve haver os que o sejam, perceberia que para retomarem as honras que a pátria não mais lhes confere, assim como os legalistas o fizeram com a vergonha da tirania de Floriano e canalhices de sucessores, deveria mais é apoiar uma revisão que limpasse o passado que o mundo reconhece como de arbítrio.
Quer esconder o que, General? Pois não se engane! A Globo – apenas um exemplo – para esconder não ter sido mais do que uma pequena emissora carioca, jamais lembrará que vocês suicidaram Wallace Simonsen, faliram os Diários Associados e intermediaram e/ou abafaram o Time-Life. Mas nunca deixará de os negar a cada canto da multidão anunciando a possibilidade do alvorecer de nova história.
A vergonha dos velhos generais sempre aviva a imaginação das novas patentes e o descontentamento dos novos tenentes.
Ou não haverá, nessa instituição, possibilidade de alguém mais inteligente?
Cuidado General! Por mais que repuxem, os peitos das vivandeiras não encontram sustentação e a criança cresceu. Já não quer mamar o leite azedo da mentira.
Melhor acertar as contas e passar a limpo a história, do que levar toda a instituição pro valhacouto da hipocrisia.
Isso de MILICANALHA já se tornou popular e, se consolida, vai ser difícil resgatar.
Há uma civilização a ser resgatada, uma sociedade a ser reconstruída. A história não é uma ilha que se descobre no meio do oceano para ali se construir uma possibilidade de país. Uma sociedade que não revisa os erros de sua história, continuará repetindo-os sempre. De uma forma ou de outra. E, em outra, a instituição pode vir a ser a vítima de novos carrascos que, sem história, é que seriam os verdadeiros fanáticos.
Cuidado General!
Além do que, General, nestes tempos de informatização a imagem não é mais da Globo. É do mundo. E o mundo e os vizinhos já estão a falar.
Quanto antes se retomar o processo de civilização, melhor para todos, inclusive pra soldadesca que se imaginando alimentada pelas vivandeiras, estão sempre no risco de por elas serem denunciadas aos verdadeiros inimigos.
Cuidado General! Com esse discurso, estás plantando minas no campo por onde sua tropa ainda terá de marchar.
Que péssima estratégia, General!
Raul Longo, jornalista, poeta e escritor, colabora com esta nossa Agência Assaz Atroz
www.sambaqui.com.br/pousodapoesia
Ponta do Sambaqui, 2886
Floripa/SC
Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons
Raul Longo
Ficou inscrito na constelação das estrelas do General todas as barbáries que o fanatismo dele e de seus colegas de farda e patente mandaram executar, e imagina a possibilidade de um revide.
O General não deve se preocupar porque sua mulher não será estuprada, seu filho não será pendurado no pau-de-arara, nem ele será sentado na cadeira do dragão. Não enfiarão sua cabeça em latrina, nem será pendurado pelos pés.
O tempo dos Torquemadas foi encerrado com a ditadura deles. E não há razão para tanta "paura". Se nenhum desses horrores se repetiu contra Videla e nenhum dos colegas do General lá na Argentina, no Uruguai e no Chile, não será aqui que retrocederemos ao nazi-medievalismo que nos impuseram nos anos 60, 70 e início dos 80.
General deve temer mesmo são os abutres da mídia que eles mesmos criaram como seus porta-vozes, e os traíram. Hoje, para se fazerem de "bonzinhos", nessa mídia vivem relembrando os crimes então cometidos, como se não tivessem nada a ver com isso. Só a Folha da Catanhede é que ainda insiste em referências a uma tal de "ditabranda", e isso porque desceu ao mais fundo do calabouço.
Muitos daqueles que se fartaram dos acepipes das festas no salão do palácio da Gestapo, dançando o minueto com os engalanados generais ao som dos menestréis contratados para abafar os gritos dos porões do castelo, vira e mexe se referem à ditadura e aos generais como se então também houvessem sido vítimas do mesmo carrasco. Ou de quem o General acha que estão falando quando levantam trapos rotos para acusar a volta da censura, da falta de liberdade e que tais?
E a quem devem os Marinhos e os Civitas suas existências, se não aos generais?
Cuidado General! Esses da mídia que, novamente em desespero, lhes instigam como instigaram Deodoro contra D.Pedro II e toda a reserva do Exército Imperial, são tão hipócritas e traidores quanto o foram contra o próprio Deodoro. E quem garante que muito pior não seja ser executado pelos julgamentos sumários do Floriano.
Além de MILICANALHA como diz Castor, General é burro, pois é evidente que não há como encobrir crimes que nunca poderão ser esquecidos como poeira abaixo do tapete. Impossível! Aí está a Argentina! Aí está o Chile! Tem o mundo.
Ou General não percebe que o mundo também não esquece o que está inscrito na constelação de suas estrelas? Não vê que vira e mexe aparece alguém para lembrar e acusar, como aquele inglês que apontou a orientação nazista nas ditaduras do Brasil e demais países do cone-sul.
General se inteligente fosse, e na instituição deve haver os que o sejam, perceberia que para retomarem as honras que a pátria não mais lhes confere, assim como os legalistas o fizeram com a vergonha da tirania de Floriano e canalhices de sucessores, deveria mais é apoiar uma revisão que limpasse o passado que o mundo reconhece como de arbítrio.
Quer esconder o que, General? Pois não se engane! A Globo – apenas um exemplo – para esconder não ter sido mais do que uma pequena emissora carioca, jamais lembrará que vocês suicidaram Wallace Simonsen, faliram os Diários Associados e intermediaram e/ou abafaram o Time-Life. Mas nunca deixará de os negar a cada canto da multidão anunciando a possibilidade do alvorecer de nova história.
A vergonha dos velhos generais sempre aviva a imaginação das novas patentes e o descontentamento dos novos tenentes.
Ou não haverá, nessa instituição, possibilidade de alguém mais inteligente?
Cuidado General! Por mais que repuxem, os peitos das vivandeiras não encontram sustentação e a criança cresceu. Já não quer mamar o leite azedo da mentira.
Melhor acertar as contas e passar a limpo a história, do que levar toda a instituição pro valhacouto da hipocrisia.
Isso de MILICANALHA já se tornou popular e, se consolida, vai ser difícil resgatar.
Há uma civilização a ser resgatada, uma sociedade a ser reconstruída. A história não é uma ilha que se descobre no meio do oceano para ali se construir uma possibilidade de país. Uma sociedade que não revisa os erros de sua história, continuará repetindo-os sempre. De uma forma ou de outra. E, em outra, a instituição pode vir a ser a vítima de novos carrascos que, sem história, é que seriam os verdadeiros fanáticos.
Cuidado General!
Além do que, General, nestes tempos de informatização a imagem não é mais da Globo. É do mundo. E o mundo e os vizinhos já estão a falar.
Quanto antes se retomar o processo de civilização, melhor para todos, inclusive pra soldadesca que se imaginando alimentada pelas vivandeiras, estão sempre no risco de por elas serem denunciadas aos verdadeiros inimigos.
Cuidado General! Com esse discurso, estás plantando minas no campo por onde sua tropa ainda terá de marchar.
Que péssima estratégia, General!
Raul Longo, jornalista, poeta e escritor, colabora com esta nossa Agência Assaz Atroz
www.sambaqui.com.br/pousodapoesia
Ponta do Sambaqui, 2886
Floripa/SC
Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons
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